Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
NITERÓI-RJ
25/03/2021
Nesta atividade apresentarei os limites e potencialidades das políticas afirmativas voltadas para
o ensino superior, em específico ao sistema de cotas. Relacionando os impactos da política de
cotas para a juventude negra nas universidades, quanto as condicionantes histórias que
permeiam a vida social dos grupos vulneráveis da sociedade brasileira. A partir disso, tomei o
artigo de Rosana Heringer, os dados do Atlas da violência 2019, e a entrevista de Muhammad
Ali, sobre representatividade negra como parâmetro para esta discussão.
No que se refere as políticas afirmativas voltadas para o ensino superior, é possível descrever
os limites encontrados na implementação do sistema de cotas. Para tal constatação podemos
examinar as delimitações das potencialidades e desafios destas demandas respectivamente. Em
primeiro lugar a ampliação do acesso de estudantes de escola pública, pretos, pardos e
indígenas ao ensino superior iniciou a abertura de novos oportunidades a estes grupos. Dados
apresentados na Tabela 1, (Rosana Heringer, Um Balanço de 10 Anos de Políticas de Ação
Afirmativa no Brasil) demonstram que houve um salto de 10,2% para 35,8% de frequência.
Entre as medidas políticas implementadas podemos citar a expansão do número de vagas em
instituições federais de ensino, através da criação de novas instituições, novos cursos e também
da ampliação e criação dos cursos noturnos. Outros avanços significativos foi a criação do
PROUNI (Programa Universidade para Todos em 2004, que tem como objetivo a concessão de
bolsas financiadas pelo governo federal em instituições privadas de ensino superior) e a
ampliação do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudantil do ensino superior, criado em
1999). Outro aspecto de suma importância foi a constitucionalidade das políticas de ação
afirmativa pelo STE (Supremo Tribunal Federal) em 2012, principalmente no componente
racial. Após isso o congresso aprovou a Lei 12.711, que instituiu cotas nas instituições federais
de ensino. A lei estabelecia que até 2016 pelo menos 50% das vagas das instituições de
educação superior federais focem reservadas para estudantes de escola pública. Dentro desta
porcentagem também são levados em conta a renda familiar e a autoclassificação racial. Em
um curto período de tempo foi possível observar resultados positivos causados pela
implementação das cotas.
Desta forma, em segundo lugar, dentro dos limites da implementação do sistema de cotas o
estudante precisar lutar contra diversos desafios. Desta maneira foi criado o programa federal
PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil), que tem como objetivos ações a serem
adotadas nas seguintes áreas: moradia, transporte, atenção à saúde, inclusão digital e cultural,
esportes, educação infantil para filhos de estudantes, acessibilidade, alimentação, participação
e aprendizagem de estudantes portadores de deficiência. No entanto existe várias críticas quanto
a funcionalidade do PNAES, dados do Censo da Educação Superior de 2010 exibem que apenas
18,3% dos estudantes ingressantes em universidades públicas através de cotas recebiam algum
tipo de assistência estudantil, e apenas 9% deles recebiam algum tipo de benefício (PAIXÃO
ET ALLI, 2012). Além disso, estudantes cotistas ou de origem popular social se deparam com
a existência de fronteiras simbólicas ainda não extintas, relacionadas a como estes estudantes
se veem dentro do espaço acadêmico e como percebem que são vistos.
Referências Bibliográficas:
ALI, Muhammad: Porque tudo é branco? Depoimento sobre suas conclusões a respeito da
representatividade negra na sociedade estadunidense (1971): Youtube, BBC News Brasil, 10
de jun. de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GryqqaJMvDY