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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a implantação de uma ditadura civil-
militar no Brasil no período entre 1964 e 1985,utilizando-se de algumas fontes
históricas ,selecionadas da imensa quantidade de documentos disponíveis.Utilizando-se
de fontes escritas secundárias e fontes visuais,como livros,revistas,jornais,fotografias e
pesquisa na internet buscou-se fazer um resumo bastante sucinto deste período da
história recente brasileira.Esta análise torna-se importante na atualidade porque estão
a existir pensamentos de que tal período da história brasileira não foi uma ditadura ou
mesmo sequer existiu.Para isso primeiramente vamos analisar as causas do golpe
militar,a importância de movimentos civis,religiosos,midiáticos e da classe média na
elaboração do mesmo.Veremos que a polêmica já inicia desde a data do movimento até
sua denominação pelos historiadores,conforme suas tendências
ideológicas.Estudaremos as principais características do regime militar no campo
político e econômico bem como os mecanismos que lhe permitiram tamanha
longevidade,como o sofisticado e gigantesco aparato de repressão e o uso da
propaganda alicerçada na cooptação de setores da intelectualidade e do meio
artístico.Os que se opuseram ao regime foram exilados,presos,torturados ou buscaram
a luta armada como instrumento de resistência.Passada a euforia do “milagre
econômico” com suas obras faraônicas e agrados à classe média,a sociedade cansou
dos desmandos e passou a exigir eleições diretas para presidente da república.Em
1985,após 21 anos,o poder retorna às mãos de um civil,de forma indireta e fecha o
ciclo do regime militar.Suas conseqüências porém sentem-se até hoje.Para o
historiador é impossível saber onde o Brasil estaria, caso não tivesse sido interrompida
com violência a democracia em 1964 ,e as reformas de base tivessem sido
implementadas.Certamente porém,hoje,teríamos um país que já haveria superado
inúmeras carências ,as quais ,quase sessenta anos depois, continuam a exigir soluções
e a manter-nos num permanente atraso frente ao mundo civilizado: reforma
educacional, agrária, fiscal,tributária,política e econômica.Implementadas não
estaríamos hoje entre os países com pior distribuição de renda do planeta,ao lado de
republiquetas de terceiro mundo.Vinte e um anos de autoritarismo não nos levaram a
nenhum patamar de primeiro mundo, mas criaram travas de desenvolvimento que nos
impedem de superar déficits que parecem eternos.
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Paulo Roberto Martins, Kimberlly Bajerski Rambor Cavalheiro
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Marco Aurélio Martins Rocha. Prof./Tutor no curso de Licenciatura em História do Centro Universitário
Leonardo da Vinci. E-mail: marco.rocha@uniasselvi.edu.br
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1.INTRODUÇÃO
2.FONTES HISTÓRICAS
5.1.CAUSAS
O Brasil vinha assistindo uma escalada golpista desde a crise de 1954,na ocasião
não concretizada devido ao suicídio de Vargas.Em 1955 e 1958 houveram motins
militares em Jacareacanga e Aragarças contra Juscelino Kubitschek e em 1961 contra a
posse de João Goulart.Portanto o golpe esteve permanente na ordem do dia e sendo
prorrogado.O alinhamento do Brasil com os EUA no período mais agudo da Guerra
Fria,levou a uma pesada doutrinação anticomunista nos oficiais das Forças Armadas,a
partir da Escola das Américas no Panamá,que via comunismo em qualquer reforma de
cunho nacionalista,política ou social,daí sua repulsa frente às chamadas “reformas de
base” defendidas por Jango,a histeria com a vitória da revolução cubana( criando a
primeira nação comunista no continente americano e abalando a segurança
transcontinental),o reacionarismo de setores da sociedade brasileira,principalmente da
classe média ligada à igreja católica,com seus medos de mudanças frente a um mundo
que começava a se transformar numa pós-modernidade incerta,modificadora de
costumes,de tradições,invertendo valores.Na música,nas roupas,no visual,na cultura,na
pílula anticoncepcional,nas idéias libertárias,na revolução dos costumes,na liberação
sexual,no feminismo,na ameaça nuclear,no avanço das idéias socialistas nas nações
recém independentes do colonialismo,tudo induzia ao perigo,à destruição da família,da
tradição e da propriedade.O conservadorismo da igreja cultivava este medo e martelava
contra as mudanças através de organizações reacionárias como a TFP,o Opus Dei,o
Rosário em Família,etc.A nacionalização de algumas empresas estrangeiras aqui no
Brasil acirrou os ânimos e acendeu o alerta no governo americano,que passou a
patrocinar,incentivar e apoiar entidades empresariais,grupos civis e militares na
propaganda e organização da tomada do poder.Ao mesmo tempo,o presidente
Jango,pensando contar com apoio popular e em setores das forças armadas forçava
mudanças estruturais e as reformas que apavoravam as classes dominantes,num excesso
de autoconfiança perigoso.
