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CÉLIA MARIA MENDES


FERNANDA DA SILVA CHAVES
HELENICE DE MATOS SOUZA

RESUMO: BRASIL NO SÉCULO XX: O desafio da educação

UNIPAC
2008
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Brasil no Século XX: o desafio da educação.

Contexto Histórico

O texto faz uma abordagem sobre o contexto histórico brasileiro no século


XX. A primeira ênfase é a Primeira República que com a queda da monarquia em 1889
emerge como governo representativo, federal e presidencial. Percebeu-se que após a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) começou a lenta mudança do modelo econômico-
exportador. Um surto industrial deu início à nacionalização da economia, com a redução
de importações, e fez surgir uma burguesia industrial urbana. Alguns acontecimentos
foram marcantes como: a Semana da Arte Moderna, os movimentos em conflito com a
oligarquia agrária, a quebra da Bolsa de Nova York, o governo provisório de Getulio
Vargas, cada um com seu modo tem um caráter marcante na história da Primeira
República.
Na Segunda República, depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
também chamada de República populista, há a deposição de Getulio Vargas em 1945, e
ainda o golpe militar de 1964. O governo neste período se mostra ambíguo em um
momento está do lado e reconhece os anseios populares e por outro desenvolve uma
“política de massa” procurando manipular e dirigir as aspirações populares. Neste
período destacam-se: o governo e sua interferência na economia, o período pós-guerra e
a supremacia da economia americana, o crescimento decorrente da entrada de capital
estrangeiro, entre outros acontecimentos.
A Ditadura Militar inicia-se com o golpe em 1964, onde é destituído o estado
de direito. Neste período percebe-se uma economia com processo de desnacionalização
e conseqüente vinculação do capitalismo internacional, movimentos populares de
diversos segmentos da sociedade, as diretas já.
Em 1985 termina o período do governo militar e dá-se início a Nova
República, com eleição indireta de Tancredo Neves. Em 1988 é promulgada a
Constituição Federal, em 1900 Collor de Melo torna-se presidente eleito por voto
popular e governa por dois e por corrupção é retirado do poder por um impeachment.
Em 1995 ocorreu lamentável recorrer de mais alta concentração de renda do mundo.
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Pedagogia e Educação

Na primeira República destacam-se o positivismo, o escolanovismo, Reação


Católica, Alternativas anarquistas, Reforma Francisco Campos, as Universidades e a
Reforma Capanema.
O positivismo depois do destaque na França, e em outros países, ganha
simpatia das gerações mais novas no Brasil. No entanto, a influência positivista da
Primeira República no plano educacional teve efeitos passageiros, além de que vários
projetos sequer foram implantados. Além do positivismo, no início da República alguns
intelectuais sofrem influência do ecletismo, reunião de diversas tendências filosóficas
das quais retiram o que lhes interessa.
No Escolanovismo os educadores da escola nova introduzem o pensamento
liberal democrático, defendendo a escola pública para todos, a fim de alcançar uma
sociedade igualitária e sem privilégio. Dentre os escolanovistas desça-se Anísio
Teixeira e Fernando Azevedo. Ainda educadores como Lourenço Filho, Almeida Júnior,
Hermes Lima e Frota Pessoa trazem uma influência renovadora apoiados em
pedagogias côo as de Kilpartrick, Decroly e Kerschennsteiner. Neste período ainda
destacam-se o Manifesto dos Pioneiros (importante na história da pedagogia brasileira
porque representa a tomada de consciência da defasagem entre a educação e as
exigências do desenvolvimento), o “otimismo pedagógico”.
Os católicos a partir de 1920 ressaltam diversas controvérsias em relação a
escola nova, intitula-se esse momento de Reação Católica. Os pensadores católicos
preconizam a reintrodução do ensino religioso nas escolas por considerar que a
verdadeira educação apenas pode ser aquela vinculada à visão moral cristã. Além disso,
fica evidente a atuação dos pensadores católicos fermentando o anticomunismo.
As alternativas anárquicas marcaram um período que enquanto os socialistas
reivindicavam maior empenho do Estado para estender a educação de todos, os
anarquistas (críticos das instituições) rejeitavam os sistemas públicos por considerá-los
ideológicos, divulgadores de preconceitos e comprometidos com os interesses da classe
dominante.
A Reforma de Francisco Campos foi destaque pela ação planejada visando a
organização nacional (reformas anteriores). No entanto, a falta de articulação entre o
curso secundário e o comercial evidencia a rigidez do sistema.
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Quanto as universidades consegue-se pela primeira vez formar esse espírito de


