Você está na página 1de 9

1

HISTÓRIA

RESUMO: BRASIL NO SÉCULO XX: O desafio da educação

UNIVERSIDADE
2020
2

Brasil no Século XX: o desafio da educação.

Contexto Histórico

O texto faz uma abordagem sobre o contexto histórico brasileiro no século


XX. A primeira ênfase é a Primeira República que com a queda da monarquia em 1889
emerge como governo representativo, federal e presidencial. Percebeu-se que após a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) começou a lenta mudança do modelo econômico-
exportador. Um surto industrial deu início à nacionalização da economia, com a redução
de importações, e fez surgir uma burguesia industrial urbana. Alguns acontecimentos
foram marcantes como: a Semana da Arte Moderna, os movimentos em conflito com a
oligarquia agrária, a quebra da Bolsa de Nova York, o governo provisório de Getulio
Vargas, cada um com seu modo tem um caráter marcante na história da Primeira
República.
Na Segunda República, depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
também chamada de República populista, há a deposição de Getulio Vargas em 1945, e
ainda o golpe militar de 1964. O governo neste período se mostra ambíguo em um
momento está do lado e reconhece os anseios populares e por outro desenvolve uma
“política de massa” procurando manipular e dirigir as aspirações populares. Neste
período destacam-se: o governo e sua interferência na economia, o período pós-guerra e
a supremacia da economia americana, o crescimento decorrente da entrada de capital
estrangeiro, entre outros acontecimentos.
A Ditadura Militar inicia-se com o golpe em 1964, onde é destituído o estado
de direito. Neste período percebe-se uma economia com processo de desnacionalização
e conseqüente vinculação do capitalismo internacional, movimentos populares de
diversos segmentos da sociedade, as diretas já.
Em 1985 termina o período do governo militar e dá-se início a Nova
República, com eleição indireta de Tancredo Neves. Em 1988 é promulgada a
Constituição Federal, em 1900 Collor de Melo torna-se presidente eleito por voto
popular e governa por dois e por corrupção é retirado do poder por um impeachment.
Em 1995 ocorreu lamentável recorrer de mais alta concentração de renda do mundo.
3

Pedagogia e Educação

Na primeira República destacam-se o positivismo, o escolanovismo, Reação


Católica, Alternativas anarquistas, Reforma Francisco Campos, as Universidades e a
Reforma Capanema.
O positivismo depois do destaque na França, e em outros países, ganha
simpatia das gerações mais novas no Brasil. No entanto, a influência positivista da
Primeira República no plano educacional teve efeitos passageiros, além de que vários
projetos sequer foram implantados. Além do positivismo, no início da República alguns
intelectuais sofrem influência do ecletismo, reunião de diversas tendências filosóficas
das quais retiram o que lhes interessa.
No Escolanovismo os educadores da escola nova introduzem o pensamento
liberal democrático, defendendo a escola pública para todos, a fim de alcançar uma
sociedade igualitária e sem privilégio. Dentre os escolanovistas desça-se Anísio
Teixeira e Fernando Azevedo. Ainda educadores como Lourenço Filho, Almeida Júnior,
Hermes Lima e Frota Pessoa trazem uma influência renovadora apoiados em
pedagogias côo as de Kilpartrick, Decroly e Kerschennsteiner. Neste período ainda
destacam-se o Manifesto dos Pioneiros (importante na história da pedagogia brasileira
porque representa a tomada de consciência da defasagem entre a educação e as
exigências do desenvolvimento), o “otimismo pedagógico”.
Os católicos a partir de 1920 ressaltam diversas controvérsias em relação a
escola nova, intitula-se esse momento de Reação Católica. Os pensadores católicos
preconizam a reintrodução do ensino religioso nas escolas por considerar que a
verdadeira educação apenas pode ser aquela vinculada à visão moral cristã. Além disso,
fica evidente a atuação dos pensadores católicos fermentando o anticomunismo.
As alternativas anárquicas marcaram um período que enquanto os socialistas
reivindicavam maior empenho do Estado para estender a educação de todos, os
anarquistas (críticos das instituições) rejeitavam os sistemas públicos por considerá-los
ideológicos, divulgadores de preconceitos e comprometidos com os interesses da classe
dominante.
A Reforma de Francisco Campos foi destaque pela ação planejada visando a
organização nacional (reformas anteriores). No entanto, a falta de articulação entre o
curso secundário e o comercial evidencia a rigidez do sistema.
4

Quanto as universidades consegue-se pela primeira vez formar esse espírito de


organização, de acordo com o decreto federal. A primeira é a Universidade de São
Paulo (1934). Depois destacam-se ainda a o reconhecimento (1936) da Universidade do
Rio de Janeiro (1935), a Faculdade de Filosofia São Bento em São Paulo entre outros.
A Reforma de Capanema foi o nome dado às transformações projetadas no
sistema educacional brasileiro em 1942, durante a Era Vargas. Período que cria-se o
Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). No espírito da reforma é
realizado o Decreto-lei 6.141, de 28 de dezembro de 1943, regulamentando o ensino
comercial. Em 1946 destaca-se a reforma do ensino primário, cria-se também o ensino
supletivo (dois anos).

