LAUDO PSICOLÓGICO

CONFIDENCIAL

IDENTIFICAÇÃO DO PSICÓLOGO
Nome:
Matrícula:
CRP:
CPF:

IDENTIFICAÇÃO DO AVALIADO
Nome: PCB
Sexo: Feminino
Estado civil: Solteira
Escolaridade: Nível Superior
Idade: 36 anos
CPF:
Profissão: Policial Civil.
Data da avaliação:

Finalidade: Avaliação Psicológica para o manuseio e porte de arma de fogo.

Descrição da demanda: Solicitação de avaliação de aptidão psicológica para o porte de

arma de fogo em decorrência do retorno ao trabalho de Policial Civil afastado para
tratamento de saúde em razão de diagnóstico compatível com transtorno mental e
comportamental.

Procedimentos - técnicas utilizadas:

1. Anamnese;
2. Entrevista Psicológica;
3. BPA – Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção. Ed. Vetor, 2013;
4. TEM-R – Teste de Memória de Reconhecimento. Ed. Vetor, 2013;
5. R1 – Teste não Verbal de Inteligência. Ed. Vetor, 2002;
6. ESAVI (Forma A) – Escala de Avaliação da Impulsividade. Ed. Vetor, 2012;
7. EPR – Escala dos Pilares de Resiliência. Ed. Vetor, 2013.
8. Teste Palográfico: teste gráfico-expressivo. Ed. Vetor, 2009;
Análise
Entrevista Psicológica:
A Entrevista Psicológica é uma técnica de investigação científica em Psicologia, que
por meio da função da escuta, observação e inquérito, procura obter dados completos
do comportamento humano (BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevista e grupos. São
Paulo: Martins Fontes, 2003).
Realizou-se entrevista de retorno ao trabalho e acompanhamento após período
de afastamento por diagnóstico de depressão (CID-F32). A policial permaneceu
afastada do trabalho pelo período de aproximadamente dois anos. Durante o período de
afastamento a servidora não respondeu às tentativas de contato para agendamento da
avaliação o somente foi possível quando esta retornou ao trabalho. No retorno foi
indicada a readaptação funcional pelo médico assistente e Perícia Médica, com restrição
para atendimento de vítimas de violência sexual no cartório e atividades operacionais. A
servidora foi acompanhada mensalmente por esta signatária durante toda a vigência da
readaptação, sendo que ao seu término realizou-se a avaliação para o porte de arma, a
fim de verificar sua aptidão ao uso da arma.

Resultados dos Testes de Cognição:

BPA-AC: Médio Inferior (percentil 25). O teste de Atenção Concentrada indicou que
a Avaliada apresenta capacidade de atenção pouco abaixo da média em relação às
pessoas de sua faixa etária, para se focar em um determinado estímulo durante a
execução de uma tarefa.
BPA-AD: Inferior (percentil 10). Os resultados indicaram capacidade abaixo da média
em relação às pessoas de sua faixa etária para dividir a atenção em diversos estímulos
durante a execução de uma tarefa.
BPA-AA: Superior (percentil 90). Os dados demonstraram desempenho acima da
média em relação às pessoas de sua faixa etária, na capacidade em alternar o foco da
atenção de um estímulo a outro durante a execução de uma tarefa.
BPA - Atenção Geral: Médio Inferior. a Avaliada demonstrou capacidade de Atenção
Geral pouco abaixo da média em relação às pessoas de sua faixa etária.
R1: Médio Inferior (percentil 10). O teste indicou capacidade de inteligência pouco
abaixo da média, se comparado às pessoas da amostra normativa, ou seja, consegue
solucionar problemas, relacionar ideias e adquirir novos conhecimentos.
TEM - R: Superior (percentil 90). Este teste se propõe a medir a memória de curto
prazo, ou seja, a capacidade para se lembrar de fatos ocorridos em um intervalo de
tempo bastante pequeno. A avaliada apresentou desempenho acima da média em relação
às pessoas da sua idade para reter informações num curto período de tempo.

