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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: TRABALHANDO O


CONCEITO DE LUGAR E TERRITÓRIO E SUA APLICABILIDADE EM TEMPOS
DE GLOBALIZAÇÃO.

Professora Rosana Cardeal da Costa1

Orientadora: Professora Doutora Luzia Mitiko Saito Tomita2

CAMBIRA, PARANÁ

2014

1
Professora da Rede Estadual do Estado do Paraná, na disciplina de Geografia e Educação Especial.
Email: rosanacardeal@hotmail.com
2
Professora Doutora da Universidade Estadual de Londrina, na área de Geografia. Email:
lutomita@yahoo.com.br
Resumo

Em tempos de globalização, faz-se necessário um conhecimento efetivo referente à localização


geográfica, conceitos de lugar e território. Mesmo com o trabalho realizado no Ensino
Fundamental, esses alunos ingressam no Ensino Médio com grande dificuldade de
compreensão desses conteúdos básicos, dificultando a sequência pedagógica, bem como o
entendimento das relações de poder mundial que são veiculadas diariamente. A partir da
constatação da realidade educacional que vivemos, em que encontramos grande desinteresse
dos alunos, torna-se urgente encontrar metodologias diferenciadas que possam contemplar os
conteúdos necessários para sua educação formal, a realidade vivenciada e ferramentas que
auxiliem todo esse processo. Por ser uma geração que utiliza muito as novas tecnologias, é
importante desenvolver um trabalho em que possam fazer uso das TICs, motivando sua
participação e facilitando a compreensão do quanto o conhecimento geográfico é importante na
vida cotidiana de todos. Esse material visa propiciar aos alunos a compreensão referente aos
conceitos de lugar, território e globalização, minimizando as dificuldades apresentadas no
decorrer de sua vida escolar. Como ferramenta auxiliar, serão utilizados recursos tecnológicos,
nesse caso, computador e Internet, que fazem parte da realidade dos alunos e que podem
favorecer e facilitar a compreensão.

Palavras-chave; “Localização geográfica” . ” TICs” . ” Lugar” . ” Território”.


INTRODUÇÃO

No decorrer de seu processo histórico, a instituição escolar e a formação


educacional, de forma geral, tem enfrentado grandes desafios, sejam eles
políticos, econômicos, sociais, entre tantos outros. Sendo uma instituição que
reflete a sociedade na qual está inserida, a cada mudança social, é preciso se
adequar, é necessário se reinventar para formar alunos que possam vivenciar
sua realidade, de forma a contribuir na construção de um mundo melhor para
todos.

A partir da necessidade de atualização constante dos profissionais da


educação, grandes responsáveis por concretizar novas ações educacionais, o
governo do Estado do Paraná oferta aos professores da rede estadual, a
participação no Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE, objetivando
oportunizar momentos de capacitação, reflexão e a busca de novas práticas
pedagógicas, embasadas teoricamente, possibilitando vencer os desafios que
se apresentam na realidade educacional em que atua.

Na atualidade, entre os grandes desafios da escola, pode-se citar o


grande desenvolvimento tecnológico, que propicia às novas gerações o amplo
acesso às mais diversas ferramentas que, na maioria das vezes, são utilizados
apenas para recreação, sendo importante levá-los a compreender as grandes
possibilidades de uso das tecnologias a que eles tem acesso diariamente e o
quanto elas podem contribuir no processo de conhecimento, em especial, na
formação educacional, visto que observa-se a grande dificuldade dos alunos no
que se refere à localização geográfica, em especial o conceito de lugar e
território. Ciente da necessidade desse conhecimento nos tempos atuais de
globalização e das grandes possibilidades de exploração de recursos na
Internet referente a esse tema justifica a opção por desenvolver o Projeto, na
disciplina de Geografia, referente a esses conceitos e utilizando as TICs como
ferramenta.

