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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


DIRETORIA DE PESQUISA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO FINAL

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PIBIC/CNPq, PIBIC/CNPq-AF, PIBITI, PIBIC/UFPA, PIBIC/UFPA-AF, PIBIC/UFPA-INTERIOR, e PIBIC/UFPA-EBTT,


PIBIC/UFPA-PcD, PRODOUTOR, PRODOUTOR RENOVAÇÃO, PIVIC, FAPESPA, PIBIC-EM.

PERÍODO: 08/ 2020 a 07/ 2021

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa (ao qual o Plano de Trabalho está vinculado): “Para que não se
esqueça, para que nunca mais aconteça”: regimes autoritários e ditadura militar no Brasil, entre o
conhecimento histórico e o conhecimento histórico escolar.

Nome do Orientador: Thiago Broni de Mesquita

Titulação do Orientador: Doutor

Unidade (Campi/Instituto/Núcleo): Universidade Federal do Pará

Laboratório: Laboratório de História

Título do Plano de Trabalho: “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”: regimes
autoritários e ditadura militar no Brasil.

Nome do Bolsista: Elber Levy Teixeira Soares

Tipo de Bolsa:

( ) PIBIC/CNPq
( ) PIBIC/CNPq-AF
( ) PIBITI
( ) PIBIC/UFPA
( ) PIBIC/UFPA-AF
( ) PIBIC/UFPA-INTERIOR
( ) PIBIC/UFPA-EBTT
( ) PIBIC/UFPA-PcD
( ) PIBIC PRODOUTOR
( X) PIBIC PRODOUTOR RENOVAÇÃO
( ) PIVIC
( ) FAPESPA
( ) PIBIC-EM

1
1. INTRODUÇÃO:
Meados de março de 2020, o Brasil começou a enfrentar algo inimaginável que é a pandemia da
Covid-19, onde é considerado o marco triste da história tomado pela mortalidade de milhares de
brasileiros que tinham sonhos e projetos para o futuro próximo, porém, um elemento central determinante
como responsável da proliferação da doença é o negacionismo do Governo Bolsonaro juntamente com a
ganância dos políticos do legislativos (Estadual e Federal) com os governadores por desviarem os
recursos público arrecadado dos impostos para os benefícios próprios e o fortalecimento das práticas
patrimonialistas. Ao relacionar a pesquisa com o contexto atual, sempre virá à lembrança das práticas dos
Governos militares, onde permanece no senso-comum que “no tempo dos militares, não existia
corrupção” ou “os militares fizeram crescer o país e ter prosperidade”.1 E com a pesquisa fez
compreender que as práticas que ocorreram nos militares e no Governo Bolsonaro, fazem parte das
permanências que não foram quebradas.
Entretanto, na historiografia da Ditadura Militar devemos ter em mente que existem disputas de
poder e sobre a memória que até hoje existem, como o historiador Daniel Aarão Filho (2014) afirma que
em 1964 obteve uma vitória das elites conservadoras onde foi apoiada por alguns movimentos sociais
conservadores, levando a derrubada do presidente eleito (João Goulart), instalando uma ditadura
duradoura e mutável, levando a cultura política de consolidação para tentar desfazer, deixando os cacos
que permanecem até os dias de hoje. Sendo assim, os militares e os grupos conservadores construíram
inúmeras narrativas para a derrubada do Goulart, utilizando os jornais do período para emitir opiniões aos
leitores e aqueles que não tinham opinião formada, como exemplo o trecho extraído do editorial intitulado
“Basta!” do Jornal Correio da Manhã (1964)

“Até que ponto o presidente da República abusará da paciência da Nação? Até que ponto
pretende tomar para si, por meio de decretos-lei, a função do Poder Legislativo? (...) Queremos o
respeito à Constituição. Queremos as reformas de base votadas pelo Congresso. Queremos a
intocabilidade das liberdades democráticas. Queremos a realização das eleições em 1965. Se o Sr.
João Goulart não tem a capacidade para exercer a presidência da República e resolver os
problemas da Nação dentro da legalidade constitucional não lhe resta outra saída senão entregar
o Governo ao seu legítimo sucessor. (...) A Nação não admite nem golpe nem contragolpe (...). 2

Neste contexto, havia uma certa insatisfação das elites por não serem favorecidos politicamente
pelo governo eleito, levando a influenciar por meio da imprensa e outro meios de comunicação a
população serem contrários às reformas de base e outras medidas que seriam para o favorecimento das
camadas populares e redução das desigualdades sociais ocasionadas pelas crises dos governos

