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Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação
infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do
art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
Observamos que a referida lei já assegurava um ensino de qualidade para pessoas com
deficiência, precisando oferecer currículos e métodos que atendam às suas necessidades com
um ensino igualitário, desde a educação infantil e ampliando ao longo da sua carreira
acadêmica.
Já nos anos 2000, a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva, foi publicada para acender os direitos das pessoas com deficiências,
garantido a inclusão no sistema educacional em todos os seus níveis. O Decreto nº 7.611, de
17 de novembro de 2011, dispõe sobre a educação especial e atendimento educacional
especializado, e segue a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem
discriminação e com base na sua igualdade de oportunidades. E, finalmente, a Lei Brasileira
da Inclusão nº 13.146, de 6 de julho de 2015, foi instituída para promover a inclusão e garantir
os direitos e liberdades para pessoas com deficiências, propagando inclusão social e
representando um marco importante na proteção dessa parcela da população.
Assim, existe mais de um nível de autismo, e por isso nem todos os indivíduos com
espectro tem a capacidade de se expressar facilmente.
Com isso, a Lei nº 13.977, sancionada em 2020, determina a emissão de Carteira de
Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA), garantindo que todo
indivíduo com espectro obtenha atenção especial em diversas áreas como saúde, assistência
social e educação, dispensando o dever da família em explicar-se a todo momento sobre a sua
condição, garantindo na educação uma identificação especial para esses indivíduos.
Essas legislações representam um avanço significativo na promoção da inclusão e no
reconhecimento dos direitos das pessoas com Espectro Autista. No entanto, é importante
ressaltar que a implementação efetiva das referidas leis ainda enfrenta desafios, e a
conscientização e o comprometimento de todos os setores da sociedade são fundamentais para
assegurar a plena inclusão desses indivíduos.
Nesta direção do movimento inclusivo, atualmente, a Lei nº 12.764, de 27 de
dezembro de 2012, estabelece a proteção aos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro
Autista, representando um importante marco na garantia dos direitos das pessoas autistas no
Brasil, uma vez que estabelece medidas para a promoção da inclusão e da igualdade de
oportunidades para as pessoas com autismo em diversos aspectos da vida social, incluindo a
educação, a saúde, o trabalho, a acessibilidade e a proteção contra a discriminação.
Segundo o artigo 3º são direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: I - a vida
digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o
lazer; II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração; III - o acesso a ações e
serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo: a) a
diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a
nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem
no diagnóstico e no tratamento; IV - o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante; b)
à moradia, inclusive à residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência social
e à assistência social. No parágrafo único. Portanto, assim quando comprovada a necessidade,
a pessoa com TEA terá direito de ter acompanhamento especializado em sala de aula.
Além disso, ela reconhece que as pessoas com autismo possuem direitos fundamentais,
como qualquer outro cidadão, e que é dever do Estado garantir esses direitos, por meio de
políticas públicas efetivas e de ações coordenadas em todas as áreas de atuação. A Lei nº
12.764, de 27 de dezembro de 2012, também traz proteção contra a discriminação e o
preconceito, por meio da punição de práticas discriminatórias e da promoção da
conscientização da sociedade em relação aos direitos das pessoas autistas como consta em seu
artigo 7º a responsabilização de gestores escolares.
Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com
transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa
de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos.
§ 1º Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo.
Podemos observar que a imputação aos gestores escolares que se recusem a realizar a
matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência é
pago com multa e em caso de reincidência, quando, apurada, poderá haver até a perda do
cargo. Neste sentido vemos o seguinte precedente, que puniu a escola pela negligência em não
realizar a matrícula escolar. Eis a decisão: