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Resumo do livro o mercado do conhecimento

e o conhecimento para o mercado


Atlântica, Carla Regina, Cleber, Elesandro, Elias, Juliano, Luiz Carlos

A globalização e as relações mercadológicas, no âmbito mundial, geram conexões


econômicas em todos os países nela atrelados. Neste contexto, o Brasil tem
vivenciado mudanças significativas no que diz respeito ao trabalho, visto o atual
contexto de acumulação flexível (NEVES; PRONKA 2008). Neste sentido, as
instituições como partes constituintes do âmbito social podem ser instrumentos
emancipadores e libertário ou perpetuadores da lógica hegemônica, tal como tem
acontecido com a educação básica e o ensino superior na contemporaneidade
(NEVES; PRONKA 2008).

Nesse contexto, o Brasil começa, efetivamente, em 1808, quando as primeiras


escolas de ensino superior foram fundadas. Até a proclamação da república (1889), o
ensino superior seguia o modelo de formação dos profissionais liberais em instituições
específicas de uma área do saber. Assim, no final do século XIX, o Brasil contava
com poucos estabelecimentos de ensino superior, o que fez com que a iniciativa
privada criasse seus próprios estabelecimentos de ensino superior, a partir da
constituição da república de 1891.

No ano de 1931, diante dos debates travados sobre a criação da universidade como
centros de saberes desinteressados, o governo de Getúlio Vargas promoveu uma
ampla reforma educacional (Reforma Francisco Campos), autorizando e
regulamentando o funcionamento das universidades.

Válido ressaltar que em 1942 nasce o chamado “Sistema S”, que busca a
(con)formação da classe trabalhadora, através do Senai, Sesi, Sesc (Serviço Social
do Comércio), Senac, (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), promovendo a
hegemonia das ideias do capitalismo.

No período 1950-1960, ocorre uma expansão quali-quantitativa da cobertura social do


Estado, como estratégia de conformação social. Houve crescimento expressivo da
matrícula escolar em todos os níveis de ensino. Entretanto, o golpe militar de 1964
interrompeu muitas mudanças na educação.

A Lei 5.692/71 estabelece um novo dualismo na educação brasileira: Igreja Católica e


empresários educacionais continuam a oferecer o ensino propedêutico, facilitando o
acesso ao ensino superior das camadas médias e da burguesia, enquanto a rede
pública de 2º grau, então profissionalizada, encaminhava a maioria dos egressos para
círculos menos valorizados do ensino superior, e para cursos de treinamento, ou
inclusive diretamente para o mercado de trabalho.

O fim da Ditadura Militar e a crise da década de 1980 trouxeram novas configurações,


que se iniciaram com a estratégia do projeto educacional do governo Collor, que
apoiada nos falsos pressupostos da Teoria do Capital Humano (TCH), previa uma
revolução tecnológica capaz de inserir o Brasil no circuito do capitalismo avançado.
Porém, Collor foi cassado em um processo de impeachment. As mudanças propostas
continuaram com o seu sucessor Itamar Franco, ainda em que em nível mais lento.

O primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), sucessor de Itamar


Franco, inicia com os frutos da estabilidade econômica provocada pelo sucesso do
Plano Real. Este fenômeno, que se mostraria insustentável, possibilitou um conjunto
grandioso de reformas. No campo educacional, o governo de FHC tem papel
preponderante na universalização da educação básica, houve especial esforço em
adequar a formação para o trabalho simples e complexo às novas demandas de
reprodução do capital.

Esses ajustamentos repercutiram na formulação da Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional, Lei n. 9.394/1996, em que se consolidam as orientações e
influência dos organismos internacionais, inversamente ao que prescrevia a
Constituição de 1988 sobre a qualificação para o trabalho atrelado a uma
escolarização integral, de natureza científico-tecnológica.

A nova LDB prescreveu para o século XXI apenas dois níveis de ensino para a
educação escolar: a educação básica (formada pela educação infantil, pelo ensino
fundamental e pelo ensino médio) e a educação superior. Essa divisão, ao mesmo
tempo em que oferece, mais claramente, os parâmetros gerais da escolarização para
o trabalho simples (educação básica) e para o trabalho complexo (educação superior)
nesta nova fase do desenvolvimento capitalista no Brasil, amplia consideravelmente o
patamar mínimo de escolaridade do trabalho simples, deixando entrever o grau de
racionalização atingido pelo conjunto das relações sociais no mundo e no país, nos
anos iniciais do novo século.

Lula, que sucedeu FHC, em 2003, teve o inicio de mandato marcado pela intensa
disputa entre forças conservadoras e reformistas. Com a edição do Decreto n.
5.154/2004 esperava-se, segundo Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), que este fosse
um dispositivo capaz de garantir a pluralidade de ações e, ao mesmo tempo,
mobilizasse a sociedade civil na defesa do ensino médio unitário e politécnico,
integrando profissionalização aos princípios da ciência, do trabalho e da cultura. Mas
não foi o que aconteceu. Assim, os decretos n. 5.154/2004 e 5.225/2004 permitiram
que os Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET) alcançassem o status de
universidades. Porém, tais decretos não resolveram o impasse histórico do ensino
médio integrado e não atenderam àquilo que era esperado pelos movimentos
intelectuais no tocante à educação profissional.

No período de 2005 a 2007, iniciou-se processo de expansão o das escolas federais


de educação profissional. O objetivo desta fase foi implantar escolas federais de
educação profissional nos estados desprovidos deste tipo de instituição.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

NEVES, L.M.W.; PRONKO, M.A. O Mercado do conhecimento e o conhecimento para o mercado:


da formação para o trabalho complexo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: ESPJV, 2008.

FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA Maria; RAMOS, Marise. A política de Educação Profissional no


governo Lula: um percurso histórico controvertido. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 1087-
1113, Especial, out. 2005.

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