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Teoria da probabilidade

O calculo de probabilidades iniciou-se no século XVII, com Pascal e Fernnat, quando


estudavam questões ligadas aos jogos de azar. O calculo das probabilidades é
actualmente o ramo fundamental da Matemática para o estudo da estatística.

A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou


fenómenos aleatórios. Através dela, é possível analisar as chances de um determinado
evento ocorrer.

Fenómenos aleatórios

Um experimento ou fenómeno aleatório é aquele que não é possível conhecer qual


resultado será encontrado antes de realizá-lo.

Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança à


ocorrência dos resultados possíveis de experimentos, cujos resultados não podem ser
determinados antecipadamente. Assim, a probabilidade é a medida da chance de algo
acontecer.

O cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de


0 a 1 e, quanto mais próximo de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua
ocorrência.

Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado para o alto. Ao cair, não é


possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.

O cálculo da probabilidade é uma divisão entre a quantidade de casos favoráveis à


ocorrência do evento e o total de casos possíveis.

No exemplo do dado, se queremos conhecer a probabilidade da face 2 estar voltada para


cima, este é o único caso favorável. O número total de casos possíveis é seis, por ser a
quantidade de faces no dado.

A probabilidade de sair a face 2 é:

1 / 6 = 0,16666 …
Em percentagem, são aproximadamente 16,6%.

Para facilitar o cálculo da probabilidade, podemos recorrer a uma fórmula que nos
auxilia a organizar as informações.

Fórmula da Probabilidade

nr de casos provaveis n
P = nr de cassos possiveis ou P = Ω

Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são


igualmente prováveis.

Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado


através da divisão entre o número de eventos favoráveis e o número total de resultados
possíveis.

Sendo:

P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.


n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.

O resultado calculado também é conhecido como probabilidade teórica.

Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, basta multiplicar o resultado


por 100.

Exemplo 1
Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?

Resolução
Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para
cima. Vamos então, aplicar a fórmula da probabilidade.

Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6) e que o
evento "sair um número menor que 3" tem 2 possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou
2. Assim, temos:
2
P = 6 = 0.33

Para responder na forma de uma porcentagem, basta multiplicar por 100.

2
P = 6 = 0,33 ×100 = 33%

Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é de 33%.

Exemplo2:
O baralho de cartas é formado por 52 cartas divididas em quatro naipes (copas, paus,
ouros e espadas) sendo 13 de cada naipe. Dessa forma, se retirar uma carta ao acaso,
qual a probabilidade de sair uma carta do naipe de paus?
Solução
Ao retirar uma carta ao acaso, não podemos prever qual será esta carta. Sendo assim,
esse é um experimento aleatório.
Neste caso, temos 13 cartas de paus que representam o número de casos favoráveis.

Substituindo esses valores na fórmula da probabilidade, temos:

13
P = 52 = 0.25 ×100 = 25%

Logo, a probabilidade de sair uma carta de naipe de paus é de 25%.

Operações com acontecimentos


Chamamos acontecimento a qualquer subconiunto do espaqo de acontecirnentos.

Existindo um paralelismo entre conjuntos e acontecimentos às operações definidas entre


conjuntos correspondem operações definidas entre acontecimentos. No entanto, há uma
terminologia própria para acontecimentos, que se exemplifica a seguir recorrendo
aos diagramas de Venn. Considere-se um espaço de resultados S e os acontecimentos A,
B, C, ..., associados a S.

Acontecimento União

União dos acontecimentos A e B, A∪B ou (A ou B) é o acontecimento que se realiza se


e só se A ou B se realizam. O acontecimento A∪B é constituído pelos resultados que
pertencem a pelo menos um dos acontecimentos A ou B.

Exemplo:

 No lançamento de um dado, (sair um numero par) vem é u m acontecimento


reunião dos acontecimentos (sair 2), (sair 4) e (sair 6). (2) U (4) U (6) = (2,4,6).

Acontecimento Intersecção

Intersecção dos acontecimentos A e B, A∩B, ou (A e B), é o acontecimento que se


realiza se e só se A e B se realizam simultaneamente. O acontecimento A∩B é
constituído pelos resultados comuns a A e a B.

