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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE

UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA E MATEMÁTICA

MARIA NAZARÉ DANTAS DE SOUSA

MOVIMENTO ESTUDANTIL

CUITÉ – PB

2023
MARIA NAZARÉ DANTAS DE SOUSA

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Trabalho referente as atividades da disciplina


Filosofia e Sociologia da Educação, apresentado
ao Curso de Licenciatura em Matemática, do
Centro de Saúde e Educação, da Universidade
Federal de Campina Grande como requisito para
avaliação parcial do referido componente
curricular.
Orientador: Prof. Dr. Ramilton Marinho Costa

CUITÉ - PB

2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
MOVIMENTO ESTUDANTIL NO BRASIL........................................................................... 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 9
REFERENCIAS ........................................................................................................................ 10
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INTRODUÇÃO
A educação publica sempre contou com diversas lutas com o apoio da sociedade
para a sua construção, desse modo os estudantes cumprem um papel importante e decisivo
para essa luta. Nisto começam a se organizar de maneira coletiva, no brasil, a partir de
1938 quando houver a criação da UNE (União Nacional Estudantil), mas os estudantes
os estudantes a nível ensino médio só obtiveram representatividade em 1948, com a
construção da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

O Movimento Estudantil é representado como um movimento social, composto


por estudantes que discutem assuntos ligados a educação e às estruturas de ensino, não se
limitando apenas às lutas diretamente relacionadas às escolas e universidades, mas dando
importância também a pautas que se expandem de questões meramente acadêmicas
(ARAUJO, 2007).

Nos anos 60, o ensino superior publico teve uma expansão progressiva no seu
sistema, ocasionando um aumento de vagas nas universidades, causado um grande
crescimento de estudantes universitários na sociedade brasileira. Nisto estudantes, com
suas lideranças estudantis, mostravam ideologia de esquerda que para época de ditadura
militar era uma grande afronta ao governo, dessa forma o governo após o golpe militar
de 1964, colocou ilegalidade a mais importante entidade estudantil, a UNE.

É através dos movimentos estudantis que os jovens estudantes tinham um meio


de poder expressar as reivindicações, em que essas reivindicações eram motivadas a
situações vivenciadas no cotidiano estudantil, como por exemplo a luta pelas cotas e a
reforma universitária. Nos anos 60 esses protestos foram de fundamental contribuição
para a participação dos estudantes na luta contra a ditadura, nos primeiros 4 anos de
regime.

Os estudantes sempre defenderam a luta pela democracia, em sempre


permaneceu constante, mesmo diante de todas as dificuldades a serem enfrentadas faziam
reuniões e encontros por todo país para se organizarem e apesar de tudo não mediavam
esforços por essa causa.

Em todo esse cenário o papel dos estudantes era voltado a força motora, em que
estimulava o processo de mudança. Nesse contexto foi essencial para a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.
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MOVIMENTO ESTUDANTIL NO BRASIL


• Contexto histórico

Através de um contexto histórico, Junior (1982) divide o movimento estudantil


em três momentos. O primeiro consistia em uma forma mais individual, no qual ocorreu
no período colonial, em que a educação era ministrada por jesuítas que catequizavam os
indígenas e o ensino superior não estava organizado a elite da época mandavam seus
filhos para a universidade de Portugal.

O segundo momento apresentava uma atuação mais coletiva, em que ocorreu no


período imperial mais precisamente após a abolição da escravidão, mas como era um
período no qual a política confusa, os estudantes não se organizavam de maneira orgânica.
Por fim o terceiro momento é onde tem uma atuação mais organizada através da criação
da UNE, em que era um órgão que representava todos os estudantes brasileiros.

Para Poerner (1979), a primeira participação dos estudantes em uma


manifestação no Brasil foi no ano de 1710, no Rio de Janeiro. Nisto estudantes de colégios
religiosos saíram as ruas para reivindicarem melhorias, enfrentando soldados franceses
mesmo com armas desiguais, isso marca mais um sentimento de defesa do que de uma
ação política e ideológica.

As primeiras universidades brasileiras surgem em Olinda e São Paulo no ano de


1808, nisto debates estudantis começam a ocorrer com mais frequência no Brasil, mas
isso ainda não fez com o que os estudantes realizassem ações de maneira coletiva.

No Brasil, o movimento estudantil teve uma forte influência através do


movimento dos estudantes da Universidade de Córdoba, em que esse movimento traçou
bandeiras de lutas a partir de uma identidade estudantil, dessa forma começaram apensar
na universidade de forma diferente.

