Você está na página 1de 13

Revisão Bibliográfica Sobre:

Educação para Jovens e adultos (EJA)

Revisão Bibliográfica apresentada ao Instituto


Federal de São Paulo, Campus Capivari, como
parte dos requisitos para aprovação na disciplina
Educação para Jovens e adultos (EJA)

Discente: Ana Paula Pereira

Docente: Prof. Dr Ione Arsênio

Capivari
2019
1 Introdução

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino


destinada às pessoas que por razões distintas não conseguiram ter acesso ou
concluir o nível básico da educação formal na idade apropriada. Hoje, essa
modalidade de ensino contempla desde as primeiras séries do Ensino Fundamental
no qual é realizada a alfabetização, até o Ensino Médio em que há aprofundamento
dos conteúdos, objetivando capacitar o estudante para ingressar no Nível Técnico
ou Superior.
A EJA no Brasil é uma modalidade de ensino caracterizada ao longo dos
anos por uma prática fragmentada, como um suplemento de programas, é dotada de
uma trajetória histórica marcada por ações descontínuas muitas vezes não
caracterizadas como escolarização.
O adulto, ao ser considerado como um sujeito em constante transformação e,
portanto, inacabado (FURTER, 1981), precisa ter assegurado o direito público
subjetivo à educação, a partir de uma perspectiva que a possibilite com uma
condição que se efetive ao longo de toda a vida (ALMEIDA; CORSO, 2015).
Todavia, apesar do direito universal à educação ser assegurado pela Lei das
Diretrizes e Bases da Educação para todas as idades, muitos são os desafios para
os estudantes de EJA permanecerem na escola e concluírem a sua formação na
educação básica. Muito se discute a respeito de políticas educacionais que
erradiquem o analfabetismo absoluto, mas considerando esses estudantes como
cidadãos ativos da sociedade não seria importante ouvir o que de fato eles esperam
encontrar na escolarização? Existem anseios pessoais? Quais sonhos buscam
realizar? Ou de fato buscam apenas socialização? Este trabalho pretende
caracterizar a EJA no contexto histórico brasileiro, bem como buscar possíveis
respostas para estas questões.
2 Origem e Caracterização da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
no Brasil

Restringindo-se ao campo da educação formal, ou seja, dentro de um sistema


de ensino tradicional, a origem no EJA no Brasil estaria estreitamente ligada ao
processo de alfabetização dos indígenas no Brasil colônia, por meio da catequese
dos Jesuítas. Pois, ao mesmo tempo que os religiosos pregavam o evangelho aos
nativos, propagava-se no Brasil a linguagem e a escrita da língua portuguesa,
conforme afirma RAYMUNDO (1998, p. 43 apud NETO e MACIEL, 2008, p. 171):

A Ordem dos Jesuítas é produto de um interesse mútuo entre a Coroa de


Portugal e o Papado. Ela é útil à Igreja e ao Estado emergente. Os dois
pretendem expandir o mundo, defender as novas fronteiras, somar forças,
integrar interesses leigos e cristãos, organizar o trabalho no Novo Mundo
pela força da unidade lei-rei-fé.

Em contrapartida, ao adquirir a linguagem estrangeira o indígena era


persuadido por meio da catequese, a adquirir o modo de vida do homem branco, o
qual era interesse do Estado para melhor adequação ao trabalho. Com a vinda da
família real ao Brasil em 1808, intensificou-se a necessidade de serviçais que se
adequassem a alta sociedade portuguesa, a se expandir pela colônia. Desta forma,
como afirma PAIVA (1973) em 1854 iniciou-se a criação de escolas noturnas no
Brasil, cujo intuito era alfabetizar os trabalhadores desde indígenas a colonos, para
os últimos, o objetivo principal era esclarecer seus direitos e deveres na colônia.
Com a implantação do título de eleitor em 1881 que restringia o voto aos
alfabetizados, a escolarização determinava a simples liberdade do exercício a
cidadania. Vislumbrando os votos dos analfabetos e a necessidade de
desenvolvimento industrial, na década de 30 o Estado volta a se manifestar em pró
da alfabetização de adultos, desta vez constitucionalmente:

Com a criação do Plano Nacional de Educação instituído na Constituição de


1934, estabeleceu-se como dever do Estado o ensino primário integral,
gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito
constitucional. A oferta de ensino básico e gratuito estendeu-se a
praticamente todos os setores sociais (FRIEDRICHT et al. 2010, p.395).

