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DESENVOLVIMENTO
E ENVELHECIMENTO
HUMANO
Introdução
O desenvolvimento humano é pautado por um conjunto de características
que sofrem modificações ao longo do tempo e que podem ser agrupa-
das nos âmbitos cognitivo, psicossocial e físico. Portanto, acompanhar
as alterações cognitivas significa acompanhar a evolução de aspectos
relacionados à aquisição do conhecimento, sob à luz da evolução do pen-
samento. As mudanças de comportamento na sociedade correspondem
ao modo como uma criança na fase escolar enxerga as pessoas ao seu
redor, como ela se insere nesse meio e, o mais importante, como esta-
belece e assume as relações com seus pares. Por fim, o desenvolvimento
físico garante o suporte necessário para a materialização do ser humano.
Como o indivíduo não é formado por características de apenas um âmbito
(cognitivo, psicossocial ou físico), a ciência do desenvolvimento humano
deve sempre integrar todas elas, dentro de cada etapa.
2 Terceira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial
Potencialidade de
conhecimento ou
ZDP
Conhecimento
adquirido
Facilitador
https://goo.gl/UfYHnx
etária como ponto de corte, você pode observar que a “marca” feminina
ocorre, comumente, no final da terceira infância, e a “marca” masculina
ocorre, geralmente, no início da adolescência. Por isso, é natural dizer que as
meninas amadurecem mais rápido que os meninos, pois essa relação é feita
pela maturação hormonal-biológica.
O desenvolvimento físico pode ser acompanhado de diversas formas,
primeiramente em dimensões do corpo, como massa corporal e estatura.
Além disso, pode ser observado através de parâmetros ou valências físicas. Em
relação à massa corporal e estatura, o Quadro 1 apresenta valores normativos
referente à terceira idade e ao sexo.
https://goo.gl/HtjwqS
Material ou teste
Valência Dimensão
necessário
IMC Saúde
(Continua)
Terceira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 11
(Continuação)
Material ou teste
Valência Dimensão
necessário
parte do dia com seus pares (amigos e colegas), além dos professores e fun-
cionários da escola. Assim, o papel da escola torna-se primordial, e muito
tem-se discutido sobre isso.
Para alguns pais, a escola tem o papel único e exclusivo de educar a criança,
e, por isso, delegam a ela toda a responsabilidade da educação. Como conse-
quência, a instituição fica sobrecarregada para lidar com o desenvolvimento
cognitivo, psicossocial e físico da criança e não consegue absorver, gerenciar
e aplicar a responsabilidade que determinadas famílias e sociedade estão
impondo a ela. É claro que a criança vai passar parte do dia na escola, mas e
no restante do tempo, quem educa? E os finais de semana? E os feriados? Em
um contexto de 5 horas diárias, a criança passará 25 horas por semana nas
dependências da escola. Pois vejamos: 24 horas do dia menos 9 a 10 horas
(média) de sono totalizam 14 a 15 horas úteis no dia. Extrapolando para a
semana, são 98 a 105 horas úteis por semana. A criança passa 25 horas na
escola por semana, o que corresponde a 24 a 25% do tempo semanal. Portanto,
a família não pode delegar todo o desenvolvimento da criança para a escola.
Considerando essa reflexão, o papel da família torna-se fundamental para,
juntamente com a escola, oportunizar o desenvolvimento das crianças.
Obviamente, a escola é um importante meio social em que a criança na
terceira infância está inserida. Se buscar as teorias de Piaget, Vigostky e
Wallon, você verá que todas elas concordam com o fato de que a escola é o
ambiente “perfeito” para o impulso do desenvolvimento cognitivo, psicosso-
cial e físico da criança. O maior problema, no entanto, é a extrapolação da
responsabilidade sobre a instituição escolar.
Atualmente, a escola vem se reinventando e tornando-se um ambiente
em que o aluno é o protagonista ou agente ativo. Assim, os temas propostos
devem levar ao pensamento crítico, e não somente ensinar matérias soltas
e desconexas. Esse contexto foi muito fortemente influenciado por Piaget,
Vigostky e Wallon, exaltando o caráter social, emotivo, sentimental com
desafios tangíveis em cada faixa etária.
O papel da família na educação é tão presente que está destacado nos
dois primeiros artigos da Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9.394/96): “Art. 1º
— A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.” e “A educação, dever da família e do Estado, ins-
pirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996).
14 Terceira infância: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial
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