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23/11/2022 09:12 Unidade 4 - História da educação

HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO
UNIDADE 4 – EDUCADORES
E MOVIMENTOS
HISTÓRICOS BRASILEIROS
Autor: Professor Mestre Jair Rodrigues da
Silva
Revisora: Maria da Conceição Fernandes de
França

I N I CI AR

Introdução
Chegamos ao capítulo final de nossa disciplina, História da Educação. Até aqui,
conhecemos e refletimos sobre os diversos períodos históricos da humanidade, desde a
Pré-história até a contemporaneidade (nosso objeto de estudo neste capítulo final).

Toda a ênfase de nosso estudo está voltada para as principais contribuições da História
da Educação, visto que buscamos sintetizar os principais acontecimentos, uma vez que
nosso foco está no processo histórico da educação brasileira.

Neste capítulo final, daremos continuidade a partir do período da ditadura militar no Brasil
e, em especial, falaremos de dois grandes educadores nacionais: Anísio Teixeira e Paulo
Freire.

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Por fim, abordaremos a contemporaneidade do sistema educacional no Brasil, citando,


inclusive, nossa lei maior, a Constituição de 1988, e a importante legislação que regula a
educação no Brasil: a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996.

Bons estudos!

4.1 A educação brasileira e os governos militares (1964-


1985)
Na unidade anterior falamos sobre a ditadura militar no Brasil, que vigorou durante 20
anos, entre 1964 e 1984. Durante essa época, os militares se sucediam no governo
brasileiro, como apresentado na linha do tempo a seguir. Vale ressaltar que foi durante o
governo militar que marcos históricos aconteceram no campo educativo, como a reforma
universitária, em 1968, e também no campo político e social com o Ato Inconstitucional nº
5, o temido AI-5, do qual falaremos adiante.

Acerca dos generais que foram presidentes da república, durante suas gestões foram
criadas ações e legislações que buscavam legitimar o autoritarismo imposto pela ditadura
militar.

Leis que impunham o autoritarismo militar sobre a Educação

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

Lei nº 5379/67 Decreto-Lei nº 869/69 Lei nº 5692/71

Foram anos conhecidos como os “anos de chumbo”, devido à forte repressão que o
governo imprimia na sociedade a todos quanto fossem contrários ao governo militar.
Muitos intelectuais, militantes políticos, estudantes e artistas sofreram com prisões,
torturas e mortes – algumas, ainda hoje, não totalmente solucionadas, com corpos não
encontrados.

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Sobre esse período histórico da sociedade brasileira, Aranha (2006, p. 518) destaca:

Com o golpe militar de 1964, desapareceu o estado de direito.


Emudecidas as assembleias após expurgos e a dissolução dos
partidos políticos, foram criados outros dois, a Aliança Renovadora
Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB),
evidentemente manipulados pelo poder centralizado. O Executivo
forte governava apoiado em atos institucionais (AI), mecanismo
adotado pelos militares para transformar em lei imposta as
decisões que não estavam previstas na Constituição ou mesmo
eram contrárias a ela. Com o enrijecimento do regime, as
manifestações políticas foram vigorosamente contidas. A doutrina
de segurança nacional justificou todo tipo de repressão, desde
cassação de direitos políticos, censura da mídia, até prisão, tortura,
exílio e assassinato.
Dessa maneira, perderam força os grupos que antes buscavam se
fazer ouvir: operários, camponeses, estudantes.
Ainda sobre o período da ditadura militar e as implicações de seu sistema autoritário que
se apoderou e controlou as escolas brasileiras a partir de 1964, todo o pensamento e
filosofia educacional contrária ao regime militar foi prontamente banida. Um exemplo foi a
pedagogia de Paulo Freire, que mais tarde foi exilado pelo governo brasileiro.

Durante os “anos de chumbo” o governo militar procurou controlar inclusive os


movimentos estudantis, quando passou a perseguir entidades como a UNE – União
Nacional dos Estudantes e legitimava a perseguição aos contrários ao regime por meio de
atos inconstitucionais, dentre os quais destaca-se o AI-5 de dezembro de 1968, do qual
falaremos adiante.

VOCÊ SABIA?
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Vladimir Herzog (Osijek, Reino da Iugoslávia, 27 de junho de 1937 – São Paulo, 25 de


outubro de 1975) foi jornalista, filósofo e teatrólogo naturalizado brasileiro, cuja morte foi
falsamente noticiada como suicídio na prisão, fato que gerou muita polêmica na época. A
história de sua tortura e morte simbolizou a luta contra a ditadura no Brasil. Para saber
mais sobre esse importante jornalista, acesse sua biografia em: <
https://vladimirherzog.org/biografia/ >.

4.1.1 O contexto político e econômico

Foram anos de repressão política e social que tiveram um aparente fim, na política
brasileira, em 1985, com o processo de redemocratização do país. Entre as ações desse
período histórico, destacamos o retorno ao pluripartidarismo, a Lei da Anistia (Lei nº
6.683/79) e o movimento Diretas Já, que conduziu o país à democratização.

A partir de 1978, os movimentos populares surgidos de diversos


segmentos da sociedade civil cada vez mais exigiam a abertura
política e o retorno ao estado de legalidade. As campanhas das
chamadas diretas-já , pelas eleições diretas, encheram as praças
no país. Em abril de 1984, reuniram mais de 1 milhão de pessoas
no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Em 1985, terminou o
governo militar e teve início a então chamada Nova República ,
ainda que pela eleição indireta de Tancredo Neves. Com a sua
morte trágica – acontecimento que provocou comoção popular –, o
vice José Sarney tornou-se o primeiro presidente civil desde 1964
(ARANHA, 2006, p. 519).
Assim, parecia chegar ao fim, não sem consequências e resquícios, um momento
turbulento da história brasileira. Mas, com relação à educação, quais as marcas da
ditadura militar durante esse período? No campo educacional, as ações do governo militar
também foram desastrosas, com repressões e cerceamento de direitos, a começar pela
prisão de estudantes e professores contrários ao regime militar.