Em 1940 a criação do Serviço nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI),


concretiza a desejada escolarização dos jovens e adultos por parte do Estado, para
o desenvolvimento industrial do país, ao prolongar o papel da escola a
especialização técnica das fábricas. Outrora, quase concomitantemente a educação
popular ser focada no exercício do trabalho, com a criação do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em 1930, iniciou-se a
pesquisa educacional no Brasil, que não tarda a frutificar, por exemplo com a
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), a qual resultou no 1º
Congresso Nacional de Educação de Adultos em 1947, e do Seminário
Interamericano de Educação de Adultos, em 1949. Pela primeira vez pensou-se em
materiais didáticos e práticas pedagógicas voltadas para o EJA.
Durante o governo de Getúlio Vargas, retomou-se a busca pela alfabetização
dos adultos, com o intuito em aumentar o nível da escolarização da Nação. A
iniciativa “estendeu as escolas para o interior do Brasil e com essa ação ficou a
certeza de que somente a alfabetização não resolveria, era preciso uma ação mais
ampla junto às comunidades” (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001).
Em 1958, Juscelino Kubitscheck de Oliveira, então presidente da república,
convoca grupos de vários estados para relatarem suas experiências no “Congresso
de Educação de Adultos”. Nesse congresso ganha destaque a experiência do grupo
de Pernambuco liderado por Paulo Freire (GADOTTI, 2000). Este grupo se
constituía em um movimento de educação voltado para o desenvolvimento da
educação de adultos, com críticas muito fortes à precariedade dos prédios
escolares, a inadequação do material didático e à qualificação do professor. O
momento também se caracterizou por inovações pedagógicas enfatizando uma
educação com o homem e não para o homem. Propunha uma renovação dos
métodos e processos educativos, abandonando os processos estritamente auditivos
em que o discurso seria substituído pela discussão e participação do grupo (PAIVA,
1973).
Segundo Cunha (2002) com a pedagogia de Paulo Freire, no início dos anos
sessenta, a Educação Popular começa a se associar a ação política junto aos
grupos populares: intelectuais, estudantes, pessoas ligadas à igreja Católica e a
CNBB. Em 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que seguindo a
proposta de Paulo Freire esperava-se que atingisse todo o país, no entanto foi
anulada pelo golpe militar de 64 e substituída pelo Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL). O MOBRAL foi uma iniciativa pensada e elaborada pelo
regime militar vigente no Brasil (1964 – 1985), com a finalidade de defender seus
interesses, enquanto classe dominante. Desta maneira, todo aquele que se opunha
às vontades governamentais haveria de sofrer as represálias. Conforme expõem
Cunha e Góes (2002, p. 36) citado por Cunha (2002) :

[...] a repressão se voltava contra tudo e todos, que segundo sua ótica eram
suspeitos de idéias subversivas. Demissão, suspensão e apreensão, eram
instrumentos considerados eficazes a qualquer movimento considerado
como inspiração “comunista”.

Em relação a obra de Paulo Freire, à educação era vista como instrumento de


mudança social visando sempre à libertação, à transformação da realidade,
possibilitando aos estudantes uma leitura crítica do mundo. Freire (2002, p. 72)
ressalta que a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas
para escrever e ler. Na proposta de Freire é “a leitura de mundo que precede
sempre a leitura da palavra” (FREIRE, 2000, p.90). Seu convite ao alfabetizando
adulto é, inicialmente, para que ele se veja enquanto homem ou mulher vivendo e
produzindo em uma determinada sociedade (CUNHA,2002). Para Paulo Freire,
deve-se valorizar o analfabeto, como alguém capaz de produzir conhecimentos,
assim a educação tenderia a libertar os sujeitos de uma consciência ingênua,
trazendo a tona uma consciência crítica.
Ainda no regime militar, a alfabetização de jovens e adultos ganhou status de
Ensino Supletivo, pela reforma do ensino de 1971, o curso EJA com menor duração
“se propunha a recuperar o atraso, reciclar o presente, formando uma mão-de-obra
que contribuísse no esforço para o desenvolvimento nacional, através de um novo
modelo de escola” (HADDAD e DI PIERRO, 2000, p. 117). Neste mesmo ano,
iniciou-se a campanha MOBRAL focada em erradicar o analfabetismo. Contudo a
promessa não foi cumprida, então em 1985, durante a transição à democracia, essa
campanha foi substituída pela Fundação Educar, como exposto no Artigo 1° do
Decreto nº 91.980, de 25 de Novembro de 1985:

A Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, instituída


pelo Decreto nº 62.455, de 22 de março de 1968, nos termos do artigo 4º da
Lei nº 5379, de 15 de dezembro de 1967, passa a denominar-se Fundação
Nacional para Educação de Jovens e Adultos - EDUCAR, com o objetivo de
fomentar a execução de programas de alfabetização e educação básica
destinados aos que não tiveram acesso à escola ou que dela foram
excluídos prematuramente.

