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PROJETO DE LEI 

Nº 2870/2017

EMENTA:

ALTERA A LEI Nº 7.354, DE 14 DE JULHO DE 2016,


PARA ESTENDER OS BENEFÍCIOS DO PROGRAMA DE
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO
DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH AOS
PORTADORES DO TRANSTORNO DESAFIADOR
OPOSITIVO - TDO, NA FORMA QUE MENCIONA.
Autor(es): Deputado ÁTILA NUNES

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


RESOLVE:
Art. 1º - Modifique-se a Ementa da Lei nº 7.354, de 14 de julho de 2016, que passa a vigorar
com a seguinte redação:

INSTITUI, NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, O PROGRAMA DE


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE – TDAH E DO TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO - TDO, E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 2º - Modifique-se o artigo 1º da Lei nº 7.354, de 14 de julho de 2016, que passa a vigorar
com a seguinte redação:

Art. 1º - Fica instituído no âmbito do Estado do Rio de Janeiro o Programa de Diagnóstico e


Tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH e do Transtorno
Desafiador Opositivo - TDO.

Art. 3º - Acrescente-se o artigo 1-A à Lei nº 7.354, de 14 de julho de 2016, com a seguinte
redação:

Art. 1A – Aplica-se todas as disposições da presente Lei aos portadores do Transtorno do


Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH e aos portadores do Transtorno Desafiador
Opositivo - TDO, independente de sua expressa menção no dispositivo legal.

Art. 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 23 de maio de 2017.

DEPUTADO ÁTILA NUNES


JUSTIFICATIVA

A presente proposição tem por objetivo ampliar o alcance da Lei 7.354/16, permitindo sua
aplicação não só aos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH,
quanto também aos portadores do Transtorno Desafiador Opositivo - TDO, patologia tão grave
quanto à abrangida pela Lei Estadual que se pretende modificar. A característica essencial do
TDO é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil
para com as figuras de autoridade. Quem de nós nunca se deparou com uma criança
extremamente opositiva, desafiadora, que discute por qualquer coisa, que não assume seus
erros ou responsabilidades por falhas e que costuma sempre se indispor com os demais de
seu grupo ou de sua família de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil
convencê-lo, mesmo que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas?
Tal quadro pode ser referente ao Transtorno Desafiador Opositivo, que pode levar à reações
agressivas, intempestivas, sem qualquer diplomacia ou controle emocional. Essas crianças
costumam ser discriminadas, perdem oportunidades e desfazem círculos de amizades, além de
serem vítimas de bullying e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por
causa de seu comportamento difícil. O isolamento social e a constante crítica ao seu
comportamento são reflexos da dificuldade de um diagnóstico precoce, que leve a criança a um
tratamento adequado e eficiente, em especial diante do desconhecimento do TDO pelos pais e
pela maioria dos professores.
Como a Lei em comento abrangia de forma ampla ao TDAH, não haveria motivo para se criar
um Programa idêntico para o TDO, bastando ampliar o alcance da Legislação já existente, pelo
que conto com o apoio dos meus nobres pares para a aprovação desta importante medida
adotada na presente proposição.

Legislação Citada

LEI Nº 7354 DE 14 DE JULHO 2016.


INSTITUI, NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, O PROGRAMA DE
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


D E C R E T A:

Art. 1º - Fica instituído, no Estado do Rio de Janeiro, o Programa de Diagnóstico


e Tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

Parágrafo único. O Programa incluirá Atendimento Escolar Especializado, em


caráter preventivo, que terá início na educação infantil, nas creches e pré-
escolas, assegurando os serviços de educação especial aos educandos que,
após diagnóstico médico, evidenciem a necessidade de atendimento especial,
conforme o Art. 23, inciso II, da Constituição Federal.

