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2013

Um Movimento de
Muitas Bandeiras
CONTEXTO
2013 pode ser considerado um dos
anos mais enigmáticos da história
política recente do Brasil. Em junho
daquele ano, surgiu uma onda de
pequenos protestos, realizados por
movimentos estudantis de algumas
capitais, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis,
com o foco principal de barrar o
aumento das tarifas de transporte
público.
OBJETIVOS
Reivindicou principalmente a
tarifa zero nos transportes
públicos, o fim da violência
policial, maior investimentos em
serviços públicos, assim como
reivindicações trabalhistas e
classistas. Categorias em greve
também reivindicaram suas
próprias pautas.
Entenda o que Houve
Há muitos anos, o reajuste das tarifas era
questionado pelo movimento estudantil pois, além
de caro, o transporte público nas cidades
brasileiras continua a ser oferecido em péssimas
condições. De imediato, houve a tentativa de
reprimir os protestos, com uso intenso da força
policial, que em diversos casos agiu com
truculência, através do uso desmedido de bombas
de efeito moral e gás lacrimogêneo, além da
utilização de balas de borracha. Tais ações
atingiram diversos manifestantes e até jornalistas,
o que gerou um forte sentimento de revolta, que
foi amplamente difundido pelas redes sociais.
O Aumento dos Protestos
A tática de repressão utilizada pela
polícia não funcionou e fez o movimento
crescer. Cada vez mais e mais pessoas
passaram a ir às ruas e as bandeiras dos
protestos se diversificaram: passou-se a
exigir não só a melhoria nos transportes
públicos, mas dos serviços públicos em
geral, especialmente educação e saúde.
Protestou-se também contra a realização
da Copa do Mundo de 2014 (que foi
realizada no Brasil), contra a corrupção e
contra a violência policial, nestes
protestos houve até mesmo mortes por
parte dos protesantes
O "FIM" DOS PROTETOS
É importante notar também que foi a primeira
grande onda de protestos ocorrida no país após a
massificação das redes sociais, o que certamente
alçou as manifestações a um novo patamar.
Pode-se dizer que o movimento foi vitorioso, pois
levou à revogação do aumento das tarifas. Além
disso, foi promulgada lei que determina 75% dos
royalties do petróleo passarão a ser destinados à
educação e os outros 25% para a saúde. Por fim,
foi proposta a instalação de uma assembleia
constituinte para debater uma reforma política.
Essas medidas foram anunciadas pela então
presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de
rádio e televisão.
2016
As Ocupações das Escolas
CONTEXTO
Em 2016, as ocupações estudantis escancaram a
situação de calamidade da educação pública no
país. Inspirados pelos secundaristas de São
Paulo, que ocuparam centenas de escolas e
derrotaram a reorganização escolar proposta
por Alckmin, os estudantes fizeram o maior
movimento de ocupações da história do país.
Enfrentando a repressão do Estado, a
burocratização de entidades como a UNE e UBES,
a criminalização da mídia burguesa, e ainda
frequentes ataques da direita, os estudantes
ocuparam as instituições de ensino para dar
uma grande aula de luta e resistência.
Objetivos
• Mais investimentos e melhores condições na
educação para os alunos e professores

• Combate a corrupção

• Impedir a reforma do ensino médio


anunciada pelo governo de Michel Temer(Uma
de suas propostas era a privatização do
ensino).

• Impedir a aprovação de projetos como a PEC


241 e o PL 193, conhecido como "Escola sem
Partido", no Congresso Nacional

• Fim do parcelamento de salário aos


professores no Rio Grande do Sul pelo Governo
Sartori
Entenda o
que houve
Goiás, novamente São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul. Foram centenas de ocupações no primeiro semestre do ano.
As reivindicações levantadas pelos estudantes refletiam os planos
de precarização, privatização e sucateamento da educação
pública, além da corrupção dos governos.
Em Goiás, estudantes e professores ocupam escolas e a Secretaria
de Educação contra a gestão privatizada das escolas proposta por
Marconi Perillo (PSDB). Em São Paulo, as ETECs se levantaram
contra o escândalo do roubo da merenda no governo de Alckmin
(PSDB). No Rio, estudantes e professores lutavam contra os cortes
do Pezão (PMDB). No Ceará, o abandono da educação por parte do
governo de Camilo Santana (PT) foi o que incitou a revolta
estudantil. No Rio Grande do Sul, educadores e estudantes
lutaram juntos contra o governo Sartori, e ocuparam mais de 150
escolas em defesa da educação pública.
O Fim
A decisão da juíza que pôs fim às ocupações, em 2016, acatou os argumentos da
gestão de Beto Richa de que o governo estadual não tinha como atender às
reinvindicações dos estudantes por serem medidas da esfera federal, que as
ocupações prejudicariam a retomada das aulas e a realização das provas do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que os secundaristas já tinham
realizado o seu direito de manifestação por permanecerem cerca de 10 dias nos
prédios e que, durante a permanência dos alunos, a possibilidade de
“infiltrados” gerarem “dano pessoal e também ao patrimônio público” seria
iminente.
Os estudantes, então, decidiram cumprir a liminar (decisão de urgência) e
desocupar os prédios pelo risco do pagamento de R$ 1 mil de multa diária.
“Quando a gente recebeu o oficial de justiça, estavam eu e dois alunos, além do
Conselho Tutelar, e eles fizeram vistoria acompanhados por mim e a gente
entregou a escola limpa, com melhorias, como a maioria das escolas fizeram”,
lembra Poliana. “Primeiro, as pessoas entendiam que era uma baderna, depois a
gente foi conversando, conscientizando e explicando o contexto, a gente não
estava ali para matar aula, [a ocupação] era a única coisa que a gente podia
fazer naquela época”.

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