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Introdução
O escopo do problema
Quem é sub-representado?
A dinâmica social é fluida; em uma sociedade, o tempo pode mudar quem está
em desvantagem. Houve uma época em que mal havia mulheres no ensino
superior. Hoje em muitos países há mais mulheres que homens na
universidade. Em um artigo com foco especial, a University World News (25 de
outubro de 2009) observou que, com exceção de alguns campos (engenharia,
ciência e tecnologia da informação), as mulheres são maioria na Europa, na
América do Norte, na América Latina e no Caribe, e nos países árabes não
estão muito atrás. Atualmente, no grupo de referência da OCDE (Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), apenas alguns países
ainda têm maioria de matrículas do sexo masculino (Japão, Turquia e Coreia).
Na Suécia, para aumentar o número de matrículas de homens na universidade
houve até ação afirmativa, recentemente contestada na Justiça por um grupo
de mulheres. O sexo feminino representa 60% das matrículas nas
universidades suecas (The Chronicle of Higher Education, 13 de janeiro de
2010). No mundo todo as mulheres são mais propensas a completar seus
estudos, segundo dados de países da OCDE – uma mudança interessante em
relação ao passado (OCDE 2009).
Os fatores que determinam quem tem acesso ao ensino superior e quem será
bem-sucedido mudaram em muitos países. Hoje é tão provável que seja o
status econômico quanto a raça, o gênero ou a etnia que determina quem tem
acesso às melhores oportunidades de ensino pós-secundário e quem é mais
propenso a terminar os estudos. Na verdade, os alunos são muitas vezes
prejudicados por uma “variedade de marcadores de identidade” (Morley et al.
2009), em vez de uma única característica (Schwartzman 2006). Distribuir
oportunidades igualitárias, determinar se um determinado grupo deve receber
atenção especial na admissão e se a participação de outro grupo deve ser
restringida, tudo isso contribui para os dilemas da responsabilidade social que
o ensino superior está sendo chamado a enfrentar. Se o objetivo de maior
igualdade é de modo geral compartilhado, determinar quem e como é mais
difícil de resolver, e diferentes países adotaram diferentes estratégias na busca
de uma sociedade mais igualitária.
Só 176, ou pouco mais de 0,5%, dos quase 30 mil alunos que receberam três
notas A no A-level no ano passado se qualificavam para receber refeições
gratuitas, de acordo com dados que mostram que a renda familiar é o melhor
indicador individual do sucesso escolar da criança.
Elas [as novas estatísticas] foram divulgadas pelos ministros em resposta a
perguntas do secretário “paralelo” da Infância, Michael Gove, que disse que
elas ilustram a luta das universidades do topo para recrutar candidatos de alto
nível entre as famílias mais pobres (Curtis, 2008).
Alunos que não são suficientemente competitivos para atrair as escolas de elite
– grupos difíceis de serem atingidos – tendem a permanecer concentrados em
instituições menos exigentes (geralmente escolas politécnicas, community
colleges, grandes faculdades sob administração local). Além disso, esses
estudantes tendem a ficar mais perto de casa por razões econômicas,
familiares e culturais. Isso é especialmente verdade no que tange a crianças de
comunidades indígenas, que muitas vezes são isoladas. Assim, a qualidade da
educação que estudantes de grupos sub-representados podem seguir talvez
esteja ligada à geografia (Gibbons & Vignoles 2009; Piquet 2006).
Conclusão
Referências
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