1
Citações de alunos proferidas nos comentários na videoconferência durante as aulas remotas da Escola de
Aplicação. Junho de 2021.
2
Basta!. Correio da Manhã, Rio de Janeiro. 31 Mar. 1964. p. 1. Disponível em:
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=089842_07&pasta=ano%20196&pesq=&pagfis=50167.
Acesso em: 10 Jul. 2021.
2
Oligárquicos e populistas. E o meio usado para difundir as ideias elitistas foi os impressos jornalísticos
como Correio da Manhã para influenciar a população a ficarem insatisfeitas com o governo e aprimorar
as ideias anticomunistas carregadas de subjetividades e narrativas para então a derrubada do presidente
Goulart. Os jornais são a prova de documentação que podem ser controlados e afirmado os interesses de
um determinado grupo.
Durante a pesquisa, foram utilizados alguns referenciais teóricos sobre a historiografia da Ditadura
Militar e da História do Brasil, juntamente com as teorias historiográficas e o ensino de História,
especificamente voltados aos estudos sobre “Saberes Históricos” relacionando o conceito construído de
autoritarismo pelo Bobbio (1998) e a história pública para a sustentação das pesquisas em vigência. Além
disso, foram utilizados outros pressupostos teóricos: Fico (2014) e (2017), Schwarcz e Starling (2015),
Abud (2005), Cerri (2011) e (2014), entre outros, ao longo do relatório. Então, serão debatidos os
aspectos teóricos que levaram ao desenvolvimento da estruturação dos trabalhos.
Inicialmente, quando debatemos sobre a ditadura militar nos espaços acadêmicos e ensino básico,
sempre vem à mente os grupos de resistências da Esquerda contra o regime ou tipos de tortura práticadas
pelos militares ou DOPS para inibir os comunistas e opositores do governo. Porém, ao debater sobre esses
momentos marcantes é fundamental debater o conceito de autoritarismo, relacionando as aulas de regimes
autoritários ou ditadura militar. Sendo assim, segundo o filósofo Norberto Bobbio (1988) o autoritarismo
é dividido em três contextos (que podem ser relacionados entre eles ou não estejam sempre): estruturas
dos sistemas político, psicológico e a ideologia autoritária. O primeiro é o privilégio da autoridade
governamental onde diminui diretamente de forma sutil ou radical o diálogo, concentrado um poder
político para uma só pessoa ou grupo nas instituições de poder.3 O segundo é a formação da personalidade
formando a diversidade de traços ligados às atitudes ligadas entre si - relacionada à obediência
preocupada com os superiores aqueles que detêm a força e o poder e também a disposição em tratar com
arrogância e desprezo aqueles que não têm poder e autoridade.4 E o terceiro contexto é as ideologias que
negam de uma forma menos ou mais decisiva a igualdade dos homens e colocam em destaque o princípio
hierárquico, além de defenderem as diversas formas de regimes autoritários e exaltaram as virtudes
desses componentes das personalidade autoritária.5
Ao refletir sobre os contextos de autoritarismo descritos por Bobbio é possível desenvolver nos
espaços escolares e a sala de aula quando debates nos objetos de conhecimento seguindo a PCN
(Parâmetros Curriculares Nacional) ou BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para a abordagem de
assuntos referente aos regimes autoritários ou a ditadura militar brasileira, usando os saberes históricos
dos alunos quanto as experiência individuais dos sujeitos inseridos no ambiente. Principalmente, fazendo
que o aluno e professor perceba que a sala de aula é um espaço onde são iguais e completamente aberto
aos problemas e projetos dos alunos, como também, é um espaço de construção e relação de

3
Bobbio, 1998, p. 94.
4
Idid., p. 94.
5
Idid., p. 94.
3
interlocutores onde constrói sentidos (SCHMIDT, 2020). Significa que o professor ao desenvolver nas
aulas é essencial perceber a diversidade de conceitos e contextos ao trabalhar com autoritarismo em
determinado período histórico para evitar o erro dos anacronismos, diante daquilo que não existiu no
momento histórico e principalmente evitar fazer na aula uma “transmissão” do assunto e sim oferecer
metodologias utilizando as diversas documentações históricas daquele período para a facilitação da
construção do conhecimento histórico dos alunos(as), para que os sujeitos possam perceber e consciência
seu pertencimento diante o período trabalhado.
Outrossim, utilizando o conceito construído de autoritarismo é essencial relacionar-se com a
ditadura militar no Brasil, verificando como se desdobra em saberes históricos dos alunos tendo base
numa consciência histórica. Neste momento, serão debatidos dois pontos da pesquisa: saberes históricos e
a consciência histórica.
Primeiro ponto, é importante relacionar os saberes históricos dos alunos e o olhar sobre o objeto de
conhecimento trabalhado, segundo a professora Abud (2005, p. 26-27):
“Os alunos tendem a elaborar conceitos de acordo com sua experiência vivida e não
formalizam o conhecimento histórico, se não tiverem a possibilidade de vivenciar movimentos e
conceitos históricos, colocados em questão na sala de aula. [...] Para abordar os temas propostos
os alunos utilizam-se de representações construídas na e fora da escola.”