DISCUSSÃO ACERCA DO ENSINO DE GEOGRAFIA


O ensino de Geografia esteve presente nas escolas desde sua
implementação enquanto instituição responsável pela formação educacional
dos indivíduos. Inicialmente não como disciplina, mas agregada às disciplinas
existentes:
A Geografia, enquanto mais uma ciência moderna que emergiu no
seio da sociedade europeia do século XIX , expressa uma verdadeira
singularidade: suas raízes encontram- se na escola, pois ela fazia
parte das disciplinas aí presentes, na medida em que inculcava nas
crianças e adolescentes a ideologia do nacionalismo patriótico, de
decisiva importância na constituição dos Estados- nações europeus
de maneira geral , e de maneira particular do Estado- nação alemão,
onde surgiu a Geografia moderna . ( VLACH , 1991, p. 52)

Sempre houve a preocupação em formar no individuo a consciência


acerca do pensamento geográfico, mesmo que não de forma explicita. Essa
característica muda a partir do séc. XIX:
[...] somente nos meados do século XIX, na Alemanha, com A. von
Humboldt, K. Ritter e F. Ratzel, que ela passou a ter status de
ciência, sendo, a partir dessa época, ensinada e praticada nas
universidades. Formou-se então uma corrente de pensamento no
seio da geografia que ficou conhecida como “escola alemã”, cuja
característica central era o fato de ser iminentemente determinista e
naturalista (CAMARGO; REIS JÚNIOR, 2007, p. 83).

Nesse período histórico a “escola alemã” desenvolveu estudos


referentes à Geografia Física, em que alguns conceitos importantes
possibilitaram a configuração e representação da Geografia enquanto Ciência e
Humboldt seu principal representante
Quase todos os estudiosos da história da geografia concordam em
considerar Alexander von Humboldt como o pai da moderna ciência
geográfica. Sua obra, sem dúvida, foi decisiva para a configuração de
muitas das ideias geográficas, particularmente no campo da geografia
física (CAPEL, 2004, p. 11).

No decorrer de sua história, apresentou uma diversidade no que se


refere ao seu objeto de estudo bem como quanto à metodologia empregada.
Por esse motivo foi alvo de muitas críticas e questionada quanto à necessidade
de seu ensino nas escolas
Em relação ao ensino da disciplina no Brasil, podemos afirmar que,
inicialmente, baseava-se nos estudos de Vidal de La Blanche, configurando a
Geografia Tradicional, em que a relação entre o ser humano e a natureza era
tratada de forma objetiva, sem considerar as relações sociais que produziam o
espaço geográfico. A disciplina de Geografia priorizava a descrição dos
lugares, a memorização de nomenclaturas diversas, referentes aos elementos
que compunham determinados ambientes, sem considerar as relações
humanas, sociais, políticas, econômicas, que se desenrolavam naquele espaço
e que resultaram naquela composição.
Já no período pós-guerra, com a expansão do Capitalismo, com a
intensificação do processo de urbanização e outras mudanças significativas no
processo produtivo que provocaram grandes transformações nas sociedades, a
Geografia Tradicional já não é capaz de explicar todos esses processos novos
e surge uma lacuna em que se faz necessário um novo olhar sobre o espaço e
sobre as relações que nele se estabelecem. Essa nova realidade tem um
alcance muito maior e os espaços que até esse momento se mostravam
autossuficientes, deixam de explicar-se por si mesmos e passam a fazer parte
de uma realidade muito maior, articulados em uma realidade globalizada.
O processo acelerado de urbanização, os processos produtivos e todas
as inovações tecnológicas provocaram grandes transformações nas pesquisas
geográficas, que contavam a partir desse novo contexto com uma série de
ferramentas que permitiam uma estudo diferenciado sobre esse espaço
geográfico globalizado
As condições culturais, econômicas e políticas do início do século
propiciaram as diretrizes intelectuais e científicas que mudariam o
pensamento do século XIX e levariam as ideias ao positivismo,
estruturado por Augusto Comte [...] Os cientistas procuraram
acumular conhecimentos empíricos e fazer as suas formulações
teóricas; os governos dos países mais comprometidos com a
expansão colonial, como a Inglaterra, a França, a Prússia e, com a
expansão colonial após 1871, a Alemanha, a Rússia etc. estimularam
a formação de sociedades geográficas que patrocinavam expedições
científicas ao interior da África, da Ásia e da América do Sul, à
procura de recursos susceptíveis de exploração (ANTRADE, 1987, p.
49-50).

