Você está na página 1de 4

Análise acerca da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como

foco para o ensino de química no ensino médio

Muitas permutas ocorreram ao tripé que compõe a cúpula do ministério da educação.


Contudo, a BNCC foi redigida e aprovada à submissão pelo empresário e ex-ministro da
educação Mendonça Filho, que fora indicado por Michel Temer após a “saída” de
Dilma Rousseff. O ex-ministro nomeou como sua secretária executiva a professora de
ciências políticas Maria Helena Guimarães de Castro, que defendeu em janeiro de 2017
a cobrança de mensalidades em universidades e institutos federais. Além dela Rossieli
Soares, advogado e mestre em gestão e avaliação educacional, foi selecionado o
secretario de educação básica e atuou diretamente na formulação da BNCC. Rossieli,
hoje, é o atual ministro da educação.

Sendo formulada desde 2015 e com objetivo de reduzir às desigualdades no aprendizado


e superar as fragmentações das políticas educacionais, como citado no texto, a base
nacional comum curricular é um documento que define o conjunto de aprendizados
essências dos quais o aluno deve desenvolver ao longo do seu ciclo acadêmico. Estas
aprendizagens foram divididas em dez competências gerais, tendo o termo competência
definido como “mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.

A BNCC é estruturada de forma fragmentar, onde todas as competências possam estar


minuciosamente expostas. Tendo a resenha o foco as mudanças direcionadas ao ensino
médio básico, onde é situado o maior índice de deficiência educacional do Brasil. São
explicitados no texto os fatores que explicam a falha na educação, que são: “o
desempenho insuficiente dos alunos nos anos finais do Ensino Fundamental, a
organização curricular do Ensino Médio vigente, com excesso de componentes
curriculares, e uma abordagem pedagógica distante das culturas juvenis e do mundo do
trabalho”.

Buscando suprir o sufrágio da educação, foi proposto um modelo novo para substituir o
currículo anterior, que é formado por componentes tradicionais, em que o conteúdo
programático é subdividido em áreas especificas para cada componente. O novo modelo
é pautado na divisão do conhecimento por áreas, (Linguagens e suas Tecnologias,
Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas), que possam ser integralizadas no âmbito escolar para
facilitar e melhorar a absorção do conhecimento por parte do aluno. Tentando de esta
forma educar para formar alunos críticos, criativos e que exerçam cidadania.

A respeito da divisão anteriormente citadas, nela serão mantidas as matérias na forma


tradicional a qual as escolas estariam acostumadas. Porém haverá uma fusão dessas
divisões a fim de unificar em áreas de conhecimento, destacando a área de ciências da
natureza e suas tecnologias como exemplo, sendo feito para facilitar e descomplicar a
temática a ser ministrada para que os estudantes possam melhor compreender o
comportamento da natureza e contextualizá-lo com seu cotidiano. Haja vista o modelo,
essa nova metodologia se espalha por todas as antigas “matérias” formando novas áreas
de conhecimento integralizadas afim de melhorar a compreensão, unificando e
igualando a educação brasileira.

“Em minha opinião, a base nacional comum curricular é um desrespeito e violência a


educação”. Nota-se que a frase acima se encontra fora do seu lugar em um texto
dissertativo, vias de regra, está em primeira pessoa. Assim como a formulação de um
documento como o descrito acima também não se encaixa na realidade da educação
nacional. Com o objetivo de reduzir as desigualdades e igualar os níveis escolares, fora
pensado que ao enxugar matérias e transformá-las em áreas, no Brasil, uma melhora.
Porem o que de fato pode ocasionar é um abandono a partes do conhecimento cientifico
que foram suprimidas.

Olhando o como parâmetro o ensino médio e focando nas ciências da natureza e suas
tecnologias como exemplo, se percebe que com esta nova proposta será ocasionado um
sucateamento no só do aprendizado como do profissional professor. Uma vez que com
essas demarcações não será dado um foco maior em áreas seccionadas de cada matéria,
gerando uma superficialidade nos conceitos. Ao caso do docente a degradação estará
contida na sua falta de necessidade, significa dizer que não será preciso um profissional
específico formado para a área, mas apenas alguém que domine de forma generalizada.

Visto uma desinteligência geral, a formulação de documentos desta magnitude deveria


ser feita por principalmente, as pessoas que estão intimamente ligadas a eles além dos
alunos, os professores. Além disso, é notório um posicionamento favorável ao
sucateamento do ensino, a formação de qualidade não se faz interessante aos olhos de
um alto escalão executivo, por isso talvez a Base Nacional Comum Curricular, vigore e
perdure aos anos a se seguir.

Referencias
BRASIL. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal, 1988.

______. Ministério da Educação; Secretária Executiva Adjunta 2013. Conae 2014:


Conferência Nacional de Educação. Fórum Nacional de Educação, Brasília, DF, 2014.

______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 2ª versão.


Brasília, DF, 2016.
IFRJ - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA

IGOR SOUZA CASITTA

Análise acerca da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC)


com foco para o ensino de química no ensino médio

Rio de Janeiro
2018

Você também pode gostar