Na Segunda Republica

Nesta destacam-se a Lei de Diretrizes e Bases que disciplina a educação


escolar, que se desenvolve, através do trabalho de educadores, lançando neste período
(1948) um anteprojeto. A lei tem vantagens e desvantagens, como vantagens pode-se
destacar a padronização do currículo. Como desvantagem pode destacar o
financiamento a estabelecimentos mantidos pelos estados, municípios e particulares.
Neste momento destacam-se a Criação do Conselho Federal de Educação
(CFE) e dos Conselhos Estaduais de Educação (CEE), nos quais é permitida a
representação das escolas populares. O ensino técnico continua a não merecer atenção
especial.
A contribuição da Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) é o segundo
ponto da Segunda República neste há denotada influencia dos isebianos, o liberalismo
mostrava incapaz de evitar o aumento da pobreza bem como as disparidades sociais
internas e entre as nações. O Iseb não se mostrava contrário aos capitalismo, mas apenas
cuidadoso com a regulamentação das forças que atuam no seu interior. No entanto, vale
ressaltar a contribuição do Iseb no contexto histórico e econômica daquela época sem se
esquecer do esforço tendo em vista a compreensão da cultura e da identidade brasileira.
Outro destaque deste período foi Paulo Freire que teve uma trajetória
importante para a educação com excelente trabalho em relação a alfabetização de
Jovens e Adultos, a criação do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização)
desenvolve a Pedagogia do Oprimido e garante um movimento de libertação dos
oprimidos fazendo um reflexão sobre a Práxis e sobre a transformação do ser humano.
5

Destaca-se ainda uma concepção de educação problematizadora, o método Paulo Freire


de alfabetização e ainda denota-se importante preocupação com a alfabetização
principalmente de relacionando as experiências de Freire na educação. O método Paulo
Freire pretendeu superar a dicotomia entre teoria e prática: no processo, quando o
homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na
realidade, de cera forma. Freire neste sentido faz uma ligação entre as tendências
modernas e progressivas descobrindo o verdadeiro caráter político da educação,
ressaltando a educação acessível às camadas populares.
Neste período destacam-se também os movimentos de educação popular
(Centros Populares de cultura – CPC; Movimentos de Cultura Popular (MCP)
Movimentos de Educação de Base – MEB) e algumas inovações educacionais como: os
ginásios e colégios vocacionais, o Colégio de Aplicação da Universidade de São Paulo,
os pluricurriculares, o Grupo Experimental da Lapa.

Ditadura Militar

Durante 20 anos os brasileiros viveram o medo gerado pelo governo


autoritarista e arbitrário marcado pela ausência de estado de direitos. O golpe militar
opta pelo aproveitamento do capital estrangeiro e liquida de vez o nacional-
desenvolvimento. Os brasileiros perdem o poder de participação e crítica, e a ditadura
impõe, violência. A partir de 1968 a repressão recrudesce, com torturas e mortes, além
de “desaparecimentos” e “suicídios”, tornando arriscada qualquer oposição ao regime.
Mesmo assim, em 1969 começa a guerrilha urbana, violentamente reprimida.
Na Educação há reflexos onde destaca-se a UNE – União Nacional dos
Estudantes, o DA – Diretório Acadêmico, o DCE – Diretório Central dos Estudantes.
As escolas de grau médio sofrem controle. A Ditadura tem intenção explicita de
“educar” politicamente a juventude e se revela no decreto lei baixado pela Junta Militar
de 1969, que torna o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório nas escolas em
todos os graus e modalidade de ensino. Há neste período por diversos estudantes uma
reação a Ditadura.
Destaca-se ainda, a Reforma Tecnicista, a universitária e a do 1º e 2º graus. A
primeira resulta na tentativa de aplicar na escola o modelo empresarial, que se baseia na
“racionalização” própria do sistema de produção capitalista. Neste período observa uma
adaptação do ensino à concepção Taylorista típica da mentalidade empresarial
6

tecnocrática exigindo um planejamento e organização racional do trabalho pedagógico,


