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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Discente: Rubens Pinto dos Santos Filho Curso: Pedagogia

Matéria: Psicologia da Educação 2 Turma: 2022.2

Docente: Alba Cristhiane Santana da Mata Data: 30/01/2023

Goiânia

2023
__RESENHA__

PIAGET, Jean. A adolescência. In__ Seis estudos da psicologia. Trad. Maria Alice
Guimarães D´Morim e Paulo Sérgio Lima Silva – 25 ed. – Rio de janeiro: Forense
Universitária, 2011.

O texto aqui resenhado trata-se da primeira parte, especificamente do IV capítulo “A


adolescência” do livro “Seis estudos da psicologia” do teórico Jean Piaget. Onde num
primeiro momento o autor ressalta que a adolescência é a fase que separa a infância da vida
adulta, onde mesmo afirma ser simplesmente uma crise passageira, devido o próprio processo
da puberdade e que devido à maturação do instinto sexual é marcada por desequilíbrios
momentâneos. Piaget vai dizer que são estruturas gerais destas formas finais de pensamento e
vida afetiva que foram analisados e não perturbações especiais, em que também a passagem
de um estágio para outro são suscetíveis de provocar as oscilações temporárias. Que apesar
das aparências, os adolescentes tem seus poderes intensificados, que perturbam incialmente e
posteriormente os fortalecem.
Para serem mais breves, foram divididos e agrupados em dois, sendo eles: A. O pensamento e
suas operações e B. A afetividade da personalidade no mundo social dos adultos.

A. O pensamento e suas operações


Segundo Piaget (2011) o adolescente é um indivíduo, quando comparado a uma criança,
que constrói sistemas e “teorias”. Onde, por volta dos onze a doze anos, será de fato efetuada
uma transformação no pensamento da criança, ou mesmo a passagem de estágio para o outro,
passando do pensamento concreto para o formal. O Adolescente tem interesse em por
problemas inatuais, facilidade de elaborar teorias abstratas. Em alguns casos, eles chegam a
criar uma filosofia, politica e outros coisas na forma escrita. Outros, mesmo que não
escrevam, verbalizam. E outros, falam pouco, optando por algo mais do seu íntimo. Mas,
todos tem teorias e sistemas de transformação do mundo.
Anteriormente ainda as operações da inteligência infantil ainda são concretas, referindo-se
a própria realidade, com objetos passíveis de manipulação. Se de forma verbal, tornam-se
muito mais difíceis, distanciando de hipóteses sem realidade efetiva.
Após os onze ou doze anos, o pensamento formal torna-se possível, onde as operações
lógicas passam do campo da manipulação para as ideias expressas de forma verbal, no plano
da linguagem. O pensamento verbal, torna-se então “hipotético-dedutivo, sendo capaz de
deduzir conclusões hipotéticas, não apenas de uma observação real.
Somente após o início do pensamento formal, por volta dos onze a doze anos, são
também iniciados os processos que caracterizam a adolescência. Desta forma, a inteligência
formal é marcante, no aspecto de libertação do pensamento, sendo este um dos momentos que
marcam o momento que opõe a adolescência da infância: a livre atividade da reflexão
espontânea. Ademais Piaget vai diz que:
Mas, segundo lei que já vimos desde as manifestações do lactente, e
depois durante a primeira infância, toda capacidade da vida mental
começa por incorporar o mundo em uma assimilação egocêntrica, para
só depois atingir o equilíbrio, através de uma acomodação ao real. Há,
portanto, um egocentrismo intelectual do adolescente, comparável
tanto ao lactente que assimila o universo e sua atividade corporal,
como da primeira infância, que assimila as coisas ao pensamento em
formação (jogo simbólico etc.) (2011, p. 57).

Pouco a pouco na adolescência, ocorrerá no egocentrismo metafísico uma reconciliação


entre o pensamento formal e a realidade. Onde o equilíbrio será atingido, quando ocorrer a
compreensão que, a função da reflexão não será a de contradizer, mas sim a de estar a mais a
frente e fazer interpretações a sua experiencia.

B. A afetividade da personalidade no mundo social dos adultos


Em constância com a elaboração das operações formais e com o término das construções do
pensamento, a vida afetiva do adolescente tem seu ponto de afirmação em duas fases, sendo
elas: a personalidade e sua inserção na vida adulta. A personalidade resulta da autosubmissão
do eu a uma disciplina qualquer. Dar inicio no fim da infância com o processo de organização
autônoma das regras, dos valores e a afirmação da vontade, com a regularização e a
hierarquização moral das tendências. Piaget também ressalta:
Mas, há mais na pessoa do que esses valores isolados. Há sua
subordinação a um sistema único que integra o eu de modo sui
generis. Existe, portando, um sistema “pessoal’ no duplo sentido de
particular a um determinado individuo e de implicar uma coordenação
autônoma. Ora, este sistema pessoal só pode, precisamente, se
construir no nível mental do adolescente, pois supõe o pensamento
formal e as construções reflexivas que acabamos de falar (em A)
(2011, p. 59).

Assim, pode-se dizer, que a personalidade é existente a partir do momento em que há


um “programa de vida”, em funcionamento, tanto como fonte de disciplina, quanto como
instrumento de cooperação. Sendo que, este projeto de vida, inclui intervenção do pensamento
e reflexões livres.
No processo de formação de sua personalidade, o adolescente põe-se em igualdade
com as pessoas mais velhas e se sentindo outro, por seu novo modo de vida e tentando
ultrapassá-los e espantá-los transformando o mundo. Em seu interior há uma variação que vai
de projetos altruístas e místicos, sentimentos generosos e um egocentrismo consciente.
O sentimento religioso do adolescente, mesmo intenso, faz como que um pacto com
Deus para servi-lo sem recompensa. Porém, contando, desempenhar, por isso mesmo, um
papel decisivo na causa que se propõe a defender.
Comumente o adolescente encontrará como forma de inserção na sociedade dos
adultos através de projetos, programas de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos
de reformas políticas ou sociais. Em síntese, através do pensamento, ou mesmo do processo
de imaginação. Visto que, a maneira de pensamento hipotético-dedutivo se afasta, às vezes,
do real.
Quanto a vida social do adolescente, como nos outros campos um processo a principio
e inicial de interiorização. Incialmente parece antissocial, porém não bem assim. Pois, ele
reflete continuamente sobre a sociedade, sendo de seu interesse a sociedade que o mesmo
deseja reformar, tendo assim desprezo ou desinteresse pela socialidade rela, condenando-a.
A verdadeira adaptação a sociedade vai-se fazer automaticamente, quando o
adolescente, de reformador, transforma-se em realizador. Do mesmo modo em que a
experiência reconcilia o pensamento formal com a realidade das coisas, o processo de
concretização efetivo bem definido irá curar todos devaneios. Desta forma ocorre o
desenvolvimento mental. Podendo-se constatar a unidade dos processos, que por meio da
construção do universo prático, chegará a reconstrução do mundo pelo pensamento
hipotético-dedutivo do adolescente, passando pelo conhecimento do universo concreto devido
ao sistema de operações da segunda infância.

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