Importante que os alunos podem relacionar esses saberes históricos ensinados para dentro e fora do
espaço escolar, levando de forma individual a compreender as narrativas e memórias construídas sobre a
ditadura, utilizando as documentações oficiais ou não-oficiais (aqueles não utilizados pelo Estado ou
exclusivo de um grupo social) apresentadas durante a explicação do professor, para o auxílio da
construção do saber histórico, consequentemente, formalizando um posicionamento crítico sobre os fatos,
para não cair no negacionismo e imaginários do senso-comum, ou seja, é necessário os professores
formados ou em formação em trabalhar com os nossos alunos as representações construídas do período e
trazer os debates eruditos de forma simplificado, resultando na aprendizagem, ao mesmo tempo,
relacionar as vivências e experiências dos alunos.
Entendendo que os saberes históricos do regime militar possui formas de elaboração dos conceitos
ou uso de representações fora do espaço escolar, como também é encontrado em “potencialidades e
dificuldades de aprendizagem estão postas sobre a percepção e conceitualização do tempo, a capacidade
de abstração, a presença de regimes próprios de verdade e de validade ou utilidade dos discursos por parte
dos alunos”.6 Ao trabalhar com regime militar, o professor possui a capacidade de ajudar o aluno a
compreender e oferecer ferramentas para se posicionar diante das problemáticas, colocando o mesmo a
uma reflexão no seu tempo histórico, levando uma percepção e consciência sobre o contexto inserido.
Como também, existem dificuldades na aprendizagem dos alunos quando aplicamos nos espaços
escolares e remotos, sobre os assuntos relacionados aos temas sensíveis em nossa democracia brasileira,

6
Cerri, 2014, p. 112.
4
pois entra em embate às percepções dos alunos sobre o tempo, que são carregadas de verdades absolutas
dos grupos sociais em torno das memórias construídas sobre o período em que os alunos apropriam ou
valiam ao pensar sobre a ditadura militar.
Assim sendo, quando é abordado sobre os saberes históricos devemos entender que é produzido
constantemente por todos, seja em sala de aula ou fora do espaço escolar, durante as nossas experiências
individuais. Pois é considerados objetos “de uma elaboração antes de serem apresentados sob a forma
oficial de conteúdos de programas” (LAUTIER, 2011, p.40). Trazendo a ideia dos objetos de
conhecimentos históricos, onde são produtos elaborados baseados em narrativas e memórias construídas
sobre o período e é apresentado nos materiais didáticos e métodos didáticos do professor. E esses assuntos
relacionados a esses saberes são fundamentados em informações disponíveis na imprensa, de discursos
oficiais e de depoimentos ou memórias (FICO, 2017, p.7).
Segundo ponto, é fundamental abordar sobre a consciência histórica (CH) como base da pesquisa,
ao mesmo tempo, os debates e o conceito é complexo para definição de um conceito exato, durante as
leituras teóricas e na prática é diversificado ao aplicá-lo no ensino básico. De acordo com o historiador
Luis Fernando Cerri (2011), a consciência histórica ocupa as relações humanas onde pode ser percebido
por diversos elementos, principalmente, na identidade coletiva, que possibilita que afirmemos sobre nós e
a eles.7 De certa forma, pode ser percebido em diversos âmbitos sociais e principalmente nos sujeitos
escolares - os alunos, quando fazem um julgamento dos atributos para a existência de grupos usando e
fazem parte as ideias, objetos, documentos, idéias, valores que legitimam a existência do grupo.8 Assim,
os sujeitos dentro do espaço escolar são incluídos dentro da identidade coletiva da sociedade, onde
relacionamos nas culturas históricas escolares, diante das relações humanas juntamente com as
problemáticas no campo do pensamento e que fazem parte determinado grupo os seus atributos
exclusivos e excludentes (CERRI, 2011).
Quando pensamos a respeito do regime militar, a consciência histórica possui um papel importante
no entendimento das narrativas e memórias sobre o objeto de conhecimento no ensino básico. Pois,
quando relaciona a CH geralmente relaciona a memórias e narrativas, sendo que é equivocado em afirmar
que memória é a mesma coisa, porém, ela “envolve: o tempo é o significado é a experiência pensada em
função do tempo como expectativa e perspectiva, compondo um sistema dinâmico” (CERRI, 2011, p. 48).
Os alunos(as) relacionam a memória usando um conjunto de funções psíquicas, graças ao homem onde
pode atualizar impressões do passado ou que considera como passadas (LE GOFF, 2013), sendo que
essas funções devem ser associadas às experiências dos alunos no seu tempo, fazendo com que os sujeitos
possam interpretar “de tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo” (RÜSEN, p.
57, 2001). Certamente, o professor terá a oportunidade em fazer a orientação dos alunos para desenvolver
e trazer uma reflexão histórica, fazendo que o sujeito entenda as apropriações dos fatos e narrativas sobre
a ditadura, vendo as problemáticas relatadas e perceber naqueles agentes envolvidos ou silenciados pela
7
Cerri, 2011, p. 41.
8
Idid., 2011, p. 41.
5
historiografia, uma nova perspectiva do passado para tentar entender o agente daquele período e as
práticas para com que o aluno possa desconstruir as práticas autoritárias no cotidiano.
Então, conceituando a Consciência Histórica é o sujeito onde age de forma racionalmente no mundo
ou contexto inserido, onde determina, diante da vida concreta dentro da posição temporal, relacionando
“identidade pessoal” e o entendimento pessoal do “conjunto social” onde pertence situado no tempo.9
Durante os trabalhos da iniciação científica, entendemos que a CH ajuda na construção do conhecimento
dos alunos e educadores uma “operação mental” que é os pontos de vistas e referências no tempo, como
também das “identidades coletivas” diante dos grupos sociais onde é estabelecida em vários setores da
sociedade.
Através das argumentações e exposições sobre a pesquisa, podemos destacar nos trabalhos que
houve inúmeras possibilidades de selecionar argumentos e propor debates e reflexões sobre o Golpe de
64, usando os saberes históricos e escolares dos alunos. Afirmando que os alunos elaboram os conceitos
históricos e conhecimentos diante das memórias construídas da ditadura, baseadas nas experiências
sociais e familiares que viveram no regime ou vítimas dos militares, como também, os sujeitos inseridos
no espaço passam pelo processo de CH para a formação das identidades individuais e coletivas para se
posicionar no processo da existência no tempo.

