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Os movimentos sociais podem acontecer em território local, nacional ou até mesmo global.

São
organizações coletivas que lutam por uma determinada causa.

Abaixo listamos alguns dos movimentos sociais mais conhecidos ao redor do mundo:

Todo movimento social apresenta, no mínimo, três características básicas:

a) Objetivo;

b) Programa que estabeleça como atingir esse objetivo;

c) Ideologia;

d) Debates relacionados ao movimento

Ex.: MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

O seu objetivo é fazer uma reforma agrária que permita ao trabalhador do campo trabalhar em sua
propriedade e não nas terras do latifundiário.

O programa do MST estabelece que o movimento deve desenvolver ações que pressionem tanto os
grandes proprietários quanto o governo, e chame a atenção da
opinião pública, por meio da mídia. Marchas, invasões de terras e ocupações.

A ideologia é o conjunto de ideias que justificam as ações do movimento social.

Nesse caso, a redistribuição de terra. Oferecer terra à quem quer trabalhar e sobreviver dos seus frutos.
1. Movimento Feminista
O movimento feminista, também conhecido como o movimento pelo direito das mulheres, tem
por característica ser um movimento estrutural, ou seja, que busca desconstruir a longo
prazo o machismo, um aspecto presente na estrutura social. Esse movimento teve seu início
no período da Revolução Francesa.

Os movimentos feministas da primeira onda do século XIX e início do século XX se


concentravam nos direitos legais das mulheres, especialmente no direito ao voto.

Nos anos 1960 e 1970, a segunda onda feminista, surgida nos Estados Unidos, buscava
direitos e oportunidades iguais entre homens e mulheres e a maior liberdade pessoal para as
mulheres.

Essa segunda onda tocou em todas as áreas da vida pessoal e social das mulheres - incluindo
política, trabalho, família e sexualidade.

O ativismo organizado por e em nome das mulheres continua até os dias atuais, espalhando-se
globalmente. Seu maior objetivo é acabar com a desigualdade entre os gêneros.

Um exemplo do manifestação do movimento feminista é a Marcha das Vadias, que se iniciou


em Toronto, no ano de 2011, e se espalhou pelo mundo inteiro.

No Brasil, a Marcha das Vadias ganhou força em 2014, e tinha o foco em protestar pelo direito
da mulher usar roupa e se comportar da maneira que quiser.

Sobre o feminismo:

O feminismo é um movimento de luta pela igualdade de gênero, ou seja, tem como grande objetivo
fazer com que homens e mulheres recebam as mesmas oportunidades e tenham acesso aos mesmos
direitos.

Portanto, quando ouvir alguém dizer que feministas odeiam os homens, não se cale: reforce que só
queremos viver em uma sociedade igualitária, em que os privilégios não sejam limitados a um só
gênero.

Como começou a causa


Podemos dizer que, ao longo da história, existiram milhares de mulheres consideradas “rebeldes” e que
não se calaram diante das injustiças e opressões a que eram acometidas pela sociedade patriarcal.
Muitas dessas mulheres, por sinal, foram consideradas bruxas e duramente assassinadas pela
inquisição.

Mas, o movimento feminista em si tem início com a chamada primeira onda do feminismo, que surgiu no
final do século XIX. Naquele contexto, grupos de mulheres, que ficaram conhecidas como sufragetes na
Inglaterra, organizaram-se para lutar por seus direitos, sendo que o primeiro a ser conquistado foi o
direito ao voto, em 1918. Mas até terem suas reivindicações atendidas, muitas delas foram presas
várias vezes, e fizeram greves de fome.

No Brasil, as sufragetes foram lideradas pela bióloga e cientista Bertha Lutz, que iniciou a luta pela
conquista do voto e foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
Em 1932, esse direito de votar foi promulgado no Novo Código Eleitoral brasileiro.

Esse feminismo inicial, tanto na Europa e nos Estados Unidos como no Brasil, perdeu força a partir da
década de 1930 e só surgiu novamente, com importância, na década de 1960, quando então veio à
tona a segunda onda do feminismo.

O que o movimento feminista defende?


São muitas as lutas do movimento feminista ao longo dos últimos dois séculos, que envolvem condições
equitativas, no que tange a lei, mas também comportamentos éticos por parte daqueles quem compõem
a sociedade.

