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Active methodologies and the area of Humanities and Social in High School:
for a dynamism of teaching.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo central discutir como as metodologias ativas,
tão necessárias à realidade educacional contemporânea, podem contribuir para a
dinamização do ensino da área de Ciências Humanas na etapa do Ensino Médio na Educação
Básica. Para isto, propõe-se definir e problematizar o uso das metodologias ativas; apresentar
como a área de Ciências Humanas é compreendida pela Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2017) e analisar as finalidades do Ensino Médio de acordo com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Pretende-se ainda discutir como uma
adequada metodologia, que proporcione autonomia e atitude crítica do aluno no contexto
atual, pode contribuir para uma maior dinamização do ensino na área de Ciências Humanas
e Sociais, muitas vezes vista como deveras teórica e pouco dinâmica. Constatou-se que há
correlação entre as competências gerais da BNCC para a referida área e os propósitos das
metodologias ativas, sendo assim urgente um maior aprofundamento de estudo e análise
sobre o tema por parte de professores, gestores e profissionais da educação em geral.
Palavras-chave: Metodologias ativas, autonomia, ensino dinâmico.
Abstract The main objective of this article is to discuss how active methodologies, so
necessary to contemporary educational reality, can contribute to the dynamization of teaching
in the area of Human and Social Sciences in the stage of High School in Basic Education. For
this, it is proposed to define and problematize the use of active methodologies; to present how
the area of Human Sciences is understood by the National Common Curricular Base (BNCC-
2017) and to analyze the purposes of Secondary Education according to the Law of Guidelines
and Bases of National Education. Finally, it is intended to discuss how an adequate
methodology, which provides autonomy and critical attitude of the student in the current
context, can contribute to a greater dynamization of teaching in the area of Human and Social
Sciences, often seen as very theoretical and not very dynamic. It was found that there is a
correlation between the general competences of the BNCC and the purposes of the active
methodologies, therefore it is urgent to further study and analyze the theme on the part of
teachers, managers and education professionals in general.
Keywords: Active methodologies, autonomy, dynamic teaching.
56 Doutora e Mestre em Sociologia Política pela Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy
Ribeiro (UENF); especialista em História do Brasil pelo Centro Universitário São José de Itaperuna;
graduada em História pelas Faculdades Integradas Padre Humberto - Itaperuna. É Professora da rede
FAETEC-RJ e docente da UniRedentor, em Itaperuna.
57 Pós-graduado em Direito Administrativo pela Universidade Cândido Mendes - UCAM (2020); Pós-
graduado em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela Universidade Cândido Mendes -
UCAM (2019); Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim - FDCI (2014).
Resumen El objetivo principal de este artículo es discutir cómo las metodologías activas, tan
necesarias para la realidad educativa contemporánea, pueden contribuir a la dinamización de
la docencia en el área de Ciencias Humanas y Sociales en la etapa de Bachillerato en
Educación Básica. Para ello, se propone definir y problematizar el uso de metodologías
activas; presentar cómo el área de Ciencias Humanas es entendida por la Base Curricular
Común Nacional (BNCC-2018) y analizar los propósitos de la Educación Secundaria de
acuerdo a la Ley de Lineamientos y Bases de la Educación Nacional. Finalmente, se pretende
discutir cómo una metodología adecuada, que proporcione autonomía y actitud crítica del
alumno en el contexto actual, puede contribuir a una mayor dinamización de la docencia en el
área de las Ciencias Humanas y Sociales, muchas veces vista como muy teórica y poco
dinámica. Se encontró que existe una correlación entre las competencias generales del BNCC
y los propósitos de las metodologías activas, por lo que es urgente profundizar en el estudio
y análisis del tema por parte de docentes, directivos y profesionales de la educación en
general.
Palabras clave: Metodologías activas, autonomía, enseñanza dinámica.
Introdução
Metodologia, do latim methodus, possui o sentido de “maneira ou caminho para
se realizar algo”. No campo científico, é essencial compreender que a escolha de uma
metodologia necessita sempre estar atrelada a uma reflexão, pois há readaptações
constantes pelo próprio caráter mutável da ciência: não há um ponto final, mas um
repensar que possibilita o surgimento de novos saberes.
