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Direitos

QUADRO-RESUMO

dos
Autistas:
conheça as leis no Brasil

1. ÍNDICE DE CONTEÚDOS

Os direitos dos autistas no Brasil são assegurados por leis como:

✓ Berenice Piana

✓ Lei Brasileira de Inclusão (LBI).

Ambas consideram pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista

(TEA), para todos os efeitos legais, como pessoas com deficiência.

Assim, todos os direitos garantidos a PCDs são estendidos também


para pessoas autistas. No entanto, muitas famílias ainda desconhecem as

principais decisões destas leis em quesitos como saúde, educação, mercado de trabalho
e até benefícios que podem ser recebidos na Previdência Social.
2. EVOLUÇÃO NO DECORRER DOS ANOS:

➢ 2012
foi sancionada a Lei 12.764/12, também conhecida como Lei Berenice Piana.
A legislação, que leva o nome da mãe de um jovem autista, determinou que pessoas
com TEA são consideradas, para todos os efeitos legais, pessoas com deficiência.

Portanto, todos os direitos já garantidos anteriormente a pessoas com deficiência


(como vagas e filas preferenciais, direitos na escola e em terapias) também passaram a
ser assegurados a quem está no espectro do autismo. Além disso, a lei é federal, o que

significa que ela é válida em todo território nacional.

➢ 2015
Sancionada a Lei 13.146/15, também conhecida como Lei Brasileira de

Inclusão da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com


Deficiência. Desta vez, a legislação assegurava não somente os direitos de quem tem
o diagnóstico de TEA, mas também de PCDs no geral.

Juntas, as duas legislações são as principais fontes de informação e respaldo na


garantia dos direitos de pessoas autistas e suas famílias. A seguir, explicamos
algumas das principais determinações das leis em diversos âmbitos.

➢ 2016
Conforme dispõe a Lei 13.370/16, servidores públicos com filhos autistas podem
ter sua jornada de trabalho reduzida sem que haja redução salarial.

➢ 2019
Sancionada uma Lei considerada uma conquista por entidades ligadas à luta do
TEA, a Lei 13.861/19 prevê a inclusão das especificidades inerentes ao TEA
nos censos demográficos (BRASIL, 2019). Anteriormente as questões do Censo não
consideravam o TEA entre as hipóteses de identificação de deficiências. Sendo assim,
este não era um dado que entrava para as estatísticas do País.
➢ 2020
Sancionada a Lei Romeo Mion ( Lei 13.977/20) que criou a Carteira de
Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Essa lei veio para facilitar
a identificação das pessoas com TEA, que frequentemente encontram obstáculos ao
acesso a atendimentos prioritários e a diversos serviços.

3. DIREITOS

3.1. DO TRANSPORTE

Conforme dispõe a Lei 8.899/94 os autistas carentes, assim como suas

famílias, também têm direito ao transporte gratuito em ônibus , barco


ou trem. Em relação ao transporte aéreo, o acompanhante do autista tem um desconto
de 80% do valor da passagem.

3.2. DO LOAS

Conforme dispõe a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/93), que


oferece o Benefício da Prestação Continuada (BPC), o autista tem direito a um

salário mínimo por mês. Para isto, a renda mensal per capita da
família deve ser inferior a um quarto do salário mínimo. Para requerer o
benefício, é necessário fazer a inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal (CadÚnico) e o agendamento da perícia no site do INSS.

3.3. DA EDUCAÇÃO

Conforme dispõe a Lei 7.611/11 dispõe sobre a educação especial e o

atendimento educacional especializado, o que inclui a criança com autismo,


que tem direito de ingressar e permanecer em uma escola regular. Além disso, a
instituição de ensino não pode se recusar a realizar a matrícula da criança autista e nem
pode cobrar qualquer valor a mais por isso. A escola precisa oferecer
acompanhamento, adaptações de espaço e de materiais didáticos para que o ensino
seja efetivo.
Todas as escolas do país devem aceitar a matrícula da pessoa com transtorno do
espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência. O gestor escolar que recusar
pode ser punido com multa de 3 a 20 salários-mínimos.
Além disso, a criança, o adolescente ou a pessoa com TEA, que esteja
matriculada em classe comum de ensino regular, tem direito a acompanhante
especializado se comprovar esta necessidade.

3.4. DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

Conforme dispõe a Lei 10.048/00 dispõe sobre a prioridade da pessoa

com autismo e pessoas com outras condições no atendimento, ou seja, o direito de


ter um atendimento imediato e diferenciado das demais pessoas em todas as
instituições e serviços de atendimento ao público.
Conforme dispõe a Lei nº 10.048/00 conferiu atendimento prioritário a
determinado grupo de pessoas, o que foi regulamentado pelo Decreto nº 5.296/04,
sendo também estabelecidas prioridades pela Lei nº 12.008/09, e, no que se refere
especificamente às pessoas idosas, pela Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), em seu
artigo 1º da Lei nº 10.048/00 passou a ter nova redação após o advento do Estatuto do
Idoso, como se vê adiante: “As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta lei”.