No Brasil, a década de 60 surge com novos pensamentos e novas ideias


que, principalmente sob uma proposta marxista, a Geografia Tradicional passa
a ser duramente criticada por sua visão simplista e tem inicio uma proposta de
estudos geográficos em que devem ser considerados as relações entre ser
humano, espaço e processo produtivo e as transformações resultantes dessas
relações, em especial, das lutas sociais, de onde emerge a Geografia Marxista
em que mais estudar o espaço, a Geografia deve formar o cidadão consciente,
crítico, capaz de conhecer o mundo em que vive mas ir muito além,
transformando-o, tornando-o melhor para si e para toda sociedade.
Nessa nova perspectiva de estudo geográfico existe uma preocupação
política no que se refere às relações entre seres humanos, as relações sociais
que se estabelecem, os processos produtivos, enfim, negligenciando pontos
que seriam fundamentais para a compreensão do espaço geográfico.
Observa-se que tanto a Geografia Tradicional quanto a Marxista focam
em pontos específicos de estudo de acordo com suas perspectivas mas que
ainda não contemplam a realidade geográfica em toda sua possibilidade.
Surge, dessa forma, a necessidade de compreender o espaço como um todo
Um conceito básico é que o espaço constitui uma realidade objetiva,
um produto social em permanente processo de transformação. O
espaço impõe sua própria realidade; por isso a sociedade não pode
operar fora dele. Consequentemente, para estudar o espaço, cumpre
apreender sua relação com a sociedade, pois é esta que dita a
compreensão dos efeitos dos processos (tempo e mudança) e
especifica as noções de forma, função e estrutura, elementos
fundamentais para a nossa compreensão da produção do espaço
(SANTOS, 2008, p. 67).

A partir dessa compreensão, na década de 80, surgem vários debates


entre pesquisadores, em especial no que se refere à Geografia acadêmica,
buscando encontrar um contraponto condizente com a realidade escolar em
que a mesma deve ser aplicada, considerando propostas que possam
favorecer um aprendizado em que todos os aspectos geográficos possam ser
estudados, compreendidos, assimilados e aplicados na realidade de nossos
alunos, permitindo a aproximação da Geografia estudada com a realidade
vivenciada.
A Utilização das TICs na Educação
“A invenção da imprensa por Gutemberg em 1442 foi a primeira grande
revolução tecnológica na história da cultura humana [...]”. (PAIVA, 2008. p.2).
É possível afirmar que, a partir dessa invenção, houve muita evolução e,
nas última décadas, essas mudanças acontecem em um ritmo cada dia mais
acelerado.
Toda essa tecnologia e os benefícios resultantes de seu uso, são
utilizados nos mais diversos setores e sempre aumenta o número de pessoas
que estão utilizando as tecnologias modernas como forma de agilizar suas
atividades.
Assistir televisão, acessar a internet ou até mesmo falar ao telefone, são
atividades normais nos dias de hoje, e os nossos alunos, em sua maioria, já
estão adaptados à forma e a velocidade pela qual as informação transitam. De
acordo com Graells (1998) a sociedade da informação foi consolidada com o
eminente crescimento do acesso a internet, sendo este a maior forma de
virtualização do espaço e de quebra dos conceitos geográficos no que refere-
se tempo, espaço e território.
Nessa nova realidade, o professor precisa encontrar metodologias que
sejam atrativas para os alunos, acompanhando as mudanças que atingem
nossa sociedade, mudando a visão da escola tradicional em que o aluno é visto
como uma folha em branco, tendo o professor a função de transmissão do
conhecimento. Nesse sentido, o docente é um eterno aprendiz.

Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco


ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam
em comunhão, mediatizados pelo mundo (FREIRE,
1983, p. 79).

Dessa forma fica evidente a necessidade da contínua busca pelo


conhecimento.

