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Do Direito ao Acesso à Cultura e ao Lazer.

Esporte, cultura e lazer fazem parte da Saúde. Então, acessibilidade


para pessoas com deficiências é muito mais do que importante, é uma
obrigação.
Mais recentemente, foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência ( Lei n° 13.146/15), que aponta que as pessoas
com deficiência têm direito à cultura, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, sendo garantido o acesso aos bens culturais
em formatos acessíveis.
A Lei nº 11.438/06, ou Lei de Incentivo ao Esporte – LIE, como é mais
conhecida, permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam
aplicados em projetos das diversas manifestações desportivas e
paradesportivas distribuídos por todo o território nacional. Proposta para
garantir o acesso da população à prática esportiva.

Existe um projeto de lei que fala sobre acessibilidade nos cinemas e


faria parte do lazer e cultura, foi adiado, adiado e adiado, e agora está
previsto apenas para 2023.
Pessoas com deficiência têm direito a um auxílio no voo, só é preciso
avisar na hora do check-in. Também, o portador de deficiência e o seu
acompanhante têm 50% de desconto em shows e cinemas.

Do Direito à justiça contra à Discriminação.

O artigo 88 da Lei Nº 13.146/2015 tipifica como crime a conduta: “Art.


88 Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua
deficiência.” A sanção para quem comete referido ilícito penal é a pena
de reclusão de 1 a 3 anos e multa

Além da falta de acessibilidade física, como rampas e elevadores, a


ausência de uma cultura mais inclusiva aumenta o preconceito com
deficientes, nos espaços públicos e de convivência, o preconceito é
percebido por 31% das pessoas. deficientes mentais são do grupo o
qual mais se quer distância, seguidos pelos homossexuais (98,9%),
ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres
(94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da
área rural (91,1%) e negros (90,9%) isso foi retirado de um site não sei
se os dados são verdadeiros.

A discriminação de pessoas com deficiências no mercado de trabalho


ocorre quando um indivíduo é tratado de forma menos favorável, ou não
recebe as mesmas oportunidades que outros em situação semelhante,
devido à sua deficiência.
Preconceito e discriminação aparecem no artigo 3°, inciso IV, da
Constituição Federal, como práticas vedadas pelo ordenamento jurídico.

Do Direito à Isenção de Impostos.

Segundo dados retirados do IBGE, quase 24% dos brasileiros têm


algum tipo de deficiência, existem mais ou menos 70 doenças que
privam seus portadores de pagar impostos. O grande problema é que a
maioria dessas pessoas não sabem disso.

Além disso, pessoas com deficiência têm prioridade na restituição do


Imposto de Renda. No caso de algumas doenças, como paralisia
irreversível e incapacitante, cegueira ou alienação mental, há a isenção
de imposto em rendimentos relativos à aposentadoria, pensão ou
reforma, também tira alguns impostos quando vão comprar uma cadeira
de rodas, por exemplo.
Algumas dessas doenças são:
● AIDS;
● Alienação mental;
● Cardiopatia grave;
● Cegueira;
● Contaminação por radiação;
● Doença de Paget em estados avançados;
● Doença de Parkinson;
● Esclerose múltipla;
Do Direito à Cotas e Isenção de taxas.

Pessoas com deficiência têm direito à inclusão. Assim sendo, o governo


estabeleceu um esquema de reserva de vagas para PCD 's.
Art. 93 da Lei 8.213/91: A empresa com 100 (cem) ou mais empregados
está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por
cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência, habilitadas.
Essas pessoas, também tem direito à reserva de vagas em processos
seletivos, como os sorteios, concursos públicos para ingresso em
instituições governamentais.

PCD 's, também têm direito à isenção de taxas em processos seletivos


onde existe um valor a pagar. Em provas, como o ENEM, pessoas
deficientes não pagam a taxa de inscrição (hoje no valor de R$85).

Do Direito à Educação.

Assim como qualquer cidadão, pessoas com deficiências têm o direito


de estudar. A educação é um direito fundamental de qualquer pessoa.
No art. 205 da Constituição Federal, a educação visa o pleno
desenvolvimento da pessoa para o exercício da cidadania e preparo
para o trabalho.

De forma mais específica, a Constituição Federal refere-se ao


atendimento educacional especializado a pessoas com deficiências,
preferencialmente na rede regular de ensino, no Art. 28. "O dever do
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino; esse direito foi reforçado
pela legislação complementar."

Isso porque o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei 13.146/2015 –


reservou um capítulo exclusivo sobre o Direito à Educação e informa em
seu artigo 27 que: “A educação constitui direito da pessoa com
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os
níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o
máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem."

Não basta a instituição aceitar o aluno, é preciso que ela forneça a


estrutura necessária para o seu pleno desenvolvimento.
O corpo docente deve receber treinamentos e devem ser adotadas uma
série de medidas como, criação de sala de recursos com especialistas
da área para dar suporte aos alunos com deficiência. É importante,
também, que sejam realizadas campanhas periódicas de
conscientização sobre a importância da inclusão, envolvendo toda a
comunidade escolar (profissionais, pais e alunos).

No artigo 28 do Estatuto, é listado uma série de ações que devem ser


realizadas obrigatoriamente pelas instituições privadas, de qualquer
nível e modalidade de ensino. Como, por exemplo, a criação de projetos
pedagógicos que institucionalizam o atendimento educacional
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis,
para atender às características dos estudantes com deficiência e
garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade,
promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia.

Além disso, o Estatuto veda expressamente a cobrança de valores


adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e
matrículas no cumprimento dessas determinações.

