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HORIZONTE

UNIVERSITÁRIO
A história do ensino superior no Brasil
O ensino superior no Brasil tem uma história rica e complexa, que remonta ao período colonial. As
primeiras instituições de ensino superior no Brasil foram criadas durante o período colonial, com
destaque para a fundação da Universidade de São Paulo (USP) em 1934 e da Universidade do Brasil
(atual UFRJ) em 1920.

Durante boa parte da história brasileira, o acesso ao ensino superior foi restrito a uma parcela
reduzida da população, principalmente devido a questões sociais, econômicas e políticas.
Antigamente, as faculdades públicas no Brasil eram consideradas instituições elitizadas, reservadas
principalmente para as camadas mais privilegiadas da sociedade. Isso se devia a diversos fatores
históricos e sociais que limitavam o acesso de grupos menos favorecidos economicamente ao
ensino superior público.

A elitização das faculdades públicas era reflexo de um sistema educacional que historicamente
privilegiava as elites intelectuais e econômicas do país. O acesso a essas instituições era restrito e
muitas vezes condicionado a critérios sociais e econômicos que excluíam grande parte da
população, especialmente os mais pobres e marginalizados. Foi somente a partir da década de
1960, durante o governo de Juscelino Kubitschek, que houve um grande impulso na expansão do
ensino superior no país, com a criação de diversas universidades e faculdades. No entanto, ao
longo das últimas décadas, houve um movimento de democratização do ensino superior no Brasil,
com a implementação de políticas de inclusão e acesso à educação pública de qualidade para
todos. Programas como as cotas raciais e sociais, além de iniciativas de assistência estudantil, têm
contribuído para ampliar o acesso de grupos historicamente excluídos às faculdades públicas.

As faculdades privadas no Brasil têm uma história que se entrelaça com o desenvolvimento do
ensino superior no país. Inicialmente, as primeiras faculdades eram em sua maioria públicas, mas
ao longo do tempo surgiu a necessidade de expandir a oferta de cursos superiores, o que levou ao
crescimento do setor privado. No período colonial e imperial, o ensino superior estava concentrado
nas instituições públicas, como as faculdades de direito e medicina. Foi somente a partir do século
XX, com a urbanização e industrialização do país, que surgiram as primeiras faculdades privadas,
inicialmente focadas em áreas específicas, como administração e ciências contábeis.

Com o passar das décadas, as faculdades privadas se expandiram consideravelmente, oferecendo


uma ampla gama de cursos em diversas áreas do conhecimento. Essas instituições desempenham

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um papel fundamental na democratização do acesso ao ensino superior no Brasil, atendendo a
uma parcela significativa da demanda por educação de nível universitário.

As faculdades privadas também desempenham um papel importante na inovação educacional e na


oferta de programas acadêmicos alinhados às demandas do mercado de trabalho. Muitas delas
mantêm parcerias com empresas e organizações para oferecer estágios e oportunidades de
inserção profissional aos estudantes. Hoje em dia, as faculdades privadas constituem uma parte
significativa do cenário do ensino superior no Brasil, contribuindo para a formação de profissionais
qualificados e para o desenvolvimento socioeconômico do país.

Políticas publicas
Com certeza! Atualmente, as universidades têm buscado promover mais diversidade, inclusão e
democratização no acesso ao ensino superior. Para alcançar esse objetivo, diversos sistemas de
cotas foram implementados, visando ampliar as oportunidades para grupos historicamente sub-
representados. A seguir, vou apresentar alguns desses sistemas de cotas e como têm contribuído
para uma maior equidade no cenário educacional.

Cotas Raciais:
• Contribuíram para a inclusão de estudantes negros e pardos, que historicamente
enfrentaram desigualdades no acesso à educação.
• Permitiram a diversificação do corpo discente nas universidades, promovendo um ambiente
acadêmico mais representativo da sociedade brasileira.

Cotas Socioeconômicas:
• Proporcionaram oportunidades para estudantes de baixa renda que, de outra forma, teriam
dificuldades em arcar com os custos do ensino superior.
• Reduziram as disparidades socioeconômicas no acesso à educação superior, possibilitando
que indivíduos de diferentes origens econômicas pudessem buscar formação acadêmica.

Cotas para Alunos Oriundos de Escola Pública:


- Ampliaram as chances de ingresso de estudantes que cursaram o ensino médio em escolas
públicas, muitas vezes com recursos e estrutura limitados.

- Estimularam a inclusão de jovens provenientes de comunidades menos favorecidas,


enriquecendo a diversidade e experiências presentes nas instituições de ensino.

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Essas políticas têm desempenhado um papel fundamental na promoção da equidade no acesso ao
ensino superior, possibilitando que indivíduos de diferentes origens e realidades tenham a
oportunidade de buscar uma formação acadêmica.