No Ensino Superior, a repressão muda a organização dos grupos estudantis, a fim de

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vigiar e controlar as ações.

De acordo com Aranha (2006), as ações autoritárias do governo militar foram sentidas
nas organizações estudantis. A União Nacional dos Estudantes (UNE) foi, em 1967,
considerada subversiva e passou a ser tida como fora da lei. A intenção do governo
militar era a de controlar a movimentação dos estudantes, para tanto o governo permitia a
atuação do Diretório Acadêmico (DA), restrito a cada curso, e do Diretório Central dos
Estudantes (DCE), para cada universidade. Portanto, foi proibida toda ação política por
parte dos estudantes universitários e secundaristas com a máxima imposta pelos
militares: “Estudante é para estudar; trabalhador para trabalhar”.

Nas escolas de ensino médio também houve ações de controle e repressão: essas se
deram por meio da criação de centros cívicos e de disciplinas, como a disciplina de
Educação Moral e Cívica.

As escolas do grau médio sofreram controle, e seus grêmios foram


transformados em centros cívicos, sob a orientação do professor
de Educação Moral e Cívica, cargo ocupado por pessoa de
confiança da direção, o que, em outras palavras, significava
comprovar não ter passagem pelo Departamento Estadual de
Ordem Política e Social (DEOPS). Este organismo controlava a
participação das pessoas em movimentos de protesto, fichando
como comunistas as consideradas subversivas.
Aliás, a intenção explícita da ditadura em “educar” politicamentea
juventude revelou-se no decreto-lei baixado pela Junta Militar em
1969, que tornou obrigatório o ensino de Educação Moral e Cívica
nas escolas em todos os graus e modalidades de ensino. No
ensino secundário, a denominação mudava para Organização
Social e Política Brasileira (OSPB) e, no curso superior, para
Estudos de Problemas Brasileiros (EPB). Nas propostas
curriculares do governo transparecia o caráter ideológico e
manipulador dessas disciplinas. (ARANHA, 2006, p. 552)

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Com interferência direta do governo militar, o sistema de educação refletia a tensão social
da época. Outro fato marcante da época dos “anos de chumbo” ocorreu no ano de 1968,
quando cerca de 900 estudantes foram presos e interrogados pela polícia durante um
congresso realizado pela UNE, que agia de modo clandestino no Brasil.

Em especial, o ano de 1968 foi considerado um ano histórico no que se refere aos
movimentos estudantis. Esse fato se deve ao movimento de revolta estudantil ocorrido em
maio, realizado em Paris, e ao confronto entre estudantes do Mackenzie e da
Universidade de São Paulo (USP), realizado em frente ao atual prédio do Centro
Universitário Maria Antônia, em São Paulo – na ocasião, destruído e incendiado. Um ano
conturbado para a sociedade e para o campo da educação, que culminou, em dezembro,
na publicação do AI-5 (Ato Inconstitucional nº 5), que dava ao governo plenos poderes de
punir e perseguir os contrários ao regime militar.

VOCÊ QUER LER?


O AI-5 foi considerado o mais duro golpe da ditadura militar no Brasil. Decretado
em dezembro de 1968, o Ato Inconstitucional nº 5 dava plenos poderes ao
Governo para prender e perseguir os inimigos do Estado. O ano de 1968 é
considerado, na História, como o ano que não acabou. Para saber mais sobre
esse período histórico da sociedade brasileira, marcado pelo autoritarismo do
estado militar, acesse os arquivos eletrônicos do CPDOC, da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), disponíveis em: <
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/AI5 >.

Economicamente, o Brasil viveu um aparente milagre econômico durante os anos de 1968


a 1973, que consistiu, na verdade, em concentrar o poder econômico ainda mais nas
mãos dos ricos, aumentando a desigualdade entre pobres e ricos no País. Durante essa
época, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu cerca de 14%.

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Durante esse período foram criadas diversas estatais, entre elas, a Infraero e a Telebrás.
Foi o tempo de grandes construções, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a Ponte Rio-
Niterói e grandes rodovias, como a Transamazônica. Para financiar essas e outras
grandes obras, o governo recebia financiamento de capital estrangeiro, o que resultou em
um aumento considerável da dívida externa brasileira.

Para crescer as indústrias, bem como para atrair novas empresas, o governo abaixou a
mão de obra de trabalhadores, o que consistia em uma missão fácil, uma vez que os
sindicatos, assim como toda a sociedade, estavam controlados por meio da forte
repressão e censura. Assim, favorecia os empresários e diminuía os ganhos dos
trabalhadores.

Mas o milagre econômico não se sustentou por muito tempo. Esse crescimento tornou-se
insustentável, e, anos mais tarde, a recessão econômica foi um dos motivos da saída dos
militares do governo brasileiro.

Os anos seguintes à ditadura ficaram marcados pelo aumento e não pagamento da dívida
externa e pela crescente inflação, que chegou, em 1993, a 2.700%. O milagre econômico
deixou marcas sentidas por longos anos na economia brasileira.

4.1.2 A Reforma Universitária

Em 1968, ainda sob o domínio da ditadura militar, o governo implementou a reforma do,
então, ensino de terceiro grau, ou seja, do Ensino Superior. Para tanto, convocou
pessoas do interesse governamental e depois submeteu o projeto ao Legislativo, que não
se opôs à aprovação.

Mais do que isso, os legisladores aprovaram a reforma, sem contestações e emendas, de


modo célere, pois o temor era grande por parte dos parlamentares devido a cassações e
perseguições políticas. Não era um bom negócio ser inimigo do Estado durante a época
dos “anos de chumbo”.

