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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
Porto Alegre
2019
INTRODUÇÃO
Entre outras medidas, foi determinado que as instituições que recebem fundos
públicos, como universidades privadas, eliminassem toda forma de discriminação
racial, dando origem à política de ações afirmativas para acesso às universidades.
O Brasil, cuja formação da sociedade trouxe em seu bojo, a mácula da escravidão,
vivencia desde sua gênese as consequências do desequilíbrio social causado em
função da exclusão, a que são submetidas as camadas mais pobres da população.
Sobre o surgimento da desigualdade no Brasil, Oliveira narra:
“No início dos anos 1960, com a construção de Brasília, instalou-se uma crise nas
finanças públicas que obrigou ao endividamento externo do Brasil e criou uma
instabilidade política que desembocou no golpe de estado pelos militares em 1964.
Nos governos militares (1964-1985), o modelo político era totalitário; o econômico,
chamado por alguns de desenvolvimento com segurança, sustentou-se no tripé
capital nacional, capital estrangeiro e Estado empresarial autoritário; e a
desigualdade social agravou-se, a organização dos trabalhadores e os movimentos
sociais foram tratados, novamente, como caso de polícia e questão de Estado”
(FERREIRA, 2003 apud OLIVEIRA, 2015)
RESULTADOS
A partir da análise dos dados coletados através do questionário aplicado
pelos pesquisadores foi obtida uma amostra de 73 indivíduos. Dos quais 41 foram
desconsiderados da análise por não se enquadrarem nos critérios de inclusão da
pesquisa.
Quando perguntado a respeito do nível de conhecimento das ações
afirmativas observou-se que a maior parte dos indivíduos (47,37%) possuem
conhecimento a respeito dessa política de inclusão, incluindo os indivíduos que
responderam já terem ouvido falar, se atinge um total de 84,21%. O restante,
15,79%, responderam não terem conhecimento.
GRÁFICO 1
Com base nas respostas daqueles que assumiram conhecer ou já ter ouvido
falar das ações afirmativas, foi questionado a estes, sobre o nível de conhecimento
em relação as três formas mais conhecidas de políticas de inclusão: PROUNI, SISU
e Lei de Cotas Federais (UFRGS). Como observado no gráfico 2, a política mais
conhecida é o PROUNI, tendo 43,75% das respostas classificadas como “bom”,
dentro de uma escala que vai do nível de conhecimento considerado de péssimo a
excelente. Cabe ressaltar que, nenhuma das modalidades teve um percentual
acentuado de conhecimento considerado “excelente”.
GRÁFICO 2
Fonte: Autoria própria
Tabela 1
Valores para correlação de 𝝉 entre as variáveis conhecimento da lei de
cotas federais( UFRGS) e a classe social
DISCUSSÃO
Os resultados obtidos, como mostra a tabela 2, não corresponderam as
expectativas iniciais dos pesquisadores, uma vez que os dados ficaram
despropositados, pois espera-se que quanto maior a classe social maior seria o nível
de conhecimento, devido ao elevado nível de informações que essas classes
tendem a receber. Observou-se que, em média, os investigados afirmam ter um
conhecimento regular (43,76%) em relação a Lei de Cotas federais (UFRGS).
Tabela 2
CONCLUSÃO
O presente trabalho objetivou, ainda que de forma sintética, investigar uma
possível influência da classe social, dos alunos do ensino médio público de Porto
Alegre e região, sobre o nível de conhecimento sobre as políticas de ações
afirmativas (cotas) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Contudo através da análise dos resultados da pesquisa realizada, verificou-se a
necessidade de um estudo mais acentuado em que houvesse uma amostra maior
para aprofundar o tema e ter resultados mais significativos.
Diferentemente do esperado, a pesquisa não demonstrou de forma plausível
a interferência da classe social no nível de informação a respeito das políticas de
ações afirmativas da UFRGS. Todavia, perante as barreiras deste trabalho, essas
informações podem ser oportunas para realização de estudos futuros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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