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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

Danieli Baldessar da Silva


Letícia Carla Salvi
Patrícia De Maria Joner
Renato Vinicius Xavier da Rocha
Tassiana Fiorese Nunes

A RELAÇÃO DA CLASSE SOCIAL FAMILIAR DOS ESTUDANTES DE ENSINO


MÉDIO DE PORTO ALEGRE E REGIÃO COM O SEU NÍVEL DE INFORMAÇÃO
SOBRE AS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA INGRESSO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL​ ​ATRAVÉS DO
VESTIBULAR

Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção


de aprovação na disciplina de Estatística Geral I, no Curso de
Administração, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Professor: Lucas M. Beraldo

Porto Alegre
2019
INTRODUÇÃO

O sistema educacional de um país é construído ao longo de um processo


histórico, refletindo o pensamento e as causas que mobilizam uma
nação. Ao mesmo tempo, a educação tem papel fundamental para o
desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com esta perspectiva, não é possível desvincular aspectos como a grande
concentração de renda existente no Brasil, e a importância do acesso à educação
para a população de baixa renda, como elemento central na redução das
desigualdades sociais. Além disso, vivemos a chamada Sociedade do
Conhecimento, ou que muitos determinam como Era do Conhecimento. Souza
(2007) destaca que a Sociedade do Conhecimento é o produto de uma revolução
científica e tecnológica sem precedentes na história.
Ainda segundo esse autor:

Até o século XVIII, e em todas as civilizações, a educação tinha sido


privilégio das elites ou de alguns segmentos da população. O novo, no
desenvolvimento da civilização euro-ocidental nos dois últimos séculos, foi a
extensão da instrução básica como um direito de todos e a ampliação do
acesso à educação profissional de nível médio e superior. [...]. Ter
educação passou a ser uma condição para ser um cidadão num mundo que
rompeu com a estratificação social herdada do período feudal. A Revolução
Francesa e a Revolução Americana foram os marcos iniciais de um
processo de profunda transformação na organização política e social dos
países. A liberdade, a igualdade de oportunidades e a participação universal
na vida pública consolidaram-se ao longo dos séculos XIX e XX graças a
esse movimento articulado de avanço em todos os níveis. [...] A sociedade
do conhecimento elevou os requisitos educacionais para o exercício da
cidadania. Hoje, mais do que antes, a educação é um pré-requisito do
cidadão em todas as suas dimensões. (SOUZA, P. R., 2007, p.83)

Nos Estados Unidos, por conta da grande desigualdade resultante


da escravidão, presente na história do país desde o período colonial e mesmo após
a independência da Inglaterra em 1776, surge em 1960, a primeira ação afirmativa
racial​, ​Renata Malta Vilas-Boas, relata a intenção dessa política:
A igualdade de direitos civis entre negros e brancos, através da ​Executive
Order 10.965, assinada pelo então presidente John Kennedy, sendo pela
primeira vez utilizado o termo ação afirmativa (​affirmative action)​ no direito
norte-americano. Contudo, a expressão consolidou-se somente com a
famosa ​Executive Order 11.246 de 1965, do Presidente Lyndon Johnson,
pois através dela a celebração de contratos com a administração pública só
seria possível se a empresa, a ser contratada, atuasse em prol da
diversidade e da integração de minorias historicamente discriminadas e
excluídas socialmente. (VILAS – BOAS, 2003. p.33)

Entre outras medidas, foi determinado que as instituições que recebem fundos
públicos, como universidades privadas, eliminassem toda forma de discriminação
racial, dando origem à política de ações afirmativas para acesso às universidades.
O Brasil, cuja formação da sociedade trouxe em seu bojo, a mácula da escravidão,
vivencia desde sua gênese as consequências do desequilíbrio social causado em
função da exclusão, a que são submetidas as camadas mais pobres da população.
Sobre o surgimento da desigualdade no Brasil, Oliveira narra:

No Brasil, a desigualdade social está presente desde seu surgimento, em


diversas dimensões (política, econômica, social, racial, regional e cultural),
de forma exacerbada ao longo da história da sociedade. No período
colonial, foi imposto o modelo econômico escravocrata, no qual o escravo
era a principal mão de obra e, por ser ele comprado, não tinha participação
na renda. Os demais trabalhadores pobres foram excluídos já na divisão
das terras brasileiras; pelo Estatuto da Terra, negros, índios e pobres não
recebiam terra para trabalhar.​ (FERREIRA, 2003 ​apud O
​ LIVEIRA, 2015) ​

E​m meados do século XX, a desigualdade continua sendo uma realidade,


segundo Oliveira :