2. OBJETIVOS:

2.1 - Objetivos Original

Geral: Analisar em que medida a construção do saber histórico relativo ao conceito de autoritarismo e em
relação a unidade de ditadura militar no Brasil é percebido e apropriado na educação básica e como ele se
desdobra em saber histórico escolar tendo por base a formação da consciência histórica dos alunos.
Específicos:
Observar como professores da educação básica da rede pública se relacionam com o tema ditadura militar
no Brasil e estabelecem metodologias e práticas de ensino. Analisar como o conceito de autoritarismo é
abordado nos livros e materiais didáticos de história (PNLD 2020) do 9º ano e do 3º ano do ensino médio.
Analisar o processo de interpelação didática estabelecido por professores da Escola de Aplicação em
relação ao conceito e aos temas do projeto. Produzir artigo acadêmico com os resultados do projeto
demonstrando possibilidades de aproximação entre o saber histórico e o saber histórico escolar tendo
como base um nicho específico de análise e observação. Criar um grupo de estudos sobre o tema na
Escola de Aplicação da UFPA.

2.2 - Objetivos Modificado e Executado


O objetivo central seguido durante os estudos dos saberes históricos em relação à ditadura militar
utilizando os conceitos de autoritarismo, se desdobra em saber histórico tendo como base a consciência
histórica dos alunos.
9
Martins, 2019.
6
O primeiro objetivo não foi seguido em virtude da pandemia, que seria realizado no espaço escolar
no âmbito da Escola de Aplicação; Segundo objetivo foi analisado nas fases iniciais do projeto, vigência
de 2019-2020 (Finalizado e publicado nos anais do encontro de história da ANPUH-PR em 2020).
Terceiro objetivo foi modificado para análises tendo como base os saberes históricos dos alunos em
relação aos conteúdos do nono ano e a ditadura militar, no ensino remoto. Quarto objetivo foi finalizado
ao longo do projeto, exposto em seminários e encontros de história. E o quinto objetivo foi modificado
para reuniões, monitoramento dos alunos do 9° ano nas aulas remotas e reuniões no PROFHISTÓRIA da
UFPA, no mês de setembro a outubro de 2020.

3. METODOLOGIA:
3.1 - Metodologia original
O projeto estava dividido em três etapas. Na primeira, a realização do balanço da produção
historiográfica de livros publicados no ano de 2014 e que tinham como objetivo analisar a história da
ditadura militar no Brasil e o seu conteúdo de governo autoritário.
O segundo momento será dividido em duas etapas: seleção de 02 escolas da rede pública estadual,
duas escolas da rede particular de ensino, além da análise da própria Escola de Aplicação da UFPA. Uma
vez escolhidas as escolas iremos realizar entrevistas com os professores de História responsáveis pelas
turmas do 9º ano do Ensino Fundamental II e dos professores que integram o quadro de História do 3º ano
do Ensino Médio buscando compreender como esses professores se relacionam com o conceito de
governos autoritários e com o conteúdo relativo a história da ditadura militar no Brasil. No segundo
momento serão analisados os materiais didáticos utilizados por esses professores, dando atenção especial
para os livros didáticos, para tanto, serão abordados a atualização dos referidos materiais, a relação entre
saber histórico e saber histórico escolar presentes nos mesmos e a forma como tais materiais visam a
formação da consciência histórica sobre os mesmos.
O terceiro e último momento será dedicado à orientação, análise de dados e produção de artigos
sobre a relação entre o saber histórico e o saber histórico escolar sobre governos autoritários e a ditadura
militar no Brasil e, por fim, a produção de um material didático concreto. O aluno, professor ou
funcionário poderá apontar para o QRcode do tema e ter em mãos um material didático completo em
áudio e vídeo, com informações atualizadas e devidamente interpeladas didaticamente, tendo por base
tanto a BNCC, quanto os critérios de seleção de conteúdos para o Exame Nacional do Ensino Médio.