A Lei nº 5.540/68, que tratava do ensino de 3º grau, introduziu


diversas modificações na LDB de 1961. Em tempo recorde, o

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Grupo de Trabalho da Reforma Universitária (GTRU), formado por


pessoas especialmente designadas pelo presidente general Costa
e Silva, definiu as diretrizes da reforma. O projeto baseava-se nos
estudos do Relatório Atcon (Rudolph Atcon, teórico norte-
americano) e do Relatório Meira Matos (coronel da Escola Superior
de Guerra). O Congresso não ofereceu dificuldades para aprová-lo:
depois das cassações de mandatos, intimidações, não se podia
esboçar nenhum tipo de oposição ao governo autoritário (ARANHA,
2006, p. 558).
A reforma do Ensino Superior tinha como princípio estratégias que visavam enfraquecer a
autonomia das instituições, a aglutinação de várias faculdades em universidades e a
nomeação de caráter técnico se sobrepondo ao pedagógico, na prioridade de escolha de
professores.

A reforma extinguiu a cátedra (cargo de professor universitário,


titular em determinada disciplina), unificou o vestibular e aglutinou
as faculdades em universidades para a melhor concentração de
recursos materiais e humanos, tendo em vista maior eficácia e
produtividade. Instituiu também o curso básico nas faculdades para
suprir as deficiências do 2º grau e, no ciclo profissional,
estabeleceu cursos de curta e longa duração.
Desenvolveu, ainda, um programa de pós-graduação. A
reestruturação completa da administração visava a racionalizar e
modernizar o modelo, com a integração de cursos, áreas e
disciplinas. Uma nova composição curricular permitia a matrícula
por disciplina, instituindo-se o sistema de créditos. A nomeação de
reitores e diretores de unidade dispensava a exigência de pessoas
ligadas ao corpo docente universitário, bastando possuir “alto
tirocínio da vida pública ou empresarial”. Como convém a uma
reforma em que o viés tecnocrático se sobrepõe ao pedagógico
(ARANHA, 2006, p. 558).

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De modo geral, a reforma do Ensino Superior, de 1968, pretendia atender aos interesses
do governo ditatorial e controlar as atividades das faculdades e universidades brasileiras.
Sobretudo a reforma buscava manter o Ensino Superior voltado para as classes
superiores e o ensino técnico voltado para o mundo de trabalho nas indústrias para os
mais pobres da população. Esse dualismo na educação é uma marca perene da história
da educação brasileira, uma forte barreira que, até então, não havia sido vencida.

Todavia, vale ressaltar que os cursos de pós-graduação, de mestrado e doutorado


tiveram apoio do governo militar, o que, segundo Aranha (2006), objetivava demonstrar o
desenvolvimento educacional e social durante o governo militar, ainda que o real objetivo
do governo fosse o de implantar medidas para cercear a autonomia das instituições como
um modo de controle que visava a minar o constante crescimento do movimento de
politização dos estudantes universitários.

4.2 A Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 5.692/71


É importante discutir a criação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação, na
versão de 1971, a fim de refletir sobre seus avanços e seus retrocessos.

O que ainda vigorava era a ditadura militar brasileira e sua repressão a todos quanto
fossem contrários ao seu modo autoritário de governar. O contexto para a criação dessa
nova versão de tão importante legislação para o sistema educacional brasileiro só poderia
se dar com a marca de sua mão pesada, uma vez que a sociedade em geral era vigiada
de perto o tempo todo pela repressão.

A LDB, de 1971, trata da reforma nos Ensinos Fundamental e Médio. Segundo Aranha
(2006), essa reforma aconteceu no período mais violento da história da ditadura militar,
durante o governo Médici. O então ministro da educação, Jarbas Passarinho, nomeou
pessoas da confiança do governo para reestruturar esses níveis de ensino. Essas
mudanças visavam otimizar o sistema educativo de modo a integrar o primário e o ginásio,
o secundário e técnico.

Diz o artigo 1º da Lei nº 5.692/71: “O ensino de 1º e 2º graus tem


por objetivo geral proporcionar ao educando a formação

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necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como


elemento de autorrealização, qualificação para o trabalho e preparo
para o exercício consciente da cidadania”. Para levar a efeito tal
objetivo, a lei reestruturou o ensino, ampliando a obrigatoriedade
escolar de quatro para oito anos. Com isso, aglutinou o antigo
primário com o ginasial, suprimindo os exames de admissão,
responsáveis pela seletividade (ARANHA, 2006, p. 559).
Quanto ao ensino técnico e profissionalizante, a intenção do governo era a de
proporcionar ao estudante um modo de concluir a escola já com uma formação
profissional, ou seja, para preparar o jovem para ingressar no mundo do trabalho.

A criação da escola única profissionalizante representou a tentativa


de extinguir a separação entre escola secundária e técnica, uma
vez que, terminado o ensino médio, o aluno teria uma profissão.
Para aqueles que não conseguiam concluir os estudos regulares,
foi reestruturado o curso supletivo.
As integrações de primário e ginásio, secundário e técnico
obedeceram aos princípios da continuidade e da terminalidade. A
continuidade garantia a passagem de uma série para outra, desde
o 1º até o 2º grau. Pelo princípio da terminalidade, esperava-se que,
ao terminar cada um dos níveis, o aluno estivesse capacitado para
ingressar no mercado como força de trabalho, caso necessário
(ARANHA, 2006, p. 559).
Para estruturar esse sistema de ensino, o governo implementou mudanças nos currículos,
baseadas em dois níveis: ensino geral e formação profissional. A formação profissional
oferecia habilitações para três diferentes áreas econômicas: agropecuária, indústria e
serviços.

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A reforma educacional do primeiro e segundo graus foi estruturada na Lei nº


5.692/71 , que visava à reestruturação do sistema de ensino. Essa reforma tinha
como objetivo que o estudante concluísse os estudos e ingressasse no mundo do
trabalho sem a necessidade de concluir o Ensino Superior. Para saber mais, leia a
matéria publicada por Tatiana Beltrão, no Agência Senado, disponível em: <
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/03/03/reforma-do-ensino-
medio-fracassou-na-ditadura >.

Com relação ao problema de analfabetismo, que contava à época com números


alarmantes, o governo criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), em
1967, que entrou em vigor somente em 1970, momento em que o analfabetismo já
alcançava 33% em jovens e adultos com mais de 15 anos, conforme ilustra o Infográfico 1
(ARANHA, 2006).