Atuação dos estudantes no Brasil teve um primeiro ensaio em 1901, em que


houve a criação da Federação dos Estudantes Brasileiros, mas foi em 1910 que teve o I
Congresso de Estudantes em São Paulo, após isso em 1930 estudantes de direito
começaram a fazer parte da revolução.

É em 1962 que a UNE organizava uma greve, na qual iria reivindicar espaço nas
cadeiras nos conselhos das Universidades, nesse movimento também teve o surgimento
das lutas pela defesa da Universidade publica e gratuita.
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• UNE (União Nacional dos Estudantes)

A UNE foi fundada no ano de 1937, mas de acordo dom Araújo (2007)
universitários não aceitavam essa data, então elegeram o ano de fundação desta entidade
como o ano de 1938. Então com a formação da UNE os estudantes, enfim demonstravam
publicamente interesse pela realidade brasileira e o desejo de melhoria na educação do
Brasil.

Na ditadura de Getúlio Vargas a UNE lutou contra o fascismo, atuando numa


pressão política para que esse governo da época tomasse partido de maneira publica a
favor dos seus aliados, dessa forma ocorreu a primeira passeata no estado do Rio de
Janeiro.

Nos anos de 1947 a 1950, a UNE foi sob domínios de estudantes que fazia parte
do partido socialista brasileiro, nisto se tornou a maior protagonista numa luta pelo
petróleo brasileiro, em que uniu vários setores sociais que continuou até o ano de 1953.

Conforme Sampaio (1991), foi no final da década de 50 que o ensino superior


publico no Brasil ganhou crescimento, devido a criação das universidades que foram de
95 a 223 instituições construídas.

No início do ano de 1960, Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil, mas
antes de completar um ano de mandato renunciou. De acordo com Sanfelice (1986) essa
renúncia de Jânio, fez com que a UNE decretasse uma greve geral dos estudantes, em que
se tornou um movimento de resistência se posicionando em defesa da democracia e do
regime.

Em 1962 a UNE começou um projeto que consistia em juntar caravanas que


iriam rodar todo o país. Nisto consolidaram o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE,
em que contribuiu bastante para a entidade da UNE ter um reconhecimento nacional.

• Ditadura Civil - Militar

De acordo com Arquidiocese de São Paulo (2001), as lutas dos estudantes e


população em geral teve um rápido crescimento entre os anos de 1962 e 1964.
Movimentos sociais foram ganhando cada vez mais visibilidade, lutando contra a política
que estava em vigência.
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O período de ditadura civil-militar no Brasil teve início em 1964, este foi


marcado por um regime autoritário que durou 21 anos. Neste período a realidade
estudantil teve uma drástica mudança, universitários começaram a ser vigiados e
coagidos, massacrados e em muitos casos mortos, como relata a UJS (2017).

Diversos programas educacionais como o Movimento de Cultura Popular, a


Campanha de Pé no Chão, Os Centros Populares de Cultura, foram todos atingidos e
poucos dias após o golpe militar foram extintos. Segundo Cunha (2002) as verbas que
eram destinadas as universidades foram cortadas e algumas dessas universidades tiveram
que paralisar por falta de recursos.

O Brasil vivenciou nesse período um momento de ausência da democracia, com


uma grande censura e perseguições políticas principalmente nas universidades com os
estudantes e professores de ensino superior, diversas pessoas que foram contra esse
regime foram torturadas e até mesmo levadas a morte, um dos movimentos que foram
contra esse regime foi o próprio Movimento Estudantil.

• Conquistas dos Movimentos Estudantis

Foi através do eleito presidente Lula, no ano de 2002, em que os movimentos


estudantis ganham atenção, esse governo procurava sempre conversar e ouvir o
movimento estudantil, a partir disso começaram a adotar medidas progressistas, investido
de maneira abundante na educação, ciência e tecnologia.

Conforme o IBGE (2015), o ano de 2004 os ricos no país representavam cerca


de 20%, nisso 54,5% dos universitários de ensino publico e 68,4% de ensino particular,
mas em 2014 houve uma diminuição no percentual em que 36,4% e 40,9%
respectivamente, isso leva a consideração que pessoas das classes mais baixas da época
comandava o ensino superior brasileiro da época.

As cotas raciais foram conquistas do movimento estudantil, pois era uma


bandeira que eles levantavam, em que visavam sempre ações de inclusões sociais,
econômicas e principalmente educacionais, com isso buscava a diminuição da
desigualdade social trazendo um maior acesso a redes de ensino de maneira geral.