Enem
Em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi criado com o objetivo inicial de avaliar a
qualidade do ensino médio no Brasil, proporcionando dados para a formulação de políticas
educacionais. Posteriormente, em 2004, o ENEM passou a ser utilizado como uma forma de
vestibular por diversas universidades, nesse mesmo ano, foi instituído o Programa Universidade
para Todos (ProUni), uma iniciativa que visa conceder bolsas de estudo integrais e parciais em
instituições privadas de ensino superior para estudantes de baixa renda. Essa medida representou
um marco significativo na promoção da inclusão e democratização do acesso à educação superior
no Brasil.

Linha do tempo do ENEM

1998

Criação do Enem com provas aplicadas em um único dia 63 questões redação

2001

Criação da isenção da taxa de inscrição para estudantes da rede pública. +de 1,6 milhão de
inscritos

2004

Criação do Prouni, programa que concede bolsa de estudos em universidades privadas, com base
na nota do Enem. bolsas integrais 100% | bolsas parciais 50% 2009 Reformulação do Enem, que
passou a ser aplicado em dois dias (sábado e domingo). 180 questões redação

2010

Universidades públicas passam a aceitar a nota do Enem como forma de ingresso através do Sisu.

2015

As notas do Enem passam a ser um dos critérios para inscrição no Fies.

2017

As provas passam a ser realizadas em dois domingos consecutivos.

2018

Além dos pedidos de isenção, candidatos isentos e ausentes na edição anterior devem justificar a
falta para solicitar novo benefício.

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2018 Participantes tiveram 30 minutos a mais para responder as questões do 2º dia de prova,
passando de 4h30 para 5h.

2020 Lançamento do Enem Digital, com questões pelo computador e só a redação feita de forma
manuscrita.

2022 Pagamento da taxa de inscrição por PIX ou cartão de crédito, além do tradicional boleto.

2022 Podem ser apresentados documentos digitais como forma de identificação, desde que
apresentados nos respectivos aplicativos oficiais. -Titulo, CNH Digital e RG Digital.

algumas faculdades oferecem programas de auxílio social para seus estudantes, visando apoiar
aqueles que enfrentam desafios financeiros ou outras dificuldades durante sua jornada acadêmica.
Esses auxílios podem incluir suporte financeiro, auxílio moradia e até mesmo assistência com
creches para estudantes que são pais ou responsáveis por crianças pequenas. Essas iniciativas
complementam os programas governamentais e contribuem para a construção de um ambiente
acadêmico mais inclusivo e favorável ao sucesso de todos os estudantes.

O desinteresse dos jovens pelo ensino superior


Segundo dados do Censo da Educação Superior do Inep, houve uma queda no número de
estudantes que ingressaram nas instituições federais por meio da Lei de Cotas. Em 2024, 108,6 mil
calouros entraram nas universidades públicas, representando uma redução de 13% em relação a
2021. Paralelamente, a quantidade de ingressos no Ensino Superior por ampla concorrência
cresceu 9% desde 2021.

Além disso, o total de inscritos nos vestibulares mais tradicionais do país e no Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) vem diminuindo ano a ano. Em 2022, o número de inscritos no Enem foi o
segundo menor desde 2005, com 3,4 milhões de inscritos, seguido por 3,1 milhões em 2021.

Outro ponto destacado é a falta de informação sobre as universidades públicas para os estudantes
das redes municipais e estaduais, levando à ausência de conhecimento sobre a possibilidade de
ingressar nessas instituições. Esta falta de informação pode representar uma barreira significativa
para o acesso ao ensino superior.

Além disso, há um crescimento preocupante de um discurso anticiência influenciado por lideranças


e influenciadores digitais, afetando a percepção dos jovens em relação à ciência e à frequência em
espaços científicos.

Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que os jovens se
inscrevam no Enem visando recuperar a relevância do exame e incentivar a busca por
oportunidades no ensino superior

Objetivo do projeto:

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O objetivo do projeto é debater de forma abrangente e engajada com os alunos sobre a história
do ensino superior no Brasil. Pretendemos apresentar a eles seus direitos em relação às cotas e
programas sociais, promovendo um diálogo aberto e esclarecedor sobre as oportunidades de
acesso à educação superior. Além disso, buscamos conversar com os alunos sobre a importância
do Enem como uma ferramenta de avaliação e porta de entrada para o ensino superior.

A proposta é realizar palestras nas escolas, proporcionando um espaço para discussão e reflexão
sobre esses temas relevantes. Em seguida, para os alunos que demonstrarem interesse, planejamos
promover um evento online, ampliando o alcance das informações compartilhadas durante as
palestras e incentivando a participação ativa dos estudantes interessados.

Em resumo, o evento online proposto será uma extensão das palestras realizadas nas escolas,
oferecendo orientações detalhadas sobre como verificar a elegibilidade para programas e cotas,
além de servir como um guia prático para acessar o ensino superior. A realização desse evento no
Instagram ampliará seu alcance, alcançando não apenas estudantes, mas também um público mais
amplo interessado no tema.

Acredito que essa iniciativa contribuirá significativamente para a disseminação de informações e o


empoderamento daqueles que desejam buscar oportunidades educacionais. Esperamos que esse
evento online seja uma fonte valiosa de conhecimento e orientação para todos os participantes.

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