a operacionalização dos objetivos, o parcelamento do trabalho com a devida
especialização das funções e a burocratização. Tudo para alcançar mais eficiência e
produtividade.
A República Universitária unifica o vestibular e aglutina as faculdades em
universidades para melhor concentração de recursos materiais e humanos. Uma
reestruturação completa da administração visa racionalizar e modernizar o modelo, com
integração de cursos, áreas e disciplinas. A divisão em departamentos fragmenta a
antiga unidade e instaura um processo de burocratização nunca visto. Uma técnica que
buscava romper a interação entre as pessoas e grupos parece ter a intenção de atenuar a
crescente politização dos estudantes.
A Reforma do 1º e 2º graus manifesta-se através da reforma do ensino
fundamental e médio durante um período violento da ditadura (Governo Médici). De
acordo com a Lei n. 5.692/71 ressalta que “O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo
geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas
potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e
preparo para o exercício consciente e cidadania. As integrações de primário e ginásio,
secundário e técnico obedecem aos princípios da continuidade e da terminalidade. A
continuidade quer garantir a passagem de uma serie para outra, desde o 1º até o 2º grau.
Pelo princípio da terminalidade espera-se que, ao terminar cada um dos níveis, o aluno
esteja capacitado para ingressar no mercado com força de trabalho caso necessário.
Ocorreram alterações no currículo, algumas disciplinas desaparecerem, como a
Filosofia, ou ocorreu aglutinação como a História e a Geografia, que passaram a
constituir os Estudos Sociais, no 1º Grau. Outro prejuízo foi a desativação da antiga
Escola Normal, destinada a formação de professores, entre outros. Mas o que merece
destaque é o baixo rendimento alcançado pelo programa de alfabetização.
Outro ponto que merece destaque é a Lei de Diretrizes e Bases (Lei n.
5.692/71) que aparentemente tinha como vantagens: extensão da obrigatoriedade do 1º
grau (1ª a 8ª séries), escola única, profissionalização de nível médio para todos,
integração geral do sistema educacional do primário ao superior e integração geral do
sistema educacional do primário ao superior e a cooperação das empresas na educação.
A reforma não foi um fracasso, percebe-se hoje que a obrigatoriedade de oito anos
torna-se letra morta, em vez que não existem recursos materiais e humanos para atender
à demanda. A profissionalização não se efetiva, entre outras. A relação entre a escola e a
7

comunidade fica evidente reduz-se a captar mão-de-obra para o mercado e à intenção de


captar mão-de-obra para o mercado e à intenção de adaptar ao ensino o modelo da
estrutura organizacional das empresas burocratiadas e hierarquizadas.
Ainda destaca-se neste período (início da década de 80) o regime militar dava
sinais de enfraquecimento, entrando em curso o lento processo de democratização.
Ainda, o plano de educação já era amplamente reconhecido como fracasso da
implantação da reforma da LDB, e a Lei n. 7.044/82 dispensa as escolas da
obrigatoriedade da profissionalização, sendo retomada a ênfase para a formação geral.
Tendências como estudos, a influência do escolanovismo, vários trabalhos de
pesquisa historia sobre a educação brasileira tentam suprir as lacunas da escassa
produção anterior, estudos sobre a educação popular destacam-se grandes nomes são
observados neste período. Onde se destacam, entre outros, Florestan Fernandes.

Nova República

Primeiramente observou-se em 1985 a transição democrática, passando de


ditadura para a república. Toma posse o José Sarney primeiro governo civil pós
ditadura. Com a abertura da república muita coisa aconteceu: partidos extintos voltaram
a legalidade, organismos de representação voltaram a terem representatividade, a
censura é abrandada, entre ouros fatos. Ainda, pode-se ressaltar que o debate
pedagógico foi grandemente reativado.
Assim, tem-se neste período alguns pontos enfocados, como: pedagogia
histórico-crítica, contribuições pedagógicas, iniciativas oficiais, constituição de 1988 e a
nova LDB.
Na pedagogia Histórico-crítica percebe-se que um grupo de filósofos no final
dos anos 70 passam a rever a nossa educação. Muitos representantes como: Demerval
Saviani, Guiomar Namo, José Carlos Libâneo, Carlos Roberto Cury, entre outros
estavam atentos a ação educacional concreta e influenciados pela dialética marxista
consideraram que a não há uma natureza humana dada de uma vez, o homem constrói
pelo trabalho. A escola é vista como mediadora entre o aluno e a realidade e se ocupa
com a aquisição de conteúdos, formação e habilidades, hábitos e convicções. A proposta
dessa pedagogia é superar tanto a ingenuidade como o pessimismo sendo uma
pedagogia totalmente democrática.
8

Em se tratando das contribuições pedagógicas muitas foram importantes mas o


construtivismo foi o principal destaque. A teoria de Piaget conhecida pelos
escolanovistas e agora grande contribuição deste período, bem como Vigotsky e Emilia
Ferreiro.
Quanto as iniciativas oficiais não foram levantadas todas, nem foi a pretensão
do texto, mas pode-se destacar a associação de Pais e Mestres, a atenção ao Magistério,
o empenho na elaboração dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, entre outros.
Quanto a Constituição de 1988 há uma revolução não só para o ensino como
para todos os meios sociais. Destacando pontos relevantes podemos citar a gratuidade
do ensino, o ensino fundamental obrigatório e gratuito, extensão do ensino obrigatório e
gratuito, valorização dos profissionais de ensino, autonomia universitária, entre outros.
Já a nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases uma evolução no cenário educativo tem sua
aprovação retarda. Tramita no senado, mas Darcy Ribeiro com outro projeto faz retardá-
la.
De acordo com o que foi visto começa-se o século XX com lentas mudanças,
onde uma delas foi a preocupação do governo em dar o mínimo de atencao a organizcao
nacional. A ditadura que um dia fez calar o povo é calada de vez. No campo
educacional nota-se grande valorização aos estudos pedagógicos e através da
constituição de 1988 a educação ganha muitos avanços. Tudo isso vem favorecendo
mínimas condições para implantar a escola pública, universal, gratuita, democrática e de
qualidade.
9

Você também pode gostar