Exemplo:

 No lançamento de um dado, `sair 2` é um acontecimento intersecção dos


acontecimentos A = (sair um numero par) = (2,4,6) e B = (sair um numero
primo) = (2,3,5), A U B =(2).

Acontecimento certo:
Aquele que ocorre sempre, seja qual for o resultado da experiência aleatória. Coincide
com o próprio espaço de resultados (ou espaço amostral).
Exemplo:
 A extracção de uma bola azul de uma urna só com bolas azuis;
 A escolha de um rapaz por sorteio para delegado de turma numa turma só com
rapazes. Sendo um qualquer acontecimento certo A de uma experiência
aleatória, a sua probabilidade é um (P (A) = 1).

Acontecimento impossível
Na teoria da probabilidade, o acontecimento impossível é aquele que nunca ocorre.
Geralmente é designado com o conjunto vazio. É um conceito fundamental na
introdução à teoria da probabilidade.
Exemplo:
 no lançamento de um dado, com faces numeradas de 1 a 6, (sair numero 8) é um
acontecimento impossível.
 Deixe um número menor que zero sair: Um resultado menor que zero é um
evento impossível. Sabemos que sempre surgirá um número entre 1 e 6.
Portanto, não teremos resultados abaixo de 1.

Acontecimento contrario

Dado um acontecimento A numa experiência aleatória, o seu complementar é


aquele acontecimento que se realiza se e só se o acontecimento A não se realiza.
Como tal, A e também se designam como acontecimentos contrários.

Exemplo:

A saída de face com número par e a saída de face com número ímpar
são acontecimentos contrários..

Frequência absoluta
Na estatística, organizamos a pesquisa desde a coleta até os resultados da pesquisa, nela
conhecemos a frequência absoluta, que é o número de vezes que uma resposta apareceu.

Conhecemos como frequência absoluta o número de vezes que um mesmo elemento se


repetiu em um conjunto de dados. Durante a realização de pesquisas, utilizamos como
respaldo a estatística, que é a área da matemática que trata desde a coleta dos dados até
a análise e apresentação deles.

Para apresentar esses dados, é bastante comum o uso de uma tabela frequência, que
possui como uma de suas colunas a frequência absoluta — nela colocamos a quantidade
de vezes que um mesmo valor de variável apareceu, ou seja, é literalmente a frequência
de um elemento do conjunto. Além da frequência absoluta, existe também a frequência
relativa, que, diferente da primeira, é apresentada como uma percentagem.

Exemplo:

Numa turma de 35 alunos, levantaram-se 5 alunos para a votaço para o chefe de turma

 Antonio – A
 Pedro – P
 Carla – C
 Sofia – S
 Mario – M

Aluno 1 M Aluno 11 C Aluno 21 P


Aluno 2 A Aluno 12 S Aluno 22 C
Aluno 3 M Aluno 13 A Aluno 23 C
Aluno 4 M Aluno 14 M Aluno 24 P
Aluno 5 S Aluno 15 P Aluno 25 M
Aluno 6 A Aluno 16 P Aluno 26 S
Aluno 7 S Aluno 17 M Aluno 27 P
Aluno 8 S Aluno 18 P Aluno 28 M
Aluno 9 M Aluno 19 A Aluno 29 M
Aluno 10 A Aluno 20 P Aluno 30 A
Visto que a Frequência Absoluta é o número de vezes que um mesmo elemento se
repetiu em um conjunto de dados, entao:

Alunos votados Frequência absoluta


António 6
Pedro 7
Carla 3
Sofia 5
Mário 9
Total 30

Frequência absoluta acumulada

A frequência absoluta acumulada é a soma das frequências absolutas ao decorrer das


linhas da tabela. Essa frequência é bastante útil para obter alguns dados de determinada
tabela.

