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Movimento Estudantil: entenda o que é e como se

organiza

O movimento estudantil é um tipo de ativismo composto por estudantes de diversas áreas, desde o ensino
médio, até estudantes de pós-graduação. O objetivo do movimento sempre possui um cunho social. Ou seja,
busca sempre mudanças políticas, ambientais ou econômicas. Também pode ser direcionado para
reivindicações em uma escola ou faculdade.

O movimento estudantil teve uma parcela grande de participação na luta contra a ditadura militar, por
exemplo. Na época, foram realizados protestos e até mesmo combate armado contra os militares. O objetivo
era resgatar a liberdade política e protestar contra a violência dos governantes.

Estudar o movimento estudantil é sempre importante. Em primeiro lugar, para entender a importância deles
na história do país. Em segundo lugar, porque pode ser tema de provas, vestibulares e até do Enem.
Portanto, acompanhe neste post mais detalhes sobre o movimento estudantil. Vamos responder algumas
perguntas como o que foi o movimento estudantil no Brasil, quando e porque surgiu o movimento estudantil,
quais as características do movimento estudantil, entre outras.

Importante ressaltar que boa parte do movimento estudantil nasceu dentro das universidades.

Estudantes estudantil: objetivos


Estudantes que participam de movimentos se encontram em atos, acampamentos, encontros, assembleias,
plenárias ou reuniões. Em pauta estão assuntos relacionados à universidade ou escola sob um viés politico.
O objetivo em geral é melhorar a educação do país, de forma que as mudanças se reflitam na sociedade em
que vivemos.

Em suma, a busca é sempre por uma sociedade mais justa, melhor e com mais direitos para os cidadãos.
Segundo o texto, no caso das universidades, o movimento procura buscar instituições para todas as pessoas,
de forma pública, gratuita e de qualidade. A ideia é que todos tenham as mesmas oportunidades de quem
está inserido hoje dentro das universidades públicas.

Não apenas a oportunidade de estudo, mas também a oportunidade de formação profissional e pessoal, como
um sujeito político que luta pelos seus direitos.

A história do Movimento Estudantil na Ditadura Militar


.

O Golpe Militar, que aconteceu no ano de 1964 no Brasil, foi um grande repressor do movimento estudantil.
Como os movimentos possuíam uma vertente política totalmente relacionada à esquerda, os militares
iniciaram a repressão e desarticularam as principais organizações dos estudantes. A UNE foi dada como
ilegal, logo em seguida o alvo foi as UEE e posteriormente os DCEs.

1969: um ano muito difícil


As organizações estudantis não aceitaram serem postas na ilegalidade e muitas outras começaram a surgir
nessa época. Os movimentos com reivindicações visavam a ampliação de vagas nas universidades, melhores
condições de ensino e também se colocavam contra a ditadura militar e privatização. Além de lutarem em
defesa das liberdades democráticas e justiça social, o que não agradava os governantes militares da época.

O ápice das manifestações realizadas pelo movimento estudantil aconteceu em 1968, após o estudante
secundarista Edson Luís de Lima Souto ser assassinado pela polícia militar no Rio de Janeiro (RJ) durante
um protesto. A comoção e revolta popular foi tão grande que deu início a manifestações de rua com mais de
50 mil pessoas. A UNE decreta então uma greve geral de estudantes, e muitos outros grupos, como
sindicalistas, religiosos, artistas e intelectuais demonstraram apoio ao movimento. Alguns meses depois, em
junho de 1968, acontece a “Passeata dos 100 mil”, um grande marco na história da resistência à ditadura
militar brasileira.

Entre os anos de 1969 e 1973 o movimento estudantil foi totalmente desarticulado. Isso ocorreu por
consequência da coerção política que atingiu o seu ápice. Muitos estudantes e lideres de movimentos
ingressaram em organizações de luta armada, com o intuito de derrubar o governo militar. Após o ano 1969,
com a Lei de Segurança Nacional, e também sob o AI-5, deu-se início aos Anos de Chumbo. Momento da
história marcado por um estado de exceção, com forte controle midiático e educacional, censura, prisões,
torturas, assassinatos e desaparecimentos de opositores ao governo.

1977 e a volta do Movimento Estudantil


O movimento estudantil só voltou a ter força quando a política brasileira começou a mudar. Isso aconteceu
após o General Ernesto Geisel (Arena) ser escolhido como presidente da República. Foi nesse momento que
se iniciou o projeto de liberalização política, com o intuito da redemocratização do país. O processo foi lento
e durou até o final do governo militar. Este foi um momento em que a ditadura perdeu muita força popular.