As mudanças provocadas pela incorporação das novas


tecnologias ao processo ensino-aprendizagem já fazem
parte da maioria dos discursos didáticos, mas na ação
pedagógica poucas mudanças são observadas
(ALMEIDA e ALMEIDA,1999, P.73).

Ou seja, as tecnologias já estão presentes em sala de aula, no entanto,


a ação pedagógica não apresenta mudanças, desconsiderando a nova forma
de percepção dos alunos globalizados. Os alunos levam para aula, acessórios
tecnológicos como mp3, celulares com câmeras e até notebooks, então, por
que ao invés de proibir o uso desses, não os utilizamos no aprendizado em
sala de aula?
As instituições educacionais refletem essa nova realidade pois, ao
mesmo tempo em que aumenta a possibilidade de utilização dessas novas
tecnologias na prática pedagógica, em que os alunos dominam o conhecimento
relativo a esse tema, por outro lado encontram-se os professores e demais
profissionais da educação, que passam por um processo de transição,
aprendendo a utilizar esses recursos e a melhor forma de aplica-los em sua
realidade. Podemos considerar esse, um novo conflito de gerações.
Dessa forma, é essencial que o educador, como pesquisador, busque
capacitação constante, em especial no que se refere às novas tecnologias, que
mudam rapidamente e devem sempre ser atualizadas, para que possa oferecer
a seus alunos todos os recursos possíveis para promover a aprendizagem.
No que se refere a utilização de recursos auxiliares no processo
educacional, Belloni (1999. p.54), afirma que:
A educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza a medida
de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à
ação do professor em sua interação pessoal e direta com os estudantes.

Nesse sentido, é preciso atentar para um ponto que tem gerado muitos
questionamentos. Esses recursos são auxiliares do educador e não substitutos
de sua função. Por isso, a importância de aprender a utilizar esses recursos,
enriquecendo sua prática, como meio de obter melhores resultados.
No caso da informática, ela deve ser utilizada como instrumento na
facilitação da comunicação do processo educacional, através das novas
tecnologias emergentes desse ramo, aprimorando e, principalmente, teorizando
uma nova forma de educar, tornando o aluno mais contextualizado com a sua
realidade e os mecanismos de informação vigentes na contemporaneidade. De
acordo com Lévy(1993, p.7):
novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no
mundo das telecomunicações e da informática. As relações entre os
homens,o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da
metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos.
Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem são capturados
por uma informática cada vez mais avançada. Não se pode mais
conceber a pesquisa cientifica sem uma aparelhagem complexa que
redistribui as antigas divisões entre experiência e teoria.

Ou seja, a educação não pode ignorar essa novas realidade mas,


incorporar seus benefícios em prol da qualidade do processo de aprendizagem,
garantindo a eficácia desse processo por meio de uma interferência positiva e
consciente.
Um conceito fundamental na utilização desses novos recursos, refere-se
a interface, que é a ação que estabelece as condições para o ser humano se
comunicar pelos caminhos da informática, além de interagir com outros
usuários destas tecnologias por meio de uma linguagem comum. “Uma
interface homem/máquina designa o conjunto de programas e aparelhos
materiais que permitem a comunicação entre um sistema informático e seus
usuários humanos” (LÉVY, 1993, p. 176).Logo, a interface é tudo aquilo que
está entre o usuário e a máquina.
O educador tem como função orientar seus alunos na apropriação desse
conhecimento, como forma de utilizar esses recursos extraindo deles os usos e
benefícios oriundos dessa nova realidade.
As escolas públicas paranaenses, nos últimos anos, estão se
adequando a essa nova realidade. Primeiro foram as TVs e vídeos, que eram
disputados por todos, precisando, inclusive, de agendamento. Depois vieram
as TVs para cada sala de aula e pen drives para todos os professores. Em
seguida, os Laboratórios de Informática e, mais recentemente, os Tablets.
Temos consciência que essas ferramentas ainda não estão funcionando da
forma considerada ideal, falta manutenção, nem todos sabem utilizar da forma
correta mas, apesar disso, estamos caminhando na direção correta. Não
podemos esquecer que, a grande maioria dos alunos, tem acesso a esses
recursos e podem ser grandes aliados nesse processo.
Portando, há necessidade não só do professor se atualizar para esta
sociedade, como também a atualização da formação de professores, que
continua com os moldes para um ensino tradicional.

