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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE PAULISTA

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Silvia Helena de Oliveira

Desenvolvimento da Terceira Infância: Aspectos físicos,


cognitivos e psicossociais.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
Silvia Helena de Oliveira

A terceira Infância e seu Desenvolvimento.

Plano de estágio apresentado como requisito


parcial para a disciplina Psicologia do
Desenvolvimento I - Graduação em
Psicologia, Centro Universitário Norte do
Paulista– UNORP.

Orientadora: Prof.ª Ms. Jessica Ferreira.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
1 INTRODUÇÃO

Conforme O Desenvolvimento Humano (p, 316), a terceira infância ocorre


dos 6 ou 7 anos aos 11 ou 12 anos do desenvolvimento infantil, a variações
conforme cada escritos e estudiosos desse assunto.

De acordo com Piaget (1971), a terceira infância ocorre dos 7 aos 12 anos
do desenvolvimento infantil, ele denomina como Estágio de Operações Concretas,
está relacionado aproximadamente com o 1º ao 6º ano do ensino fundamental.
Piaget ainda nos coloca pontos importantes para a educação da criança, como o
fato delas não pensarem como os adultos e constroem o próprio aprendizado,
(PIAGET, 1896 a 1980).

Essa fase é denominada de latência (oculta), ocorre por volta dos 6 anos
aos 11 anos, a criança aqui está voltada para novas habilidades e novos
conhecimentos e não para a libido sexual em si, (FREUD, 1921).

Conforme Erik Erikson (1970), ele não clássica idade exata, porem diz que
se inicia na idade escolar até o início da adolescência, denominou essa fase como
inventabilidade versus inferioridade, a criança não admite o fracasso, e busca
novas habilidades nos seus pares e não mais nos familiares, (ERIKSON, 1963,
1980).

Segundo o livro O Desenvolvimento Humano, (12ª edição, p, 326), na fase


operatória-concreta, a criança começa a pensar por si própria, porem de forma
limitada ainda, tem conceitos de ralações espaciais e causalidade, categorização,
inferência transitiva, inclusão de classe, raciocínio indutivo e dedutivo,
conservação, números e matemática.

Conforme Vygotsky (1930),  Piaget deu muita importância aos processos


individuais e internos de aquisição do aprendizado. Na visão do pensador bielo-
russo Lev Vygotsky (1896-1934), o aprendizado se dá pela influência ativa do
meio social, que Piaget tendia a considerar apenas uma interferência na
construção do conhecimento, (VYGOTSKY, 1896, 1934).
Indo além nas teses de Vygotsky, nota-se que para ele não se nasce com as
características humanas, nem são resultados das pressões do meio externo, ele diz
que são resultados das relações homem e sociedade. Sendo assim a criança nasce
com funções psicológicas elementares e como o aprendizado da cultura essas
funções transformam-se em funções psicológicas superiores, como o controle
consciente do comportamento, ação intencional e a liberdade em relação às
características do momento e do espaço presente, (VYGOTSKY, 1896, 1934).

No desenvolvimento físico, nota-se que as habilidades motoras continuam


a melhorar, mas houve grandes mudanças de hábitos de atividades infantis no
inicio de 1980, (JUSTE, ONO e STANFFORD, 2004).

Conforme a revista, AAP Committee on Sports medicine and Fitnes,


(1992), exercícios físicos são de extrema importância para um bom
desenvolvimento, é importante para a saúde física e motora, o sono, controle de
peso, etc. O sono insuficiente afeta crianças de várias nacionalidades de forma
igual, o sono é de grande importância pois ajuda em melhores resultados do
desenvolvimento.

Conforme Anso e Casey, no desenvolvimento cerebral, o cérebro


determina tarefas conforme uma sintonia fixa das conexões cerebrais. Esse
processo aumenta a velocidade e eficácia do desenvolvimento, (ANSO e CASEY,
2006).

Já para Piaget (1970), a criança passa do pensamento rígido e ilógico para


o flexível e lógico, isso irá depender do desenvolvimento neurológico das
experiências do dia a dia, (STAUDER; MOLENAR E VON DER MOLEN,
1993).