Outras ações importantes previstas na lei incluem: inclusão em


conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação
profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
deficiência nos respectivos campos de conhecimento;acesso da pessoa
com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades
recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; e oferta de ensino
da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia
assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
promovendo sua autonomia e participação.
Por fim, o artigo 30 do Estatuto dispõe sobre as medidas que as
instituições devem tomar para o ingresso e permanência nos cursos
oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação
profissional e tecnológica, públicas e privadas, tais como: atendimento
preferencial à pessoa com deficiência; disponibilização de recursos de
acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados e tradução completa
do edital e de suas retificações em Libras.

Do Direito à Saúde.

As pessoas com deficiência, obviamente, também têm direito à atenção


integral à saúde e podem procurar os serviços do Sistema Único de
Saúde (SUS) quando necessitarem de orientações ou cuidados
médicos, incluindo serviços básicos de saúde como imunização,
assistência médica ou odontológica, ou ainda serviços de atenção
especializada, como reabilitação e atenção por meio da Portaria nº
1.060, de 5 de junho de 2002, a Política Nacional de Saúde da Pessoa
com Deficiência está voltada para a inclusão das pessoas com
deficiência em toda a rede de serviços do SUS e caracteriza-se por
reconhecer a necessidade de implementar o processo de respostas às
complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas com
deficiência no Brasil.

Saúde da pessoa com deficiência:


● promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência;

● assistência integral à saúde da pessoa com deficiência;

● prevenção de deficiências;

● ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;

● organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa


com deficiência;
É de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS) coordenar o
processo de formulação, implementação, acompanhamento,
monitoramento e avaliação da política de saúde da pessoa com
deficiência, observados os princípios e diretrizes do SUS, por meio de
cooperação/assessoria técnica a Estados, Municípios e ao Distrito
Federal para o desenvolvimento de ações e da Rede de Cuidados à
Pessoa com Deficiência.

É de fundamental importância a articulação intra e intersetorial, incluindo


os movimentos sociais, organizações não governamentais e instituições
afins e a transversalização para o desenvolvimento das ações da
política de saúde para a pessoa com deficiência, que inclui o fomento e
a promoção de mecanismos para a formação, a capacitação de
recursos humanos, assim como pesquisas relacionadas à atenção à
saúde da pessoa com deficiência e capacitação de recursos humanos.

Do Direito ao Auxílio Inclusão.

O Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência - BPC/LOAS


corresponde à garantia de um salário mínimo, mensal, à pessoa com
deficiência, que comprove não possuir meios de prover a própria
manutenção e também não possa ser provida por sua família.

Tem direito ao benefício a pessoa com deficiência que tenha


impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas, que produza efeitos pelo prazo
mínimo de 2 (dois) anos.

O requerente deve ser brasileiro nato ou naturalizado, residente e


domiciliado no Brasil, que não receba qualquer outro benefício no
âmbito da seguridade social ou de outro regime, nacional ou
estrangeiro, inclusive o seguro-desemprego, salvo o da assistência
médica e a pensão especial de natureza indenizatória.
Também pode requerer o indígena com deficiência, que não receba
qualquer outro benefício no âmbito da seguridade social ou de outro
regime, salvo o da assistência médica e a pensão especial de natureza
indenizatória.

O valor do auxílio é a metade do salário mínimo que hoje corresponde a


R$550,00 reais e deve ser atualizado sempre que houver reajuste do
valor do salário mínimo.

Com o auxílio inclusão a pessoa com deficiência poderá entrar no


mercado de trabalho, ter direito às verbas trabalhistas, como por
exemplo 13º salário e FGTS, contribuir e futuramente ainda poderá
solicitar uma aposentadoria por deficiência e deixar direito a pensão por
morte, além de enquanto trabalhar e atender os requisitos do auxílio
inclusão, receber o benefício da inclusão.

A pessoa com deficiência recebe um estímulo financeiro para ingressar


e permanecer no mercado. O empregador atende a lei de cotas, que
obriga empresas a preencher determinado número de vagas para
pessoas com deficiência. Dessa forma, permite um convívio no
ambiente de trabalho de pessoas com deficiência e sem deficiência
numa interação para que possamos ali ter uma sociedade plena e
efetiva. Isso contribui para o aprimoramento do nosso país.

O Auxílio Inclusão é destinado a beneficiários ou ex-beneficiários do


BPC, voltado para o estímulo das pessoas com deficiência à inserção
no mercado de trabalho. É um benefício que tem como objetivo dar
autonomia às pessoas com deficiência, para que possam exercer sua
cidadania de maneira plena.

Do Direito à Aposentadoria.
Trabalhadores com deficiência têm direito a aposentadoria diferenciada,
nos termos da Lei Complementar 142/2013. O benefício é assegurado
pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao cidadão que
comprovar o tempo de contribuição necessário, conforme o seu grau de
deficiência. Desse período, no mínimo 180 meses (15 anos) devem ter
sido trabalhados na condição de pessoa com deficiência.
No caso de deficiência leve, o tempo de contribuição é de 33 anos para
homens e 28 para mulheres. Nas deficiências moderadas, de 29 para
homens e de 24 para mulheres. No caso de deficiência grave, os
homens precisam ter contribuído durante 25 anos, e as mulheres
durante 20. O grau de deficiência é avaliado pela perícia médica e pelo
serviço social do INSS.
A lei prevê ainda a aposentadoria por idade aos 60 anos para os
homens e aos 55 para as mulheres, independentemente do grau de
deficiência, desde que cumpridos os 15 anos de contribuição nessa
condição.
A Reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103/2019) admite a
adoção de requisitos diferenciados para a concessão dos benefícios às
pessoas com deficiência por meio de lei complementar. Até que a
matéria seja disciplinada tanto no âmbito do Regime Geral quanto no
dos entes federados (União, estados e municípios), no entanto,
continuam em vigor as regras da Lei Complementar 142/2013.

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