organização, de acordo com o decreto federal. A primeira é a Universidade de São
Paulo (1934). Depois destacam-se ainda a o reconhecimento (1936) da Universidade do
Rio de Janeiro (1935), a Faculdade de Filosofia São Bento em São Paulo entre outros.
A Reforma de Capanema foi o nome dado às transformações projetadas no
sistema educacional brasileiro em 1942, durante a Era Vargas. Período que cria-se o
Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). No espírito da reforma é
realizado o Decreto-lei 6.141, de 28 de dezembro de 1943, regulamentando o ensino
comercial. Em 1946 destaca-se a reforma do ensino primário, cria-se também o ensino
supletivo (dois anos).

Na Segunda Republica

Nesta destacam-se a Lei de Diretrizes e Bases que disciplina a educação


escolar, que se desenvolve, através do trabalho de educadores, lançando neste período
(1948) um anteprojeto. A lei tem vantagens e desvantagens, como vantagens pode-se
destacar a padronização do currículo. Como desvantagem pode destacar o
financiamento a estabelecimentos mantidos pelos estados, municípios e particulares.
Neste momento destacam-se a Criação do Conselho Federal de Educação
(CFE) e dos Conselhos Estaduais de Educação (CEE), nos quais é permitida a
representação das escolas populares. O ensino técnico continua a não merecer atenção
especial.
A contribuição da Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) é o segundo
ponto da Segunda República neste há denotada influencia dos isebianos, o liberalismo
mostrava incapaz de evitar o aumento da pobreza bem como as disparidades sociais
internas e entre as nações. O Iseb não se mostrava contrário aos capitalismo, mas apenas
cuidadoso com a regulamentação das forças que atuam no seu interior. No entanto, vale
ressaltar a contribuição do Iseb no contexto histórico e econômica daquela época sem se
esquecer do esforço tendo em vista a compreensão da cultura e da identidade brasileira.
Outro destaque deste período foi Paulo Freire que teve uma trajetória
importante para a educação com excelente trabalho em relação a alfabetização de
Jovens e Adultos, a criação do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização)
desenvolve a Pedagogia do Oprimido e garante um movimento de libertação dos
oprimidos fazendo um reflexão sobre a Práxis e sobre a transformação do ser humano.
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Destaca-se ainda uma concepção de educação problematizadora, o método Paulo Freire


de alfabetização e ainda denota-se importante preocupação com a alfabetização
principalmente de relacionando as experiências de Freire na educação. O método Paulo
Freire pretendeu superar a dicotomia entre teoria e prática: no processo, quando o
homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na
realidade, de cera forma. Freire neste sentido faz uma ligação entre as tendências
modernas e progressivas descobrindo o verdadeiro caráter político da educação,
ressaltando a educação acessível às camadas populares.
Neste período destacam-se também os movimentos de educação popular
(Centros Populares de cultura – CPC; Movimentos de Cultura Popular (MCP)
Movimentos de Educação de Base – MEB) e algumas inovações educacionais como: os
ginásios e colégios vocacionais, o Colégio de Aplicação da Universidade de São Paulo,
os pluricurriculares, o Grupo Experimental da Lapa.