CONCEITUANDO: LUGAR, TERRITÓRIO E GLOBALIZAÇÃO, DE


ACORDO COM A GEOGRAFIA.
A ciência geográfica, de acordo com as diversas correntes do
pensamento, relaciona conceitos que são fundamentais para a compreensão
dessa disciplina. São eles: território, lugar, paisagem, região e espaço. No caso
desse estudo específico, o foco do trabalho vai se concentrar nos conceitos de
lugar e território, sabendo ser impossível que os demais conceitos não sejam
considerados já que estão todos interligados mas, que apenas terão um
enfoque menor.
Considerando-se a necessidade de compreensão do conceito de lugar
no que se refere à localização geográfica, esse deve ser o foco inicial.
O conceito de lugar, tem uma conotação de pertencimento. Ele se
caracteriza pela relação próxima entre o indivíduo e o espaço por ele habitado,
a partir de sua vida cotidiana, seu trabalho, relações pessoais, enfim, sua
vivência.
Lugar constitui a dimensão da existência que se manifesta através de
um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas,
instituições–cooperação e conflito são a base da vida em
comum(SANTOS, 1997).

A partir dessa definição, podemos afirmar que Lugar é o espaço


próximo, em que vivemos e interagimos, em que formamos nossa identidade e
vivenciamos nosso cotidiano.
Dessa forma, o lugar, muito mais que um espaço físico, uma paisagem
com elementos e referências específicas, com descrições objetivas e estáticas,
como um espaço produzido pela natureza e pelo ser humano, deve ser visto
como uma construção única, carregada de simbolismo,das ideias produzidas
por aqueles que ali habitam, formando assim, uma paisagem cultural,
despertando sentimentos de identidade e de pertencimento no indivíduo. Ou
seja, é o resultado da construção de uma relação afetiva entre o sujeito e o
ambiente em que vive.
De acordo com Cavalcanti(1998), na perspectiva da geografia
humanística o lugar é o conceito chave, compreendido como o espaço vivido. É
onde a vida se realiza, está carregado de afetividade e significado. Assim, o
lugar deve ser estudado a partir das relações e ligações subjetivas
estabelecidas entre o sujeito e o espaço.
Na perspectiva da geografia crítica, o conceito de lugar passou a
valorizar mais as questões políticas e econômicas. É o espaço do embate, de
combate entre as classes sociais. O lugar é o espaço do particular, estando
presentes os elementos históricos, culturais e a identidade; revelando as
especificidades. É no lugar que se materializam as contradições da
globalização, conforme suas particularidades e suas possibilidades
(CAVALCANTI, 1998).
Para Callai(2003), o local é a escala espacial que deve desencadear as
abordagens conceituais de geografia, a partir do local/lugar:
Estuda-lo é fundamental, pois ao mesmo tempo que o mundo é global,
as coisas da vida, as relações sociais se concretizam nos lugares
específicos. E como tal a compreensão da realidade do mundo atual se
dá a partir dos novos significados que assume a dimensão do espaço
local. (CALLAI, 2003, p. 84).
Nesse sentido, o conceito de lugar assume novas proporções,já que
expressa singularidade e globalidade,propiciando a construção de identidades
individuais e coletivas, deixando de representar apenas um espaço que
circunda o corpo.
No caso da localização geográfica, tão importante quanto o conceito de
lugar está o conceito de território que é considerado, pela maioria das correntes
do pensamento geográfico, um conceito-chave da Geografia.

A palavra território refere-se a uma determinada área, dominada por um


animal, uma pessoa(ou grupo de pessoas), uma organização ou uma
instituição. Apesar da variedade de sentidos para o termo território, todos
concebem a ideia de apropriação de um determinado espaço por um individuo
ou um grupo.