Alunos votados Frequencia absoluta Frequencia absoluta


acumulada

António 6 6

Pedro 7 6 + 7 = 13

Carla 3 13 + 3 = 16

Sofia 5 16 + 5 = 21

Mário 9 21 + 9 = 30

Total 30
Logo, a frequência absoluta acumulada será:

Alunos votados Frequência absoluta Frequência absoluta


acumulada

Antonio 6 6

Pedro 7 13

Carla 3 16

Sofia 5 21

Mario 9 30

Total 30

Frequência relativa

Frequência relativa demonstra a porcentagem de vezes que uma resposta apareceu em


relação ao todo. Utilizamos a frequência relativa para comparar um dado em relação ao
todo.

A frequência relativa é um dado estatístico que possui grande importância para


compreender-se melhor um determinado conjunto de dados. A estatística é a área da
matemática que auxilia na coleta, na organização e análise de dados.

A frequência relativa é uma forma de realizar essa análise dos dados por meio de uma
comparação, pois a frequência relativa de um dado é a porcentagem que aquele dado
representa em relação a todos os dados coletados. Para calcular a frequência relativa,
precisamos encontrar a frequência absoluta, que é o número de vezes que um dado
apareceu, e dividi-la pelo total de dados obtidos
Fórmula da Frequência Relativa

fa
Fi = n

Onde:

 Fi é a frequência relativa de uma variável i qualquer da pesquisa;


 Fa é a quantidade de vezes que ocorre essa variável na pesquisa (frequência
absoluta);
 n é o número total de respostas.

Exemplo:

Alunos votados Frequência absoluta Frequência relativa

António 6 6 : 30 = 0,2

Pedro 7 7 : 30 = 0,23

Carla 3 3 : 30 = 0,1

Sofia 5 5 : 30 = 0,16

Mario 9 9 : 30 = 0,3

Total 30 100 : 100 = 1

Logo, a frequência relativa será:

Alunos votados Frequência absoluta Frequência relativa

António 6 0,2

Pedro 7 0,23

Carla 3 0,1

Sofia 5 0,16
Mário 9 0,3

Total 30 1

Frequência relativa acumulada

A frequência relativa acumulada é o acumulo da frequência relativa. Para encontrar a


frequência relativa acumulada, acrescentamos uma nova coluna à tabela. Copiamos a
primeira frequência relativa na primeira linha, a segunda linha será a soma da
frequência relativa da linha com a frequência acumulada da linha anterior, e assim
sucessivamente.

Exemplo:

Alunos votados Frequência relativa Frequência relativa


acumulada

António 0,2 0,2

Pedro 0,23 0,2 + 0,23 = 0,43

Carla 0,1 0,43 + 0,1 = 0,53

Sofia 0,16 0,53 + 0,16 = 0,69

Mário 0,3 0,69 + 0,3 = 0,99

Total 0,96
Assim temos:

Alunos votados Frequência relativa Frequência relativa


acumulada

António 0,2 0,2

Pedro 0,23 0,43

Carla 0,1 0,53

Sofia 0,16 0,69

Mário 0,3 0,99

Total 1

Propriedade da frequência relativa

A Frequência Relativa obedece as seguintes propriedades:

 fn:P(Ω)→R f n : P ( Ω ) → R;
 fn(A)∈[0,1] f n ( A ) ∈ [ 0 , 1 ];
 fn(Ω)=1 f n ( Ω ) = 1.

4. noção da probabilidade a partir da noção da frequência relativa


Definição Axiomática de Probabilidade

A noção empírica de probabilidade ligada ao conceito de frequências relativas é


inaceitável do ponto de vista de rigor matemático.

Todavia, fi baseando-se na noção frequentista que Komogrov, 1933, estabeleceu


rigorosamente a axiomática do calculo de probabilidade.

Seja U o espaço de acontecimentos e P(U) o conjunto das suas partes, chama-se


conjunto de partes de um conjunto ao conjunto de todos os seus subconjuntos.
Denomina-se probabilidade uma aplicação de P de P (U) no conjunto {0,1} de
números reais que obedece aos seguintes axiomas:

 ∀ A ∈ P(U) : P(A) ∈ {0,1}

 P(U) = 1
 ∀ A ∈ P(U), ∀ B ∈ P(U) SE A∩B = ∅ , entao P(A ∪ B) = P(A) + P(B).