Em 1990, o governo Fernando Collor de Mello lança o Programa Nacional de


Alfabetização e Cidadania (PNAC), que tinha como objetivo reduzir 70% do número
de analfabetos do país em cinco anos que, em termos quantitativos chegava a
17.762.629 em 1990. Para atingir esse objetivo criou-se a Comissão do Programa
Nacional da Alfabetização e Cidadania que, aos poucos, foi-se desarticulando, tendo
em vista, a completa fragmentação e desvinculação do Programa e da Comissão na
liberação de recursos (MACHADO, 1998).
Em 1996, a legislação brasileira assegura a EJA por meio da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º que diz:

Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos,


que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do aluno, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

E ainda no Parecer CNE/CEB nº 11 (CONSELHO NACIONAL DE


EDUCAÇÃO, 2000), das Diretrizes Curriculares para a EJA descreve essa
modalidade de ensino por suas funções: reparadora, pela restauração de um direito
negado; equalizadora, de modo a garantir uma redistribuição e alocação em vista de
mais igualdade na forma pela qual se distribuem os bens sociais; e qualificadora, no
sentido de atualização de conhecimentos por toda a vida.
Durante o governo do então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a
2006), houve mais iniciativas para as políticas públicas de EJA, no qual houve a
criação do Programa Brasil Alfabetizado, o Projeto Escola de Fábrica que oferece
cursos de formação profissional para jovens de 15 a 21 anos, e o PROJOVEM que
está voltado ao segmento juvenil de 18 a 24 anos, com escolaridade superior a 4ª
série (atualmente o 5º ano), mas que não tenha concluído o ensino fundamental e
que não tenha vínculo formal de trabalho.
Atualmente a EJA é ofertada tanto no ensino presencial, como à distância
(EAD), com o objetivo de democratizar o ensino da rede pública no Brasil. O
programa é dividido em etapas, com abrangência do ensino fundamental ao médio.
O Ensino Fundamental EJA é destinado a jovens a partir de 15 anos que não
completaram a etapa entre o 1º e o 9° ano, com duração média de 2 anos para a
conclusão. Ensino Médio (EJA) destina-se a alunos maiores de 18 anos que não
completaram o Ensino Médio, ao concluir essa etapa o aluno poderá realizar provas
de vestibular e Enem, para ingressar em universidades. O tempo médio de
conclusão é de 18 meses. As disciplinas da Educação Jovens e Adultos estão de
acordo com a Base Nacional Comum Curricular, do Ensino Fundamental e Médio
convencionais.
A certificação da EJA (antigo Exame Supletivo), avalia as competências dos
estudantes para a obtenção do certificado de conclusão do Ensino Fundamental ou
do Ensino Médio. Quem estudou por contra própria ou por outros programas, que
não tenham ligação com a EJA, também pode inscrever-se nesses exames para
conquistar o certificado. A prova EJA Ensino Fundamental e Ensino Médio é
realizada pelas secretarias municipais ou estaduais de educação.

