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Educação inclusiva: deficiências da formação e da prática docente

Ana Paula da Silva1

Eixo Temático: Formação de professores e inclusão

RESUMO
O presente trabalho, objetiva realizar uma reflexão sobre a formação docente e a educação
inclusiva, realizando uma investigação dos dados referente a matriculas e evasão escolar a partir
de dados do Ministério da Educação e de relatórios sobre a educação especial. Também foi
realizado uma revisão bibliográfica que utiliza de vários autores para conceituar e discutir as
principais concepções sobre educação, inclusão social e formação docente. Pretendemos
contribuir com uma maior percepção sobre a atual situação das crianças com deficiências na
educação, destacando os desafios postos aos governos, a escola e aos professores na busca da
inclusão social dessas crianças.

Palavras-chaves: Formação docente; Inclusão social; Educação inclusiva; políticas públicas.

INTRODUÇÃO

Um dos principais desafios postos na atualidade para os profissionais da educação sem


dúvidas, é o desenvolvimento de métodos que incluam na educação pessoas com deficiências.
Compreendendo que a escola é um espaço de construção coletiva que oportuniza a todos o
conhecimento, o acesso a direitos e o desenvolvimento de habilidades, faz-se necessário discutir
como os profissionais da educação e os governos vem lidando com esse desafio. O direito à

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Graduanda em História pela Universidade Estadual de Alagoas. E-mail: anapaula.uneal@hotmail.com
educação é assegurado em nosso ordenamento jurídico maior, como direito do cidadão e dever
do Estado, mediante oferta qualificada (CURY, 2002). Então, a inclusão social passa
necessariamente pela modificação de nossos ambientes escolares que não ofertam
acessibilidade e evidencia a necessidade de repensar a formação dos profissionais que lidam
com esses alunos.
Sabe-se que a formação docente oferecida pelas academias não prepara os professores
para lidar com as diversas deficiências que atinge 6,2% da população brasileira (IBGE, 2015),
cabendo ao profissional por conta própria procurar métodos que superem esses desafios.
Podemos apontar como uma das estratégias que minimizam as dificuldades dos professores a
procura por atualização constante e formação continuada, onde o professor busca se qualificar
para atender as demandas apresentadas no dia a dia da sala de aula objetivando a inclusão dos
alunos com deficiência. É preciso ter ciência que receber um aluno deficiente em sala de aula
não significa necessariamente sua inclusão social, apenas o desenvolvimento de habilidades e
métodos que de fato o oportunizem o conhecimento e o acesso a todos os direitos como qualquer
outra criança é que significa sua inclusão social. Para Correia (2008) o professor necessita de
formação específica que lhes possibilitem entender as problemáticas que seus alunos
apresentam. Com isso, existirá uma facilidade no desenvolvimento de técnicas que contribuam
com o enfrentamento às desigualdades na educação.
Os dados do Censo escolar de 2015 do Ministério da Educação – MEC, apontam que os
estudantes com deficiências no 1º ciclo do ensino fundamental representam 2.9% do número
total de alunos, esse número diminui quando chega no 2º ciclo caindo para 1,8% do total de
alunos. A situação se acentua o ensino médio, o Censo Escolar do MEC de 2015 apresenta que
as pessoas com deficiência representam apenas 0,8% do total de matrículas no ensino médio,
ou seja, são apenas 62 mil estudantes num universo de 8 milhões de alunos. Podemos, a partir
desses dados fazer a análise de que a medida que os anos e níveis de educação avançam a evasão
escolar de pessoas com deficiência também ampliam. Demonstrando que apesar das políticas
públicas de inclusão social implantadas os desafios referentes a educação especial ainda
necessitam de uma atenção maior.
Nesse sentido, nosso trabalho busca fazer uma reflexão sobre a necessidade de
ampliação de políticas públicas frente aos desafios de redução da evasão escolar de pessoas
com deficiências e dos desafios postos aos professores em busca da inclusão social desses
alunos. Levamos em consideração dados do Ministério da Educação, relatórios e levantamentos
bibliográficos que discutem o tema.
Nosso trabalho, objetiva uma reflexão coletiva sobre o papel do governo, da escola e do
professor no processo de inclusão social de alunos com deficiência. Buscamos realizar um
levantamento de importantes políticas inclusivas já implantadas e de estatísticas que contribuam
com a nossa discussão, colaborando então para um melhor entendimento sobre os desafios da
docência na atualidade em relação a inclusão social e de apontamentos que direcionem para
uma superação desses problemas.

