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A formação social da mente

 O domínio sobre a memória e o pensamento


Neste 3º capítulo do livro, o autor discorre sobre o papel dos signos dentro da
memória e pensamento, realizando um estudo com testes em pessoas com
idade entre 5 a 27 anos, porém sendo mais focado em crianças.
Primeiramente, há dois tipos de memória que estão presentes desde os
primeiros estágios do desenvolvimento social, podendo ter os signos
incorporados na memória. Os signos são estímulos artificiais que agem sobre o
indivíduo, podendo gerar um novo tipo de comportamento (resposta do
estímulo).
O primeiro teste realizado envolvia crianças que possuíam o papel de
responder perguntas com algumas regras, depois os signos foram introduzidos
nas perguntas, que no caso eram cartões que poderiam ajudar a criança a
responder as perguntas cumprindo as regras. Com os resultados podemos
concluir que, indivíduos do primeiro estágio (pré-escolar) não possuíam a
capacidade de utilizar os cartões de forma que as beneficiassem, assim tendo
dificuldades para a realização das tarefas. No segundo estágio percebemos
que houve um aumento no índice de sucesso de resposta das perguntas
utilizando os cartões como estímulo externo. E no terceiro estágio (adultos),
ocorre a internalização, que é a mudança do uso do estímulo externo para o
estímulo interno como meio de memorização.
O estímulo interno que resulta no ato de memorização ainda é difícil para
crianças, como por exemplo mostra um teste realizado em que mostravam
figuras para as crianças com objetivo das mesmas memorizarem o objeto
representado na figura e as crianças tinham dificuldade e até estranhavam este
processo.
A memória entre crianças mais novas e adolescentes há uma grande diferença,
já que crianças mais novas o ato de pensar se baseia nas lembranças, e em
adolescentes o ato de lembrar significa pensar.

 Interação entre aprendizado e desenvolvimento


Este capítulo do livro aborda sobre a relação existente entre o aprendizado e o
desenvolvimento principalmente em crianças. Sobre as crianças, há 3 posições
teóricas sobre o assunto:
-A primeira posição diz que os processos de desenvolvimento são
independentes do aprendizado, ou seja, o desenvolvimento procede o
aprendizado.
-A segunda posição diz que aprendizado é desenvolvimento, ou seja, o
aprendizado e o desenvolvimento ocorrem simultaneamente.
-A terceira posição é um “meio-termo” entre a primeira e a segunda posição
teórica que são extremos, assim sendo uma combinação entre elas.
O autor afirma que rejeita as 3 posições teóricas citadas acima, porém servem
como ponto de partida para uma visão mais adequada da relação entre o
aprendizado e desenvolvimento. Podemos iniciar essa discussão afirmando
que, o aprendizado infantil começa antes mesmo da entrada na escola, já que
é muito comum uma criança que está estudando sobre um assunto na escola
já ter uma certa experiência envolvendo, mesmo indiretamente, o tal assunto.
Assim, podemos dizer que o aprendizado e desenvolvimento estão interligados
desde o estágio mais primitivo da criança.
Há um fato que diz que o aprendizado deve ser combinado de alguma forma
com o nível de desenvolvimento infantil, ou seja, diz que a criança deve
aprender algo de acordo com o seu desenvolvimento. Com isso tiveram que
determinar níveis de desenvolvimento, que são
-nível de desenvolvimento real: é o nível de desenvolvimento que define
funções já amadurecidas, ou seja, funções em que a criança consegue realizar
sozinha.
-nível de desenvolvimento proximal: é o nível de desenvolvimento que define
funções ainda não amadurecidas, ou seja, funções em que a criança ainda não
consegue fazer sozinha, porém estão em fase de maturação.
Usando esses dois níveis de desenvolvimento, podemos visualizar funções que
já foram amadurecidas e funções que ainda estão em processo de maturação
nas crianças.
Para concluir este capítulo, o autor finaliza afirmando que o aprendizado e o
desenvolvimento estão relacionados, porém nunca simultaneamente.

Vygotsky: pensamento e linguagem


 A teoria de Piaget sobre a linguagem e o
pensamento das crianças
Jean Piaget foi um dos mais importantes pensadores do século XX, que
revolucionou o estudo da área de pensamento e linguagem das crianças,
focando nas características distintivas do pensamento das mesmas.
Piaget desenvolveu um método clínico que foi de grande importância no estudo
dos complexos do pensamento infantil nas suas mudanças genéticas.
Sobre as características, Piaget diz que o egocentrismo do pensamento infantil
é o elo que liga todas as características específicas da lógica infantil. Esse
egocentrismo está entre o pensamento autístico e o pensamento orientado. O
pensamento autístico é individualista e se baseia em objetivos e problemas
ausentes na consciência, ou seja, é subconsciente. Já o pensamento orientado
é social e consciente, ou seja, é presente na realidade. Então, segundo Piaget,
o pensamento infantil é originalmente austístico e por pressão social, com o
tempo se torna realista, tendo o pensamento egocêntrico como elo entre si. É
por volta dos 7 ou 8 anos que o pensamento vai se tornando mais social,
porém os traços egocêntricos somem apenas nas operações sensoriais da
criança, continuando presente no pensamento verbal.
Piaget após testes pôde concluir que na fala egocêntrica da criança, a mesma
fala apenas de si mesma sem esperar resposta, já na fala socializada a criança
fala se importando com outro, como por exemplo pedindo ou perguntando algo.
Para o autor, a trajetória correta seria primeiramente o desenvolvimento do
pensamento social e mais tarde ir para o pensamento individual. Além de que,
a fala egocêntrica ou social da criança depende da idade e também das
condições ambientes.

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