3.2 -Metodologia modificado


O projeto estava seguido conforme o planejamento proposto, porém, o agravamento da pandemia da
Covid-19, tivemos que fazer a modificação dos métodos de pesquisa como: Foi feito o balanço de livros
publicados no ano de 2014, nos 50 anos da Efeméride da ditadura militar tinham como objetivo analisar a
história da ditadura militar no Brasil e o seu conteúdo de governo autoritário. A seleção das escolas e
professores não foi possível fazer, tivemos que usar o meio remoto para tentar prosseguir com os
7
trabalhos e fazer observações de campo no Ensino Remoto Emergencial (ERE), por meio do Google
Meet, entendendo nos alunos iriam se comportar durante as aulas online, descrevendo como relacionaram
as temáticas do Tempo Presente com o autoritarismo. Por último, a elaboração do recurso didático não foi
executada em virtude de não possuir um laboratório de história e a própria pandemia, assim, foi
substituído para elaboração de métodos didáticos (plano de aulas) para disponibilizar publicamente aos
professores da Escola de Aplicação e interessados aplicarem nas aulas de ditadura militar ou regime
autoritários relacionando com o objetivo do trabalho.

4. RESULTADOS:

Os resultados tiveram um certo avanço, mesmo com as limitações impostas pela pandemia levando
ao fechamento do laboratório de história e do espaço escolar. Entretanto, conseguimos trabalhar com
diversas formas remotas para prosseguir o projeto, em meio às dificuldades, obteve êxito, desde da coleta
de dados a desenvolvimento de métodos didáticos. Nesse sentido, foram desenvolvidos os dados
quantitativos, abordagens dos alunos coletadas nas aulas remotas do 9° ano e propostas didáticas
relacionando os saberes históricos escolares tendo base o conceito de autoritarismo para trazer ao
professor em aplicar à sala de aula, seja remotamente ou fora do espaço escolar.

4.1 - Dados quantitativos do balanço dos livros nos 50 anos da Efeméride da ditadura militar
Durante a fase inicial do projeto de pesquisa em 2019, foi feito um levantamento bibliográfico de
teses e dissertações em outras plataformas ou repositórios federais (finalizado em julho de 2020 e
publicado em Anais da ANPUH-PR). Nesta etapa, fizemos um levantamento de obras publicadas (livros)
nos 50 anos da Efeméride da ditadura militar, onde é a continuidade das pesquisas. Foram usados sites de
referências de livros e acervo de diversas bibliotecas públicas online.

Gráfico 1: Livros publicados em 2014, referente a ditadura militar

Fonte: Soares (2021).


O Gráfico acima é o levantamento de obras publicadas na efeméride do regime militar no ano de
2014, foram utilizadas diversas bibliotecas online e sites oficiais do Governo como: Arquivo Nacional
(Site Memórias Reveladas). A primeira coluna são os livros publicados nos primeiro trimestre de 2014

8
com NOVE obras publicadas pelas editoras, segunda coluna de Abril-Junho conta com UMA obra,
terceira coluna de Junho-Setembro foram publicados QUATRO obras, a quarta coluna de
Outubro-Dezembro foi UMA obra e a última coluna do “Mês Indefinido” conta com OITO obras
publicadas. Totalizando 23 obras publicadas neste ano, usando os sites propostos pelos trabalhos.

Gráfico 2: Dissertações e teses da UFPA sobre a temática de Ditadura Militar

Fonte: Soares (2021).


Nesse gráfico de linhas, foram analisadas as teses e dissertações no site do “Repositório UFPA”
(RIUFPA) relacionadas ao campo da história dentro dos centros de formação pós-graduação, nos anos de
2011 a 2020. No ano de 2011 a 2015 não tiveram uma publicação oficial no site. Em 2016, foram
publicados QUATRO trabalhos, sendo que TRÊS eram dissertações e UMA tese (Sendo que foi a única
que foi publicada nesses anos pesquisados e levantadas). Em 2017, apenas UMA dissertação. Em 2018
NENHUM , 2019 foram DOIS e 2020 foram QUATRO dissertações.
Importante observação deve ser destacado, nesse período que foram levantados os dados
quantitativos, foram analisados os repositórios da UFPA e os sites do Arquivo Nacional e bibliotecas
online, para fazer um balanço historiográfico sobre as obras publicadas de forma precisa possível. Porém,
os dados podem ser alterados conforme as outras pesquisas de outros pesquisadores, através de novos
levantamentos e argumentos fundamentados em uma teoria historiográfica e metodológica de pesquisa
em história.