2. Movimento Negro
O movimento negro é a organização que luta contra o racismo e pela melhoria da qualidade
de vida das pessoas negras. Apesar de estar presente de forma global, o movimento negro
norte-americano, também conhecido como o movimento dos direitos civis americanos, é o mais
conhecido.

Foi um movimento de protesto em massa contra a segregação racial e a discriminação no sul


dos Estados Unidos, que ganhou proeminência na década de 1950.

Esse movimento teve suas raízes nos escravos africanos e seus descendentes, e tinha por
objetivo resistir e combater à opressão racial e abolir a instituição da escravidão, por isso
tem como forte característica ser um movimento estrutural.

Por meio de protestos não-violentos, o movimento dos direitos civis dos anos 1950 e 1960
quebrou o padrão de instalações públicas que promoviam a segregação por “raça” no Sul dos
Estados Unidos. Assim, alcançaram um importante avanço na legislação de direitos iguais para
afro-americanos.

Embora a aprovação da legislação dos direitos civis tenha sido vitoriosa para o movimento,
militantes negros começaram a entender a sua luta como um movimento de liberdade.

Por isso, não buscavam apenas reformas dos direitos civis, mas enfrentavam a duradoura crise
econômica, política e social, e as consequências culturais da opressão racial do passado.

Por se tratar de um movimento estrutural, as manifestações contra o racismo continuam em


várias partes do mundo. Em maio de 2020, após a morte de George Floyd, um norte-americano
negro morto por policiais, milhares de protestos se espalharam pelos Estados Unidos e pelo
mundo.

No Brasil, assim como nos Estados Unidos, o movimento negro remonta o período da
escravidão e foi responsável pela conquista de muitos direitos para a população negra. Uma
das principais bandeiras do movimento, atualmente, é o fim da violência policial.

Protestos no Brasil, com o mesmo cunho dos que aconteceram por Floyd, exigiram o fim da
violência após a morte de João Alberto Silveira, morto por um segurança de uma grande rede
de supermercados.
3. Movimento Estudantil
O ativismo estudantil é o caminho utilizado por alunos em prol de mudanças
políticas, ambientais, econômicas ou sociais. Embora muitas vezes focados em questões
das escolas e universidades, grupos de estudantes sempre influenciaram grandes eventos
políticos.

Sua maior característica é ser um movimento de transformação, por reivindicar novas regras
e feitos. O ativismo estudantil é constantemente associado à política de esquerda, já que os
movimentos estudantis de direita não são comuns. Grandes grupos de estudantes lutaram
contra o apartheid na África do Sul, por exemplo.

O ativismo estudantil em nível universitário é quase tão antigo quanto a própria universidade.
Estudantes em Paris e Bolonha, por exemplo, organizaram ações coletivas no início do século
XIII, principalmente sobre questões da própria cidade.

Nos Estados Unidos, a inquietação estudantil adquiriu conotações políticas durante a


Revolução Americana (1765 - 1783). No final do século XIX, muitos estudantes americanos
abraçaram as novas teorias do socialismo e do comunismo e passaram a colocar estes
postulados em seus movimentos.

Já no Brasil, o movimento estudantil ganhou maior força na década de 1970, com os grêmios
de estudantes contra o regime militar. Os estudantes brasileiros fizeram parte de grandes
manifestações contra o sistema e decisões políticas.

Uma das mais famosas foi a manifestação conhecida como Caras-pintadas, em 1992. Um
grande movimento estudantil que pedia o impeachment do então presidente Fernando Collor.

Os estudantes e movimentos estudantis brasileiros têm o apoio de grandes organizações não


governamentais como o DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs (Uniões Estaduais
dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes).
4. Movimento Operário (ou trabalhista)
O movimento operário começou no século XIX, quando houve um grande aumento no número
de desemprego e da marginalização social, um conjunto de consequências da Revolução
Industrial. Por isso, é um movimento tradicional, que luta pelas classes.

Foi em contexto da precarização das condições trabalhistas, que surgiram os primeiros


movimentos sociais dos operários. No século XIX, os principais movimentos foram:

 Ludismo ou Movimento Ludista: por acreditarem que as máquinas estavam tirando o


emprego dos homens, os trabalhadores criaram o movimento ludista, uma destruição em
massa das máquinas. Esse movimento demonstrava descontentamento dos operários com as
máquinas, que passaram a substituir boa parte dos trabalhos manuais.

