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UMA REFLEXÃO A RESPEITO DO PROTAGONISMO JUVENIL

NAS ESCOLAS PÚBLICAS


Por Roberta Miranda.

O capítulo III da Constituição Federal de 1988 dispõe sobre educação e vai


assegurar em seus artigos que ela deve ser de qualidade e direito de todos, entretanto isso
nem sempre se verifica na realidade.. Os estudantes independente do nível de ensino,
caracterizam uma importante força de luta social e, quando organizados, podem alcançar
suas reivindicações. As lutas estudantis estão em geral relacionadas com a garantia dos
direitos e representam o protagonismo juvenil nestas escolas e universidades, a
democratização e politização destes indivíduos e demonstra a capacidade de emancipação
e pensamento crítico que a educação pode desenvolver.
Segundo Gonzalez & Sanchez (2011) e Reyes (2013) os estudantes latino
americanos, no Brasil, Argentina e Chile em especial, tiveram participação ativa ao longo do
século XX, tornando-se uma força democratizadora tanto dentro das escolas e
universidades quanto fora delas, lutando contra as políticas de privatização e projetos
neoliberais. Dessa forma, estes alunos mobiliam-se e se politiam a medida em que tomam o
protagonismo em suas próprias escolas, identificando problemas, e questionando formatos
autoritários e tradicionais do Estado.
De acordo com Rivera (2015), as ocupações surgiram num quadro de
transformações sociais e políticas, assim, o movimento OcupaEscola iniciado em 2016 foi
responsável por unir milhares de estudantes pela luta por uma educação pública de
qualidade e emancipatória em meio a um cenário político caótico. O que se iniciou no Rio
de Janeiro antes de se irradiar pelo Brasil inteiro, foi um perfeito exemplo de como os
estudantes têm força quando organizados pela defesa de seus direitos. assegurados pelo
capítulo III da Constituição Federal que dispõe sobre a educação enquanto direito de todos.
O movimento estudantil, portanto, é o fruto de uma educação emancipadora e tem
importância certa na luta por direitos educacionais, mas também contribuiu e contribui em
movimentos de luta que não envolvem necessariamente as demandas estudantis, mas
sociais e democráticas.

Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
Cadena-Roa, J. Las organizaciones de los movimientos sociales y los movimientos
sociales en México, 2000-2014. México, 2016.
GONZÁLEZ, S; SÁNCHEZ, A. 154 anos de movimentos estudantis na América Latina.
Universidade Nacional Autônoma do México, México, 2011.
Guzmán-Concha, C. Movimentos estudantis e mudança política na América Latina
contemporânea. Revista da Sociedade de Estudos LatinoAmericanos, 2016.
Reyes, L. La ciudadanía en México: un breve recuento histórico, 2013.
Gomes, S., & Gómez-Abarca, C. #Ocupaescola, #Ocupatudo. Experiencias políticas de
estudiantes de secundaria en el 2016, en Río de Janeiro, Brasil. Revista
Latinoamericana de Ciencias Sociales, 2018.

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