Ditadura Militar

Durante 20 anos os brasileiros viveram o medo gerado pelo governo


autoritarista e arbitrário marcado pela ausência de estado de direitos. O golpe militar
opta pelo aproveitamento do capital estrangeiro e liquida de vez o nacional-
desenvolvimento. Os brasileiros perdem o poder de participação e crítica, e a ditadura
impõe, violência. A partir de 1968 a repressão recrudesce, com torturas e mortes, além
de “desaparecimentos” e “suicídios”, tornando arriscada qualquer oposição ao regime.
Mesmo assim, em 1969 começa a guerrilha urbana, violentamente reprimida.
Na Educação há reflexos onde destaca-se a UNE – União Nacional dos
Estudantes, o DA – Diretório Acadêmico, o DCE – Diretório Central dos Estudantes.
As escolas de grau médio sofrem controle. A Ditadura tem intenção explicita de
“educar” politicamente a juventude e se revela no decreto lei baixado pela Junta Militar
de 1969, que torna o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório nas escolas em
todos os graus e modalidade de ensino. Há neste período por diversos estudantes uma
reação a Ditadura.
Destaca-se ainda, a Reforma Tecnicista, a universitária e a do 1º e 2º graus. A
primeira resulta na tentativa de aplicar na escola o modelo empresarial, que se baseia na
“racionalização” própria do sistema de produção capitalista. Neste período observa uma
adaptação do ensino à concepção Taylorista típica da mentalidade empresarial
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tecnocrática exigindo um planejamento e organização racional do trabalho pedagógico,


a operacionalização dos objetivos, o parcelamento do trabalho com a devida
especialização das funções e a burocratização. Tudo para alcançar mais eficiência e
produtividade.
A República Universitária unifica o vestibular e aglutina as faculdades em
universidades para melhor concentração de recursos materiais e humanos. Uma
reestruturação completa da administração visa racionalizar e modernizar o modelo, com
integração de cursos, áreas e disciplinas. A divisão em departamentos fragmenta a
antiga unidade e instaura um processo de burocratização nunca visto. Uma técnica que
buscava romper a interação entre as pessoas e grupos parece ter a intenção de atenuar a
crescente politização dos estudantes.
A Reforma do 1º e 2º graus manifesta-se através da reforma do ensino
fundamental e médio durante um período violento da ditadura (Governo Médici). De
acordo com a Lei n. 5.692/71 ressalta que “O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo
geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas
potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e
preparo para o exercício consciente e cidadania. As integrações de primário e ginásio,
secundário e técnico obedecem aos princípios da continuidade e da terminalidade. A
continuidade quer garantir a passagem de uma serie para outra, desde o 1º até o 2º grau.
Pelo princípio da terminalidade espera-se que, ao terminar cada um dos níveis, o aluno
esteja capacitado para ingressar no mercado com força de trabalho caso necessário.
Ocorreram alterações no currículo, algumas disciplinas desaparecerem, como a
Filosofia, ou ocorreu aglutinação como a História e a Geografia, que passaram a
constituir os Estudos Sociais, no 1º Grau. Outro prejuízo foi a desativação da antiga
Escola Normal, destinada a formação de professores, entre outros. Mas o que merece
destaque é o baixo rendimento alcançado pelo programa de alfabetização.
Outro ponto que merece destaque é a Lei de Diretrizes e Bases (Lei n.
5.692/71) que aparentemente tinha como vantagens: extensão da obrigatoriedade do 1º
grau (1ª a 8ª séries), escola única, profissionalização de nível médio para todos,
integração geral do sistema educacional do primário ao superior e integração geral do
sistema educacional do primário ao superior e a cooperação das empresas na educação.
A reforma não foi um fracasso, percebe-se hoje que a obrigatoriedade de oito anos
torna-se letra morta, em vez que não existem recursos materiais e humanos para atender
à demanda. A profissionalização não se efetiva, entre outras. A relação entre a escola e a
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comunidade fica evidente reduz-se a captar mão-de-obra para o mercado e à intenção de


captar mão-de-obra para o mercado e à intenção de adaptar ao ensino o modelo da
estrutura organizacional das empresas burocratiadas e hierarquizadas.
Ainda destaca-se neste período (início da década de 80) o regime militar dava
sinais de enfraquecimento, entrando em curso o lento processo de democratização.
Ainda, o plano de educação já era amplamente reconhecido como fracasso da
implantação da reforma da LDB, e a Lei n. 7.044/82 dispensa as escolas da
obrigatoriedade da profissionalização, sendo retomada a ênfase para a formação geral.
Tendências como estudos, a influência do escolanovismo, vários trabalhos de
pesquisa historia sobre a educação brasileira tentam suprir as lacunas da escassa
produção anterior, estudos sobre a educação popular destacam-se grandes nomes são
observados neste período. Onde se destacam, entre outros, Florestan Fernandes.

