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Alécio de Andrade Souza
Orientador: Raphael Cloux
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Mastella et al. (2014) afirma que a teoria de Piaget não pode ser concebida
somente como uma teoria do desenvolvimento mas também como uma teoria da
aprendizagem, uma vez que não há aprendizagem sem desenvolvimento. As forças
que moldam a aprendizagem seriam, para a autora, Maturação, experiência ativa,
equilibração e interação social.
As autoras contam como a obra do pensador suíço foi difundida pelo mundo
e como afetam a educação de uma forma geral. Dizem que muitos pesquisadores,
em seus trabalhos específicos se referenciam na obra de Piaget, que trata de temas
diversos, mas com a finalidade de debater a construção do conhecimento. Dentre os
autores citados pelas autoras Emília Ferreiro estudou os processos de aquisição da
linguagem escrita pelas crianças, sob a orientação de Piaget, em Genebra. Seu
trabalho questiona a relação entre o real e a representação, e concluem que a
escrita não é apenas cópia de um modelo, mas sim um processo de construção por
parte da criança, o que corrobora com os processos de construção descritos por
Piaget (SANCHIS E MAHFOUD, 2010). Outro pesquisador que seguiu a linha
piagetiana foi o psicólogo norte-americano Lawrence Kohlberg, que pesquisou o
desenvolvimento moral da criança e do adolescente. Para ele, o desenvolvimento
moral se dá em termos de estágios hierarquizados que podem ser agrupados em
três grandes níveis: o chamado de pré-convencional, o convencional e o pós-
convencional. No primeiro as regras são interpretadas de acordo com as
consequências das próprias condutas e do poder físico das figuras de autoridade.
No segundo nível as normas já não dependem de consequências imediatas, sendo
justificadas pela manutenção das expectativas dos grupos sociais nos quais se está
inserido e no terceiro nível, as regras são aceitas, mas com aceitação baseada em
princípios morais mais gerais (SANCHIS E MAHFOUD, 2010).
No Brasil, as ideias de Piaget foram representadas inicialmente pela Escola
Nova, que embora um movimento mundial, chegou cronologicamente atrasada ao
Brasil e se deparou com problemas como o analfabetismo. Ao contrário dos outros
países, no Brasil iniciou-se o escola novismo nas escolas públicas e posteriormente
nas escolas experimentais e jardins da infância de iniciativa privada
(VASCONCELOS, 1996). De acordo com Vasconcelos (1996), os educadores do
século XX reivindicavam uma escola que fosse renovada e correspondesse às
estratégias de reconstrução social a partir da educação.
Ainda no Brasil, Sanchis e Mahfouz (2010) citam Lauro de Oliveira Lima e
Fernando Becker, que construíram linhas pedagógicas baseados na teoria
piagetiana. O primeiro fundou um centro educacional construtivista no Rio de
Janeiro e ainda escreveu sobre o desenvolvimento da inteligência na teoria
piagetiana.
A tendência geral do processo biológico (compreendendo-se como
formas adaptativas do processo biológico os fenômenos psicológicos
e sociológicos) é a reprodução (...). Como o real está em
permanente reorganização, a simples reprodução seria letal para o
processo vital (...). Daí o mecanismo de reequilibração majorante
(...), pela qual a vida, por reequilibração, supera as agressões do
meio, produzindo a evolução (e, em termos microssociológicos, o
desenvolvimento da criança) (LIMA apud SANCHIS e MAHFOUD,
2010, p. 24).
3 CONCLUSÃO