Conforme Piaget (1977), nos coloca que toda moral consiste num sistema
de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o
indivíduo adquire por estas regras. A criança já possui conhecimento sobre a
moral, mas ainda são egocêntricas, que será superada mais tarde, tais sentimentos
diminuem, enquanto a memória e as habilidades de linguagem aumentam,
(PIAGET, J. 1977).
No estágio moral da terceira infância, há uma crescente flexibilidade,
conforme a criança interage com mais pessoas, mais amplo é o ponto de vista
delas, tem senso de justiça e sabe conversar sobre o assunto, fazem julgamentos
morais mais sutis, (PIAGET, 1977 e INHELDER, 1969).

Conforme Ellis (1996), a autoimagem desenvolve-se, afetando assim a


autoestima e os amigos assumem importância fundamental, é aqui que pode haver
um possível desvio, podendo até mesmo manifestar transtornos com um grau de
retardo mental, (ELLIS, 1996).

Para Shaffer (2005), podemos ver também o desenvolvimento físico e


cognitivo, assim como o psicossocial como o desenvolvimento da identidade e
família. No quesito físico, nota-se a altura, peso, nutrição, sono, desenvolvimento
cerebral e motor. (SHAFFER, 2005).

OBJETIVOS

Objetivo geral

Observar a fase da terceira infância do desenvolvimento.

Objetivos específicos.

Entender o desenvolvimento infantil.

Observar o processo físico, cognitivo e psicossocial da criança.

Analisar teoria e prática do desenvolvimento infantil.

CONCLUSÃO

Em virtude de todo o processo de observação da fase do desenvolvimento


da terceira infância que ocorre dos 7 aos 12 anos do desenvolvimento infantil,
denominada como Estágio de Operações Concretas por Piaget, onde está
relacionado aproximadamente com o 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Logo
observamos que Piaget nos coloca pontos importantes para a educação da criança,
como o fato delas não pensarem como os adultos e constroem o próprio
aprendizado, essas conclusões foram observadas e confirmadas nesse estágio
acadêmico, com crianças cursando o 5º ano do ensino fundamental, (PIAGET,
1896 a 1980).

Foram observadas um grupo de 5 crianças em ambiente escolar, sendo


cada uma com suas peculiaridades, devido ao protocolo de segurança do COVID,
o recreio ficou comprometido, onde as crianças não podiam correr pelo pátio, e
nem estar compartilhando brincadeiras com os colegas,

Dessa maneira relatamos as observações feitas, com base nas teorias de


Piaget (1971), Vigotsky (1930), Erik Erickon (1970) e outros teóricos como já
citados na introdução acima, ficando da seguinte forma:

A criança “L” com idade de 10 anos, em seu aspecto físico, se encontra no


esperado para sua faixa etária, tendo altura mediana de 1,55, boa coordenação
motora, controle do corpo e membros.

No aspecto cognitivo, tem um pouco de dificuldade com a leitura porem,


mostra ter boa comunicação com seus colegas e professora, trabalha com
associação daquilo que já conhece para citar exemplos, como; os Vikings que
assiste na TV para falar sobre lutas, tem noção de espaço e organização com o
material em sua mesa, tem noção de cálculo matemático e sabe ver as horas
mostrando pensamentos rápidos.

No aspecto Psicossocial, “L”, tem comportamento altruísta, mesmo não


tendo excelente leitura, sempre se oferece para ler em sala, aceita as regras da
escola com bom humor, faz suas atividades sozinho mostrando ter auto conceito,
referiu ter boa comunicação familiar e participação com momentos de leitura com
a mãe, irmã e irmãozinho. “L” sonha em ser chefe de cozinha.

A criança “M” com idade de 10 anos, tem altura e peso compatível com os
outros garotos de sua idade, boa coordenação motora, controle do corpo e
membros.

No aspecto cognitivo, apresenta um quadro preocupante quando se refere


em aprendizagem, não lê, não acompanha a sala de aula, se distrai muito, não
conversa, tenta copiar a lousa, mas desiste logo, se perde com as páginas da
apostila, fica olhando para um ponto fixo por várias vezes durante a aula, brinca
com o lápis, não responde o que lhe é perguntado, por não gostar de falar em
público, gosta de recortar, essa observação foi passada para diretora que irá
encaminhar para a área psicopedagógica da unidade escolar.

Em um treino com a professora:

O Rinoceronte foi a floresta – Ronesote Forata (foi o que escreveu).

No aspecto Psicossocial, “M”, demonstra ter um ego fragilizado, se sente


incapaz, não gosta muito de fazer amigos e sente desconforto peto dos colegas,
aceita bem as regras imposta, tem comportamento independente, não soluciona
problemas, mostra ter um quadro depressivo.