3 Perfil e Objetivos do Público de EJA

O público de EJA é caracterizado pela Lei que estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional como: “Os que não tiveram acesso à educação na
idade própria” (BRASIL, 1996). Desta maneira esses estudantes são constituídos
por jovens e adultos, ou os “não crianças” (OLIVEIRA, 1999, p. 59). Por essa
singularidade nos dirigimos a uma faixa etária diferenciada, com características
próprias. Primeiramente jovens e adultos não podem ser tratados como crianças.
São pessoas que não tiveram infância, ou tiveram uma infância frustrada, têm
vergonha de si mesmos, possuem complexo de inferioridade diante da sociedade
que os oprime e os discrimina (FREIRE, 1987). “O grande traço definidor de EJA é a
caracterização sociocultural de seu público” (FONSECA, 2007, p. 15) e desta forma
não podemos pensar em EJA somente por sua característica etária. Pois “a
interrupção ou impedimento de sua trajetória escolar não lhe ocorre, apenas como
um episódio isolado de não acesso a um serviço, mas num contexto mais amplo de
exclusão social e cultural” (FONSECA, 2007, p. 14).
A exclusão escolar coloca essas pessoas em situação de vulnerabilidade
social ficando a mercê do mercado de trabalho, e que segundo Friedrich et al.
(2019) seriam pertencentes a determinados grupos culturais com singularidades
marcantes, como o migrante que constitui uma grande parte dessa parcela e, pelo
fato de ser migrante não concluiu a sua trajetória escolar.
O público de EJA é geralmente o educando adulto migrante que em
consequência dessas várias mudanças, pouco ou quase nada estudou, a migração
é marcada pela sobrevivência, pois são pessoas marginalizadas social e
economicamente (Lima, 2009, p.8).
No entanto há ainda uma parcela de estudantes que segundo ARROYO
(2006), relataram em conversas informais que valores familiares também foram
fatores responsáveis por estes terem deixado a escola como: priorização do
trabalho, no caso das mulheres estas eram impedidas de estudar para poderem
cuidar da família, havia também falta de recurso para os materiais e uniformes,
localização da escola muito distante, etc.
Observa-se portanto, que uma parcela dessas pessoas procura a EJA em
uma busca de certificação, o que teoricamente os colocaria no mercado de trabalho
e teriam os seus lugares na sociedade garantidos, tendo com isso o resgate da
auto-estima e passando a serem vistos como cidadãos comuns. Para tanto, confiam
que sua entrada no mundo do trabalho lhes proporcione condições melhores de
vida. No entanto há estudantes que se encontram em idade avançada, outros que
não tem interesse em ingressar no mercado de trabalho mas que mesmo assim
procuram o EJA por outros ideais de escolarização.
Muitas são as razões pelas quais os jovens e adultos procuram a escola e
entre elas a necessidade de socialização, de conhecer coisas novas, de conquistar,
porque se reconhecem inacabados. Insatisfeitos pelo seu desempenho relacionado
a algumas demandas de leitura e escrito presentes em seu cotidiano, tais como
localizar endereços, participar das ações comunitárias, atividades escolares dos
filhos, cultos religiosos, utilizarem-se das ferramentas básicas de um computador,
internet, celulares, caixas eletrônicos, lazer e concluírem os estudos. São questões
de grandes desafios para viver em uma sociedade letrada. “São sujeitos que têm
consciência de que não dominam completamente o sistema de leitura e escrita e
buscam estratégias pessoais para lidar com os desafios que enfrenta nas esferas da
vida que exigem competências letradas”. (SOARES, 2006a. p.57).
De acordo com a pesquisa realizada por Teixeira e Passos (2012) com
estudantes das séries iniciais do ensino fundamental, entre os motivos dos
estudantes procurarem a EJA em ordem decrescente encontrou-se: pretensões de
mudanças de emprego a maior parte (64,28 %), anseio em cursar o ensino médio 50
%, necessidade de possuir estudo 42,85 %, satisfação pessoal (relacionados ao
passado) 28,57 %, satisfação pessoal (relacionados ao futuro) 28,57 % e desejo de
cursar o ensino superior 21,42 %.
Observa-se dessa forma desejo recorrente dos estudantes em se
qualificarem para o mercado de trabalho, assim como a motivação extrínseca em
prosseguir nos estudos como forma de inclusão cultural e social. Para isso esses
estudantes marcados por uma história de entradas e saídas de cursos anteriores,
ainda precisam driblar o cansaço após a jornada de trabalho, desestímulo,
alimentação deficiente, até os que dizem respeito ao sistema educacional, como
metodologias e recursos pedagógicos inadequados.
A Educação de Jovens e Adultos não pode ser uma sobrecarga que os
alunos devem carregar, precisa sim, ser um apoio e um incentivo para melhoria de
suas vidas. Para tanto, é função do educador, buscar formas de intervenção e
transformação da realidade, problematizando-a, através de uma relação de diálogo
constante com o educando (FERREIRA, 2008, p.12).
4 Considerações Finais
Apesar dos dados históricos mostrarem que a preocupação com a educação
dos jovens e adultos data do período do Brasil colônia, observou-se que até os dias
de hoje houve poucos avanços nas políticas educacionais desta modalidade de
ensino, que enfatiza na maioria das vezes o letramento e a matemática básica,
garantindo ao aluno uma mera sobrevivência no mercado de trabalho mas que o
deixa à mercê sem status de empoderamento, que segundo Paulo Freire é a
capacidade do indivíduo realizar, por si mesmo, as mudanças necessárias para
evoluir e se fortalecer.
Segundo Fonseca (2007), há uma crença de que adultos não possuem a
mesma capacidade de aprendizado das crianças mas esta perspectiva, segundo o
autor estaria baseada no senso comum pois não há estudos que validem tal
afirmação. O que causaria a dificuldade cognitiva de adultos não seria a idade, mas
sim outros fatores como: saúde, nível educacional, cultural, experiência profissional
e o tônus vital da pessoa (motivação, bem-estar psicológico). Assim, os alunos do
EJA não só não devem ser tratados como crianças mas o educador deve aproveitar
da gama de conhecimentos prévios que este aluno possui, que poderá auxiliar tanto
o educador como o aluno no desenvolvimento da aula, tornando-se um processo
rico de troca de conhecimento.
Ademais, é indispensável a necessidade de se romper com a cultura
assistencialista, discriminatória e excludente que ainda acompanha essa modalidade
de ensino, para isso ressalta-se a importância da formação e da qualificação
docente continuada para atuar nas salas de aula da EJA, de acordo com as
demandas e especificidades apresentadas pela área.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Adriana de; CORSO, Angela Maria. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS. 2015. Disponível em:
<https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf>. Acesso em: 27
nov. 2019.
ARROYO, Miguel González. Educação de Jovens e Adultos: um campo de direitos e
de responsabilidade pública. IN: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amelia,
GOMES, Nilma Lino. Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte:
Ed. Autêntica, 2a Ed. 2006.

BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

CUNHA, Adilton. A Educação de Jovens e Adultos e o Movimento Brasileiro de


Alfabetização. 2002. Disponível em:
<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/a-educacao-jovens-adultos-mov
imento-brasileiro-alfabetizacao.htm>. Acesso em: 05 out. 2019.

DI PIERRO, M. C.; JOIA, O. ; RIBEIRO, V. M. Visões da educação de jovens e


adultos no Brasil. Caderno Cedes, Campinas, SP, n. 55, p. 58-77. 2001.

FERREIRA, Daisy de Carvalho. Cadernos EJA. 2008. Disponível em:


<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1711-6.pdf>. Acesso
em: 23 nov. 2019.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 26º Ed. RJ: Paz e Terra, 2002.

____________. Pedagogia da Autonomia. 31º ed. RJ: Paz e Terra, 2000

____________. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FRIEDRICH, Márcia et al. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no


Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. 2010.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867>. Acesso em: 25
set. 2019.

FONSECA, M. C. F. R. Educação Matemática de Jovens e Adultos:


Especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica. 2007.

FURTER, Pierre. Educação e reflexão. Petrópolis: Vozes, 1981.

GADOTTI, M. Saber aprender: um olhar sobre Paulo Freire e as perspectivas


atuais da educação. In: CONGRESSO INTERNACIONAL, 2000, Évora. Um olhar
sobre Paulo Freire: trabalhos apresentados... Évora, PT: Universidade de Évora,
2000.
HADDAD, S.; DI PIERRO, M. C. Escolarização de jovens e adultos. Revista
Brasileira de Educação, São Paulo, n. 14, p. 108-130, 2000.

TEIXEIRA, Lilian Aparecida; –, Marinez Meneghello Passos. O Que leva jovens e


adultos a buscar a EJA? Algumas Considerações. 2012. Disponível em:
<http://www.sinect.com.br/anais2012/html/artigos/ensino%20mat/18.pdf>. Acesso
em: 20 out. 2019.

LIMA, Maria Idalba Pereira. O Significado do Estudo para os alunos de EJA


(Anos Iniciais) EMEF. Profa Sylvia Simões Magro. 2009. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=41056>. Acesso em: 26
nov. 2019.

MACHADO, M. M. A prática e a formação de professores na EJA: uma análise


de dissertações e teses produzidas no período de 1986 a 1998. In: REUNIÃO
ANUAL DA ANPED, 23., 2000, Caxambu. Trabalhos apresentados... São Paulo:
ANPED, 2000.

NETO, Alexandre Shigunov; MACIEL, Lizete Shizue Bomura. O ensino jesuítico no


período colonial brasileiro: algumas discussões. 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/er/n31/n31a11.pdf>. Acesso em: 26 set. 2019.

OLIVEIRA, Adriele. Tudo sobre EJA: o que é e como funciona? 2018. Disponível
em:
<https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/tudo-sobre-eja-o-que-e-e-co
mo-funciona>. Acesso em: 06 out. 2019.

OLIVEIRA, M. K. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e


aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 12, p. 59-73,
1999.

PAIVA, V. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola 1973. v.


1. (Temas Brasileiros, 2).

SOARES, Leôncio. Aprendendo com a diferença - Estudos e pesquisas em


educação de jovens e adultos, 2a. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006b. 144p.

Você também pode gostar