Infográfico 1 – Analfabetismo no Brasil (1920 a 2000): Jovens e adultos com mais

de 15 anos

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

1920 1940 1950 1960

1970 1980 1985 1991 2000

Fonte: ARANHA, 2006, p. 613. (Adaptado).

Para o trabalho de alfabetização, era utilizado o método de Paulo Freire, todavia


esvaziado do que o governo denominava de discurso ideológico e subversivo, o que, sem
dúvidas, depreciava o processo educativo. Isso porque seu método é baseado no
processo de conscientização.

Para tentar minimizar o problema dos precários índices de

alfabetização, em 1967 foi criado o Movimento Brasileiro de

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Alfabetização (Mobral), que começou a funcionar de fato em 1970,

época em que a taxa de analfabetismo de pessoas de mais de 15

anos chegou a 33%. Em 1972, caiu para 28,51%. O programa de

alfabetização utilizava o consagrado método Paulo Freire (que


veremos no tópico Pedagogia), só que esvaziado do conteúdo

ideológico considerado subversivo. Havia, pois, uma adulteração

indevida do método, impensável sem o processo de

conscientização.

Estudos mostravam o baixo rendimento alcançado pelo programa,


se levarmos em conta o grande número de inscritos. Essa

avaliação torna-se ainda menos otimista quando se verifica que

nem sempre a aprovação significava desempenho de leitura, pois

muitos dos “alfabetizados” permaneciam analfabetos funcionais,

sem desenvoltura para ler e mal sabendo escrever o próprio nome

(ARANHA, 2006, p. 561).


Essa desvirtuação da necessária conscientização do método freiriano resultou na baixa
qualidade do programa, que gerava números baixos de efetiva alfabetização e tinha,
como consequência, um número elevado de analfabetos funcionais. O termo analfabeto
funcional engloba pessoas que mal leem e escrevem.

VOCÊ QUER VER?


O filósofo e professor Mario Sergio Cortella discute o conceito de analfabetismo
como um crime social, além da questão da falta de oportunidade e a exclusão
social de pessoas que não tiveram acesso à formação educacional, por diversos
motivos. Disponível em:

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A seguir, vemos a fotografia de um homem lendo a Bíblia . Essa imagem é emblemática


para a educação de jovens e adultos, pois o desejo de aprender a ler pela primeira vez a
palavra sagrada é uma das motivações recorrentes dos alunos de alfabetização da
Educação de Jovens e Adultos (EJA), especificamente esse livro é muito citado entre os
alunos. Outra motivação dos alunos está no desejo de ler uma carta recebida e responder
por eles mesmos, principalmente para os parentes que moram em lugares distantes e
outros estados.

Figura 1 – Leitor da Bíblia , no centro da cidade de São Paulo.


Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 29/11/2020.

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A avaliação a respeito das reformas educacionais implementadas pela Lei nº 5.692/71


mostram que nem todas as expectativas foram exitosas, como previa o Ministério da
Educação. Para Aranha (2006), dentre essas expectativas estavam: uma escola única, o
que significava o fim da separação entre o ensino secundário e o técnico; a
profissionalização de nível médio para todos; a integração geral do sistema educacional
do nível primário ao superior, em um sistema de continuidade e cooperação das empresas
na educação. Ao contrário, os resultados apontam para estratégias que não deram conta
da demanda da educação nacional. Conforme destaca Aranha (2006, p. 562):

A situação, porém, não era bem essa, e hoje podemos dizer que a

reforma não só foi um fracasso como provocou prejuízos

inestimáveis. Vejamos alguns aspectos. A obrigatoriedade de oito


anos tornou-se letra morta, uma vez que não havia recursos

materiais e humanos para atender à demanda.

A profissionalização não se efetivou. Faltavam professores

especializados, as escolas não ofereciam infraestrutura adequada

aos cursos (oficinas, laboratórios, material), sobretudo nas áreas


de agricultura e indústria. Daí o subterfúgio do recurso à área

terciária, de instalação menos onerosa. Sem a adequada

preparação para o trabalho, era lançado no mercado um “exército

de reserva” de mão de obra desqualificada e barata, o que fez

manter nossa dependência para com os países desenvolvidos.


De modo geral, o sistema de ensino brasileiro seguia o constante dualismo, pois se as
escolas técnicas preparavam as pessoas mais pobres para o mercado de trabalho, as
escolas destinadas às classes superiores seguiam o ensino propedêutico, preparando os
jovens para disputar as vagas nas faculdades de mais prestígio e que tinham os melhores
cursos, o que, em geral, eram universidades públicas, como a Universidade de São
Paulo.

O percurso histórico da educação brasileira, como já dito antes, mantém as velhas


marcas de uma educação distinta entre as classes mais pobres e as classes ricas.
Enquanto as classes economicamente inferiores são formadas para o trabalho manual, a

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classe superior prepara seus descendentes para ocupar as vagas nas melhores
universidades e, posteriormente, os cargos de maior destaque social e político. Essas são
marcas persistentes no ensino brasileiro.

Veremos, mais adiante, com a Constituição brasileira de 1988 e a criação da Lei de


Diretrizes e Bases (LBD), de 1996, se a educação brasileira seguiu caminhos mais
igualitários quanto à oferta de educação para a sociedade. Historicamente, as demandas
são muitas e uma educação de qualidade para todos sempre foi um desafio enorme para
a políticas educacionais no Brasil – aspecto que remonta às primeiras ações
educacionais brasileiras, com a vinda dos jesuítas e suas formas de ensino.

4.3 Educação popular e contestação a partir dos


movimentos sociais
Nesta seção, vamos abordar a temática dos movimentos sociais, dando destaque
especial ao trabalho do educador Paulo Freire e aos movimentos dos educadores por
melhores condições de trabalho.

Com o esperado término da ditadura militar brasileira, na década de 1980, novas ações
de retorno à democracia começaram a surgir também no campo educacional, dando
novos ares à política e à educação brasileira, com enormes desafios a superar – entre
eles, o alto índice de analfabetismo e de analfabetos funcionais.