A educação do século XXI não pode ser comparada ao século XX ou aos
anteriores: a velocidade das informações, o processo globalizacional, as tecnologias
digitais, o professor mediador em detrimento do “professor palestrante” são marcas
do nosso tempo, muitas delas inéditas. Porém, dentre essas marcas há que se
destacar um fator de grande mudança neste novo panorama: o aluno. De uma
concepção tradicional de educação, em que o mesmo possuía uma postura passiva e
era visto como receptor do conhecimento, surge o aluno ativo, questionador, crítico e
de posse de inúmeras informações a distância de um simples toque digital. Porém,
para que isto se efetive, é preciso que o professor utilize corretamente as
metodologias de ensino.
Se a metodologia é um caminho para se chegar a algum lugar, é preciso pensar
inicialmente onde se quer chegar, para que metodologias sejam congruentes com os
objetivos educacionais propostos, pois não se deve separar “o que fazer” do “como
fazer”. Os profissionais da educação necessitam, portanto, preocupar-se com
metodologias que possam dinamizar o ensino, e, ao assim fazê-lo, proporcionarão a
si próprios uma profunda reflexão de sua prática. Conforme pontua Freire (2006), a
educação é um ato dialógico que possibilita professores a aprender como alunos a
ensinar.
O presente artigo tem como objetivo geral discutir como as metodologias ativas,
tão necessárias à realidade educacional contemporânea, podem contribuir para a
dinamização do ensino da área de Ciências Humanas e Sociais na etapa do Ensino
Médio na Educação Básica. Optou-se por delimitar a análise para as Ciências
Humanas e Sociais por ser este um campo muitas vezes considerado pouco dinâmico.
A figura de um professor, seja de História, Geografia, Sociologia ou Filosofia, que
somente expõe o conteúdo através de leituras de textos, permanece no imaginário de
muitos alunos que, de antemão, podem considerar a área das humanidades cansativa
e que pouco lhes desperta interesse, além de apartados de sua própria realidade.
A segunda delimitação do tema deu-se pela análise do Ensino Médio, última
etapa da Educação Básica. Nessa fase, os já adolescentes passam por
transformações cognitivas importantes que lhes permitem obter uma visão mais
aprofundada dos fundamentos científico-tecnológicos que rodeiam sua realidade. As
transformações sociais, políticas e econômicas são mais perceptíveis criticamente
nessa fase, se comparada ao Ensino Fundamental.
Levando em consideração a importância das metodologias ativas de
aprendizagem no contexto atual, as finalidades do Ensino Médio de acordo com a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e as competências
gerais e a área de Ciências Humanas e Sociais na Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2017), o artigo parte da seguinte questão-problema: como as metodologias
ativas podem dinamizar o ensino das Ciências Humanas e Sociais na etapa do Ensino
Médio?
O trabalho justifica-se cientificamente por buscar relacionar temas
imprescindíveis à prática pedagógica, de docentes a gestores educacionais.
Metodologicamente foi realizado um estudo bibliográfico sobre autores que se
debruçam sobre o tema, com ênfase para as metodologias ativas, ainda que alguns
deles não tenham especificamente usado o termo: Paulo Freire (2006), John Dewey
(1973), Bacich (2017); Horn e Staker (2015), Moran (2014), Bes et al. (2019) entre
outros. Além da revisão bibliográfica, foi realizada posterior análise de legislações
educacionais pertinentes, da LDB 9394/1996 à BNCC – etapa Ensino Médio (2017).
A educação passou muito rapidamente de uma realidade das certezas, com
seus métodos tradicionais e professores autoritários, para a sociedade da informação,
da era pós-moderna e o tempo das dúvidas. Se pretendemos transformar a realidade
atual através da educação, é preciso colocar o aluno ao centro, tendo como grandes
aliadas as metodologias ativas de aprendizagem.
O modelo de ensino híbrido pode ser dividido em quatro tipos: Rotação, Flex,
A La Carte e Virtual Aprimorado, conforme se pode observar no esquema a seguir
proposto por Horn e Staker (2015):
De uma forma geral, seja por questionar o que é postado em redes sociais ou
nas mídias, seja pelo uso das tecnologias digitais, a BNCC entende que o espírito
crítico nos alunos do Ensino Médio é crucial para lidar com diferentes situações e
realidades. Se metodologia visa responder “como fazer”, é preciso pensar em
metodologias que possibilitem ao aluno instrumentos para sua própria reflexão, pois
ao pensar por si próprio o aluno estará desenvolvendo habilidades cruciais para sua
emancipação política e social ao final dos três anos do Ensino Médio.