Outra conquista foi em 2013, junto com a presidenta Dilma, em que sancionou
a lei sem veto que destina 75% dos royalties do petróleo à educação e 25% à saúde que
estava em processo desde o ano de 2011.
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Desde então através do movimento estudantil, foram criadas diversas


universidades publicas por todo brasil e escolas de ensino técnico integralizado ao ensino
médio, em que foi uma grande conquista para todos, pois o ensino superior estava sendo
de fácil acesso para aqueles de classe mais baixa.

• A estrutura do Movimento Estudantil

E importante explanar nesse trabalho a estrutura do movimento estudantil


voltado ao meio universitário, dessa forma o movimento é estruturado da seguinte forma:

Centro Acadêmico (CA): é a entidade que representa os estudantes de um curso


dentro da universidade.

Diretório Central dos Estudantes (DCE): é a entidade máxima de


representação dos estudantes de uma Universidade.

União Estadual dos Estudantes (UEE): é a representação regional dos


estudantes, ligada à UNE.

União Nacional dos Estudantes (UNE): é a entidade máxima representativa


dos estudantes universitários brasileiros.

Executivas e federações de curso: São entidades nacionais representativas dos


estudantes de um determinado curso.

Ainda tem – se os espaços deliberativos aos quais são espaços de tomar decisões
coletivamente de uma maneira democrática direta através dos representantes, com isso
temos os seguintes espaços:

Assembleia Geral: espaço maior de decisões do movimento estudantil, onde


todos as/os estudantes da universidade/curso têm direito a voz e voto.

Congresso Estudantil: O congresso estudantil acontece esporadicamente,


geralmente para decidir temas relevantes na pauta estudantil ou para uma mudança mais
legítima do estatuto da entidade máxima de representação estudantil na universidade - o
DCE.

Conselhos de base: é o segundo fórum de deliberação com democracia


representativa, cada representante tem direito a participação com voz e voto.

Reuniões de diretoria: é o fórum mais restrito, onde se reúnem a gestão eleita.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos esses marcos e esforços mostra que odo processo das lutas que o
movimento estudantil realizou, nos assegurou uma educação de qualidade atualmente
com todos os direitos assegurados por uma constituição, um exemplo que essa luta
começou a ser visualizada nacionalmente foi quando o Brasil começou a acabar com
analfabetismo.

O Brasil, com todas as pressões feitas pelos estudantes, conseguir colocar em


sala de aula a juventude periférica nas universidades em todos os estados do país,
principalmente com a criação do Sisu e o sistema de cotas, o Prouni e o Fies que
posteriormente teve um reajuste nas taxas de juros dos financiamentos prestados.

Deve ter conhecimento que essas lutas também não devem para, pois é de suma
importância que o Brasil consiga colocar em prática tudo o que é colocado em promessas
pelos governantes, principalmente nas questões de educação.

É importante valorizar cada vez mais os jovens que estão dispostos a ir à luta por
melhorias para uma sociedade mais inclusiva e igualitária a todos, pois é assim que
conseguimos avançar visto que a história já mostra isso.
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REFERENCIAS
ARAUJO, Maria Paula Nascimento. Memórias estudantis 1937-2007: da fundação da
UNE aos nossos dias. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Roberto Marinho, 2007.

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil nunca mais. 32. ed. Petrópolis: Vozes,
2001.

CUNHA, Luiz Antônio; GÓES, Moacyr de. O Golpe na Educação. 11. ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2002.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais uma


análise das condições sociais da população brasileira. Rio de Janeiro, 2015. P 53.
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv95011.pdf acesso
em: 05 de jan. de 2023.

JUNIOR, Antônio Mendes. Movimento Estudantil no Brasil. São Paulo: Brasiliense.


Ed. 2ª. 1982.

POERNER, Artur José. O poder jovem: história da participação política dos


estudantes brasileiros. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira S/A,1979.

SAMPAIO, Helena. Evolução do ensino superior brasileiro (1808-1990). Documento


de Trabalho 8/91. Núcleo de Pesquisa sobre Ensino Superior da Universidade de São
Paulo, 1991. Disponível em: http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9108.pdf . Acesso
em: 04 de jan. de 2023.

SANFELICE, José Luís. Movimento Estudantil: a UNE na resistência ao golpe de 64.


São Paulo: Cortez - Autores Associados, 1986.

UJS - União da Juventude Socialista. Ocupa o Poder. Brasil, 2017, p.09

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