4.3.1 O surgimento das tendências pedagógicas

A contribuição de Paulo Freire para a educação brasileira se fez por meio de sua obra
bibliográfica, que serve de base para diversas pesquisas e publicações, mas se dá,
principalmente, no campo da educação de jovens e adultos e no combate ao
analfabetismo. O chamado método Paulo Freire.

O método Paulo Freire consiste em desconsiderar as ideias prontas e acabadas.


Segundo Freire, para educar é necessário compreender e dialogar com o educando.
Nesse sentido, o educador deve rejeitar a postura de quem sabe tudo e se inserir no
universo do educando. Para tanto, é necessário conhecer seu universo, sua comunidade,

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modo de vida e trabalho. É necessário o diálogo como base para o trabalho com o
educando. Segundo Aranha (2006), o método de Paulo Freire busca:

Inicialmente, Paulo Freire recomenda fazer o levantamento do

universo vocabular dos grupos, a fim de escolher palavras


geradoras, que variam conforme o lugar. Por exemplo, em uma

região de Pernambuco as palavras escolhidas foram: tijolo, voto,

siri, palha, biscate, cinza, doença, chafariz, máquina, emprego,

engenho, mangue, terra, enxada, classe. Já nas favelas do Rio de

Janeiro elas foram outras: favela, chuva, arado, terreno, comida,

batuque, poço, bicicleta, trabalho, salário, profissão, governo,


mangue, engenho, enxada, tijolo, riqueza. Em seguida são

organizados os círculos de cultura, constituídos de grupos

pequenos sob a coordenação de um animador, que tanto pode ser

um professor ou um companheiro já alfabetizado.

Diante da representação de uma favela, por exemplo, há o debate

sobre o problema da habitação, da alimentação, do vestuário, da


saúde, da educação, descobrindo-a como uma situação

problemática. Em seguida, passa-se à visualização da palavra

favela. Para Paulo Freire, a alfabetização de adultos, para que não

seja puramente mecânica e memorizada, o que se há de fazer é

proporcionar-lhes que se conscientizem para que se alfabetizem


(ARANHA, 2006, p. 599).
O método de Freire busca, além da alfabetização, a consciência do ser humano enquanto
ser histórico, como um “fazedor de cultura”. Seu método foi desenvolvido com sucesso
não só no Brasil, mas em outros países do mundo.

A singularidade de seu método de trabalho está além do aprendizado das palavras, mas
em como fazer uso dessa. Está em deixar de estar à margem da sociedade letrada e
transcender, verbo que pode sintetizar o poder libertador da educação para Freire.

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Ao longo das mais diversas experiências de Paulo Freire pelo

mundo, o resultado sempre foi gratificante e muitas vezes

comovente. A pessoa iletrada chega humilde e culpada, mas aos

poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de


cultura” e, mais ainda, que a condição de inferioridade não se deve

à sua incompetência, mas à sua humanidade roubada.

O método de Paulo Freire pretende superar a dicotomia entre

teoria e prática: no processo, quando o indivíduo descobre que sua

prática supõe um saber, conclui que, de certa maneira, conhecer é

interferir na realidade. Percebendo-se como sujeito da história,


toma a palavra daqueles que até então detêm seu monopólio.

Alfabetizar é, em última instância, ensinar o uso da palavra

(ARANHA, 2006, p. 600).


Outros movimentos educacionais e educadores que tiveram e têm atuação importante são
apresentados nos cards a seguir.

Educadores brasileiros de destaque

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

Florestan Fernandes Paulo Freire Demerval Saviani


(1920-1995) (1921-1997) (1943-)

Segundo Aranha (2006), a pedagogia histórico-crítica se insere na luta por


democratização da educação em vista da falta de organização e da consequente exclusão
que a educação brasileira gera para as camadas menos favorecidas da sociedade. A
intenção do educador Demerval Saviani é a de que a escola possa ser pública, gratuita e
de qualidade para toda a sociedade brasileira. Para tanto, é necessário romper com sua
tradição dualista, uma escola para ricos e outra para pobres. Em vez disso, que a escola
transmita conhecimentos científicos aos alunos sem ser conteudista, isso é, que trabalhe
os conhecimentos de modo significativo.

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VOCÊ QUER VER?


Para conhecer mais sobre a pedagogia histórico-crítica, vale assistir ao
depoimento de seu criador: o intelectual e educador Demerval Saviani. No relato,
o autor fala das motivações e das especificidades da pedagogia crítica elaborada
por ele e por outros estudiosos, como o professor José Carlos Libâneo. Disponível
em:

As teorias construtivistas na educação brasileira são um tema que merece destaque.


Entre as que influenciaram a educação brasileira, podemos citar os postulados da
psicogênese de Jean Piaget em suas abordagens sobre os estágios de desenvolvimento,
teoria já conhecida pelos escolanovistas na década de 1930. A partir da década de 1980,
tais práticas passaram a ser utilizadas na educação brasileira com a teoria do
desenvolvimento do russo Lev Vygotsky, da qual podemos citar, como exemplo, a zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), na qual se considera a capacidade de evolução do
aluno a respeito de seu conhecimento atual para o desenvolvimento de novos conteúdos.

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Outra teoria que ganhou muita notoriedade no Brasil vem da argentina Emilia Ferrero e
sua concepção de alfabetização a partir da psicogênese da língua escrita, que não
consiste em um método em si, mas em uma visão ligada aos estágios de desenvolvimento
baseada em Piaget, de quem foi aluna. Essas tendências influenciaram na construção
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e seguem influenciando, até hoje, tanto na
prática de professores quanto na formulação de projetos e políticas educacionais.

Em especial, a obra desses três pesquisadores contribuiu e ainda segue influenciando os


currículos e as propostas educacionais brasileiras.

Desde a década de 1980 passaram a ser enfatizados também os


pressupostos epistemológicos do construtivismo, acrescentando-

se a esses estudos a contribuição do russo Vygotsky e da

argentina Emilia Ferreiro [...]