 Cartismo: conhecido também como "Carta do Povo", o cartismo tem sua origem na Inglaterra.
Seu objetivo foi reivindicar um espaço político no Estado para os interesses dos trabalhadores,
além do aumento salarial e boas condições de trabalho.

 Sindicalismo: o maior objetivo desse movimento é demonstrar que os sindicatos devem


defender e governar os direitos dos trabalhadores frente ao poder político. Esse movimento
durou do século XIX até o século XX.

Para reivindicar seus interesses e direitos, os trabalhadores se manifestaram por meio


de greves. Esse recurso trabalhista é utilizado até hoje para tentar conquistar melhorias
trabalhistas.

No Brasil, uma das maiores manifestações do movimento operário foi a greve de 1917, em
que milhares de trabalhadores exigiam melhores condições de trabalho e aumento salarial.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A CONDIÇÃO OPERÁRIA

SEUS COMPONENTES

“Essa revolução industrial, que nasceu na Inglaterra do século XVIII e se propaga no século
XIX pelo continente, na França, na Bélgica, a Oeste da Alemanha, no Norte da Itália e em
alguns pontos da península ibérica, repousa no uso de uma nova fonte de energia, o carvão, e
no desenvolvimento das máquinas, depois das invenções que modificam as técnicas de
fabricação. A conjunção desses dois fatores, a aplicação dessa energia nova à maquinaria,
constitui a origem da Revolução Industrial, cujo símbolo é a máquina a vapor.

SUAS CONSEQUÊNCIAS

Essa revolução causa mudanças de espécies diversas. De um lado, o trabalho humano, a


relação do homem com seu trabalho foram profundamente afetados.
5. Movimento Ambientalista
Também conhecido como Movimento Ecológico ou Movimento Verde, está caracterizado nos
chamados "novos movimentos sociais" e compõem diferentes correntes em prol
da preservação do meio ambiente.

Sua maior reivindicação é a proteção ambiental para promover uma vida sustentável e de
qualidade. É caracterizado por ser um movimento de transformação, que visa melhorar a
relação das pessoas e empresas com o meio ambiente.

Em 1970, o ambientalismo se disseminou rapidamente pelo mundo inteiro, fazendo surgir


inúmeros grupos influentes como o Movimento Chipko na Índia e o Greenpeace, fundado no
Canadá em 1971.

A partir da década de 1980, o ambientalismo se multiplicou e consagrou a importância da


educação ambiental para uma mudança geral de hábitos. Além de lutar contra os desafios
ambientais já bem conhecidos, como:

 poluição;

 uso intensivo de agrotóxico;

 desmatamento;

 a perda da biodiversidade;

 a caça excessiva e o comércio ilícito de espécies selvagens;

 urbanização descontrolada;

 esgotamento dos recursos hídricos;

 manipulação genética, aquecimento global.

No Brasil, o movimento ambientalista ganhou força em 1950 e passou a ganhar apoio de


ONGs, como a União Protetora do Ambiente Natural e a Fundação Brasileira para
Conservação da Natureza. Atualmente, a principal bandeira ambientalista brasileira é a
preservação da Floresta Amazônica.
6. Movimento LGBTQIA+
Surgiu na Europa, ainda no século XX. É um movimento estrutural, que luta contra a
homofobia e pela garantia dos direiros dos homossexuais e casais LGBTQI+.

No Brasil, o movimento nasceu no final de 1970, predominantemente formado por homens


homossexuais. Em sua pauta, o movimento luta pelos direitos civis que defende a igualdade de
direitos para toda a comunidade LGBT.

Alguns dos principais objetivos do movimento são:

 Eliminação das leis que proíbem atos homossexuais entre adultos que consentiram;

 Luta contra a homofobia e violência contra homossexuais;

 Fim da discriminação contra gays e lésbicas no emprego;

 Liberação de empréstimos de crédito, habitação, acomodações públicas e outras áreas da vida


que são proibidas em diversos países;

 Criminalização da homofobia.