“No início dos anos 1960, com a construção de Brasília, instalou-se uma crise nas
finanças públicas que obrigou ao endividamento externo do Brasil e criou uma
instabilidade política que desembocou no golpe de estado pelos militares em 1964.
Nos governos militares (1964-1985), o modelo político era totalitário; o econômico,
chamado por alguns de desenvolvimento com segurança, sustentou-se no tripé
capital nacional, capital estrangeiro e Estado empresarial autoritário; e a
desigualdade social agravou-se, a organização dos trabalhadores e os movimentos
sociais foram tratados, novamente, como caso de polícia e questão de Estado”
(FERREIRA, 2003 ​apud ​OLIVEIRA, 2015)

Foi a partir de 1988 no contexto da elaboração das diretrizes para uma


sociedade mais justa, que a Constituição Federal (CF, 1988) define o importante
papel da educação:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,
a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma
da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso
público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).

Contudo somente em 2002 teve início o primeiro Programa de Cotas


brasileiro, foi na Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ. As cotas integram
"as políticas públicas de ação afirmativa para a Educação Superior no Brasil e são
ações do Estado social com a função de distribuir um bem coletivo escasso.​"
(BATISTA, 2015, p.45). Em 2003 a Universidade Federal de Brasília – UnB, seguiria
o mesmo caminho da UERJ, ao implantar a sua política de ação afirmativa
(BATISTA,2015).

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, em junho de 2007,


a proposta de implantação da política de cotas na Universidade foi encaminhada ao
Conselho Universitário - CONSUN, pela comunidade acadêmica, representada por
membros do Conselho de Ensino e Pesquisa - CEPE e do Conselho Universitário -
CONSUN em uma Comissão Especial, com a seguinte justificativa:

As democracias contemporâneas, principalmente as de história mais


recente em países com grandes desigualdades sociais, têm falhado em
assegurar um dos seus princípios básicos presente em todas as
constituições: a igualdade de direitos a todos os seus cidadãos. Em outras
palavras, têm falhado no seu dever de assegurar a própria cidadania.... As
políticas compensatórias levadas a efeito em países onde existem
movimentos sociais organizados e regimes democráticos estáveis visam
compensar grupos, que, por condições históricas, se encontram em uma
situação de exclusão, em relação a possibilidade do exercício de direitos
garantidos na Constituição. ... A elevação da riqueza no país não está
alterando o quadro da desigualdade, pois, permanece a mesma distribuição
de riqueza concentrada nos 1% mais ricos. Entretanto, poderá haver
distribuição de renda sem crescimento, através de políticas distributivas,
como claramente são as políticas de ações afirmativas.
(UFRGS, CONSUN, 2007, p. 4).

Ainda em 2007 o Programa de Ações Afirmativas da UFRGS foi instituído,


definindo que, a partir do ano de 2008, 30% das vagas em cada curso seriam
reservadas para candidatos oriundos do sistema público de Ensino Fundamental e
Médio. Do total de vagas reservadas, no mínimo a metade (15%) seria garantida
para estudantes de escolas públicas autodeclarados negros, o programa também
estabeleceu, a criação de 10 vagas anuais para o ingresso de estudantes indígenas
indicados pela sua comunidade (UFRGS, 2012). Em 2012, foi sancionada a Lei das
Cotas em âmbito federal:

A Lei de Cotas : A reserva de vagas é uma política de ações afirmativas,


ou seja, de medidas especiais para combater desigualdades históricas,
com propósitos compensatórios. Esta reserva de vagas é hoje
determinada por uma lei federal (Lei 12.711/12) de 29 de agosto de 2012,
que visa a aumentar o acesso às instituições federais de ensino superior
(IFES). Essa Lei obriga que, a partir de 2016, 50% das vagas (as “cotas”)
sejam reservadas a estudantes que concluíram o ensino médio em
escolas públicas estes alunos, assim configuradas: 50% de cotas para
estudantes de ensino médio escola pública nas Federais, assim
divididas: 25% para estudantes cuja família tenha renda igual ou
inferior a 1,5 salários mínimos mensais por pessoa;
25% renda igual ou superior a 1,5 salários mínimos mensais.
No atendimento à Lei de Cotas, a UFRGS em 2013 e 2014 ofertou 30%
das suas vagas, em 2015 para 40% e a partir de 2016, a reserva de
vagas foi de 50% do total das vagas oferecidas. As vagas remanescentes
deverão ser completadas por estudantes de ensino médio público, até
o número correspondente a 50% das vagas.
(​https://www.ufrgs.br/acoesafirmativas/2019/01/07/a-lei-de-cotas/​).