O construtivismo também influenciou a elaboração dos Parâmetros

Curriculares Nacionais, aprovados após a LDB de 1996, no sentido


de recomendar que a formação do aluno não se reduza à

acumulação de conhecimentos, objetivo comum da pedagogia

tradicional. Mas também advertiu sobre os enganos da assimilação

inadequada do construtivismo, quando o professor descuida dos

conteúdos, já que o compromisso da instituição escolar é garantir

o acesso aos saberes elaborados socialmente e que devem estar


em consonância com as questões sociais que marcam cada

momento histórico (ARANHA, 2006, pp. 608-609).


As teorias construtivistas têm grande influência na política educacional brasileira, a ponto
de estarem na construção dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), documentos de
grande importância para os sistemas de ensino por todo o País. Todavia, essa influência
se faz notória ainda no século XXI, inclusive na formação de professores de educação
básica, fazendo parte dos currículos de muitas universidades e, também, na elaboração
dos currículos municipais e estaduais das redes públicas de ensino.

4.3.2 Pensadores da educação nacional: Anísio Teixeira e Paulo Freire


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Os educadores e pensadores da educação brasileira em destaque nesta seção são


Anísio Teixeira e Paulo Freire devido à importância histórica de ambos.

Anísio Teixeira (1900-1971), filósofo e educador baiano, foi um incansável defensor de


uma educação pública de qualidade, gratuita e democrática para o Brasil. Em sua
trajetória, formou-se em Direito e, durante uma pós-graduação, em Nova Iorque, teve
contato pessoal com o educador norte-americano John Dewey, cujas ideias influenciaram
sua volta ao Brasil, quando iniciou sua trajetória na educação. Anísio Teixeira enfrentou
duas ditaduras ao longo de sua vida: a ditadura de Vargas, na qual foi acusado de ser
comunista, e a ditadura militar, período em que veio a falecer de modo violento e sem
explicações. A importância de Teixeira para educação foi notória, conforme cita Aranha:

Na sua obra Pequena introdução à filosofia da educação , Anísio


Teixeira lembra que a educação tradicional provocou a separação

entre escola e vida, quando, na verdade, “a escola deve ser uma

parte integrada da própria vida, ligando as suas experiências às

experiências de fora da escola”. E completa: “a reorganização [do

programa escolar] importa em nada menos do que trazer a vida

para a escola. A escola deve vir a ser o lugar aonde a criança


venha a viver plena e integralmente. Só vivendo, a criança poderá

ganhar os hábitos morais e sociais de que precisa, para ter uma

vida feliz e integrada, em um meio dinâmico e flexível tal qual o de

hoje” (ARANHA, 2006, p. 609).


Já a obra de Paulo Freire (1921–1997) figura como uma das mais importantes do Brasil e
é reconhecida em diversos países.

Os primeiros trabalhos de Freire como educador popular começaram, em 1962, em


Angicos, no Rio Grande do Norte, onde colaborou para a alfabetização de cerca de
trezentos trabalhadores. Diante desses resultados, Miguel Arraes, então governador de
Pernambuco, convidou Freire para que fizesse trabalho semelhante em seu estado de
origem. O governo federal também intencionava trabalhar com o método de alfabetização
de adultos de Freire, entretanto, com o golpe militar de 1964, o governo militar fez cessar
o projeto e, logo depois, prendeu Freire, que ficou cerca de 15 anos no exílio, vivendo e
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trabalhando seu método de alfabetização e atuando como educador no Chile e em outros


países, voltando ao Brasil somente em 1980.

Educação como prática de liberdade

O livro Educação como prática de liberdade , de 1967, detalha o método de


trabalho de Freire para e educação popular. O livro revela em detalhes o
método, explicando os conceitos de palavra geradora, fichas de cultura, entre
outros, os quais servem, ainda hoje, como base para a Educação de Jovens e
Adultos (EJA), em todo o Brasil e em alguns outros países.

Segundo Aranha (2006), Paulo Freire foi um dos grandes educadores da educação
popular brasileira e sua obra foi traduzida em diversos países. O educador recebeu
diversos títulos de Doutor Honoris Causa por universidades da Europa e da América, e
também o Educação pela Paz, da UNESCO, em 1986.

Podemos dizer, sem risco de errar, que Paulo Freire (1921-1997) foi
um dos grandes pedagogos da atualidade, respeitado não só no

Brasil, mas também no mundo. Mesmo que suas ideias e práticas

tenham sofrido as mais diversas críticas, é indispensável

considerar a fecunda contribuição que deu à educação popular.

Antes de tudo, Paulo Freire era cristão. Seu cristianismo, porém,

embasava-se em uma teologia libertadora, preocupada com o


contraste entre a pobreza e a riqueza resultante de privilégios

sociais. Mantida a fé, sua formação intelectual alterou-se com o

tempo, influenciada inicialmente pelo neotomismo. Percorreu em

seguida os caminhos da fenomenologia, do existencialismo e do

neomarxismo (ARANHA, 2006, p. 593).


A obra escrita de Paulo Freire conta com diversos livros e constitui referência para
gerações de pesquisadores e educadores. Obras como Pedagogia da autonomia ,
Pedagogia do oprimido , entre outras, são referências para a formação de professores.
Inclusive, Pedagogia da autonomia é uma das bases teóricas de nossa disciplina.
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4.4 A educação brasileira na contemporaneidade


Caminhando para a última seção de nossa disciplina, vamos iniciar nossa reflexão do
percurso histórico brasileiro a partir da Constituição Brasileira de 1988, a Constituição
Cidadã. Depois, vamos analisar a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), em 1990, que é considerada, ainda hoje, como uma das legislações mais
avançadas do mundo no que diz respeito à proteção de crianças e adolescentes.
Passaremos para a LDB, de 1996, lei que rege nosso sistema de ensino. Vamos refletir
também sobre a Lei nº 10.639, de 2003, que trata sobre o ensino de história e cultura
afro-brasileira nas disciplinas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras e
finalizaremos abordando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2017, além de
suas contribuições para a educação na atualidade. E, é claro, não podemos deixar de
citar o ano de 2020 como um ano histórico por conta da crise mundial provocada pela
pandemia da COVID-19 e seus efeitos na educação.