Compreendendo a sigla:

 L: Lésbicas
Mulheres que sentem atração sexual e afetiva por outras mulheres.
 G: Gays
Homens que sentem atração sexual e afetiva por outros homens.
 B: Bissexuais
Pessoas que sentem atração sexual e afetiva por homens e mulheres.
 T: Transexuais
Pessoas que assumem o gênero oposto ao de seu nascimento. Uma identidade ligada ao
psicológico, e não ao físico, pois nestes casos pode ou não haver mudança fisiológica para
adequação.
 Q: Queer
Sempre foi usada como uma ofensa para a comunidade LGBTQIA+, no entanto, as pessoas do
grupo se apropriaram do termo hoje é uma forma de designar pessoas que não se encaixam à
heterocisnormatividade, que é a imposição compulsória da heterosexualidade e da cisgeneridade.
 I: Intersexo
Pessoas que não se adequam à forma binária (feminino e masculino) de nascença. Ou seja, seus
genitais, hormônios, etc. não se encaixam na forma típica de masculino e feminino.
 A: Assexual
Pessoas que não possuem interesse sexual. Por vezes, esse grupo pode ser também arromântico
ou não, ou seja, ter relacionamentos românticos com outras pessoas.
 P: Pansexual
Pessoas que desenvolvem atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas
independentemente de sua identidade de gênero.
 N: Não-Binário
Pessoas que não se identificam com nenhum gênero, que se identificam com vários gêneros, entre
outras.
 +
O mais serve para abranger as demais pessoas da bandeira e a pluralidade de orientações sexuais
e variações de gênero.

7. Movimentos indígenas;

A luta pela garantia dos direitos indígenas se confunde com a própria história americana,
trazendo à tona questões socioambientais e humanitárias que ainda precisam ser discutidas.

O marco do movimento indígena data de 1940, no México, momento em que foi realizado o
primeiro Congresso Indigenista Americano (Convenção de Patzcuaro), com o objetivo de
criar e discutir políticas que pudessem zelar pelos índios na América.

Porém, no Brasil, começaria a se manifestar de maneira mais organizada apenas na década de


70, tendo em vista a necessidade de proteção de terras em relação a políticas expansionistas
da ditadura militar.

Logo após esse período, em 1983, o primeiro deputado federal indígena é eleito no país,
reforçando a ideia de que, para evoluir em sua luta, os povos indígenas precisariam ser
representados por quem a conhecia e vivenciava de fato.

Nos anos seguintes, os indígenas fizeram-se presentes no Congresso Nacional e na política de


forma geral, organizando protestos e criando grupos autônomos de reivindicações.

Algum tempo se passou até que, em 2002, fosse criada a APIB (Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil), como uma maneira de unir as necessidades dos povos em geral em uma
única voz.

O que busca o movimento indígena?


Os indígenas possuem como objetivo central de sua movimentação política a conservação e
delimitação de áreas indígenas, ou seja, terra. Porém, esse conceito é muito mais amplo do
que o conceito literal.

Dentro do conceito “terra”, estão inseridas reivindicações como educação, saúde diferenciada,
respeito e reconhecimento à cultura, projetos socioeconômicos destinados aos diversos povos,
áreas de preservação e fiscalização ao cumprimento de leis e demarcações.
A luta do movimento indígena no Brasil abrange muito mais do que apenas o território físico.
Uma de suas grandes exigências é a possibilidade de manter sua cultura, seu modo de vida.

8. Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)


A ditadura militar promoveu uma grande concentração de terra nas mãos de latifundiários.
Igualmente, com programas como o Proálcool onde a lavoura de cana de açúcar foi estimulada,
milhares de trabalhadores tiveram suas terras transformadas em canaviais.
Com isso, os camponeses se reuniram em 1984 no “1º Encontro Nacional dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra”, na cidade de Cascavel, no Paraná. Dali, seria formalizado o MST.
Com a elaboração da Constituição de 1988 ficou declarado que as terras que não cumprissem sua
função social deveriam ser desapropriadas (Art. 184 e 186).
Assim, esse movimento envolve a luta política dos camponeses, que não possuem terra e desejam a
redistribuição das terras improdutivas do país.
Para tanto, pedem, sobretudo, pela reforma agrária, a soberania popular e a justiça social.
Alguns dos objetivos defendidos pelo MST durante esses anos:
Reforma Agrária
Justiça social
Causas indígenas e quilombolas
Punição dos assassinos dos trabalhadores rurais
Desapropriação dos latifúndios em posse das multinacionais
Distribuição igualitária das terras
Produção de alimentos nas terras libertadas (soberania alimentar)
Cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR)
Melhoria das condições de vida no campo e na cidade
Redução do Inchaço Urbano
9. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto foi fundado em 1997, como uma versão urbana do MST. O
Movimento declara que seu objetivo central é a luta pelo respeito ao direito constitucional de
moradia (fica tranquilo, falaremos mais sobre isso neste post!).