Determinação da probabilidade de um acontecimento, quando os


acontecimentos elementares são equiprovaveis e não equiprovaveis

Acontecimentos equiprovaveis

Nos espaços amostrais equiprováveis temos que os eventos possuem probabilidades


iguais de ocorrência. No lançamento de um dado temos que a ocorrência de cada face é
a mesma, isto é 1 e/6. Nesses casos, calculamos a probabilidade de um evento ocorrer
relacionando o número de casos favoráveis com o número de casos possíveis.

Exemplo 1

a multiplicação entre os números Ao lançarmos por duas vezes sucessivas um


dado, qual a probabilidade de:
a) ocorrer 2 no primeiro lançamento e um número impar no segundo?

Precisamos que aconteça o seguinte evento: (2,1), (2,3), (2,5). Assim, temos que a
probabilidade é de 3 chances em 36.
3 1
P(E) = =
36 12

b) Se for maior que 10?


(2,6), (3,4), (3,5), (3,6), (4,3), (4,4), (4,5), (4,6), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6), (6,2), (6,3),
(6,4), (6,5).

P(E) = 16/36 = 4/9

Acontecimentos não Equiprovaveis

É o caso de lançamentos de dados ou de moedas não viciados, escolha de bolas


numeradas de tamanho e peso idênticos etc. Um exemplo de espaço amostral que pode
ser considerado não equiprovável é o formado pelo seguinte experimento: escolher entre
tomar sorvete ou fazer caminhada.

Exemplo

A escolha entre tomar sorvete ou fazer caminhada.


Resolução de problemas envolvendo calculo de probabilidade

Exercício 1:

Se lançarmos um dado, qual a probabilidade de obtermos um número maior que 4?

Um dado possui 6 lados com números de 1 a 6. Sendo assim, o número de


possibilidades no lançamento é 6.

Um evento favorável à escolha de um número maior que 4 é obter 5 ou 6, ou seja, há


duas possibilidades.

Portanto, a probabilidade um número maior que 4 ser o resultado ao lançar o dado é


dado pela razão:

2
P= = 0,333 × 100 = 33,3%
6

Exercicio 2:

Se lançarmos uma moeda, qual a probabilidade do lado “cara” ficar voltado para cima?

No lançamento de uma moeda só existe duas possibilidades: sair cara ou coroa. Se o


evento de interesse é sair “cara”, então a probabilidade dele ocorrer é dada por:

1
P= = 0,5 × 100 = 50%
2

Exercício 3:

Se em uma turma é formada por 8 alunos do sexo feminino e 7 do sexo masculino e a


professora escolher aleatoriamente um estudante para ir ao quadro resolver um
exercício, qual a probabilidade de ser seleccionada uma aluna?

O total de alunos da turma é 15, 8 do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Como o


evento favorável é escolher uma aluna existe 8 possibilidades de escolha e a
probabilidade é dada por:

8
P= = 0,533 × 100 = 53,3%
15

Exercício 4:
Escolhendo aleatoriamente um dia da semana, qual a probabilidade de escolher uma
segunda ou uma sexta-feira?

A semana é composta de 7 dias.

1
A probabilidade de escolher uma segunda-feira é e a probabilidade de escolher uma
7
1
sexta-feira também é .
7

Portanto, a probabilidade de escolher segunda ou sexta é:

1 1 2
P = 7 + 7 = 7 = 0,285
Referencias

https://www.google.com/search?q=propriedades+da+frequ
%C3%AAncia+relativa&rlz=1C1CHBD_pt.com

https://bookdown.org/rfdapaz/probabilidade/eventos-independentes.html

GRAÇA MARTINS, M. E., MONTEIRO, C., VIANA, P. V., TURKMAN, M. A. A.


(1999) – Probabilidades e Combinatória. Ministério da Educação, Departamento do
Ensino Superior. ISBN: 972-8417-33-0. Depósito Legal 143440/99.

Livro de Matemática 12 classe, Longman Moçambique.

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