A retomada dos movimentos teve seu auge em 1977, quando os estudantes saíram as ruas em grandes
manifestações e passeadas. O objetivo era defender a democracia e acabar com as prisões e torturas. O
movimento não teve repressão violenta pelo governo.

Foi então que os movimentos estudantis retomaram suas forças. Em 1979, aconteceu um congresso para
reestruturação da UNE, em Salvador. Foram reivindicados mais recursos para as universidades, a liberação
dos estudantes presos no período ditatorial, e também a defesa pelo ensino público e gratuito.

Pós-ditadura, movimentos apoiam democracia


Depois do fim da ditadura militar, o movimento estudantil voltou às ruas, levantando bandeiras de
consolidação da democracia no país. Em 1984 os estudantes participaram ativamente da campanha das
“Diretas Já”, participando de manifestações, intervenções e comícios.
Apesar de se manter ativo, o movimento estudantil não tem mais tanta força quanto nas décadas de 1960 e
1970. Desde o fim da ditadura militar, o movimento vem perdendo força, prestígio político e influência
social. Em 1992 ocorreram passeadas em oposição do presidente Fernando Collor de Mello, que foi acusado
de corrupção.

Atualmente, como está o movimento estudantil?


Em 2002, com a vitória de Lula, a UNE conseguiu alcançar algumas demandas. Mas, o fato de não ser mais
oposição do governo gerou muitas críticas internas para a entidade. Além disso, a UNE foi tida como
tendenciosa. Isso porque chegou a apoiar demandas que não faziam sentido para a realidade estudantil.

Em 2013, os estudantes também marcaram presença nas “Manifestações dos 20 centavos”, que aconteceram
em junho. As manifestações tinham como objetivo revogar o aumento de 20 centavos das passagens de
ônibus. Mas tiveram como efeito colateral, entre outros motivos, a queda da então presidenta Dilma
Rousseff.

A oposição estudantil então se voltou contra o impopular presidente Michel Temer e suas políticas. Logo em
seguida, com o presidente Jair Bolsonaro também não foi diferente. O movimento estudantil articulou
protestos no ano de 2019 contra o contingenciamento de recursos da educação e do projeto Future-se.

Movimentos em São Paulo


Além disso, também aconteceram outros movimentos durante os últimos anos. Em 2015, ocorreram
protestos dos secundaristas em São Paulo e ocupações de escolas em 2016. O primeiro movimento teve
como objetivo protestar contra a reorganização do ensino público de São Paulo, proposto pelo governador
Geraldo Alckmin e pelo secretário de estado da Educação, Herman Voorewald.

Nas manifestações de 2015, cerca de 213 escolas foram ocupadas. A ação culminou na demissão do
secretário e na suspensão do plano. As ocupações que aconteceram no ano seguinte, foi resultado de um
plano mais organizado, contra diversas ações de vários estados, e da luta contra a PEC 241.

Hoje, existem diversas organizações e entidades estudantis no Brasil. As principais são:

 União Nacional dos Estudantes;


 União Brasileira dos Estudantes Secundaristas;
 Associação Nacional de Pós-graduandos;
 Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina;
 Federação dos Estudantes de Agronomia;
 Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo;
 Federação Nacional de Estudantes de Direito.
Debates sobre o movimento estudantil
Ao longo dos anos, a atuação do movimento estudantil tem dividido opiniões entre os brasileiros. Ou seja,
há quem apoie essa forma de organização política, e que critique. Uma das críticas, por exemplo, é a filiação
de partidos políticos aos movimentos. Com isso, os movimentos tornam-se braços dos partidos e podem se
contaminar com outras causas além dos próprios estudantes.
Há também debate em torno do enfraquecimento dos movimentos na atualidade, se comparado aos anos 70 e
80, talvez por conta dos efeitos dessas críticas. Além disso, há grupos que criticam as formas mais radicais
dos movimentos estudantis, por promover doutrinação política e ideológica nas escolas.

Por outro lado, a aproximação com partidos políticos seria uma forma de financiar os movimentos
estudantis, por conta da falta de condições financeiras dos estudantes. Neste sentido, o movimento estudantil
é considerado por outra parte da população como uma forma de luta dos estudantes, de melhorarem as
condições da educação no país como um todo.

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