3.5. DA VAGA EM ESTACIONAMENTO

Conforme dispõe a Lei nº 13.146/15 determina-se que, em todas as áreas

de estacionamento abertas ao público, deve haver vagas


devidamente sinalizadas às pessoas com deficiência , e próximas ao acesso
de circulação de pedestres, ou seja, o autista também tem direito a uma vaga especial
nos estacionamentos, mesmo que não seja o condutor do veículo.
3.6. DO MERCADO DE TRABALHO

Conforme dispõe o o Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído pela Lei nº


13.146/15, e também faz parte da Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência (PCD), da qual o Brasil é signatário. Desta forma o autista

tem a possibilidade de participar do programa de aprendizagem para


a pessoa com deficiência, a partir dos 14 anos. Não é necessário preencher para
ser contratado como jovem aprendiz.

3.7. ISENÇÃO DE IMPOSTOS NA AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS

Conforme dispõea Lei Lei 8.989/95, quem tem autismo pode adquirir veículos
com isenção de impostos. O benefício pode ser exercido uma vez a cada dois anos, além
de ter direito a isenção de rodízio e a vaga especial.

3.8. DA IDENTIFICAÇÃO

Conforme dispõe a Lei n. 13.977/20, que alterou o texto da Lei Berenice Piana
Lei n. 12.764/12, conhecida também como Lei do Autista é. Trata-se sobre a emissão
da CARTEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA (CIPTEA), uma novidade causada pela Lei Romeo Mion. O
propósito da carteirinha é facilitar o reconhecimento das pessoas com autismo pela
comunidade, assegurando mais rapidamente o acesso aos direitos básicos, como o
atendimento prioritário e a utilização de serviços públicos e privados. Além do mais, a
expedição desse documento auxilia no desenvolvimento de políticas públicas
governamentais, já que os agentes responsáveis contabilizam o número de autistas
registrados e analisam as medidas que podem ser adotadas para suprir as
necessidades, daí também a importância de obter tal documento.
A emissão da Carteira será feita pelos órgãos estaduais, distritais e municipais
3.9. DA SAÚDE

Conforme dispõe a Lei nº 7.853/89 garante o tratamento adequado em


estabelecimentos de saúde públicos e privados específicos para a condição
apresentada, estabelecendo regras gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos
das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social.
Conseguir o diagnóstico de autismo e encaminhar a pessoa para as intervenções
necessárias e que são baseadas em evidências científicas é um direito de todas as
famílias. Por isso, quando falamos dos direitos dos autistas na saúde, falamos tanto
daqueles que recebem atendimento pela rede pública, quanto os que o fazem pela rede
privada, por meio do plano de saúde.
Assim, o autista tem direito a atenção integral à saúde através do Sistema Único
de Saúde (SUS) com atendimento universal e gratuito. O autista não poderá ser

impedido de participar de planos privados de assistência à saúde por


causa da sua condição.
A rede pública de saúde disponibiliza inúmeros fármacos gratuitos para ajudar
a controlar alguns sintomas relacionados ao autismo. Todavia, quando a receita aponta
um remédio de alto custo ou que não é encontrado nas farmácias das Unidades Básicas
de Saúde do SUS, a pessoa deve fazer um pedido judicial.
O interessado pode contratar um advogado de sua confiança ou comparecer ao
fórum mais próximo com comprovante de residência, documentos pessoais da pessoa
com TEA e do responsável legal, junto com o pedido médico da medicação.
A pessoa com transtorno do espectro autista tem direito ao acesso às ações e
serviços de saúde, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo plano privado
de assistência à saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades.
A Lei 12.764/12 garante o acesso ao diagnóstico precoce, ao atendimento
multiprofissional, à nutrição adequada, aos medicamentos e as informações que
auxiliem no tratamento.
Em se tratando de TERAPIA. A Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) divulgou, recentemente, uma resolução normativa que regulamenta a
cobertura mínima obrigatória de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e
fonoaudiólogos, para o tratamento e manejo do transtorno do espectro autista.

O beneficiário de plano de saúde tem direito a cobertura mínima obrigatória


de fonoaudiologia, que pode variar entre 12 a 96 sessões por ano, dependendo do
seu critério clínico. Já a cobertura obrigatória com sessão de psicólogo e terapeuta
ocupacional pode ser ilimitada para pacientes com diagnóstico primário ou
secundário de transtornos globais do desenvolvimento (CID F84) ou de no mínimo
40 sessões anuais para os demais casos.
Quando a enfermidade necessita de procedimento específico e prolongado,
como no caso do autismo, a operadora de saúde deve fornecer ou custear. O
beneficiário que recebe negativa pode buscar seus direitos na Justiça a fim de
melhorar a sua qualidade de vida e a sua idependência

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