Na análise do território, os aspectos físicos do lugar ficam em segundo


plano, já que ponto relevante se refere as relações de poder estabelecidas no
espaço. Para Andrade(1995), a ideia de poder é uma constante na análise do
território:

O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço ou de


lugar, estando muito ligado à ideia de domínio ou de gestão de uma
determinada área. Deste modo, o território está associado à ideia de
poder, de controle, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer
ao poder das grandes empresas que estendem os seus tentáculos por
grandes áreas territoriais, ignorando as fronteiras políticas. (ANDRADE,
1995, p.19).

Dessa forma, podemos então perceber que a compreensão do conceito


de território, principalmente no que se refere à ciência geográfica, é a de uma
divisão administrativa em que, através de relações de poder, são criadas as
fronteiras entre países, regiões, estados, municípios e bairros. Na atualidade,
pode também se referir as áreas de influência de grupos específicos, ou seja, o
conceito de território abrange mais que o Estado-Nação, já que todo espaço
definido e delimitado a partir de relações de poder se caracteriza como
território. Sendo assim, em uma abordagem geopolítica, podemos afirmar que
um consulado ou uma embaixada em diferentes países, seja considerado como
parte de um território de sua nação de origem.
Segundo Cavalcanti(1998, p. 107), “o conceito de território tem uma
larga utilização na história da Ciência Geográfica e no ensino ele está presente
em diversos conteúdos que compõem o programa curricular do ensino
fundamental e médio”. Faz-se necessário trazer esses conceitos para a sala de
aula, através da interação com o aluno.

Dessa forma, é necessário que a educação geográfica contemple esse


conceito, em que o aluno perceba as implicações no contexto real. Vários
autores conceituaram território e, mesmo com algumas diferenças, a essência
é comum a todos. Para Santos(2002):
O território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas as
paixões, todos os poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é,
onde a história do homem é plenamente realizada a partir das
manifestações da sua existência. [Nesse sentido] a Geografia passa a
ser aquela disciplina mais capaz de mostrar os dramas do mundo, na
nação, do lugar. (SANTOS, 2002:9).

Ainda de acordo com o autor, a formação do território perpassa pelo


espaço e a forma do espaço é encaminhada segundo as técnicas vigentes e
utilizadas no mesmo. Sendo assim, o território configura-se pelas técnicas,
pelos meios de produção, pelos objetos e coisas, pelo conjunto territorial e pela
dialética do próprio espaço.
Já na sua obra de 2003, p. 19, Santos expõe a categoria território como:
“[...] um nome político para o espaço de um país”.
Ao realizar o estudo de categorias e conceitos geográficos no ensino, é
impossível não relacioná-lo ao processo de Globalização que é um termo que
tem sido muito discutido nas últimas décadas e mesmo assim não é facilmente
compreendido, com um conceito único. Além de sua conceituação, existem
muitas divergências com relação ao período que esse processo teve inicio.
Acerca desses dois questionamentos, será feita uma breve explanação, com o
intuito de possibilitar uma melhor compreensão do processo de globalização.
Para Giovannetti e Lacerda no "Melhoramentos Dicionário de Geografia"
(1996):A globalização é um:

Processo acentuado nas últimas décadas do século pela aceleração e


padronização dos meios técnicos, a instantaneidade da informação e da
comunicação e a mundialização da economia, e que promove a
reorganização e reestruturação dos espaços nacionais e regionais, em
escala mundial, a partir do controle e regulamentação dos centros
hegemônicos. (p.93-4.)
Com relação ao inicio desse processo também existem algumas
divergências, já que alguns autores afirmam que a globalização se iniciou no
momento em que alguns homens primitivos, de uma aldeia qualquer, entraram
em contato com a aldeia vizinha. Sendo assim, o inicio da globalização pode
ser determinado em qualquer período, mas que teve certa aceleração a partir
das Grandes Navegações.
A principal característica da globalização atual é a velocidade de
realização de suas relações de produção e circulação.
É possível dividir a globalização em três etapas: a primeira conhecida
como a “globalização do colonialismo”, marcada pela ocupação territorial; a
segunda é a da fragmentação dos territórios ea terceira, que é a “globalização
do século XX”, popularmente conhecido como o período das revoluções
tecnológicas, fator que caracteriza a globalização nos dias atuais.
A seguir, alguns conceitos de globalização, de três autores diferentes.
Para Ianni (1996):
A globalização pode ser definida como a intensificação das relações
sociais em escala mundial que ligam localidades distantes de tal maneira
que os acontecimentos de cada lugar são modelados por eventos que
ocorrem a muitas milhas de distancia e vice-versa.
A globalização se refere a todos os processo por meio dos quais os
povos do mundo são incorporados a uma única sociedade mundial, a
sociedade global. Globalismo é uma das forças que atuam no
desenvolvimento da globalização. (IANNI, 1996).

