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FACULDADES DE FOZ DO IGUAÇU

MANTENEDORA: ASSUPERO – ENSINO SUPERIOR S/S LTDA

TÍTULO: POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL:


LIMITES E PERSPECTIVAS

Autor: Luiz Fernandes Dourado


Aluno: Patrícia Luana da Silva (RA: 01560000842)
Orientadora: Eliana Cristina Pereira

RESUMO: Segundo análise do texto, observa-se que a concepção de Gestão


Educacional, para o autor Luiz Fernandes Dourado, trata-se de uma temática
com várias perspectivas e cenários complexos em disputa. Neste sentido,
destaca-se que o processo educativo é realizado de acordo com o contexto
sociocultural da realidade escolar, refletindo na construção do Projeto Político
Pedagógico e materialização deste nos processos de gestão e organização da
educação básica.
Entende-se por Educação, segundo DOURADO: a prática social, portanto,
constitutiva e constituinte das relações sociais mais amplas, a partir de
embates e processos em disputa que traduzem distintas concepções de
homem, mundo e sociedade. Para efeito desta análise, a educação é entendida
como processo amplo de socialização da cultura, historicamente produzida
pelo homem, e a escola, como lócus privilegiado de produção e apropriação do
saber, cujas políticas, gestão e processos se organizam, coletivamente ou não,
em prol dos objetivos de formação.
Dessa forma, as políticas educacionais exigem um maior envolvimento e
comprometimento de gestores e educadores e demais agentes que compõem
o âmbito escolar. Ressalta-se, assim, que o processo de formação de todos os
profissionais da educação, precisa considerar como aspectos relevantes, as
experiências, as diversidades e especificidades, ao realizar coletivamente a
elaboração e execução das ações pedagógicas, em uma perspectiva de maior
qualidade no processo educativo. Em relação às políticas educacionais
implantadas nos últimos anos, destaca-se a implementação de alguns
programas do Governo Federal, nos quais se sobressaem à disseminação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, o Plano de Desenvolvimento na Escola,
Programa Dinheiro Direto na Escola, Programa de Fortalecimento de
Conselhos Escolares. A gestão democrática da educação avançou nas
décadas de 80 até meados da década de 90. A LDB - Lei de Diretrizes e Bases
da Educação 9.394 de 20 de dezembro de 1996 enfoca a importância da
participação não só na gestão da escola, mas também na construção do
projeto político pedagógico, regulamentadas por leis acerca do assunto. Esta
participação não se consolidou na gestão da educação e muito menos nas
propostas pedagógicas das escolas. A proposta pedagógica precisa ser
construída coletivamente. E como construir neste contexto uma participação
democrática na gestão e na construção da proposta pedagógica da escola? É
preciso ir além e se comprometer com uma construção democrática cotidiana
em diferentes setores da sociedade e do Estado. As práticas do cotidiano
escolar constituem um caminho, uma direção para o surgimento, crescimento e
consolidação de um projeto democrático alternativo. A investigação das
práticas docentes, administrativas e culturais aponta uma direção. Afinal, a
quem servem estas práticas? Que projeto de sociedade e de Estado está
embutido no diálogo dos educadores e educandos? Que significado possui a
interlocução entre os saberes acadêmicos e de experiência feitas? A LDB, em
seus artigos 14 e 15, apresentam as seguintes determinações:
Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme a participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola; participação das comunidades escolar e local
em conselhos escolares ou equivalentes.
O Art. 15 da LDB norteia que os sistemas de ensino assegurarão às unidades
escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira observada as
normas de direito financeiro público. Cabe nesta regulamentação o princípio da
autonomia delegada, pois esta lei decreta a gestão democrática com seus
princípios vagos, no sentido de que não estabelece diretrizes bem definidas
para delinear a gestão democrática, apenas aponta o lógico, a participação de
todos os envolvidos. Nesse ínterim, o caráter deliberativo da autonomia
assume uma posição ainda articulada com o Estado. É preciso que tanto
educadores quanto gestores se reeduquem na perspectiva de uma ética e de
uma política no sentido de criar novas formas de participação na escola
pública, tais como ouvindo, registrando e divulgando o que alunos e
comunidade pensam, falam, escrevem sobre o autoritarismo liberdade da
escola pública e as desigualdades da sociedade brasileira cidadã. Ao fazer a
análise das políticas educacionais implantadas no Brasil nos últimos anos o
autor aponta que tais políticas são pautadas na descontinuidade e na falta de
planejamento a longo prazo. Sendo que não são pensadas nas reais
necessidades e nas características do nosso sistema de ensino, preocupando-
se somente com os interesses alheios à educação. Muitas vezes faltou a
articulação entre os sistemas de ensino ao propor novas políticas. Outro ponto
negativo apontado pelo autor é a presença de uma gestão centralizada e de
pouca eficácia pedagógica para que realmente mudanças efetivas na
educação, são apresentadas, propunha-se pequenas modificações, sem, no
entanto dar novo formato de organização e gerenciamento, desestabilizando o
que já foi instituído, sem força política de instaurar novos parâmetros para o
processo educativo.
Por meio de uma busca nos programas governamentais voltados a educação e
direcionando as discussões sobre a gestão da educação básica, tendo como
objetivo o estudo da qualidade e da gestão democrática na escola. È possível
observar a construção de novos parâmetros e de novas políticas que visam
atender essa demanda na escola pública. Neste estudo Dourado busca “situar
as políticas direcionadas à educação básica, por meio da análise e proposição
de ações, programas e estratégias.” É o governo federal que articula as
politicas pedagógicas, mas são os municípios e os estados que estão como
principais detentores da oferta da educação básica, ou seja, são eles que
materializam os planos do governo federal. Ações como, por exemplo, o PDE
(Plano de desenvolvimento da educação) que tem como objetivo melhorar a
qualidade da educação e para isso dentro desse plano são criados outros que
tem caráter de avaliação de resultados e detalhamento de planos e propostas,
como é o caso do Plano de Ação Articulada (PAA). É o governo federal que
tem o controle sobre os demais, no entanto Dourado também afirma em seu
texto que “os processos de organização e gestão da educação básica nacional
tem sido marcadas hegemonicamente pela lógica da descontinuidade”, pois os
projetos políticos são sempre acurto prazo e imediatistas. Mas ainda assim é
importante ressaltar que mesmo assim “... houve um conjunto de políticas de
reestruturação da gestão, organização e financiamento da educação básica.”.
Essas políticas imediatistas não englobam a educação de qualidade como um
todo.

PALAVRAS-CHAVE: Projeto Pedagógico, Socialização de cultura, Sistemas


de Ensino, Programas Governamentais.

REFERÊNCIAS:
DOURADO, L.F. Plano Nacional de Educação: avaliações e retomada do
protagonismo da sociedade civil organizada na luta pela educação. In:
FERREIRA, N.S.C. (Org.). Políticas públicas e gestão da educação: polêmicas,
fundamentos e análises. Brasília, DF: Liber Livro, 2006b. p. 21-50.

CURY, C.R.J. A educação básica no Brasil. Educação & Sociedade, Campinas,


v. 23, n. 80, p. 169-201, set. 2002.

LIMA, L.C. A escola como organização e a participação na organização


escolar. 2.ed. Braga: Instituto de Educação e Psicologia, 1998.

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