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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar

Educação e Sociedade

Gabrielle Tardochi Andrade

João Pedro Gandini

Laís Migliori Chamarelli

Luca Monteiro Capovilla

EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL

São Carlos - SP

2022
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo analisar e questionar a instituição do ensino
integral no Brasil, através de seu contexto histórico-legislativo, os objetivos idealizados para
sua implementação e análise do texto "Tendências ao acesso à Educação Integral no Brasil:
Percursores dissonantes à Educação Básica”.
DESENVOLVIMENTO
Ao discutir Educação Integral no Brasil, torna-se necessário primeiro entender o
contexto histórico-legislativo em que a ideia é desenvolvida. As primeiras aplicações surgem
no início do século xx, porém sem projetos específicos para uma aplicação efetiva, em seguida
em 1996 a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) prevê a aplicação do ensino
integral de forma progressiva, um fundo garantidor para a aplicação em ampla escala.
Posteriormente em 2007 o governo garante recursos para escolas com alunos em tempo
integral, além de um novo plano de desenvolvimento para a educação- o que demonstra um
avanço ao quadro, uma vez que, anteriormente, o assunto era discutido, mas sem maiores
esforços financeiros do Estado para sua realização- Mas é apenas em 2014 que o Plano
Nacional de Educação é aprovado, instituindo a universalização do ensino fundamental de 9
anos.
Posteriormente em 2016/17, de forma autocrática, Michel Temer implementou por
meio de uma Medida Provisória, a Reforma do Ensino Médio, sem qualquer debate com o
setor. Dentre inúmeras reformas, essa medida promoveu uma implementação do ensino
integral no ensino médio, porém excluiu matérias do currículo, além de excludente quando
posto na realidade de inúmeros jovens que precisam trabalhar para sobreviver.
No entanto, é necessário também entender as propostas da aplicação do Ensino Integral
no Brasil, entre eles estão:

● Proporcionar aos estudantes uma formação mais completa, com atividades


extracurriculares, ampliação da carga horária escolar e outras práticas educativas que
estimulem o desenvolvimento pleno das habilidades e competências dos alunos;
● Educação que contemple não apenas as disciplinas regulares, mas também
atividades de cultura, esporte, lazer e tecnologia, por exemplo;
● Desenvolver habilidades e competências socioemocionais, como liderança,
trabalho em equipe, pensamento crítico, criatividade, empatia e resolução de problemas, entre
outras. Mantendo o foco para além do cognitivo; o ensino integral visa ajudar no
desenvolvimento emocional, social e cultural;
● Contribuir para a redução da evasão escolar;
● Contribuir com o aumento da qualidade da educação no país e
consequentemente, melhorar o desempenho dos estudantes;
● A ideia é que o tempo integral na escola possibilite um ambiente mais propício
para a aprendizagem e para a formação de valores e competências importantes para a vida dos
alunos.

Nota-se a partir do texto “Tendências do Acesso à Educação Integral no Brasil:


Percursos Dissonantes na Educação Básica", de Sabrina Moehlecke- que apresenta uma
análise sobre a implantação da educação integral no Brasil através de dados referentes ao
número de matrículas nas escolas brasileiras no ensino integral, infantil, fundamental e médio,
e também por regiões e níveis administrativos- que o ensino integral cumpre com seu papel de
contribuição para a redução da evasão escolar, mais significativamente; no ensino infantil- nas
creches; no ensino fundamental- até o momento de extinção do Plano Mais Educação; e no
ensino médio- na rede estadual de ensino, no nordeste e sudeste, até a extinção do plano citado
anteriormente.

Apesar dos avanços na política educacional do país na última década, ainda há uma
grande disparidade entre as regiões e estados na oferta de educação integral, além de uma
concentração dessa modalidade de ensino em grandes centros urbanos, essa falta de equidade
na oferta de educação integral pode perpetuar as desigualdades sociais e educacionais
existentes no país.

As políticas públicas de educação integral têm se concentrado em regiões urbanas mais


desenvolvidas, deixando de lado as áreas rurais e periféricas, onde a demanda por educação
integral é grande. Além disso, a implementação dessas políticas muitas vezes é precária, com
falta de estrutura e formação adequada para os professores, o que compromete a qualidade do
ensino oferecido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, nota-se a necessidade de melhor elaboração do funcionamento do


ensino integral no Brasil, uma vez que, a ideia instituída pela mesma, de uma educação
de qualidade, é incondizente com a realidade social da maioria da população. O acesso à
educação é escasso, e as políticas públicas que deveriam perpetuar esse acesso
raramente funcionam. Faz-se necessário que o Estado desenvolva além da Educação
Integral, estratégias que proporcionem materialidade para realização da mesma.

REFERÊNCIAS
MOEHLECKE, Sabrina. Tendências do acesso à educação integral no
Brasil: percursos dissonantes na educação básica. RPGE– Revista on line de
Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 22, n. esp. 3, p. 1297- 1312, dez.,
2018

BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes


e Bases da Educação Nacional. Brasília/DF, Diário Oficial. 1996.

BRASIL. Lei nº 11.494 de 2007. Regulamenta o FUNDEB. Brasília/DF,


Diário Oficial. 2007.

BRASIL. Lei nº 13.005 de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação


(2014-2024). Brasília/DF, Diário Oficial. 2014.

BRASIL. Lei nº Lei no. 13.415 de 2017. Aprova a Reforma do Ensino


Médio. Brasília/DF, Diário Oficial. 2017.

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