O movimento atua nas grandes capitais do país, onde organiza trabalhadores urbanos na luta por teto.
As ações do MTST consistem em ocupar imóveis que se encontram em situação de irregularidade, com
o intuito de mobilizar e pressionar as autoridades pela desapropriação desses imóveis (a
desapropriação ocorre quando a justiça pública considera que uma propriedade de terra está irregular e,
por isso, o proprietário perde a o direito de propriedade sobre a terra).

De acordo com o Movimento,mais de 55 mil famílias passaram pelas ocupações em 20 anos. Guilherme
Boulos, atual presidente do MTST, explica que o movimento é majoritariamente formado por pessoas
que não conseguiram pagar os altos preços dos aluguéis nas grandes capitais, pessoas que moravam
em áreas de risco ou que foram despejadas.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE MTST E O MST?

Frequentemente essas duas siglas são usadas como sinônimos ou são atribuídas características de um
movimento ao outro. De fato estes são dois movimentos sociais com diversos pontos em comum, mas
não são a mesma coisa.

De certa forma, ambos são movimentos por moradia, mas um luta por terra e outro luta por casa.
Conforme mencionamos anteriormente, o MTST pode ser entendido como uma vertente urbana do
MST.

Mais recente, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto é formado por trabalhadores urbanos que
se encontram na situação sem teto, ou seja, não possuem moradia própria e/ou não conseguem pagar
aluguel.

Este movimento social protesta contra a desigualdade habitacional nas cidades, onde poucas pessoas
possuem mais de um imóvel enquanto muitas estão sem teto. Por isso, eles pedem por uma Reforma
Urbana.

O Movimento luta pelo direito à moradia, estabelecido pela Constituição Federal, como veremos à
seguir.

O QUE A LEI BRASILEIRA DIZ SOBRE MORADIA?


A Constituição Federal de 1988 estabelece a moradia como um direito social:

Art. 6° São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

A Constituição também afirma que todo cidadão tem direito à um salário mínimo que seja suficiente
para garantir sua moradia:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

IV – salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

O que são os movimentos sociais?


Os movimentos sociais são ações coletivas de um grupo de indivíduos que defende e luta por
alguma causa ou por um objetivo em comum, seja para transformar ou buscar a manutenção
de algo dentro de uma sociedade.

Essa ação tem uma demanda política ou social, podendo ser contra ou a favor do Estado.
Independente de qual seja o movimento, ele sempre tem uma pauta, ou seja, um propósito
para defender.

Os movimentos sociais surgiram como consequência da Revolução Francesa e da Revolução


Industrial, ainda no século XIX. Com o aumento do desemprego, das baixas condições salariais
e da marginalização, grupos de operários passaram a reivindicar direitos trabalhistas.

Os movimentos sociais da época eram então compreendidos como o proletariado contra a


burguesia. Porém, após a segunda metade do século XX, os ditos "novos movimentos sociais"
passaram a surgir para reivindicar modelos diferentes de mudanças sociais.

A sigla representativa da comunidade gay já passou por diversas mudanças. Uma vez
chamada de comunidade LGBT, atualmente ela já abrange mais letras, e hoje é
correspondida pela sigla LGBTQIAPN+.

Essas mudanças na nomenclatura ocorrem porque somos uma sociedade em constante


evolução, e estamos sempre buscando maneiras de compreender o ser humano e toda
pluralidade que envolve as formas de ser e de amar. Dito isso, sabemos que essas alterações
e nomenclaturas podem gerar bastante dúvida. Pensando nisso, preparamos uma breve
explicação para ajudar você a entender o que cada letra da sigla LGBTQIAPN+ representa.
O movimento LGBTQIA+ no Brasil

A partir da década de 70, o movimento LGBTQIA+ deu os primeiros passos no Brasil. E isso

aconteceu em um momento muito conturbado: durante a ditadura militar.