Avançaremos para a parte final de nossa disciplina e daremos início na criação da


Constituição brasileira de 1988, com a aparente dissolução da ditadura militar, em 1985,
demonstrando que o Brasil precisava de novos ares democráticos, a fim de renovar a
política e a vida social.

No tocante à educação, os debates feitos se voltavam para a questão da escola pública e


o papel dos entes federativos para uma escola pública, gratuita e de qualidade para
todos.

Entre as discussões, segundo Aranha (2006, p. 570), encontravam-se os princípios:

• gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

• ensino fundamental obrigatório e gratuito;


• extensão do ensino obrigatório e gratuito, progressivamente, ao

ensino médio;

• atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis

anos;

• acesso ao ensino obrigatório e gratuito como direito público

subjetivo, ou seja, o seu não oferecimento pelo poder público, ou

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sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade

competente (podendo ser processada);

• valorização dos profissionais do ensino, com planos de carreira

para o magistério público;

• autonomia universitária;

• aplicação anual pela União de nunca menos de 18% e pelos

estados, Distrito Federal e municípios de 25%, no mínimo, da

receita resultante de impostos, na manutenção e desenvolvimento


do ensino;

• distribuição dos recursos públicos assegurando prioridade no

atendimento das necessidades do ensino obrigatório nos termos

do plano nacional de educação;

• recursos públicos destinados às escolas públicas podem ser

dirigidos a escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas,

desde que comprovada a finalidade não lucrativa;

• plano nacional de educação visando à articulação e ao

desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à

integração das ações do poder público que conduzam à

erradicação do analfabetismo, universalização do atendimento


escolar, melhoria da qualidade do ensino, formação para o

trabalho, promoção humanística, científica e tecnológica do país.


Esses são os princípios que regeram a criação da Lei Magna da Legislação Brasileira. É
claro que a Constituição de 1988 deu base e inspiração para a criação da LDB, de 1996,
da qual falaremos a seguir.

A Constituição Cidadã, tal como ficou conhecida, foi fruto de união e mobilização de
diferentes grupos que visavam ao interesse maior da educação brasileira, fruto de
movimentos sociais, educadores e entidades que atuaram nos anos de 1987 e 1988,
durante a Assembleia Constituinte. Outra legislação que contou com muito empenho de
grupos sociais, educadores e diferentes atores sociais foi o Estatuto da Criança e do

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Adolescente (ECA), criado em 1990.

O ECA contou com o apoio de diferentes grupos da sociedade brasileira e foi criado no
ano de 1990. Essa legislação é considerada uma das mais avançadas e defende os
direitos da criança à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, à convivência com a família
etc.

VOCÊ QUER VER?


Para conhecer mais sobre a criação do ECA, no ano de 1990, assista ao vídeo de
homenagem criado pelo Conselho Nacional de Justiça que mostra a trajetória dos
envolvidos para a criação dessa importante legislação para a proteção de crianças e
adolescentes no Brasil. Disponível em:

Em 1996, tivemos a criação da lei que rege a educação brasileira atualmente, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, a LDB, de 1996. A Lei nº 9.394/96 estabelece
os níveis de educação, bem como as regras gerais dos sistemas de ensino. No art. 2º,
estabelece que a educação é o dever da família e do Estado, e está inspirada nos
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princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Ela deixa claro que a
educação tem como objetivo maior o desenvolvimento do educando, com vistas ao
exercício da cidadania, contribuindo para a qualificação no mundo do trabalho. Seus
princípios estão ligados aos princípios educacionais descritos no terceiro artigo da
Constituição Federal de 1988. Dentre os treze princípios, destacam-se:

Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação


dos sistemas de ensino;

Consideração com a diversidade étnico-racial.

Desde sua criação, em 1996, a LDB sofreu algumas alterações por força de lei, dentre as
quais podemos destacar a mudança na duração do ensino fundamental para nove anos.
Essa mudança incluiu a criança de 6 anos de idade na classe de alfabetização e que aos
14 conclua o Ensino Fundamental. O Ensino Fundamental de nove anos passou a ser
implementado nos sistemas públicos da educação brasileira em 2010.

Etapas e duração da educação básica no Brasil do ensino Infantil ao Ensino Médio

técnico

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

Educação Pré- Ensino Ensino Ensino


Infantil escola Fundamental Médio Médio
técnico

Podemos dizer que a LDB também foi, assim como a Constituição Federal de 1988 e o
ECA de 1990, uma conquista de diferentes atores sociais que buscavam uma educação
pública de qualidade para a nação brasileira.

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Em 2003, aconteceu a criação de uma importante lei que trata sobre a contribuição do
povo afrodescendente para a sociedade brasileira, trata-se da Lei nº 10.639. Essa
legislação promove a obrigatoriedade de ensino da cultura e história africana e afro-
brasileira nas escolas de educação básica em todo o território nacional. Em seu primeiro
parágrafo, a lei fala sobre a contribuição e, sobretudo, a luta do povo negro por sua
liberdade e para a formação da sociedade brasileira.

O ensino de história e cultura afro-brasileira e africana deve se dar, preferencialmente,


nas disciplinas de educação artística, de literatura e história brasileiras. Todavia, podem
estar presentes como tema transversal e matéria interdisciplinar durante a formação
escolar.

A presente lei é fruto da luta de diferentes atores sociais, com destaque para o movimento
negro, que lutou por gerações na reivindicação dos direitos usurpados do povo
afrodescendente, entre esses o direito de contar sua própria história, o que faz sentido
quando entendemos que a história desse povo quase sempre foi contada pela voz dos
colonizadores.

A Lei nº 10.639, de 2003, pode ser vista como uma ação afirmativa, uma ação reparadora
diante de séculos de vozes silenciadas ou não ouvidas. Nesse cenário, a história precisa
ser contada pelas diferentes vozes que construíram a história da nação brasileira. Uma
carregada de influências de diferentes povos, tal como a formação do Brasil, fruto da
miscigenação.

