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As Ocupações das Escolas Públicas no Rio de Janeiro.

Em meados de 2015 e chegando a 2016, instalou-se no país um período de manifestações


intensas. O movimento nomeado como “Primavera Secundarista” por seus participantes, os
estudantes das escolas públicas, era organizado pela UBES - União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas. Os alunos revoltos com o estado caótico da educação no Brasil resolveram
entrar em greve, ocupando as escolas e resistindo em busca do seu direito ao acesso a um
ensino de qualidade – e de suas dignidades de volta.
No Rio de Janeiro, iniciaram em 21 de março e algum tempo depois contavam com mais de
65 escolas foram ocupadas por estudantes reivindicando melhorias na infraestrutura dos
colégios. As mobilizações contavam com o apoio de professores, que também lutavam por
seus direitos e contra os cortes do governador daquela época, Pezão, e duraram mais
semanas, seguindo firme e forte.
As manifestações sofreram intervenções com o surgimento do movimento “Desocupa Já”,
que era contra os alunos terem as ocupações como forma de protesto. Os estudantes desse
lado, estavam preocupados com a perda de aulas, porque com as escolas ocupadas não era
possível a realização das mesmas. Não davam credibilidade para o movimento pois, para
eles, os alunos estavam “apenas aproveitando as escolas para usarem drogas e transarem
mantendo uma imagem boa por cima de tudo”. Acima de tudo, por conta do caso ocorrido
em Curitiba, no Colégio Santa Felicidade, onde um estudante foi assassinado por um colega
em uma das ocupações, ambos estavam sob efeito de uma droga e o episódio ocorreu
durante uma briga. Não era uma boa imagem para o movimento.
Um trecho de um artigo da época mostra que o governo não tinha nenhum controle sobre o
movimento: “No Estado do Rio de Janeiro há cerca de 50.000 alunos sem aula. Em um mês e uma
semana, o movimento de estudantes secundaristas que começou a ocupar escolas para exigir
melhorias nos centros e mudanças no sistema de ensino conseguiu, por enquanto, ganhar a queda de
braço com a Secretaria estadual de Educação, mas as concessões das autoridades não são
consideradas suficientes para voltar às aulas. Desde 21 de março, 65 escolas em todos os cantos do
Estado foram ocupadas por centenas de alunos, 80% dos professores estaduais continuam uma greve
há quase dois meses, e as autoridades, apesar de comemorar quatro desocupações, ainda não sabem
como resolver o impasse. Perderam o timing, reconhecem.”

Com o passar do tempo, e depois de testar múltiplas estratégias como desligar a água e a
luz das escolas ocupadas, paralização dos rio cards num período de “recesso antecipada” –
coisa que fizeram –, o governo se viu tendo de dialogar com os estudantes. Foram
agendadas assembleias e assinado um documento aceitando condições impostas pelos
estudantes para a desocupação das escolas.
Foto: CUCA da UNE.

Fontes: http://ubes.org.br/2016/no-rj-primavera-secundarista-das-ocupacoes-pressiona-
secretaria-de-educacao-que-assume-compromisso-com-estudantes/
https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/entenda-as-ocupacoes-
nas-escolas/
Alunos do movimento Desocupa Já invadem primeira escola ocupada do Rio - 06/05/2016 - UOL
Notícias
Jornal Esquerda Diário
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/29/politica/1461955632_442061.html

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