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Período getulista
A ascensão de Getúlio Vargas e a criação do chamado Estado Novo trouxeram para o bloco de
poder do Estado a burguesia industrial que, ao lado do setor ruralista, assumiu o comando do
país. Nesse sentido, todas as políticas que o Estado Brasileiro adotou daquele período até o final
da década de 1964 foram alicerçadas para atender os interesses desses dois grandes setores do
capital. Baseada no trinômio: substituição dos produtos manufaturas importados, intervenção
do Estado para garantir o desenvolvimento da indústria nacional e nacionalismo como ideologia,
o conjunto dessas políticas ficou conhecido como nacional-desenvolvimentismo.
A LDB de1961 foi a primeira Lei de Diretrizes e Bases da história da educação no Brasil. Sua
constituição teve início no ano de 1946, no entanto as disputas de grupos religiosos e de uma
intelectualidade laica que representava os setores industriais e urbanos, provocaram uma
demora de 13 anos para sua aprovação.
Em linhas gerais, a LBD de 1961 pouco inovou a respeito da estrutura educacional do país. Sua
principal inovação foi a flexibilidade curricular, de acordo com a região e instituição. Todavia,
um dos pontos mais sensíveis da educação básica brasileira – o exame admissional como meio
de acesso ao ensino secundário (médio) foi mantido. E em alguns aspectos é possível afirmar
que a LBD/1961 apresentou retrocessos, como por exemplo em relativizar a obrigatoriedade do
ensino primário.
A legislação educacional datada do período da ditadura militar tinha dois sentidos combinados:
1) controle ideológico; 2) garantir que a demanda pela expansão da educação básica não
ultrapassasse a ordem vigente e os limites estabelecidos pelas necessidades produtivas do
capital.
Quanto ao sentido ideológico da educação, esse pode ser conferido no Decreto-Lei nº 477/1968
que previu perseguições contra membros da comunidade escolar que supostamente estivessem
envolvidos em atividades consideradas subversivas, bem como no Decreto-Lei nº 869/1969 que
instituiu a chamada Educação Moral e Cívica, baseada no sentimento chauvinista e da chamada
“moral e bons costumes”.
A respeito da expansão do ensino, esse foi garantido por meio do fim do exame admissional
para ingresso no ensino secundário, previsto na Lei nº 5.692/1971. No entanto, ao mesmo
tempo em que a referida lei extinguiu o exame admissional na educação básica, ela não apenas
tornou todo o ensino médio profissionalizante, como criou a vestibular como meio de acesso ao
ensino superior, assegurando assim que as camadas populares se mantivessem no máximo no
ensino básico.
dois pilares jurídicos que regem a educação básica brasileira. Ambas as leis foram
política de Estado. Por esse motivo, tanto a Constituição de 1988 como a LBD de 1996
carregam em si fortes apelos democráticos, mas ao mesmo tempo trazem aberturas para
a mercantilização da educação.
Brasil são inspirações diretas dos pressupostos republicanos inaugurados pela Revolução
2) Obrigatoriedade: a educação dos 04 aos 17 anos no Brasil é obrigatória. Além disso, trata-se
de um direito público subjetivo, ou seja, um direito que não pode ser renunciado por quem
recebe, nem negado por quem tem o dever de garanti-lo;
Por lei a educação brasileira está organizada da seguinte maneira: Níveis, Etapas e Modalidades.
NÍVEL
Etapas da Educação Básica: ensino infantil (0 a 5 anos); ensino fundamental (06 aos 14 anos) e
ensino médio (15 anos aos 17 anos).
Modalidades
Por lei a educação é um dever do Estado e da Família em colaboração com a sociedade. Quanto
à responsabilidade do Estado, esta se divide da seguinte forma entre os entes da federação:
a) União: Cabe a União organizar o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as
instituições de ensino públicas federais, tais como as universidades, institutos e colégios de
aplicação. Ademais, exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva
(suplementar), de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo
de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados e aos Municípios.
De acordo com a Constituição, deverá investir em educação não menos que 18% da receita
resultante de impostos. Quanto ao caráter redistributivo e suplementar da União, esses são
possíveis de verificar respectivamente nas ações ligadas ao FUNDEB (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica) e FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação)
O FNDE é uma autarquia vinculada ao Ministério da Educação, criada pela lei 5.537 de 1968 e
pelo Decreto de no872 de 1969. Seu objeto é financiar em caráter suplementar a educação nos
Estados e Municípios, em especial para a educação fundamental por meio do salário-educação.
Pode ser considerado o principal órgão do FNDE porque é ele quem decide a respeito do
financiamento dos programas e projetos educacionais e sobre a assistência financeira aos
estados, Distrito Federal e municípios e organizações sem fins lucrativos que atendam a
educação básica (ONGs).
A assistência direta é aquela que o próprio FNDE executa a aquisição e a distribuição do produto
aos estados e municípios. Exemplo: Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Programa
Nacional Biblioteca na Escola (PNBE). Nesse tipo de programa não existe transferência
monetária.
Os programas de repasses automáticos são aqueles que são financiados diretamente pela
transferência bancária entre a União para os estados e municípios, a partir do recurso do salário-
educação que é destinado a esses entes da federação. Exemplo: Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE); Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); Programa de
Alfabetização de Jovens e Adultos (Fazendo Escola ou Recomeço) e Programa Nacional de Apoio
ao Transporte Escolar (PNTE).
Os programas de repasses voluntários são aqueles financiados pelo FNDE, mas que decorrem da
existência de convênios estabelecidos entre a União, os estados e os municípios.
BIBLIOGRAFIA