4.2 - Pesquisa de campo no ensino remoto


Nesta fase, foram desenvolvidas observações de campo, verificando como os alunos constroem o
seu conhecimento aos temas propostos do projeto em relação ao conceito de autoritarismo e como se
desdobra em saberes históricos, tendo base numa consciência histórica. No trabalho, foram pesquisados e
analisados as quatro turmas do 9° ano - vespertino da Escola de Aplicação UFPA (EA) [25 alunos em
cada turma]. Sendo assim, apresentaremos os dados levantados, relacionando os conhecimentos e as
experiências individuais dos alunos que não serão identificados por nome e sim por iniciais das letras ou
“aluno(a)”.

9
Na turma 9001/ 9002 da EA, foi percebida uma relação dos alunos durante os comentários no chat e
citações na videoconferência as experiências coletivas e individuais durante as aulas de história.
Afirmando os seus conhecimentos históricos que é realizada de forma historicizada e problematizada
para que os sujeitos possam trabalhar de forma consciente, na realidade histórica diante do Tempo
Presente, compreendendo e atuando.10 Neste ponto, foi realizada de forma problematizada as abordagens
dos conhecimentos em relação ao conceito de autoritarismo e as características, como exemplo, destacarei
destacarei duas aulas na EA ERE.
Tabela 1: abordagens do professor e aluno, baseado no relatório manuscrito de campo.

Turma 9001/ 9002 ERE - Turno vespertino. 02/06/2021.

Tema da aula: racismo e o autoritarismo no Tempo Presente

Pontos colonização das terras indígenas, escravidão dos povos africanos,


abordados pelo violencia negra e a abordagem sobre o autoritarismo na história.
professor

Recursos Livros didáticos e documentos audiovisuais do Youtube do canal “Se


utilizados Liga na História” - Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=EjIierKx9Tw e “Quebrando o Tabu”
- Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ia3NrSoTSXk.

Citação dos E.L: “policiais racistas, não são todos”; J.C: “mais de 78% dos mortos
alunos pela policia foram negros”; A.L: “anida tem gente que acha que não
existe”.
Fonte: Soares (2021).
Ao observar os pontos abordados pelo professor de história, foi trabalhado com a problemática atual
do racismo na sociedade relacionado com a problemática do autoritarismo. Nessa aula, muitos alunos se
prontificaram em participar diretamente nas falas, porém, destacarei somente três alunos por usarem
citações que são essenciais para o trabalho. Na citação do A.L, foi interessante como o aluno utilizou o
exemplo do racismo relacionando diretamente com as práticas autoritárias, entre elas mencionou durante
a aula o Governo Bolsonaro diante da pandemia e as práticas negacionistas, fazendo que o sujeito faça
uma problematização da realidade inserida diante das experiências e no tempo vivido em sua prática. O
J.C foi pontual na abordagem dos negros onde “78% dos negros são mortos”11 onde após a apresentação
do dado, fez uma comparação que o povo negro é morto pelos policiais, igual no período do regime
militar para tentar initimidar os movimentos contrários ao governo e aplicando a prática racista
mistrurada de sangue e autoritarismo. Assim, lembra os instrumentos repressivos como “o AI-5 onde era
uma ferramenta de intimidação pelo medo, não tinha prazo de vigência e seria empregado pela ditadura
10
Caldas Apud Pacievitch, 2021, p. 121.
11
RODRIGUES, M; COELHO, H. Pretos e pardos são 78% dos mortos em ações policiais no RJ em 2019: 'É o
negro que sofre essa insegurança', diz mãe de Ágatha. G1, 2020. Disponível em:
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/06/06/pretos-e-pardos-sao-78percent-dos-mortos-em-acoes-polic
iais-no-rj-em-2019-e-o-negro-que-sofre-essa-inseguranca-diz-mae-de-agatha.ghtml. Acesso em: 13 Jul. 2021.
10
contra a oposição e a discordância” (SCHWARCZ, STARLING; 2018, p. 455). O E.L destacou um
discurso dominante no senso-comum onde as pessoas tentam minimizar e não reconhecer a presença
autoritária do Estado dentro das corporações policiais que não fazem jus ao papel de proteger o povo e
aplicação das leis, levando a pessoas serem presas injustamente e afirmando as permanências da ditadura
militar nas práticas diárias dentro do Tempo Presente.

Tabela 2: abordagens do professor e aluno, baseado no relatório manuscrito de campo.

Turma: 9003/9004 - Turno Vespertino. 16/06/2021.