Desde que foram implementadas, as cotas tem suscitado grande interesse


por parte de pesquisadores, dando origem a diversos estudos. Com o intuito de
mapear a produção acadêmica no período compreendido entre 2003 e 2013,
Guarnieri e Melo-Silva publicaram em 2017 uma pesquisa no qual apresentaram os
seguintes resultados:
Foram realizadas buscas utilizando-se os descritores em inglês e
português: “quotas”\”cotas”, “university”\“universidade”, “Brazil”\“Brasil”,
no período compreendido entre os anos 2003 e 2013, marcando uma
década de existência das Cotas brasileiras, acrescentando -se como filtro
a expressão exata “cotas universitárias”/ “university quotas” afim de
centralizar o objeto de estudo.[...] Foram analisadas 109
produções[...]. Sobre as fontes das produções os resultados mostram
que os estudos foram publicados tanto em periódicos internacionais
quanto nacionais sinalizando o interesse e a repercussão internacional
sobre a temática das Cotas nas Universidades brasileiras.[...] Na etapa de
“exploração do material”, após a releitura flutuante dos resumos, foram
identificados os conteúdos e a partir deles definidas 13subcategorias
ou componentes que foram reorganizadas e deram origem a cinco
categorias temáticas mais amplas. Com essa organização foi feita a
análise de dados. A seguir são detalhadas como as subcategorias foram
organizada.1.Embates teóricos e legais;
2. Impactos das Cotas Universitárias;
3. Critérios de inclusão;
4. Perspectivas diversas sobre as Cotas;
5. Comparação entre Países.
(GUARNIERI ; MELO-SILVA, 2017, P.185-186).
Em relação ao presente artigo, que tem como foco de análise a produção
acadêmica sobre o tema das cotas no âmbito da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, foram realizadas buscas no portal de pesquisa da Capes, no portal
de pesquisa Scielo, no Repositório Digital da UFRGS e no Google Acadêmico, em
estudos publicados a partir de 2014 até o momento.
Como resultado, foi possível constatar, que o tema predominante entre os
estudos era o das cotas raciais (​BARANZELI, 2014; CASTRO, 2017; ​COSTA, 2017;
FONTOURA, 2017; GRISA, 2015; GUIMARÃES, 2017; MELLO, 2017;
NASCIMENTO, 2015; NOGUEIRA, 2015; OLIVEN, 2017; ​SOUZA, 2017), porém
outros assuntos foram abordados, como o tema da ​experiência dos cotistas no
programa (CASTRO, 2014; ERIG, 2016; PRETTO, 2015), ​a assistência estudantil
e a permanência dos cotistas (BUENO, 2015; SANTOS, 2017), o desempenho
acadêmico dos cotistas (ABITANTE, 2017; NABARRO, ​POLIDORI, SIMÕES,
TRESOLDI, 2015​), aspectos ligados a mudanças culturais (GRISA, ​ZITKOSKI,
2017; SANTOS, 2016), cotas e justiça social (BATISTA, 2015; JOSÉ, 2017),
inserção profissional dos cotistas (NASCIMENTO, 2018), a adaptação
organizacional às cotas (DORNELES, 2016), as cotas e as estratégias de
comunicação das universidades (LIMA, 2017).
Também foram realizados estudos analisando as probabilidades de
participação entre alunos de escolas de ensino médio de Porto Alegre no processo
seletivo da UFRGS (CONRAD, 2014), a ampliação do acesso para egressos de
escolas públicas através da institucionalização da política de ação afirmativa na
UFRGS (BATISTA, 2018), e o nível de conhecimento dos alunos de escolas públicas
sobre as políticas de inclusão do ensino superior (DAL BÓ, 2014). Contudo ainda é
possível analisar se a renda das famílias de alunos do ensino médio tem influência
no nível de informação destes estudantes em relação à política de ações afirmativas
para ingresso na universidade.
Por isso, devido a relevância do tema das cotas como um indutor dos
processos de redução das desigualdades sociais através da educação, ​o objetivo da
presente pesquisa consiste em verificar se a renda familiar dos alunos de ensino
médio das escolas de Porto Alegre e região, tem influência no nível de informação
destes estudantes sobre a política de ações afirmativas para o ingresso na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
METODOLOGIA
A pesquisa possui uma abordagem quaitativa, pois, conforme cita
Minayo (2001), possui um tratamento mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos. ‘’Esse tipo de estudo pretende descrever os
fatos e fenômenos de determinada realidade.” (TRIVIÑOS, 1987). Dessa
forma, o objetivo geral da pesquisa é verificar a relação da renda com o nível
de conhecimento dos alunos do ensino médio, quanto a política de ações
afirmativas do vestibular da UFRGS. Quanto ao procedimento de
levantamento de dados foi elaborada uma pesquisa na modalidade survey.
“A pesquisa com survey pode ser referida como sendo a obtenção de dados
ou informações sobre as características ou as opiniões de determinado
grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo,
utilizando um questionário como instrumento de pesquisa“(FONSECA,
2002, p. 33).
Baseado nesse estilo de busca foi criado o referido questionário na plataforma
de formulários do Google. Nesse contexto, Gil (2015, p. 24) explica que:
“Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por
um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito
às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”
Através dessa estrutura, a pesquisa foi delineada para aplicar os devidos
objetivos. Com isso, o próximo passo foi a definição da população. Definido no
objetivo como os alunos do ensino médio público. Evidentemente, a pesquisa foi
realizada por amostragem. Deslauriers (1991, p. 58) define que: ”O objetivo da
amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou
grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações”. Sendo
assim, para esse trabalho foi atribuída a modalidade de amostra não probabilística
por conveniência.