Foi naquela época que dois jornais de publicações alternativas se destacaram: jornal ChanacomChana

e Lampião da Esquina. No final da década de 70, o Lambião da Esquina tratava sobre diversas

questões sociais e não escondia a sua origem homossexual – e denunciavam sem medo as violências

que ocorriam contra a comunidade LGBTs na época.

No início da década de 80, foi o ChanacomChana que ganhou destaque. O jornal era vendido no

Ferro’s, um bar que era frequentado por lésbicas. Na época, a venda não era aprovada pelos donos e

isso gerou tumulto: após dois anos da comercialização dos jornais, as mulheres de lá foram expulsas

por eles.

Pouco tempo depois, no dia 19 de agosto, às mulheres – que até então haviam sido expulsas –

juntamente de ativistas LGBTs, promoveram um ato político que teve, como finalidade, o fim da

proibição da venda e circulação do jornal.

O episódio foi comparado ao que aconteceu em 1969 nos Estados Unidos e, então, ficou conhecido

como Stonewall brasileiro. Devido a esse fato, o dia 19 de agosto tornou-se o Dia do Orgulho Lésbico

em São Paulo.

Foi a partir de então que a luta por essas causas começou a ser cada vez mais presente e notada em

nosso país.

Por que o movimento LGBTQIA+ é importante?

Desde as primeiras manifestações, o movimento LGBTQIA+ tem o mesmo objetivo: lutar e buscar pela

igualdade social e contra o preconceito que algumas pessoas infelizmente têm contra outras que se

enquadram no LGBTQIA+.

Sendo assim, torna-se também uma luta pela busca de direitos, visando uma maior representatividade

de pessoas LGBTQIA+ nos mais diversos ambientes, e não à margem da sociedade.


O movimento LGBTQIA+ tem uma grande importância devido a mensagem que deseja passar: todos

são merecedores de respeito, cuidado, direitos e igualdade perante a sociedade.

Quais são os significados das siglas LGBTQIA+?

Com o passar do tempo, as siglas LGBT foram ganhando mais destaque e aderindo mais pessoas.

Hoje, as siglas são LGBTQIA+ e o termo está em constante mudança… e você já deve ter se

perguntado sobre o que significa lgbtqia+, não é mesmo?

Certamente você já ouviu falar dessa sigla e o significado de cada letra. Mas você sabe quais são

as definições das siglas LGBTQIA+?

 L: Lésbicas
Mulheres que sentem atração sexual e afetiva por outras mulheres.
 G: Gays
Homens que sentem atração sexual e afetiva por outros homens.
 B: Bissexuais
Pessoas que sentem atração sexual e afetiva por homens e mulheres.
 T: Transexuais
Pessoas que assumem o gênero oposto ao de seu nascimento. Uma identidade ligada ao
psicológico, e não ao físico, pois nestes casos pode ou não haver mudança fisiológica para
adequação.
 Q: Queer
Sempre foi usada como uma ofensa para a comunidade LGBTQIA+, no entanto, as pessoas do
grupo se apropriaram do termo hoje é uma forma de designar pessoas que não se encaixam à
heterocisnormatividade, que é a imposição compulsória da heterosexualidade e da cisgeneridade.
 I: Intersexo
Pessoas que não se adequam à forma binária (feminino e masculino) de nascença. Ou seja, seus
genitais, hormônios, etc. não se encaixam na forma típica de masculino e feminino.
 A: Assexual
Pessoas que não possuem interesse sexual. Por vezes, esse grupo pode ser também arromântico
ou não, ou seja, ter relacionamentos românticos com outras pessoas.
 P: Pansexual
Pessoas que desenvolvem atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas
independentemente de sua identidade de gênero.
 N: Não-Binário
Pessoas que não se identificam com nenhum gênero, que se identificam com vários gêneros, entre
outras.
 +
O mais serve para abranger as demais pessoas da bandeira e a pluralidade de orientações sexuais
e variações de gênero.

Vale lembrar que apesar de ser a versão mais atual da sigla, ela pode sofrer modificações a
qualquer momento à medida que os estudos de gênero e sexualidade se aprofundam cada vez
mais.

A sigla, muito mais do que para colocar as pessoas em caixinhas e classificações, é uma
ferramenta para ajudar a incluir e compreender a pluralidade do ser humano.

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