Tema: Os regimes totalitários do século XX

Pontos abordados O que é guerra?, desdobramentos da 2° Guerra Mundial,


pelo professor conceito de autoritarismo e comportamentos no Tempo Presente

Recursos utilizados Documentos fotográficos, jogos de videogame (call of duty) -


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=AMsJeA8pw34. e recursos
próprios de PowerPoint.

Citação dos alunos G.F: “Precisa decorar os nomes?”, F.M: “nem sempre a
República é democrática", A.P: “negros da preriferia, sofrem
com as leis”, E.F: “o presidente nunca deve ser maior que a
lei”.
Fonte: Soares (2021)

Nessa aula da turma 9003/9004 foram trabalhados os regimes autoritários no século XX,
enfatizando a Segunda Guerra Mundial percebendo no Tempo Presente as permanências autoritárias. O
professor utilizou como recurso didático - o videogame, especificamente o jogo de RPG “call of duty”
para abordar o período histórico, demonstrando o comportamento dos personagens envolvidos no conflito
a derrubada do Adolf Hitler do poder, em principal relacionar os comportamentos do autoritarismo na
atualidade, onde os alunos relacionaram durante em todas as aulas no mês de junho. Destacando que para
desenvolver a aulas com o jogo de guerra, foi feito um termo de autorização para os responsáveis dos
alunos(a) assinarem, mostrando que o recurso seria aplicado nas aulas para a facilitação na aprendizagem.
A citação do G.F menciona se é preciso decorar nomes ou fatos históricos? Não necessariamente,
pois devemos levar o aluno(a) entender que uma aula de história é um espaço de construção e relação de
interlocutores para a construção de um sentido para a vida e posicionamento crítico. Principalmente, o
professor cabe ensinar o aluno a levantar “problemas, procurando transformar em cada aula de história,
temas em problemáticas” (SCHMIDT, 2020, p. 57).
As citações de F.M, A.P e a E.F fez relacionar diretamente com o papel do professor nas
abordagens em aula. Pois os alunos compreenderam as questões trabalhadas nas aulas relacionadas ao
passado, de que as repúblicas, especificamente do Brasil é sempre abalada por movimentos

11
anti-democráticos e líderes com características autoritárias, onde segundo Bobbio (1998) menciona que o
líder ou poder trata com arrogância aqueles que não tem poderes. Através das práticas, afeta os mais
silenciados da sociedade e sofrem violência diariamente por conta das políticas do governo ou lider
autoritário e racista, levando o povo negro e minorias a sofrer com as leis segregadoras que são para
fortalecer as injustiças e mantutenção das desigualdades.
Baseados nessas anotações observadas durante as aulas remotas, percebemos que os alunos
possuem uma consciência histórica em relação ao tempo histórico relacionando as experiências e saberes
individuais aplicando na prática o conceito de autoritarismo em torno de mediar os conhecimentos
históricos do Tempo Presente , as experiências de vida e as memórias dos grupos, para auxiliar o aluno da
realidade social e contexto de Brasil ou mundial. Sendo assim, o professor possui um papel crítico ao
construir o conhecimento com as informações e metodologias necessárias para formar um sujeito em
torno das problemáticas e combater o negacionismo histórico.

4.3 - Propostas didáticas para as aulas de ditadura militar


Durante as observações nas aulas online, desde do início da pandemia, percebi que os professores
não estão ainda acostumados a utilizar os recursos tecnológicos a favor da aprendizagem dos alunos
relacionado aos saberes históricos da ditadura militar brasileira e temas voltados ao autoritarismo.
Mediante aos resultados das pesquisas apresentadas e desenvolvidas durante o projeto, foram construídas
algumas propostas didáticas e aplicadas durante as aulas remotas, utilizando ferramentas disponíveis da
internet para a facilitação da aprendizagem dos alunos, especialmente do 9° ano.
Uma observação essencial, as propostas didáticas não devem ser seguidos sem uma devida
criticidade, pois são orientações dentro das minhas experiências individuais que podem nortear os
professores de história que podem funcionar para uma realidade ou não, ao mesmo tempo, tendo em
consideração ao método individual do educador para adequar nas aulas, avaliações e recursos propostos,
dependendo da infraestrutura, perspectiva de didática, localidade e coordenação da instituição escolar.
Segue o acesso às propostas didáticas para aulas de ditadura militar. Disponivel em:
https://docs.google.com/document/d/1k8nRtcq427jb6fHUagRh_yYw3oR5tM_9ZMdzMbNyv00/edit?usp
=sharing. Acesso em: 13 Jul. 2021.