‘’Esta técnica é muito comum e consiste em ​selecionar uma amostra da população


que seja acessível​. Ou seja, os indivíduos empregados nessa pesquisa são selecionados
porque eles estão prontamente disponíveis, não porque eles foram selecionados por meio de
um critério estatístico.’’​ (OCHOA, 2015)

Dessa forma, a amostragem foi selecionada através do envio do questionário


para pessoas acessíveis aos pesquisadores que tivessem contato com elementos da
população. Assim, visando um maior compartilhamento da pesquisa entre as
pessoas capacitadas para responder.
O questionário foi respondido por 73 pessoas entre os dias 04 e 24 de junho
de 2019. As duas primeiras perguntas foram de identificação de idade e sexo,
respectivamente. As três perguntas seguintes se dedicaram, exclusivamente, para
atender critérios de inclusão.
“Critérios de inclusão típicos incluem características demográficas, clínicas e
geográficas. Por outro lado, critérios de exclusão são definidos como aspectos dos potenciais
participantes que preenchem os critérios de inclusão, mas apresentam características
adicionais, que poderiam interferir no sucesso do estudo ou aumentar o risco de um desfecho
desfavorável para esses participantes.” (PATINO; FERREIRA, 2018, P. 84)

Assim, foi definido o seguinte critério de inclusão: alunos do ensino médio


público de porto alegre e região. Para tanto, as perguntas utilizadas para selecionar
da amostra aquelas pessoas que atendiam a esse critério foram:
● Você está cursando o ensino médio?
● Você estuda em instituição de ensino público ou privado?
● Em qual cidade está localizada a sua escola?
A partir das respostas dessas perguntas, as pessoas que não se
enquadraram no critério de inclusão tiveram seus dados desconsiderados da análise
proposta para atingir o objetivo da pesquisa.
Em nossa abordagem não foi adotado nenhum método de exclusão. As
variáveis mensuradas foram: classe social e nível de conhecimento quanto as
políticas de ações afirmativas do concurso vestibular da UFRGS.
A pergunta realizada para mensurar a variável nível de conhecimento quanto
a Lei de Cotas federais (UFRGS) foi feita por meio de uma grade de múltipla escolha
em que o indivíduo deveria apontar seu conhecimento dentro de uma escala que vai
do nível de entendimento considerado de péssimo a excelente. Já para determinar a
classe social de cada pessoa foi realizada a pesquisa socioeconômica da ABEP¹.
As variáveis analisadas são ordinais e para isso serão utilizados testes
não-paramétricos. O método utilizado na estatística descritiva deste estudo será
mediante a distribuição de frequência absoluta e frequência relativa. Quanto aos
procedimentos estatísticos inferenciais será utilizada a correlação tau de Kendall, 𝝉.
Para definição do tamanho de efeito serão definidos pontos de corte, de
acordo com Field:“[...] como o coeficiente de correlação é uma medida padronizada
de um efeito observado, ele é uma medida comumente usada do tamanho de efeito,
e que valores de 土 0,1 representam um efeito pequeno, 土 0,3, um efeito médio e 土
0,5, um efeito grande.” (​FIELD, Andy, 2009, p. 129)
Em relação a associação entre as variáveis será considerado o sinal positivo
como associação direta, “[...] assim, enquanto uma variável aumenta a outra
aumenta proporcionalmente.” ​(​FIELD, Andy, 2009, p. 128), e o sinal negativo como
associação inversa, “[...] se uma variável aumenta, a outra diminui por um valor
proporcional.” ​(​FIELD, Andy, 2009, p. 129). Para estabelecer o grau de significância
da correlação entre as variáveis, será considerado p<0,05 para indicar que existe
uma correlação significativa e para p>0,05 correlação não-significativa.