5.2.INÍCIO
Figura 1- Uma das marchas “Com Deus Pela Liberdade” em São Paulo.Lembra outras manifestações na
Avenida Paulista cinqüenta anos depois?
5.3.CARACTERÍSTICAS
5.3.1.Funcionamento
O poder Executivo era o mais forte, sendo o Exército aquele que indicava o novo
“presidente”.Governava por mecanismos repressores que incluíam desde a edição
periódica de AI (Atos Institucionais),do quais o mais repressor foi o AI-5(considerado o
golpe dentro do golpe),até fechamento do Congresso,proibição de eleições para
presidentes,governadores e municípios enquadrados como “áreas de segurança
nacional”,nomeação de senadores “biônicos”,suspensão de garantias individuais,uso da
Lei de Segurança Nacional,cassações de mandatos,aposentadorias compulsórias,etc.
5.3.3.POLÍTICA ECONÔMICA
MILAGRE BRASILEIRO
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Em Coleções Caros Amigos(2007 p.163) lê-se que “[...] para o povo o milagre não
chegou.Médici mesmo desabafaria perto do fim de seu mandato ‘ o país vai bem,o povo
é que vai mal’’.Segundo esta fonte:
O milagre se fez à custa de: arrocho dos salários, o que permitiu aos
capitalistas acumular mais dinheiro para investir;alta concentração de renda
nas mãos de poucos e empobrecimento da maioria;favorável situação
internacional,especialmente petróleo barato;grandes investimentos
estatais;juros baixos no mercado internacional;multinacionais investindo no
país;e,o que seria grave no desastre que viria,enorme dívida externa,pública e
privada”(COLEÇÕES CAROS AMIGOS,2007 P.163).
5.4.MECANISMOS
5.4.1.Repressão
O regime militar não matou sob tortura apenas os militantes das organizações de
esquerda que participaram da luta armada(JUNIOR,2000) mas políticos
dissidentes,jornalistas,estudantes e operários.Até crianças foram torturadas ou obrigadas
a assistirem a tortura dos pais.Até o momento contam-se 475 mortos e mais de 2 mil
casos de torturas computados à repressão,que dispunham de casas e até fornos em
usinas de açúcar de empresários simpatizantes,para cometerem sevícias e fazerem
desaparecer os corpos.Presos políticos eram “atropelados” em simuladas tentativas de
fuga.
5.4.2.Propaganda
5.5.ESCÂNDALOS
5.5.1.Corrupção
5.5.2.Crimes
5.6.FIM
O fim da ditadura foi lenta e gradual,concessão dos militares e por isso mesmo
articulada para sustentar privilégios daqueles que a iniciaram e cuidando em salvar
transgressores pelos crimes cometidos.O medo era do que chamavam de
“revanchismo”.Um passo importante foi a anistia,decretada em 1979,que possibilitou a
volta dos banidos,mas que também salvaguardou torturadores e implicados em crimes
políticos.Ao contrário dos nossos vizinhos latinos nunca conseguimos fechar esta
ferida,o que gerou impunidades,atitudes e desmandos futuros.O estrangulamento
econômico também ajudou a sepultar o regime. Conforme a Folha de São
Paulo(2014),”Nada mais parecia funcionar, e o governo se viu obrigado a bater às
portas do Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de socorro.O país só voltou a
crescer em 1984, após três anos de recessão. Os militares estavam prestes a deixar o
poder, e os desequilíbrios econômicos criados pelos excessos dos anos anteriores
pareciam insuperáveis. As contas do governo estavam novamente desarrumadas, e o
país suava para renegociar suas dívidas com os credores internacionais. A inflação anual
passava de 200%, alimentada por mecanismos que a política econômica só conseguiu
domar uma década depois do fim da ditadura”.
5.7.CONSEQUÊNCIAS
6.CONCLUSÃO
7.REFERÊNCIAS