A criança “N”, com idade de 10 anos, em seu aspecto físico feminino, se


encontra um pouco acima do esperado para sua faixa etária, tendo altura de 1,75,
boa coordenação motora, controle do corpo e membros.

No aspecto cognitivo, tem um pouco de dificuldade com a leitura porem,


mostra ter boa comunicação com seus colegas e professora, trabalha com
associação daquilo que já conhece para citar exemplos, como; Noruega e
norueguês, tem noção de espaço e organização com o material em sua mesa, tem
noção de cálculo matemático mesmo não fazendo cálculo muito rápido, mas
mostra ter pensamentos rápidos.

No aspecto Psicossocial, “N”, tem comportamento altruísta, mesmo não


tendo excelente leitura, lê quando solicitada, aceita as regras da escola com bom
humor, faz suas atividades sozinho mostrando ter auto conceito, referiu ter boa
comunicação familiar, é um pouco tímida, mas conversa com os colegas no
intervalo. “N” sonha em ser estilista.

A criança “P” com idade de 10 anos, em seu aspecto físico, se encontra


menos do que o esperado para sua faixa etária, tem boa coordenação motora, pois
trabalha muito bem com a tesoura em suas colagens, controle do corpo e
membros.
No aspecto cognitivo, tem um pouco de dificuldade com a matemática,
tem uma certa lentidão com cálculos, mostra ter boa comunicação com seus
colegas e professora, mas não é de falar muito e senta no fundo da sala,

No aspecto Psicossocial, “P”, tem comportamento altruísta é vaidoso e


cuida bem de sua aparência, aceita as regras da escola com bom humor, mas para
mim reclamou de algumas, faz suas atividades sozinho mostrando ter auto
conceito, referiu ter boa comunicação familiar e participação com momentos de
cozinhar com a mãe e irmãozinho.

A criança “Y” com idade de 10 anos, em seu aspecto físico, se encontra no


esperado para sua faixa etária, boa coordenação motora, controle do corpo e
membros.

No aspecto cognitivo, tem ótima leitura e sempre se oferece para ler,


mostra ter boa comunicação com seus colegas e professora, trabalha em prol da
sala entregando as apostilas e cadernos, tem noção de espaço e organização com o
material em sua mesa, tem boa noção de cálculo matemático, termina seus
exercícios rapidamente e de forma assertiva.

No aspecto Psicossocial, “Y”, tem comportamento altruísta, é vaidosa com


sua aparência e com seu material escolar, gosta de se sentar a frente, aceita as
regras da escola com bom humor, faz suas atividades sozinha mostrando ter auto
conceito, referiu ter boa comunicação familiar, gosta muito de bonecas.

REFERÊNCIAS

PAPALIA, E, DIANE; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento humano. In


A infância dos jogos eletrônicos em crianças da terceira infância, pag. 6, Juiz de
Fora, 2019.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=l6Y5AgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA5&dq=desenvolvimento+da+terc
eira+inf
%C3%A2ncia&ots=7CjPdgKZs1&sig=0rEq833XF_fsP5RoDh5zAo7dpC0#v=on
epage&q=desenvolvimento%20da%20terceira%20inf%C3%A2ncia&f=false.
Acesso em 29 Mai. 2021.
PAPALIA, E, DIANE, FELDMAN; Ruth Duslin, Desenvolvimento humano.
Pag. 216 a 380, 12ª edição New York, 2012.

PIAGET, Psicologia Ciência e Profissão. 2004, 24 (3), 12-23Retrospectiva do


Desenvolvimento Moral em Psicologia um Caminho para o Estudo das Virtudes.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/Nr5XvZvqVpNRgyQQ9Fq3hpc/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em 29 Mai 2021.

VyGOTSKY, L. S (1990), Pensamento e Linguagem. In Processo de produção


psicossocial de conceito: infância, juventude e cultura, pag. 19, Alagoas, 2014.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
7182201400060000&script=sci_artlex&ting=pt. Acesso em 29 Mai. 2021.

VYGOTSKY. A influência da mídia na criança/pré-adolescente e a


educomunicação como mediadora desse contato. AGO/ 2012, Revista e Ped,
FACOS/CNEC Osório Vol-2, Nº1. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/Nr5XvZvqVpNRgyQQ9Fq3hpc/?
format=pdf&lang=pt . Acesso em 29 Mai 2021.

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