Resultados dos Testes de Personalidade:

ESAVI-A: Falta de concentração e de persistência - Extremo Superior: Extrema
dificuldade para lidar com as demandas cotidianas no que se refere a cumprir tarefas
que tenha iniciado, uma vez que se mostra disperso (a) e distraído (a), podendo
comprometer os resultados de tarefas que lhe são confiadas, colocando em risco a
conclusão de seus afazeres. Controle cognitivo - Médio: Tem capacidade para planejar
atividades e tomar decisões em um nível mais prático e corriqueiro, apresentando certo
grau de reflexão antes de se posicionar diante das demandas internas e externas.
Planejamento futuro - Médio: Mostra-se capaz de refletir e projetar suas ações,
baseando-se não apenas nas conseqüências imediatas como também no impacto e
implicações que essas terão para si e para terceiros no futuro. Audácia e temeridade -
Médio: Tende a avaliar os riscos das situações nas quais se envolve no que se refere a si
mesmo e as outras pessoas. Dessa forma, tende a ser mais prudente em suas ações, com
capacidade para responder de forma satisfatória quando lhe são demandadas respostas
imediatas.

EPR:
Pilares mais fortes:
Independência - Muito Alta: É capaz de buscar seus próprios recursos sem,
necessariamente, depender de outras pessoas. Embora goste de ter amigos para fazer
algo, não depende deles para fazê-lo. A classificação muito alta acentua essas
características. Reflexão - Muito Alta: Consegue parar e pensar em soluções para seus
problemas, levando em consideração seus atos e suas consequências, sem tomar
decisões precipitadas. Consegue refletir sobre as razões que levam alguém a agir de
determinado modo. A classificação muito alta acentua essas características. Aceitação
positiva de mudança - Alta: Tem capacidade de se adaptar positivamente diante de
situações adversas que alterem de alguma forma sua rotina, tais como perda de um
emprego, doença que cause alguma sequela, mudança de moradia para outro local ou
para uma residência de menor padrão que o habitual. Reconhece que as mudanças e as
situações difíceis podem oferecer oportunidades de crescimento. Empatia - Alta:
Consegue perceber quando uma pessoa está triste, se está passando por algum problema,
se está nervosa, etc. e é capaz de compreender as razões que a deixaram assim. Valores
positivos - Média: Na maioria das vezes demonstra boas intenções em suas ações e
capacidade média de diferenciar o bem do mal. Valoriza regularmente os bons
princípios e os valores da sociedade.
Pilares mais fragilizados:
Autoeficácia - Baixa: Demonstrou descrédito em relação às próprias capacidades,
sente-se incapaz de trazer soluções para os problemas, pois acredita não ter muitos
recursos cognitivos para isto. Autoconfiança - Muito baixa: Descreveu-se com falta de
iniciativa para resolver seus próprios problemas e desiste facilmente de cumprir uma
tarefa quando a exigência se torna maior, além de não assumir responsabilidades por
acreditar não ser capaz de cumpri-las. Demonstrou muita insegurança tanto na vida
pessoal como profissional. Deixa se abater quando é criticada, pois não é seguro em
relação às suas qualidades. Bom humor - Muito Baixa: Não consegue usar o bom
humor para lidar com os problemas de forma mais leve. Preocupa-se demasiadamente
com os problemas e fica remoendo uma situação desagradável, podendo interferir de
forma negativa em seus relacionamentos, pois é visto como uma pessoa mal humorada.
Controle emocional - Muito baixo: Demonstrou falta de capacidade para controlar as
emoções diante de eventos estressores. Perde facilmente a concentração e fica irritada
pensando nos problemas do dia a dia. Sente-se nervosa quando alguém discorda de seus
pensamentos e quando está com raiva devido a algum problema pessoal, pode ser rude
com pessoas do convívio. Orientação positiva para o futuro - Muito baixa: É
pessimista em relação ao futuro. Eventos negativos tendem a ser um motivo para que
perca a esperança de que dias melhores virão. Não enxerga muito sentido em fazer
esforços no presente para atingir um objetivo por acreditar que não trará bons
resultados. Sociabilidade - Muito baixa: É uma pessoa mais reclusa, que não busca
estabelecer interações com outras pessoas, nem mesmo em caso de necessitar de ajuda.