Os resultados do projeto de pesquisas, foram apresentados e debatidos em eventos onlines,


encontros regionais e simpósios voltados ao Ensino de História. Nesse período foi elaborado dois textos
relacionando ao projeto como: O primeiro texto foi apresentado em outubro de 2020, o texto intitulado:
“Ditadura militar e as fontes impressas como ferramenta didática para o ensino de História” no 2°
Simpósio Online de Ensino de História (SOLEHI), em breve será publicado em forma e-book os
primeiros dados dos trabalhos. Segundo: “Para que não esqueça, para que nunca mais aconteça” -
apontamentos iniciais e reflexões sobre o ensino de Ditadura Militar brasileira", foi elaborado juntamente
com Rodin Moura Miranda (bolsista do projeto) e apresentado no Encontro Estadual de História -

12
ANPUH-Seção Pará, onde atualmente está disponível em formato de livro ebook no site da "Editora
Cabana”. Também foram apresentados os dados em outros simpósios regionais online pelos interiores do
Estado do Pará e outras cidades do país, entre os meses de dezembro de 2020 a junho de 2021. Ainda no
segundo semestre de 2021, será apresentado o trabalho completo da bolsa em seminários de iniciação
científica, simpósios e congressos nacionais de história.

5. PERSPECTIVAS:
Desenvolver pesquisas futuras na área da Ditadura Militar relacionando a problemáticas
historiográficas no Tempo Presente como - história pública, saberes históricos, memória e consciência
histórica. Como também, segui ao mestrado e doutorado para aprofundamento das áreas mencionadas.

6. DIFICULDADES:
A dificuldade do projeto foi o agravamento da pandemia da Covid-19, onde levou ao fechamento
das instituições de ensino fundamental e a Escola de Aplicação da UFPA. Como também, os colegas do
projeto de pesquisa juntamente com a minha pessoa tiveram problemas psicológicos e perda de parentes e
amigos que agravam no período de isolamento social, consequentemente, prejudicou os trabalhos e as
metas de trabalhos.

7. CONCLUSÕES:
Portanto, os trabalhos de pesquisa foram essenciais para aprimoramento dos conhecimentos sobre o
período militar e Tempo Presente relacionando diretamente ao ensino de História, trazendo a importância
dos saberes históricos dos alunos usando como base a consciência histórica. Conseguimos um progresso
na pesquisa em meio ao contexto de crise-sanitária mundial, demonstrando que os alunos estavam
interessados em aprender os assuntos relacionados às temáticas pertinentes do autoritarismo e regimes
militares como apresentado nos resultados, afirmando que é possível construir os conhecimentos
históricos fazendo que o aluno possa aprender de forma historicizada e crítica diante do presente.
Durante os trabalhos, percebemos que o campo possui multiformas em trabalhar com o Golpe de
64, pois podemos relacionar a diversas problemáticas e possibilidades dentro do ensino como: didática,
métodos de ensino, desenvolvimento de recursos didáticos, comportamento dos sujeitos no espaço
escolar, história pública, entre outros. Certamente, faz com que o professor-historiador possa usar a
história para enxergar a verdade como um horizonte utópico (FICO, 2014, p. 11); pois o historiador
possui um campo de visão amplo em relação ao passado, onde as pessoas não consegue enxergar os
limites da memórias históricas como das consciências em relação às narrativas. No ensino não é diferente,
o pesquisador consegue enxergar os saberes dos alunos, diante das verdades e narrativas em torno de
temas sensíveis da nossa democracia, com que os alunos não entendem de forma aprimorada os
conhecimentos históricos acadêmicos.
Outro ponto destacado no trabalho é em relação à consciência histórica, que é fundamental para o
entendimento do sujeito onde é inserido, em principal, nos espaços escolares, onde os alunos avaliam e
13
relacionam os conceitos trabalhados em sala de aula para temas sensíveis que demandam empatia, dentro
de uma CH. Fazendo que o aluno possa deslocar a realidade inserida, fazendo que relacione o presente ao
passado da história do Brasil, dentro do contexto inserido onde demanda perceber os elementos sociais e a
identidade coletiva em seu meio.
Dessa forma, o professor durante as aulas de ditadura ou seja qualquer abordagem, deve ter certeza
que além do ofício do historiador é um educador que ajudará a trabalhar nos alunos a respeito de temas
considerados difíceis e relevância social que devem ser debatidos em sala de aula quando fora dos
espaços formais de ensino, levando os sujeitos a compreenderem que “o passado não pode ser resgatado
novamente tal qual aconteceu, ele só pode ser reconstruído em função das questões colocadas pelo
presente” (SCHMIDT, 2020, p. 61).

8. BIBLIOGRAFIA:
- Repositório Online da UFPA
- Arquivo Nacional: Memórias reveladas
- FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca brasileira digital. Rio de Janeiro, RJ,
2021.
- Jornal “O Globo” - entre os anos 1964-1985.

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PARECER DO ORIENTADOR: Manifestação do orientador sobre o desenvolvimento das atividades


do aluno (o parecer deve ser cadastrado no SIGAA).

DATA: ______/_________/________

(Dispensado em caso de envio via SIGAA)


_________________________________________
ASSINATURA DO ORIENTADOR

(Dispensado em caso de envio via SIGAA)


____________________________________________
ASSINATURA DO ALUNO

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