RESULTADOS
A partir da análise dos dados coletados através do questionário aplicado
pelos pesquisadores foi obtida uma amostra de 73 indivíduos. Dos quais 41 foram
desconsiderados da análise por não se enquadrarem nos critérios de inclusão da
pesquisa.
Quando perguntado a respeito do nível de conhecimento das ações
afirmativas observou-se que a maior parte dos indivíduos (47,37%) possuem
conhecimento a respeito dessa política de inclusão, incluindo os indivíduos que
responderam já terem ouvido falar, se atinge um total de 84,21%. O restante,
15,79%, responderam não terem conhecimento.
GRÁFICO 1

Fonte: Autoria própria

Com base nas respostas daqueles que assumiram conhecer ou já ter ouvido
falar das ações afirmativas, foi questionado a estes, sobre o nível de conhecimento
em relação as três formas mais conhecidas de políticas de inclusão: PROUNI, SISU
e Lei de Cotas Federais (UFRGS). Como observado no gráfico 2, a política mais
conhecida é o PROUNI, tendo 43,75% das respostas classificadas como “bom”,
dentro de uma escala que vai do nível de conhecimento considerado de péssimo a
excelente. Cabe ressaltar que, nenhuma das modalidades teve um percentual
acentuado de conhecimento considerado “excelente”.

GRÁFICO 2
Fonte: Autoria própria

Por meio do questionário socioeconômico foi realizada uma categorização


para definir a classe social dos indivíduos da amostra. Sendo a maior parte destes
pertencentes às classes B2 e C1, totalizando 68,80%.
GRÁFICO 3

Fonte: Autoria própria

Tabela 1
Valores para correlação de 𝝉 entre as variáveis conhecimento da lei de
cotas federais( UFRGS) e a classe social

Fonte: Autoria própria

Os resultados do teste de correlação revelaram que o tamanho de efeito é


pequeno (0,279), sendo o valor positivo entre as variáveis, isto indica uma
associação direta. O valor de significância para esse coeficiente é 0,068 sendo maior
que 0,05, portanto, pode-se concluir que não existe um relacionamento significativo.

DISCUSSÃO
Os resultados obtidos, como mostra a tabela 2, não corresponderam as
expectativas iniciais dos pesquisadores, uma vez que os dados ficaram
despropositados, pois espera-se que quanto maior a classe social maior seria o nível
de conhecimento, devido ao elevado nível de informações que essas classes
tendem a receber. Observou-se que, em média, os investigados afirmam ter um
conhecimento regular (43,76%) em relação a Lei de Cotas federais (UFRGS).
Tabela 2

Informação sobre a Lei de Cotas federais (UFRGS) segundo a classe social

Fonte: Autoria própria

No que tange os resultados desta pesquisa, não foram localizados desfechos


semelhantes em outros estudos, acredita-se que seja decorrente do fato deste
trabalho ter tido um tamanho de amostra pequeno em comparação aos artigos
existentes.
O ponto forte desta análise, leva em consideração a perspectiva do estudo de
um assunto pouco explorado, do ponto de vista estatístico. A maior parte dos
conteúdos existentes abordam esse tema através de discussões com base em
revisões bibliográficas. As limitações desta pesquisa estão relacionadas justamente
à falta de trabalhos com essa abordagem e também ao número pequeno de
participantes na coleta de dados desta análise.
Para estudos futuros sugere-se a investigação do nível de conhecimento dos
alunos do ensino médio público de Porto Alegre e Região frente a outras variáveis
além da classe social, como, por exemplo, o nível de escolaridade dos pais. Além
disso, deve ser levado em conta que a amostra possua uma quantidade maior de
dados e que seja utilizado um método de amostragem que possibilite a extrapolação
dos resultados.

CONCLUSÃO
O presente trabalho objetivou, ainda que de forma sintética, investigar uma
possível influência da classe social, dos alunos do ensino médio público de Porto
Alegre e região, sobre o nível de conhecimento sobre as políticas de ações
afirmativas (cotas) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Contudo através da análise dos resultados da pesquisa realizada, verificou-se a
necessidade de um estudo mais acentuado em que houvesse uma amostra maior
para aprofundar o tema e ter resultados mais significativos.
Diferentemente do esperado, a pesquisa não demonstrou de forma plausível
a interferência da classe social no nível de informação a respeito das políticas de
ações afirmativas da UFRGS. Todavia, perante as barreiras deste trabalho, essas
informações podem ser oportunas para realização de estudos futuros.

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