Nova República

Primeiramente observou-se em 1985 a transição democrática, passando de


ditadura para a república. Toma posse o José Sarney primeiro governo civil pós
ditadura. Com a abertura da república muita coisa aconteceu: partidos extintos voltaram
a legalidade, organismos de representação voltaram a terem representatividade, a
censura é abrandada, entre ouros fatos. Ainda, pode-se ressaltar que o debate
pedagógico foi grandemente reativado.
Assim, tem-se neste período alguns pontos enfocados, como: pedagogia
histórico-crítica, contribuições pedagógicas, iniciativas oficiais, constituição de 1988 e a
nova LDB.
Na pedagogia Histórico-crítica percebe-se que um grupo de filósofos no final
dos anos 70 passam a rever a nossa educação. Muitos representantes como: Demerval
Saviani, Guiomar Namo, José Carlos Libâneo, Carlos Roberto Cury, entre outros
estavam atentos a ação educacional concreta e influenciados pela dialética marxista
consideraram que a não há uma natureza humana dada de uma vez, o homem constrói
pelo trabalho. A escola é vista como mediadora entre o aluno e a realidade e se ocupa
com a aquisição de conteúdos, formação e habilidades, hábitos e convicções. A proposta
dessa pedagogia é superar tanto a ingenuidade como o pessimismo sendo uma
pedagogia totalmente democrática.
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Em se tratando das contribuições pedagógicas muitas foram importantes mas o


construtivismo foi o principal destaque. A teoria de Piaget conhecida pelos
escolanovistas e agora grande contribuição deste período, bem como Vigotsky e Emilia
Ferreiro.
Quanto as iniciativas oficiais não foram levantadas todas, nem foi a pretensão
do texto, mas pode-se destacar a associação de Pais e Mestres, a atenção ao Magistério,
o empenho na elaboração dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, entre outros.
Quanto a Constituição de 1988 há uma revolução não só para o ensino como
para todos os meios sociais. Destacando pontos relevantes podemos citar a gratuidade
do ensino, o ensino fundamental obrigatório e gratuito, extensão do ensino obrigatório e
gratuito, valorização dos profissionais de ensino, autonomia universitária, entre outros.
Já a nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases uma evolução no cenário educativo tem sua
aprovação retarda. Tramita no senado, mas Darcy Ribeiro com outro projeto faz retardá-
la.
De acordo com o que foi visto começa-se o século XX com lentas mudanças,
onde uma delas foi a preocupação do governo em dar o mínimo de atencao a organizcao
nacional. A ditadura que um dia fez calar o povo é calada de vez. No campo
educacional nota-se grande valorização aos estudos pedagógicos e através da
constituição de 1988 a educação ganha muitos avanços. Tudo isso vem favorecendo
mínimas condições para implantar a escola pública, universal, gratuita, democrática e de
qualidade.
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CÉLIA MARIA MENDES


FERNANDA DA SILVA CHAVES
HELENICE DE MATOS SOUZA

RESUMO: SÉCULO XX: a educação para a democracia

UNIPAC
2008
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Século XX: a educação para a democracia

Contexto histórico

O século XX sofreu fortes influências da Primeira Grande Guerra. Fatos


abalaram o mundo como: a Revolução Russa, a gravidade da depressão economia da
década de 30, a Guerra Civil da Espanha (1936), a Segunda Grande Guerra (1939-
1945), a Guerra Fria, as inúmeras contestações dos anos 60, a poluição ambiental entre
outras. No entanto, em 1945 para auxiliar os diversos conflitos mundiais é fundada a
ONU _ Organização das Nações Unidas, para que pudesse ser mantida a paz mundial.