Para Giddens (1991:69):


A globalização se refere essencialmente a esse processo de
alongamento, na medida em que as modalidades de conexão entre
diferentes regiões ou contextos sociais se enredaram na superfície da
Terra como um todo.
A globalização pode assim ser definida como a intensificação das
relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de
tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos
ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa.
[...]

Giddens(1991) afirma que a mundialização pode, portanto, definir-


se como a intensificação das relações sociais em todo o mundo, de tal maneira
que os acontecimentos locais estão configurados por acontecimentos que
ocorrem a muitos quilômetros de distância ou vice-versa. Assim, a
transformação local é parte da mundialização e da extensão lateral das
conexões através do tempo e do espaço.
A seguir, uma explanação feita por Milton Santos(2002),
considerado como o maior geógrafo brasileiro:
A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo
de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do
capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se
com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos
fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e
novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca:
técnica, comercial, financeira, cultural.
Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa
verdadeira revolução é o progresso técnico, obtido em razão do
desenvolvimento científico e baseado na importância obtida pela
tecnologia, a chamada ciência da produção. (SANTOS. 2002)

Apesar de cada autor apresentar um ponto de vista diferenciado no que


diz respeito ao termo globalização, a conceituação apresenta formas
semelhantes quanto as consequências desse processo.

Esse processo atual de globalização nada mais é do que a mais recente


fase da expansão capitalista, que visa aumentar os mercados e,
consequentemente, os lucros, que é o que de fato move os capitais, produtivos
ou especulativos, no mercado. As guerras que sempre foram de caráter bélico,
na idade contemporânea são cada vez mais econômicas e o campo de batalha
é o mercado mundial, altamente globalizado. A invasão atual muitas vezes
acontece instantaneamente, on-line, via redes mundiais de computadores.

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA


O Projeto foi implementado no Colégio Estadual Rosa Delúcia
Calsavara. Ensino Fundamental e Médio, na turma do 1º ano “B”, período
matutino, no período entre fevereiro e junho de 2014. São 500 alunos, do
Ensino Fundamental e Médio, atendidos nos períodos matutino, vespertino e
noturno. A escola atende alunos da zona rural e urbana, que apresentam uma
grande diversidade, no que se refere aos aspectos sociais, econômicos,
religiosos, culturais e que convivem de forma harmoniosa. O acompanhamento
desses alunos, durante o Ensino Fundamental e o ingresso no Ensino Médio,
retrata a grande dificuldade dos mesmos em compreender os conteúdos aqui
mencionados e a relação destes com a realidade vivenciada. Cientes dessa
realidade e dessa necessidade, justifica-se a escolha e o desenvolvimento do
Projeto sobre esse tema.
Inicialmente o Projeto foi apresentado para os profissionais da escola,
durante a Reunião Pedagógica e, em seguida, já no 1º dia de aula, para os
alunos. Tanto os profissionais da escola, quanto os alunos, aprovaram a ideia
proposta e se colocaram à disposição em qualquer necessidade.