METODOLOGIA

Para a elaboração desse trabalho fizemos um levantamento de dados do Ministério da


Educação que discorrem sobre as estatísticas de inclusão social, evasão escolar de alunos com
deficiência e das principais deficiências presentes no âmbito da educação fundamental e do
ensino médio.
Também realizamos uma revisão bibliográfica que busca dialogar com as várias
concepções sobre educação, inclusão social, educação inclusiva e a formação docente para os
desafios da educação inclusiva.
Para um melhor entendimento, fez-se necessário um levantamento das atuais políticas
públicas que versam sobre o tema e de seus resultados apresentados, levando em consideração
elementos como: metas do Plano Nacional da Educação – PNE; avanços das políticas públicas
de inclusão; e projetos de Lei de inclusão da educação que ainda não foram implantados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A educação nem sempre foi um direito de todos, sendo elitizada institucionalmente e


excluindo grandes parcelas da população. No fim do século XX iniciam-se modificações
importantes que passam a entender a educação como um direito universal, consolidando em
1988 na elaboração de uma Constituição Federal que assegura a educação como um direito de
todos e um dever do Estado (CRF, 1988). As pessoas com deficiências enfrentaram e enfrentam
muitas dificuldades referentes às suas necessidades, sendo compreendias em algum momento
da história como pessoas incapazes de aprender, por isso eram rejeitadas e excluídas do sistema
educacional. A medida que a sociedade avançou esses pensamentos excludentes foram sendo
modificados, havendo hoje no Brasil uma grande preocupação com a inclusão social das
crianças nos vários âmbitos da educação. O reconhecimento da diversidade existente em nosso
país, e da necessidade de um reparo histórico fez avançar várias políticas públicas que buscam
resolver as distorções históricas desse segmento da população.
Nesse sentido, o que fica evidente para nós é que houveram avanços consideráveis tanto
na compreensão da necessidade de inclusão social dos estudantes quanto nas estatísticas que
apresentam crescimentos em dados momentos do número de crianças matriculadas na escola.
No entanto, a permanência dessas crianças no ambiente escolar ainda é algo a ser bastante
trabalhado, e que apesar das políticas públicas formuladas e em vigor, as necessidades de
ampliação de mais políticas efetivas se fazem cada vez mais necessárias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos então chegar a conclusão, de que somente com o aumento considerável de


políticas públicas e de uma modificação na formação dos docentes, levando em conta o
desenvolvimento de métodos que ajude o professor a trabalhar sua prática pedagógica frisando
a inclusão das deficiências, é que se avançará na modificação da realidade atual. Faz-se
necessário reflexões mais profundas sobre as adaptações que a escola deve realizar para atender
as crianças com deficiência, assim como, da necessidade da formação contínua dos
profissionais da educação frisando sua preparação e qualificação para lidar com as diferenças e
objetivando a inclusão e o acesso à educação, permitindo a diminuição na distância ao alcance
de uma educação de todos e para todos.

REFERÊNCIAS

CENSO, escolar 2015. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/censo-escolar.

CORREIA, José Alberto. A construção político-cognitiva da exclusão social no campo


educativo. Porto, Portugal: Universidade do Porto. 2004. Mimeografado.

CURY, C. R. J. Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença. Cadernos de


Pesquisa, n.116, p.245-262, jun. 2002.

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