Pedagogia e Educação

No século XX oferece riquíssima produção pedagógica. A expansão do ensino


foi uma das preocupações do período. No entanto diversos problemas foram surgindo
como por exemplo, a partir da Segunda Guerra Mundial a universidade européia
enfrenta diversos problemas decorrentes do processo de massificação que fizera crescer
enormemente a população estudantil. Os estudantes, neste período, reivindicam maior
participação na educação e nos diversos setores da política.
Ocorreram também evolução técnicas, que são vistas de maneira controvertida
quanto as modernas técnicas na educação. De um lado tem-se uma postura conservadora
resiste a qualquer inovação técnica como se fosse incompatível com a natureza
espiritual do processo educativo, por outro, o risco do tecnicismo, da exaltação
desmedida da técnica.
Os recursos da tecnologia são utilizados tanto nos modernos designs do
mobiliário como na arquiteturas escolar. A partir da década de 20 começa a ser criada a
“maquina de ensinar” (computador). Na metade do século recursos visuais são
disponíveis. Ganhou-se bibliotecas eletrônicas entre outras modernidades, como por
exemplo, o computador hoje além de ser um meio de armazenamento de dados vem
garantindo as pessoas condições de aprenderem e até estudarem através dele. No
entanto, um acompanhamento crítico deste uso do tecnologia se faz necessário para que
não seja criado um corrente de alienados.
Na produção pedagógica também ocorreu fortes influências das ciências
humanas. Desde referente o interesse pela natureza da criança como também referente à
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busca de métodos adequados para auxiliar na aprendizagem. Mas foi o positivismo e a


pedagogia que mostraram uma ampliação de idéias e uma transformação dos novos
tempos. Onde destacou Émile Durkheim exímio sociólogo que demonstrou que a
“educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se
encontram ainda preparadas pra a vida social”. Para ele a educação satisfaz as
necessidades sociais. Destacou-se também a psicologia e o chamado Behaviorismo que
significava conduta e comportamento, ou seja, privilegiava-se um estudo, ou levava-se
em conta o comportamento em relação ao ensinar. Mesmo causando muitas
controvérsias o behaviorismo mostrou muitas descobertas principalmente relacionadas a
Pavlov, Skinner que contribuíram e influenciaram fortemente a pedagogia.
Não se pode deixar de enfatizar que o positivismo neste período trouxe muitas
criticas. Percebeu-se neste período que ele foi responsável pela criação de vários mitos
do nosso século.
A fenomenologia e a pedagogia foram também ressaltadas neste estudo. A
fenomenologia (é a intencionalidade, que pretende superar as tendências racionalistas e
empiristas) que traz para a pedagogia uma nova visão, pois opõe-se ao positivismo
indicando que toda consciência é intencional. Também os fenomenologistas criticam os
empiristas afirmando haver objeto em si, já que o objeto é sempre para o sujeito que
confere significado.
Há também expresso a crítica ao naturalismo onde a fenomenologia critica
essa tendência. Para ela o mundo tem significado, enquanto para o naturalismo ele é
desprovido dos mesmos. Destacam-se neste prisma a Teoria de Gestalt que recusa a
concepção atomística a associacionista da percepção, afirmando não haver excitação
sensorial isolada, mas complexos em que o parcial é função do conjunto. Muitas
experiências foram realizadas e descobertas foram alcançadas.
O Pragmatismo desenvolveu-se também nestes período (principalmente nos
EUA e na Grã-Bretanha) privilegiando a prática e a existência, seu principal
representante foi William James (1842-1910). O pragmatismo volta as costas
resolutamente e de uma vez por todas a uma série de hábitos inveterados, caros aos
filósofos profissionais. Dewey (1859-1952) foi outro destaque do pragmatismo, mas
utilizava as expressões instrumentalismo ou funcionalismo para representar sua teoria.
Para ele o conhecimento é uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo,
mas está voltado para a experiência. Nota-se a formulação da consciência de uma escola
progressiva, que consiste justamente no crescimento constante da vida, à medida que
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aumentamos o conteúdo da experiência e o controle que exercemos sobre ela. A