A atividade inicial foi a de explicitar os conceitos de lugar, território e


globalização, exemplificando e propiciando aos alunos a oportunidade de
compreender o quanto são importantes nos dias atuais. De acordo com minha
proposta inicial, nesse momento os alunos iriam iniciar as atividades no Blog,
que foi criado com o objetivo de socializar nossos conhecimentos, adquiridos
durante as atividades. Infelizmente, nesse período inicial, não foi possível
utilizar esse recurso, visto que não conseguimos que os alunos postassem
suas respostas aos questionamentos. Consultamos várias fontes que poderiam
nos auxiliar e, mesmo assim, não conseguimos dar continuidade. Por esse
motivo, esse instrumento de socialização não pode ser utilizado durante
implementação mas nos comprometemos a retomar a proposta no 2º Semestre
do ano letivo, mesmo tendo encerrado a fase de implementação.

Os alunos desenharam o trajeto diário que percorrem de suas


residências até chegar na escola, destacando alguns pontos que servem de
referência para reconhecer os lugares.

Na sequência, teve inicio a fase de confecção de mapas, que foram


sendo arquivados em uma pasta individual. Inicialmente, a localização dos
lugares através do Google Maps e Google Earth, foi exibida em um telão, visto
que o Laboratório de Informática não estava funcionado. Localizamos o
município de Cambira, a região Norte do Paraná e, a partir dessa visualização,
os alunos confeccionaram os mapas do município na região Norte do Paraná e
do Estado do Paraná, destacando o nosso município.

Após os reparos necessários, pudemos desenvolver nossas atividades


no Laboratório de Informática, em que cada dois alunos, dividiam um
computador e, em outros momentos dividimos os alunos em duas turmas,
atendidas em contra turno.
Sempre utilizando o Google Maps e o Google Earth, localizamos o país
e os continente, sendo que, sempre ao término de cada localização, os alunos
deveriam confeccionar um mapa referente ao lugar localizado. Os
questionamentos que seriam respondidos no Blog, foram feitos no caderno de
cada aluno.

Encerrada essa fase inicial, os alunos se dividiram em grupos de 05 e


foram feitos sorteios para determinar os trabalho que seriam realizados. Cada
grupo sorteou um continente e um tema. De posse dessas informações, foram
orientados a pesquisar uma notícia referente ao tema e ao continente sorteado.

A apresentação dos trabalhos consistiu em uma notícia, o desenho do


mapa múndi, com destaque para o país a que se referia a notícia e o mapa do
país citado na reportagem. Na data da entrega, todos os trabalhos foram
expostos no pátio da escola.

Encerramos nossas atividades com uma confraternização. Agradeci aos


alunos e à Direção da Escola a oportunidade de desenvolver esse trabalho,
reforçando que os resultados positivos, só foram possíveis graças à
participação de todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação ministrada nas escolas é um processo em constante


transformação, que exige dos profissionais a capacidade de acompanhar as
mudanças e propiciar aos alunos oportunidades que garantam sua educação
formal e a possibilidade de atuar em sociedade de forma crítica e consciente,
na construção de um mundo melhor para si e para toda comunidade da qual
faz parte.
Dessa forma, é imprescindível desenvolver a prática pedagógica que
oportunize a conquista dessa formação. Nesse sentido, o trabalho
desenvolvido e aqui relatado, objetivou diversificar a metodologia aplicada na
realidade educacional, na disciplina de Geografia, a fim de favorecer aos
alunos a compreensão acerca de conteúdos essenciais para a vivência na
realidade atual.
Foi possível observar o interesse dos alunos pelos conceitos
trabalhados- lugar, território e globalização- e a melhor compreensão a partir
das ferramentas tecnológicas, que são parte da realidade deles. Ainda temos
um longo caminho a percorrer, pois a estrutura de nossas escolas ainda está
longe de ser a ideal, no que se refere ao acesso a essas novas tecnologias.
Mesmo contando com alguns imprevistos, de forma geral, os resultados
foram positivos, visto que o objetivo maior consistia em despertar o interesse
dos alunos pelos conteúdos, favorecendo sua participação e compreensão e
isso pode ser observado.
A formação educacional é um processo inacabado e, por isso, não é
possível afirmar que esse projeto chegou ao fim mas, ao contrário, que inicia-
se um nova etapa, com uma nova proposta, que deve ser, constantemente,
aprimorada, visando sempre favorecer aos nossos alunos a educação formal,
tão importante para a formação do ser humano.
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