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NOVA FRIBURGO
2024
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
NOVA FRIBURGO
2024
TÍTULO DO TCC: EVASÃO ESCOLAR: UM DESAFIO PERSISTENTE NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
2 DESENVOLVIMENTO
A evasão escolar é um fenômeno complexo que tem sido objeto de estudo e análise por
diversos teóricos e pesquisadores ao longo do tempo. Para compreender melhor esse fenômeno,
recorremos a uma variedade de teorias e conceitos que ajudam a explicar as causas,
consequências e estratégias de intervenção relacionadas à evasão escolar.
Uma das teorias amplamente reconhecidas no estudo da evasão escolar é a teoria do
capital humano, proposta por Theodore Schultz. Segundo essa teoria, o investimento em educação
é crucial para o desenvolvimento humano e econômico, pois aumenta as habilidades e
conhecimentos dos indivíduos, tornando-os mais produtivos e competitivos no mercado de trabalho.
Assim, a evasão escolar pode ser vista como uma perda de capital humano, com impactos
negativos tanto para os indivíduos quanto para a sociedade como um todo.
Além disso, a teoria da escolha racional, desenvolvida por Gary Becker, sugere que os
indivíduos tomam decisões com base em uma análise custo-benefício, pesando os custos e
benefícios de diferentes alternativas. Nesse contexto, a evasão escolar pode ser vista como uma
escolha racional feita pelos alunos, que podem perceber mais benefícios em deixar a escola do que
em continuar seus estudos.
Outra teoria relevante é a teoria do vínculo social, proposta por Émile Durkheim, que
destaca a importância dos laços sociais na manutenção da coesão e integração social. Segundo
essa teoria, a falta de conexões sociais e apoio emocional pode levar os alunos a se sentirem
desvinculados da escola, aumentando assim a probabilidade de evasão.
Além das teorias mencionadas, uma variedade de estudos empíricos e revisões de literatura
fornecem insights adicionais sobre os determinantes e consequências da evasão escolar. Autores
como Robert Balfanz, Jay Smink, Pedro R. Portes, Patricia M. McDonough e Russell W. Rumberger,
entre outros, contribuíram significativamente para o campo, fornecendo análises detalhadas sobre
fatores de risco, impactos sociais e estratégias de intervenção relacionadas à evasão escolar.
A evasão escolar, como mencionado anteriormente, é influenciada por uma série de fatores inter-
relacionados, que abrangem desde questões socioeconômicas até dinâmicas familiares, institucionais e
individuais. No contexto socioeconômico, a pobreza emerge como um dos principais impulsionadores da
evasão escolar. As famílias em situação de pobreza frequentemente enfrentam dificuldades para fornecer
recursos financeiros adequados para apoiar a educação de seus filhos. Isso pode incluir a falta de acesso
a materiais escolares, uniformes, transporte e até mesmo alimentação adequada. Além disso, a
necessidade de contribuir com a renda familiar pode levar os jovens a buscar empregos precários,
abandonando os estudos em busca de sustento imediato.
A dinâmica familiar desempenha um papel crucial na decisão dos alunos de abandonar a escola.
Ambientes familiares instáveis, marcados por conflitos, violência doméstica ou negligência, podem ter um
impacto devastador no bem-estar emocional e no desempenho acadêmico dos estudantes. Além disso, a
falta de apoio e incentivo dos pais pode deixar os alunos desmotivados e desengajados em relação à
educação, aumentando assim a probabilidade de evasão.
No âmbito institucional, a qualidade do ensino e o ambiente escolar desempenham um papel
significativo na evasão escolar. Escolas com recursos limitados, infraestrutura inadequada e professores
desmotivados podem não oferecer um ambiente propício para o aprendizado e o desenvolvimento dos
alunos. Além disso, políticas educacionais inadequadas, como currículos desatualizados e métodos de
ensino pouco eficazes, podem não atender às necessidades e interesses dos alunos, levando à
desmotivação e ao abandono escolar.
Por fim, os fatores individuais, como problemas de saúde mental, dificuldades de aprendizagem e
falta de motivação, também desempenham um papel significativo na evasão escolar. Alunos que
enfrentam problemas de saúde mental não tratados, como depressão ou ansiedade, podem ter
dificuldade em se concentrar nos estudos e se envolver nas atividades escolares. Da mesma forma, os
alunos com dificuldades de aprendizagem não diagnosticadas ou não tratadas podem se sentir
desencorajados e incapazes de acompanhar o ritmo das aulas, levando ao desinteresse e à evasão.