PALOGRÁFICO:
Com relação à produtividade, ou seja, a capacidade de trabalho que o indivíduo é
capaz de executar, os resultados apontaram desempenho médio com instabilidade no
ritmo de produção, mas adaptação adequada às tarefas rotineiras. Parece apresentar boa
capacidade discriminativa e de pensamento lógico, evidenciando boa qualidade na
realização das atividades, ordem e método (Ordem do Trabalho). No campo social o
teste indicou relacionamento interpessoal equilibrado, com respeito aos limites no
convívio com os outros e deferência para com autoridade (Margem superior normal e
Distância entre as linhas normal), porém, apontou também repressão ou aversão às
necessidades de contato social e afetivo, narcisismo, atitude vigilante, defensiva e de
desconfiança em relação aos contatos afetivos, amorosos ou de demonstração de afeto.
Pode revelar também introversão, fuga de seus próprios sentimentos e afeições,
necessidade de isolamento (Inclinação dos palos para a esquerda). Outro dado
relacionado à sociabilidade refere-se ao temor de situações novas e receio em relação ao
futuro, adaptação difícil ao meio, falta de sociabilidade e medo de se expor diante de
autoridade (Margem Direita aumentada). A avalianda parece apresentar certa facilidade
em estabelecer contatos sociais inicialmente, mas com o passar do tempo tende a torna-
se mais formal e distante (Distância entre linhas crescente). Emocionalmente, há
indícios de adaptação ao meio, equilíbrio, boa canalização dos impulsos e afetividade
estável (Distância entre os palos normal; Tamanho dos palos normal). A Direção
Ascendente das linhas aponta para ambição, ardor, iniciativa inovadora, dinamismo e
combatividade, imaginação e fantasia.

Conclusão:
Apresentou as seguintes características psicológicas desfavoráveis:
 Desempenho médio inferior na capacidade de atenção geral;
 Desempenho médio inferior na capacidade de raciocínio;
 Controle emocional muito baixo;
 Sociabilidade muito baixa;
 Tensão e ansiedade elevadas;
 Autoconfiança e autoeficácia baixas;
 Dificuldade para canalizar e expressar as emoções de maneira adaptada.
Apresentou as seguintes características psicológicas favoráveis:
 Desempenho superior na memória de curto prazo;
 Produtividade e capacidade de trabalho organizado;
 Verificou-se a partir dos instrumentos empregados, que os indicadores
psicológicos restritivos predominam nos instrumentos se comparados aos indicadores
psicológicos necessários para o porte de arma funcional. 
Os testes de personalidade apontaram diversos sinais de dificuldades no plano
emocional, como por exemplo, repressão, inibição, introversão e dificuldade de
canalizar as emoções de forma adaptativa. Foi significativo o resultado referente à
sociabilidade, em que os testes Pfister, Palográfico e EPR revelaram presença de
retraimento social, tendência ao isolamento, fechamento em si e falta de necessidade de
interação social. Estes dados se corroboram com o que foi observado nas entrevistas
psicológicas realizadas e com as queixas de restrição no campo social manifestadas pela
avalianda durante os atendimentos realizados ao longo da readaptação. Com relação ao
aspecto cognitivo, a avalianda executou uma pirâmide em forma de estrutura, o que
demonstra nível intelectual superior, no entanto, o grau de dificuldades da esfera
emocional parece estar interferindo no desempenho cognitivo da avalianda, uma vez
que apresentou resultados abaixo da média nos testes de atenção e raciocínio e a
execução de duas pirâmides em forma de tapete. Desse modo, o aspecto cognitivo que
poderia funcionar como elemento de controle para as emoções negativas e
comportamentos impulsivos, revelam-se fragilizadas no momento.
Vale ressaltar que toda avaliação psicológica refere-se ao estado momentâneo do
indivíduo e ao objetivo que o define, sendo que em momento posterior ou em outros
contextos, o indivíduo pode apresentar resultados diferentes. Deste modo, nova
avaliação psicológica para o porte de arma de fogo poderá ser realizada dentro de um
prazo mínimo de três meses para os resultados de inaptidão.
Neste momento o avaliado encontra-se INAPTA para o porte de arma de fogo
funcional.
Município, 08 de maio de 2020.

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Nome do psicólogo
CRP