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é a modalidade de ensino[1] nas etapas dos ensinos fundamental e médio da rede escolar
pública brasileira e adotada por algumas redes particulares que recebe os jovens e adultos
que não completaram os anos da educação básica em idade apropriada por qualquer
motivo (entre os quais é frequente a menção da necessidade de trabalho e participação na
renda familiar desde a infância). O programa é dividido em etapas, que abrange do ensino
fundamental ao médio sendo que a EJA no ensino fundamental destina-se a jovens a partir
de 15 anos e a do Ensino Médio, incluem alunos maiores de 18 anos, tendo o prazo
máximo para conclusão de 2 anos para o fundamental, e de 18 meses para o médio. Além
da modalidade presencial a EJA disponibiliza o curso online com certificado, possibilitando
ao aluno estudar aonde estiver, e no horário mais adequado a sua rotina.
No Brasil, o campo consolidou-se com influência das ideias do educador Paulo Freire e em
forte relação com o movimento de educação popular.[2] O professor paranaense Anísio
Alves da Silva é considerado o pioneiro nesta modalidade de ensino, pois no início
de década de 1960, no antigo miniginásio (atual Liceu Mário de Andrade, em Londrina),
implantou um curso rápido e preparatório para o Exame de Madureza e a ideia foi
ampliada para o ensino geral de pessoas que tinham desistido do ensino regular.[3]
O segmento é regulamentado pelo artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da educação
(a LDB, ou lei nº 9394.[4] de 20 de Dezembro de 1996). É um dos segmentos da educação
básica que recebem repasse de verbas do Fundeb.
A partir de 2002, o governo federal criou o Exame Nacional para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos (Encceja), por meio do qual pode, mediante
convênio com estados e municípios, substituí-los na realização de exames
supletivos .Criada pelo Decreto Presidencial nº 4.834/2003[5] para tratar exclusivamente da
alfabetização de jovens e adultos, a Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de
Jovens e Adultos (Cnaeja) teve seu âmbito e composição ampliados pelo Decreto nº
5.475, de junho 2004, reafirmados pelo Decreto nº 6.093, de abril de 2007. Sua
composição recente foi estabelecida pela Portaria nº 1.285, de dezembro de 2013[6]. É
formada por 17 membros, sendo quatro representantes dos governos federal (Secad e
SEB/MEC), estaduais (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e municipais
(União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação); um representante da UNESCO e
um das instituições de ensino superior; e dez representantes da sociedade civil (fóruns de
EJA, movimentos de alfabetização, trabalhadores da educação, movimentos sociais do
campo, de indígenas, afrodescendentes e juvenis, bem como organizações não
governamentais dedicadas a questões da educação e do meio ambiente.
Papel do Professor
O papel do professor na Educação de Jovens e Adultos deve ocorrer de modo dialógico,
no qual o educador construa o conhecimento, por meio, das percepções e compreensões
do mundo que advém dos seus alunos, ou seja, conhecimentos que os educandos
apreendem no seu cotidiano, trazendo praticidade e dinamismo as aulas.
Desse modo, a preocupação do educador na EJA não deve ser focado na dominação dos
conteúdos tradicionais, mas sim nos conhecimentos que trazem significação ao cotidiano
do aluno, evitando que os saberes sejam ensinados da mesma forma que para crianças.
Com base nesse pensamento, Paulo Freire argumenta: "A asa é da ave. Eva viu a uva, o
galo canta, o cachorro ladra, são contextos linguísticos que, mecanicamente memorizados
e repetidos, esvaziados de seu conteúdo enquanto pensamento-linguagem referido ao
mundo, se transformam em meros clichês".
Devido ao Golpe Militar, ocorrido em 1964, o qual perdurou até 1985, houve uma ruptura
política em relação aos movimentos de educação e cultura popular, a repressão se
estabelecia entre as camadas sociais e cada vez mais tinham ideais censurados.
