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FACULDADES DE FOZ DO IGUAÇU

MANTENEDORA: ASSUPERO – ENSINO SUPERIOR S/S LTDA

PATRICIA LUANA DA SILVA

FICHAMENTO CURRICULO AMOP 2020

HISTÓRIA

FOZ DO IGUAÇU
2019
CONCEPÇÃO

A Geografia, como as demais ciências, passou por grandes mudanças,


especialmente no pós-Segunda Guerra Mundial, quando foi questionada a
finalidade da produção geográfica, uma vez que não satisfazia mais às
necessidades da época. O intenso debate que a ciência viveu, desde então,
chegou ao nível do ensino, a partir da década de 1980, por meio de propostas
curriculares
renovadas e, entre elas, a do Currículo Básico para a Escola Pública do
Paraná. O desafio de organizar uma proposta curricular não é tarefa fácil. Por
isso, dentro de uma perspectiva do movimento histórico da ocupação, da
exploração e da produção do espaço pelo homem, consideramos importante
partir do pressuposto de como surgiu a Geografia, a quem serviu e por que
permanece nas escolas e toma vulto nesse início do século XXI. Nos seus
primórdios, uma primeira vertente da Geografia foi sistematizada na Grécia,
ligada às preocupações com as lutas
democráticas e com aqueles que viam as soluções dos problemas do homem
como ato político, coletivo e totalizante. Referia-se a uma Geografia diluída em
escritos filosóficos. Houve, porém, uma segunda vertente que se tornou
dominante. Dessa, há registros abundantes na forma de relato de povos, de
terras e de mapas feitos para servir ao comércio e ao Estado.
Na qualidade de saber escolar, a Geografia que se instituiu no Brasil, no século
XIX, esteve marcada por essa ideologia patriótica e nacionalista, apresentada
como ciência neutra, erudita, descritiva, conhecida como geografia tradicional.
Seu ensino privilegiava a descrição e a memorização dos elementos físicos,
com destaque para as imensas riquezas naturais, para os dados populacionais
e econômicos, analisados em forma de números. O Brasil passava a significar
mais “território” e menos nação, povo ou sociedade. Entretanto, o
conhecimento do espaço físico em si não leva à compreensão da realidade e o
conhecimento do uso social do espaço continua sendo exclusividade de quem
domina o poder, tanto no nível político como no econômico. O que sustentou o
ensino da geografia, assim como as demais disciplinas, configurou as
influências recíprocas entre o poder econômico e o poder político. A
penetração do ideário liberal e depois do ideário desenvolvimentista influíram,
sobremaneira, ora valorizando, ora desvalorizando essa disciplina nas escolas.

OBJETIVO GERAL
Entender a produção dos espaços como processos sociais mediados pelo
trabalho humano, por isso, ser capaz de posicionar-se frente às desigualdades
sociais por meio da leitura dos espaços produzidos e reconhecer-se como
agente das transformações desses espaços, buscando novas formas de
interagir com o meio e com o outro, para garantir a emancipação humana e a
sustentabilidade planetária.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS
Considerando a escolha do materialismo histórico dialético como caminho para
atingir os objetivos propostos, as metodologias deverão nortear o trabalho com
o conhecimento geográfico. Se o objetivo maior é formar um cidadão crítico,
capaz de posicionar-se frente às desigualdades sociais por meio da leitura dos
espaços geográficos produzidos, tanto o espaço concreto como
o abstrato revelam-se igualmente como espaços vividos e são conteúdos
pertinentes e significativos nas dimensões sociais, políticas, econômicas e
culturais da contemporaneidade explicitadas na concepção adotada nesta
PPC. Sentimos, ainda, na Geografia, como nas demais disciplinas, a herança
do ensino positivista das definições, em que o conceito científico é o produto
pronto e acabado a ser passado ao aluno de forma fragmentada, cabendo a ele
a tarefa de articular os sistemas e compreender o todo. Também são partes
dessa herança desconsiderar o conhecimento do aluno, o erro de não
incorporar a contradição e de não considerar o processo da produção do
conhecimento científico.

METODOLOGIA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA


1a etapa: RESGATANDO/registrando – resgatar tem o sentido de retomar as
ideias iniciais sobre o conteúdo de ensino. É a representação do conhecimento
imediato, a visão da totalidade empírica. É buscar um mesmo ponto de partida
provisoriamente comum ao professor e ao aluno. É uma mobilização para a
pesquisa/descoberta: o professor apresenta aos alunos atividades
diversas em diferentes linguagens, que envolvam o conteúdo trabalhado.

2a etapa: PROBLEMATIZANDO – refere-se à confrontação entre o que os


alunos sabem e o conhecimento científico a ser ensinado, discutindo-se os
problemas postos pela prática social ou pelo conteúdo. O professor pode
questionar o espaço estudado, a sua história, por quem e por que foram
construídos, quais os problemas sociais e espaciais originados pela ação do
homem.
Problematizar é provocar questionamentos sobre o assunto, é uma atividade
planejada pelo professor a partir dos conhecimentos iniciais dos alunos e
dirigida para compreensão do conhecimento científico.

3a etapa: SISTEMATIZANDO - refere-se ao diálogo entre a problematização e


o conhecimento científico a ser ensinado. São as ações docentes necessárias
para a construção do conhecimento, ou seja, as relações estabelecidas entre o
aluno e o objeto do conhecimento mediado pelo professor. Além disso, indica a
busca sistemática de informações técnicas, científicas, oficiais com auxílio da
pesquisa (Análise de textos, imagens, entrevistas, material gráfico e
cartográfico, construção de material como croquis, pré-mapas, plantas baixas,
linhas do tempo etc.). Estabelece-se, nesse sentido, um diálogo com o saber
científico que “responde” à
problematização. O professor explora, então, os conceitos geográficos e
propõe a discussão sobre o significado dos textos didáticos, paradidáticos e
outras fontes de pesquisa, além da produção de texto sobre o conteúdo
estudado.

4a etapa PRODUZINDO - refere-se à síntese elaborada pelo aluno, ao saber


mediato, à superação do conhecimento empírico/imediato. É uma expressão da
síntese cognitiva. É importante, para tanto, produzir situações de ensino para
que o aluno possa expressar-se com diferentes linguagens o saber elaborado
( em forma de desenhos, tabelas, mapas conceituais, mapas mentais, gráficos,
maquetes, esculturas com massinha, pintura, colagens, painéis, fotos, internet
– laboratório de informática), ou seja, a síntese do conhecimento científico por
ele apropriado. Nessa etapa, é fundamental que fique claro a aprendizagem do
aluno
e, por isso, o peso na produção textual. Não obstante, é importante que ela
seja valorizada, inicialmente, como expressão dos saberes relacionados aos
conteúdos, e que o texto seja de fato uma produção do aluno e não a cópia de
conceitos. Por esse motivo, o parâmetro de avaliação é comparar a produção
do aluno em todos os momentos da MMD.

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