Essa legislação é um importante passo, mas ainda há muito o que fazer em relação à
aceitação e participação dessa população na sociedade brasileira, seja no campo
educacional, político, cultural ou social. Devemos citar também a Lei nº 11.645, de 2008,
que estabelece a inclusão oficial e obrigatória no currículo oficial da rede de ensino a
temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

Recentemente, em 2017, tivemos a aprovação da Base Nacional Comum Curricular


(BNCC), que tem como objetivo equalizar os currículos de todos os sistemas de ensino,
seja público ou privado, em todo o país. A BNCC tem como destaque a participação da

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sociedade, em especial das organizações e movimentos educacionais, bem como de


professores e gestores que criaram uma base curricular que contempla habilidades e
competências para todos os estudantes brasileiros.

O objetivo central da BNCC é a de oferecer oportunidades de acesso ao conhecimento


de modo mais igualitário em todas as regiões brasileiras. Segundo o Ministério da
Educação, a Base estabelece a tríade "conhecimentos, competências e habilidades" que
todos os estudantes, em todas as regiões do País, devem desenvolver ao longo da
educação básica. Sua criação segue os princípios éticos, políticos e estéticos oriundos
das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.

Anterior à Base, os sistemas de ensino definiam seus currículos tendo como base os
Parâmentos Curriculares Nacionais (PCN) e as normas contidas na LDB. A partir da
BNCC os currículos passam a ser unificados de modo a manter e respeitar as
peculiaridades e diferenças regionais, isso considerando a diversidade cultural de um
país do tamanho do Brasil, assim, unificando currículos de norte a sul.

Apesar de toda a problemática advinda da pandemia da COVID-19, iniciada em 2020, que


desestruturou os sistemas de ensino, a economia mundial e a sociedade brasileira,
retomando de modo diferente as desigualdades sociais que constituem marcas perenes
ao longo de toda a história da educação brasileira, o que vimos, enquanto educadores,
nesse período foi a desigualdade de acesso à educação imperar. Uma vez impedidos,
pela pandemia, de termos o ensino presencial e com as escolas fechadas o ensino
remoto não deu conta das inúmeras famílias que não têm acesso ao conteúdo digital
ofertado pelos sistemas de ensino, resultando na exclusão de milhares de alunos
justamente por não terem acesso à internet.

A pandemia de 2020 nos mostrou que a educação brasileira foi marcada por várias
diferenças e injustiças sociais, carregada de dualismo e, sobretudo, vivida intensamente
por educadores e educadoras que mantêm a esperança de uma educação de qualidade
para todos os brasileiros e brasileiras, apesar de todas as dificuldades.

Os reflexos dessa situação aparecerão mais adiante, uma vez que esse cenário ainda se
mostra desafiador para a educação brasileira.

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Síntese
Chegamos ao final da nossa disciplina e, neste último capítulo, falamos sobre o panorama
da educação brasileira desde a ditadura militar até a BNCC. Percebemos que,
infelizmente, a desigualdade social é uma marca cristalizada na educação brasileira, uma
marca perene desde a implementação das primeiras escolas em nosso País. Percebemos
que a educação brasileira, nesse último período que estudamos, passou por significativos
avanços legislativos, destacando-se a LDB, de 1996, o ECA, de 1990, entre outras.
Sendo que essas legislações objetivam diminuir as desigualdades sociais e educacionais
que insistem em permanecer na educação brasileira.

Seguramente, ainda há muito o que fazer para melhorar a educação brasileira e,


consequentemente, contamos com vocês, futuros professores e professoras, nessa tão
grande empreitada.

Sucesso em suas carreiras!

SAIBA MAIS

Título : Paulo Freire – Patrono da educação brasileira


Autor(a) : Instituto Paulo Freire
Ano : 2020
Comentário : Artigo que aborda a trajetória do educador brasileiro Paulo
Reglus Neves Freire, o conhecido educador brasileiro Paulo Freire (1921-
1997). O texto narra suas conquistas, lutas, prêmios e extensa bibliografia.
O texto biográfico está disponível no site do Instituto Paulo Freire.
Onde encontrar? < https://www.paulofreire.org/paulo-freire-patrono-da-
educacao-brasileira >.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Jr%2fvldZGV70vPFNN5e4xtw%3d%3d&l=0aLLf%2bCHjl6C%2bVvBCrfrtQ%3d%3d&cd=jH7ghuKK… 28/33
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Título : Anísio Teixeira e o Manifesto dos Pioneiros da Educação


Autor(a) : Helena Bomeny
Ano : 2020
Comentário : O texto aborda a história do movimento dos pioneiros da
educação brasileira e a ação de Anísio Teixeira, a mais expoente voz entre
os 26 educadores que assinaram manifesto criado em 1932. A intenção do
manifesto foi a de criar uma escola pública, de qualidade, para a
sociedade brasileira – sobretudo, uma escola que superasse o caráter
dualista de educação de classes.
Onde encontrar? <
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Educacao/ManifestoPioneiros
>.

Título : Biografia de Florestan Fernandes


Autor(a) : Libânia Xavier
Ano : 2020
Comentário : Biografia do educador e parlamentarista Florestan
Fernandes. Como educador e deputado federal, Florestan Fernandes
lutou por uma educação pública e de qualidade para a sociedade
brasileira, sobretudo para os mais pobres. O professor Florestan
Fernandes também atuou na reforma universitária ocorrida em 1968,
durante a ditadura militar no Brasil.
Onde encontrar? < http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-
biografico/fernandes-florestan >.

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Referências bibliográficas
ANALFABETISMO Funcional - Mario Sergio Cortella . Postado por Canal do Cortella.
(06min. 20s.) son. color. port. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?
v=MRp6iPh4gAA >. Acesso em: 23 dez. 2020.

ARANHA, M. L. A. História da educação e da pedagogia : geral e Brasil. 3. ed. São


Paulo: Moderna, 2006.

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