No plano oficial, enquanto as ações repressivas ocorriam, alguns programas de caráter
conservador foram consentidos ou mesmo incentivados, como a Cruzada de Ação Básica
Cristã (ABC). Nascido no Recife, o programa ganhou caráter nacional, tentando ocupar os
espaços deixados pelos movimentos de cultura popular. Dirigida por evangélicos norte-
americanos, a Cruzada servia de maneira assistencialista aos interesses do regime militar,
tornando-se praticamente um programa semi-oficial. A partir de 1968, porém, uma série de
críticas à condução da Cruzada foi se acumulando e ela foi progressivamente se
extinguindo nos vários estados entre os anos de 1970 e 1971. (HADDAD; DI PIERRO,
2000, p.114).[7]
A partir dessa questão, surge, [...] a necessidade de dar respostas a um direito de
cidadania cada vez mais identificado como legítimo, mediante estratégias que atendessem
também aos interesses hegemônicos do modelo socioeconômico implementado pelo
regime militar.(HADDAD; DI PIERRO, 2000, p.114).[7]
A resposta para essa ação veio em 1967 com a criação do Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL).
Criado pela Lei 5.379, de 15 de dezembro de 1967, o MOBRAL tinha por objetivo alcançar
uma política educacional que compreendesse não somente os interesses das camadas
marginalizadas do sistema escolar, mas também os objetivos políticos dos governos
militares.
O MOBRAL
foi implantado com três características básicas. A primeira delas foi o paralelismo em
relação aos demais programas de educação. Seus recursos financeiros também
independiam de verbas orçamentárias. A segunda característica foi a organização
operacional descentralizada, através de Comissões Municipais espalhadas por quase
todos os municípios brasileiros, e que se encarregaram de executar a campanha nas
comunidades, promovendo-as, recrutando analfabetos, providenciando salas de aula,
professores e monitores. Eram formadas pelos chamados “representantes” das
comunidades, os setores sociais da municipalidade mais identificados com a estrutura do
governo autoritário: as associações voluntárias de serviços, empresários e parte dos
membros do clero. A terceira característica era a centralização de direção do processo
educativo, através da Gerência Pedagógica do MOBRAL Central, encarregada da
organização, da programação, da execução e da avaliação do processo educativo, como
também do treinamento de pessoal para todas as fases, de acordo com as diretrizes que
eram estabelecidas pela Secretaria Executiva. O planejamento e a produção de material
didático foram entregues a empresas privadas que reuniram equipes pedagógicas para
este fim e produziram um material de caráter nacional, apesar da conhecida diversidade
de perfis linguísticos, ambientais e socioculturais das regiões brasileiras. (HADDAD; DI
PIERRO, 2000, p.115).[7] O Ensino Supletivo: como o próprio nome se refere, esse ensino
tinha como intuito suprir a escolarização regular dos jovens e adultos que não haviam
concluído seus estudos.
O Ensino Supletivo, por sua flexibilidade, seria a nova oportunidade dos que perderam a
possibilidade de escolarização em outras épocas, ao mesmo tempo em que seria a chance
de atualização para os que gostariam de acompanhar o movimento de modernização da
nova sociedade que se implantava dentro da lógica de “Brasil Grande” da era Médici.
(HADDAD; DI PIERRO, 2000, p.118).[7]
Com a intensificação dos movimentos de resistência e luta pela redemocratização da
sociedade, a partir do autoritarismo e violência implementados pelo regime civil-militar
implantado em 1964, novas possibilidades e formas de organização reivindicatórias vão se
firmando na sociedade civil organizada em meio às lutas dos cidadãos comprometidos
com a democracia e sua realização no contexto social e político mais amplos.
Particularmente, com a anistia em 1979, muitos dos que foram exilados do país voltam,
assumindo a bandeira da educação como primordial para a construção de uma sociedade
democrática e plural.
ampliação de vagas;
recuperação e melhoria da escola pública;
valorização do professor
SÃO BENEDITO
2019