Gadotti expressa o que anos mais tarde a BNCC destacaria como “educação
integral”, conforme exposto no primeiro tópico do presente trabalho. Essa “sociedade
aprendente” que nos rodeia, ao mesmo tempo em que proporciona autonomia,
também aumenta a responsabilidade dos professores, pois serão eles que mediarão
o conhecimento para o aluno, que irão guiá-lo, conduzi-lo, e não oferecer respostas
prontas com conteúdos preestabelecidos. Portanto, um professor que use
erroneamente a metodologia ativa de aprendizagem pode inclusive causar maior
ansiedade no aluno, pois este pode pensar que não é capaz de produzir conhecimento
de forma autônoma e crítica. Por sua vez, se aplicada corretamente, a metodologia
ativa pode ser um instrumento de desenvolvimento cognitivo e autônomo que liberta
tanto alunos quanto professores.
Nas Ciências Humanas e Sociais especificamente, as metodologias ativas
podem ser aplicadas em cada uma das disciplinas que compõem a área. A seguir
vamos ver duas aplicabilidades possíveis: na aula de História e na de Sociologia,
ambas no Ensino Médio.
No ensino de História, tomemos como exemplo o 1º ano do Ensino Médio, no
componente curricular Grécia Antiga. Sabe-se que a Grécia simboliza o berço da
civilização ocidental e da democracia. Na competência específica número seis das
Ciências Humanas e Sociais aplicadas da BNCC tem-se como objetivo:
Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e
qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade (BRASIL, 2017,
p. 549).
são independentes e complementares, e por este motivo cada grupo deverá deliberar
e discutir entre si para somente então apresentar suas considerações para a turma. A
proposta é oferecer uma reflexão sobre um tema que se iniciou no passado, mas
continua nos dias atuais, ainda que de forma diferenciada. Após a apresentação dos
grupos o professor iniciará a mediação do conhecimento, fazendo perguntas sobre
que reflexões os alunos tiveram das apresentações trocadas e sobre o próprio tema.
O segundo exemplo de aplicabilidade de metodologia ativa na área das
Ciências Humanas e Sociais é na aula de Sociologia. A competência específica de
número 2 afirma:
Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas
à proposição de soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional
e global (BRASIL, 2017, p. 549).
Eis uma competência que pode ser trabalhada de diversas formas, sob diversos
prismas: o consumismo e a responsabilidade socioambiental. Com o processo
globalizacional é possível que cada aluno pesquise o que e como diferentes países
consomem e se utilizam de seus recursos naturais, que pode ser de forma
responsável e integrada a uma consciência global ou somente extrativista,
prejudicando o meio ambiente. Como metodologia ativa o professor pode propor o
modelo A La Carte, pois assim cada aluno poderá organizar seu próprio roteiro de
aprendizagem e pedir auxílio do professor, que estará disponível on-line.
Como o consumo e a responsabilidade ambiental são temas que podem ser
abordados levando-se em conta diferentes países, contextos e realidades, a
metodologia A La Carte permite que haja maior possibilidade de escolha para os
alunos que poderão ser autônomos e posteriormente dividir com os colegas suas
pesquisas e impressões.
Ao se utilizar de metodologias ativas de aprendizagem nas Ciências Humanas
e Sociais o professor contribui para uma maior dinamização do ensino, levando os
alunos a compreenderem que assuntos pertinentes à sua vida, ao seu meio social e
à sua realidade são os próprios conteúdos trabalhados, não havendo uma separação
radical entre teoria e prática. A dinamização do ensino através das metodologias
ativas permite ao aluno interessar-se cada vez mais pelo saber.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
BACICH, Lilian. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora. Porto Alegre:
Grupo A, 2017.
BES, Pablo et al. Metodologias para aprendizagem ativa. Porto Alegre: Grupo A, 2019.
GADOTTI, Moacir. Reinventando Paulo Freire na escola do século 21. In: TORRES,
Carlos Alberto (org.). Reinventando Paulo Freire no século 21. São Paulo: Editora
e Livraria Instituto Paulo Freire, 2008. Série Unifreire, p. 91-107.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 5. ed.
Campinas: Papirus, 2014.