livro: Seis estudos de Psicologia de Jean Piaget, feita com o intuito de cumprir as exigências da disciplina de Psicologia da Aprendizagem, ministrada pela professora Ana Paula. Curso de Pedagogia.
Bacabal – MA 2021 Os seis estudos de psicologia – Jean Piaget
É importante mencionar que, o livro fala sobre os seis estágios (períodos
do desenvolvimento) que marcam o aparecimento das estruturas mentais na criança. Cada estágio é definido pela aparição de novas estruturas, que o distingue dos estágios anteriores. O desenvolvimento mental começa quando o indivíduo nasce e termina na fase adulta. O psíquico do ser humano está em constante evolução. No primeiro tópico, “O recém-nascido e o lactante”, Piaget fala sobre os três primeiros estágios, formado no período da amamentação até por volta de um ano e meio a dois anos, ou seja, anterior ao desenvolvimento da linguagem e pensamento. São eles: 1º. O estágio dos reflexos, ou mecanismos hereditários, primeiras tendências instintivas e das primeiras emoções. Nesse estágio, a inteligência do recém- nascido é vista somente nos reflexos e sensoriais, por exemplo: o reflexo da sucção. 2°. O estágio dos primeiros hábitos motores e das primeiras percepções organizadas, além dos sentimentos diferenciados. Aqui, os reflexos vão se tornando mais complexos, as percepções vão sendo organizadas, por exemplo: a criança já tem capacidade de seguir um objeto, pelo olhar, através de movimento ou barulho. 3°. O estágio da inteligência senso-motora ou prática (anterior a linguagem), das regulações afetivas elementares e das primeiras fixações exteriores da afetividade. Por fim, é desenvolvida a inteligência prática, na qual a criança passa a manipular objetos. Por exemplo, quando o bebê pega algo para tentar alcançar um outro objeto que está distante. Os três primeiros estágios citados tratam-se de uma inteligência senso- motora, à medida que os estágios vão passando (idade da criança, ela passa a melhorar suas habilidades motoras e de percepção. Construções de categoria do objeto, do espaço, da causalidade e do tempo são os quatros processos fundamentais que caracterizam a revolução intelectual da criança até os dois anos de idade. Além disso, o autor menciona que o bebê, enquanto está no processo de amamentação, não possui a noção do objeto permanente, ou seja, quando um objeto sai do campo de visão dele, é como se o objeto sumisse para sempre. Apenas por volta do fim do primeiro ano de vida que a criança vai à procura do objeto que saiu do seu campo de visão. No segundo tópico “A primeira infância: de dois a sete anos”, o autor comenta que aspecto afetivo e o intelectual vão mudando com o aparecimento da linguagem. A criança torna-se capaz de restaurar suas ações passadas e futuras pela representação verbal. A partir disso, resultam três consequências essenciais para o desenvolvimento mental, são elas: 1- Uma possível troca entre os indivíduos, ou seja, o início da socialização da ação; 2- Uma interiorização da palavra, isto é, a aparição do pensamento; 3- Uma interiorização da ação que, antes era puramente perceptiva e motora, a partir daí pode se reconstituir no plano intuitivo das imagens e das “experiências mentais”. Essas consequências são seguidas por uma série de transformações paralelas, desenvolvimento de sentimentos interindividuais, esses sentimentos são construídos com a cooperação do outro (simpatias e antipatias, respeito, etc.) e de uma afetividade interior organizando-se de maneira mais estável do que no processo dos primeiros estágios. Além disso, a escolaridade começa na vida da criança, o que traz uma mudança social importante e causa um desenvolvimento social significativo. Ademais, o livro fala que, embora entre as idades de três a sete anos, a criança amplie amplamente seu vocabulário, elas ainda são guiadas por um “pensamento egocêntrico”, ou seja a criança pensará de acordo com suas experiências individuais. Falar na terceira pessoa é muito comum neste estágio, visto que, as crianças ainda não compreendem completamente o conceito de “eu” que os separa do resto do mundo. A próxima etapa da teoria de Jean Piaget é sobre “A infância de sete a dozes anos”, na qual as crianças começam a usar o pensamento lógico, mas apenas em situações concretas. É nesta fase que a criança será capaz de fazer tarefas mais difíceis e complexas que requerem lógica, como problemas de matemática. Todavia, enquanto a capacidade da criança de usar o pensamento lógico avança, sua lógica pode ter certas limitações durante este período: o “aqui e agora” sempre será fácil. Os filhos nessa idade ainda não usarão o pensamento abstrato. Em outras palavras, eles serão capazes de aplicar seus conhecimentos a um assunto que eles não conhecem, mas ainda é difícil nessa idade. Piaget considerou o estágio concreto um grande ponto de inflexão no desenvolvimento cognitivo da criança, posto que, marca o início do pensamento lógico ou operacional. A criança agora é madura o suficiente para usar o pensamento ou as operações lógicas, mas só pode aplicar lógica a objetos físicos. Ele estabeleceu uma série de operações pertinentes ao estágio concreto. Por fim, no último tópico Jean Piaget diz que a adolescência é a fase que separa a infância da idade adulta, ele a chama de crise passageira e afirma que devido à maturação do instinto sexual a adolescência é marcada por desequilíbrios momentâneos. O adolescente é um indivíduo que constrói sistemas e “teorias”. Piaget defende que é por volta dos onze a doze anos que se efetua uma transformação fundamental no pensamento da criança. As operações lógicas começam a ser transpostas do plano da manipulação concreta para o das ideias expressas em linguagem qualquer, mas sem o apoio da percepção, da experiência, nem mesmo da crença. Uma das novidades essenciais que opõem a adolescência à infância, de acordo com ele, é a livre atividade da reflexão espontânea. O Adolescente demonstra um egocentrismo intelectual, se acha bastante forte para reconstruir o Universo e suficientemente grande para incorporá-lo. Em seguida, o autor comenta que a vida afetiva do adolescente se afirma através de duas conquistas: da personalidade e de sua inserção na sociedade adulta. A personalidade começa no fim da infância com a organização autônoma das regras, dos valores e a afirmação da vontade, com a regularização e hierarquização moral das tendências. O adolescente, pela formação de sua personalidade, coloca-se em igualdade com os mais velhos, mas sentindo-se outro, pela sua nova vida, tenta ultrapassá-los e espantá-los, transformando o mundo. No seu interior há uma oscilação entre sentimentos generosos, projetos altruístas e fervor místico, inquietante megalomania e egocentrismo consciente. No geral, o adolescente pretende inserir-se na sociedade dos adultos por meio de projetos, de programa de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos de reformas políticas ou sociais. A verdadeira adaptação a sociedade vai-se fazer automaticamente, quando o adolescente, de reformador, transformar-se em realizador. Jean Piaget consegue, em seu livro, de uma forma magistral, expor com facilidade a definição de linguagem e pensamento do ponto de vista genético e de como a criança constrói seus modelos de equilíbrio, assimilação e imaginação. Para quem quer adentrar a fundo na área de psicologia pedagógica, este livro é um auxílio indispensável para entender como funciona a construção do saber de uma criança. O livro começa falando do desenvolvimento da criança elencados por estágios: das primeiras emoções, à organização dos primeiros sentimentos e regulações afetivas - o período da amamentação. Descreve a introdução da inteligência intuitiva, o começo da lógica até chegar na formação da personalidade. Cada estágio tem sua adaptação que difere dos outros. Após ler esse livro, você terá outros olhos para enxergar crianças.