pedagogia de Dewey é rica em aspectos inovadores e sua principal marca se encontra na
oposição à escola tradicional.
No entanto com tentativa de superar a escola tradicional resulta-se o
escolanovismo. Os pedagogos Feltre, Basedow e Pestalozzi tornam-se precursores da
escola nova. Os novos métodos são adotados na escola pública. Neste momento
destacam-se escolas de métodos ativos como o Montessori e Decroly. A pedagogia
montessoriana da destaque ao ambiente adequando-o ao tamanho das crianças, na teoria
de Decroly observa-se a maneira que o adulto é capaz de analisar, separar o todo em
parte, a criança tende para as representações. Desta forma há uma identificação a
totalidade como elemento da aprendizagem humana.
A escola do trabalho onde se destacam Kerschenteiner e Freinet. O primeiro
propõe um método baseado na teoria do desenvolvimento e critica as abordagens
detalhistas do trabalho por considerá-lo fundamental para o autocontrole e auto-exame
de quem o exerce com seriedade, dizendo que o trabalho na escola não se reduz a
simples profissionalização. Já o segundo escreveu “A educação pelo trabalho” para ele a
verdadeira fraternidade nasce pelo trabalho.
As teorias socialistas foram também de grande auxilio para o crescimento da
pedagogia no século XX. Marx e Engels foram grandes teóricos que se destacaram neste
período no entanto, descaram-se Gramsci (critico do marxismo oficial que desenvolve
importantes reflexões para a compreensão do papel do intelectual na cultura em geral e
especialmente na educação); a teoria crítica (baseada na teoria marxista desenvolve um
pensamento original sobre a crítica da sociedade , a exaltação feita pelo progresso e
desmistificam esse conceito); teorias crítico-reprodutivas (destacaram como
representantes Pierre Bordieu, Louis Althusser, Roger Establet e Chiristian Boudelot,
Georges Snydes); teoria progressistas (nesta observa-se o professor como facilitador da
aprendizagem).
Na verdade as teorias auto-críticas fundiram-se em teorias anti-autoritárias
(liberais ou anarquistas) favoreceram um vasto material de reflexão a respeito dos
desvios do poder, além disso denunciaram também as formas camufladas pelas quais
uma autoridade anônima, dissimulada, se introduz nas relações humanas o mundo
contemporâneo.
Neste período destacou-se também um desvio ao totalitarismo observando-se
períodos em que no contexto social passava-se por grandes conflitos, guerras e
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revolução nazi-facista. Um período em que nas escolas valorizava-se as disciplinas de


moral e cívica. Nas escolas de certa forma percebeu-se uma doutrinação, na sociedade
uma censura de cultura e o silenciamento forçado. A solução veio com um alerta para o
futuro. Mas não se pode deixar de destacar a ênfase dada a escola tecnicista onde
observa-se uma escola (como empresa) que acaba atendendo os alunos (clientes) que
procuravam conhecimento (produto). Dominava-se práticas administrativas,
privilegiando funções como planejar, organizar, dirigir, controlar.
Desta forma a crítica ao tecnicismo não tardou a vir onde destacam-se Savini,
Piaget, Emilia Ferreiro, Vygotsky unidos em prol de uma nova pedagogia, uma ênfase
na teoria construtivista. Neste momento o construtivismo passa a realçar justamente a
capacidade adaptativa da inteligência e afetividade, dando condições para que o
processo de amadurecimento não seja ilusório o que acontece quando resulta de
pressões externas sem a “gestação” por parte do sujeito.
Conclui-se eu muitos fatos marcaram o século XX, transformações intensas
aconteceram, no entanto, o que fica é que a escola tradicional perde seu poder dando
lugar a nova escola que tem sua pedagogia voltada a ricas construções que os alunos
realizam no ambiente escolar. A instituição escolar esteve em crise, mas mudou-se neste
século formas de pensar e agir dando a escola uma forma nova de encarar a educação.
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CONCLUSÃO

Apesar de muita teoria e muitos nomes, datas e fatos históricos fazer um


estudo sobre estes capítulos trouxeram para o nosso grupo muitas informações
importantes. As divergências observadas entre o novo e o tradicional existem desde
muito tempo, no entanto, só houveram mudanças porque pedagogos, filósofos,
sociólogos, sociedade esforçaram-se para isso.
No mundo nada é estático, tudo se cria e se transforma basta acreditar. O
período da ditadura houve um silêncio enorme, a cultura, a censura, o povo calou-se
para dar lugar ao autoritarismo. Mas lutas, movimentos, necessidade de mudanças
aconteceram trazendo uma nova vida para a sociedade. Não se trata de questões
partidárias, mas sim de sobrevivência, de amor a vida e de valorização ao ser humano.
Foi muito rico realizar este estudo e poder compreender dentre tantas coisas
que a educação deve ser vista em sua totalidade, mas deve também pensar em cada um
que faz parte dela.

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