A complexidade dos fatores individuais que contribuem para a evasão escolar requer uma
abordagem personalizada e sensível às necessidades específicas de cada aluno. Problemas como
bullying, discriminação, exclusão social e falta de autoconfiança também podem desempenhar um papel
significativo na decisão dos alunos de abandonar a escola. É essencial abordar essas questões de
maneira proativa, criando um ambiente escolar seguro, inclusivo e acolhedor, onde todos os alunos se
sintam valorizados e apoiados.
Além dos fatores mencionados anteriormente, é importante reconhecer a influência do contexto
cultural e social na evasão escolar. Normas culturais, expectativas familiares e valores comunitários
podem influenciar significativamente o comprometimento dos alunos com a educação. Por exemplo, em
algumas comunidades, as meninas podem enfrentar barreiras adicionais para acessar a educação devido
a normas de gênero arraigadas que priorizam a educação dos meninos. Da mesma forma, grupos étnicos
ou minoritários podem enfrentar discriminação e marginalização nas escolas, o que pode afetar
negativamente sua motivação e desempenho acadêmico.
No entanto, apesar dos desafios enfrentados, existem várias estratégias eficazes de prevenção e
intervenção que podem ajudar a reduzir a evasão escolar e promover o sucesso dos alunos. Por
exemplo, programas de apoio socioemocional que visam fortalecer as habilidades de resiliência,
autoestima e habilidades sociais dos alunos podem ajudar a reduzir os fatores de risco associados à
evasão escolar. Além disso, iniciativas que promovem a participação dos pais na educação de seus
filhos, como programas de orientação familiar e envolvimento comunitário, podem ajudar a fortalecer os
laços familiares e criar uma rede de apoio mais ampla para os alunos.
No nível institucional, investir na melhoria da qualidade do ensino, oferecendo currículos
relevantes e desafiadores, métodos de ensino inovadores e oportunidades de aprendizagem práticas e
significativas, pode ajudar a aumentar o engajamento dos alunos na escola. Além disso, a implementação
de políticas educacionais inclusivas e sensíveis à diversidade, que reconhecem e valorizam as diferentes
origens, experiências e habilidades dos alunos, pode ajudar a criar um ambiente escolar mais acolhedor
e equitativo para todos.
Portanto, é crucial desenvolver sistemas de apoio abrangentes e coordenados que identifiquem
precocemente os alunos em risco de evasão escolar e ofereçam intervenções personalizadas e baseadas
em evidências para ajudá-los a superar esses desafios. Isso pode incluir o fornecimento de serviços de
aconselhamento individualizado, tutoria acadêmica, programas de recuperação de créditos e
oportunidades de educação alternativa.
Em suma, abordar efetivamente a evasão escolar requer uma abordagem abrangente e
colaborativa que envolva todos os stakeholders, incluindo educadores, pais, alunos, comunidades e
formuladores de políticas. Ao reconhecer e enfrentar os fatores subjacentes à evasão escolar e
implementar estratégias de prevenção e intervenção baseadas em evidências, podemos criar um
ambiente escolar mais inclusivo, equitativo e acolhedor, onde todos os alunos tenham a oportunidade de
alcançar seu pleno potencial acadêmico e pessoal.
Uma área-chave para intervenção é a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. Isso
inclui a adoção de metodologias de ensino mais interativas e centradas no aluno, que promovam o
engajamento e a participação ativa dos estudantes. Além disso, é importante oferecer suporte adicional
aos alunos que enfrentam dificuldades acadêmicas, seja por meio de aulas de reforço, tutoria
individualizada ou programas de recuperação.
Outro aspecto crucial é o fortalecimento do apoio psicossocial aos alunos. Muitos estudantes que
abandonam a escola enfrentam desafios emocionais e psicológicos, como ansiedade, depressão e baixa
autoestima. Portanto, é fundamental disponibilizar serviços de aconselhamento e apoio emocional nas
escolas, bem como promover uma cultura de cuidado e empatia entre os membros da comunidade
escolar.
Além disso, é importante envolver ativamente as famílias no processo educacional de seus filhos.
Isso pode ser feito por meio de programas de orientação para os pais, eventos de engajamento familiar e
parcerias entre escola e comunidade. Quando as famílias se sentem valorizadas e envolvidas na
educação de seus filhos, é mais provável que apoiem o processo educacional e incentivem a
permanência na escola.
Por último, é fundamental abordar as desigualdades estruturais que perpetuam a evasão escolar.
Isso requer um compromisso com políticas públicas que promovam a equidade educacional e abordem
as disparidades socioeconômicas que afetam o acesso à educação. Isso pode incluir a alocação de
recursos adicionais para escolas em áreas de maior vulnerabilidade, a implementação de programas de
bolsas de estudo e assistência financeira e o combate à discriminação e ao preconceito dentro do
sistema educacional.
3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS
BECKER, Gary S. (1964). Human Capital: A Theoretical and Empirical Analysis, with Special Reference
to Education. Columbia University Press.
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