Art. 2º - Entende-se por Atendimento Escolar Especializado o processo


educacional definido por proposta pedagógica, que assegure recursos e serviços
educacionais especiais, visando apoiar, complementar, suplementar e, em alguns
casos, substituir os serviços educacionais comuns, em consonância com a
sintomatologia do distúrbio, de modo a proporcionar educação escolar e
promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que
apresentem necessidades especiais através de adequação curricular e um plano
de estudo, em todas as etapas do ensino fundamental e médio, garantindo, à
pessoa portadora de TDAH, integração no contexto socioeconômico e cultural,
conforme o disposto nos artigos 1º inciso III e 206 inciso I da Constituição Federal
e nos artigos 5º e 15 do Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999, da
Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
.
Art. 3º - Educandos, que apresentem necessidade de intervenção terapêutica,
deverão ser submetidos a atendimento educacional especializado e serem
encaminhados a uma das unidades do Sistema Único de Saúde – SUS – para
diagnóstico e tratamento, por uma equipe multidisciplinar composta por, entre
outros: educadores, psicólogos, especialistas em psicopedagogia, médicos e
fonoaudiólogos, que deverão acompanhar o aluno durante todo o período do
curso e incluindo recomendações clínicas e escolares, quando de sua
transferência para outra unidade de ensino, conforme o disposto no Art. 59 da Lei
nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - e no Art. 6º do
Decreto 3.298 de 20 de dezembro de 1999, da Presidência da República, que
institui as Diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência.

Art. 4º - Os sistemas educacionais das redes pública e particular devem garantir,
aos educadores do ensino fundamental e médio, capacitação permanente
orientada por profissionais de saúde, contendo aspectos globais do TDAH, com
ou sem hiperatividade, e suas implicações, que possibilitem identificar possíveis
alunos com o transtorno e consequente auxílio no trabalho da equipe
multidisciplinar, conforme o disposto no Art. 8º do Decreto 3.298, de 20 de
dezembro de 1999 da Presidência da República, que institui as Diretrizes da
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 5º - Pais e responsáveis por alunos identificados como portadores do


Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH deverão ser
conscientizados sobre a sintomatologia do distúrbio e orientados sobre o ensino
de técnicas específicas e como proceder para um melhor desenvolvimento global
do educando, conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente no
seu Art. 129, Inciso IV.
Art. 6º - Os equipamentos de saúde pública estadual deverão disponibilizar
medicamentos associados ao tratamento do TDAH, conforme o disposto no
Artigo 20 do Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999 da Presidência da
República, que institui as Diretrizes da Política Nacional para a Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 7º - As despesas decorrentes da presente Lei correrão por conta de verbas
próprias, consignadas em orçamento, suplementadas quando necessárias.

Art. 8º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 14 de julho de 2016.

DEPUTADO JORGE PICCIANI


Presidente

Lei nº 8.080 de 19 de Setembro de 1990


Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou


conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo
com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os
níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização
pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos
e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde
da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.
XIV - organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas
de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento
psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.


Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para


atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de
zero a seis anos, durante a educação infantil.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação
infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do
art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)

Artigo 59 da Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996


Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº
12.796, de 2013)

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender


às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir
em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o
respectivo nível do ensino regular.

Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades
ou superdotação matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a
execução de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades
desse alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com altas habilidades ou superdotação, os
critérios e procedimentos para inclusão no cadastro referido no caput deste artigo, as entidades
responsáveis pelo cadastramento, os mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as
políticas de desenvolvimento das potencialidades do alunado de que trata o caput serão
definidos em regulamento.

DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011


art. 3o  São objetivos do atendimento educacional especializado:

I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir


serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;

II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;

III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as


barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e

IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e


modalidades de ensino.

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001.

Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os


que, durante o processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,
compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b)
aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II – dificuldades de
comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de
linguagens e códigos aplicáveis; III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de
aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Art. 8o As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na


organização de suas classes comuns:

I - professores das classes comuns e da educação especial capacitados e


especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais dos
alunos; II - distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais pelas várias
classes do ano escolar em que forem classificados, de modo que essas classes comuns se
beneficiem das diferenças e ampliem positivamente as experiências de todos os alunos, dentro
do princípio de educar para a diversidade; III – flexibilizações e adaptações curriculares que
considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino
e recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento
dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonância com o
projeto pedagógico da escola, respeitada a freqüência obrigatória; IV – serviços de apoio
pedagógico especializado, realizado, nas classes comuns, mediante: a) atuação colaborativa
de professor especializado em educação especial; b) atuação de professores-intérpretes das
linguagens e códigos aplicáveis; c) atuação de professores e outros profissionais itinerantes
intra e interinstitucionalmente; d) disponibilização de outros apoios necessários à
aprendizagem, à locomoção e à comunicação. V – serviços de apoio pedagógico especializado
em salas de recursos, nas quais o professor especializado em educação especial realize a
complementação ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e
materiais específicos; VI – condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva,
com protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as
necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de
colaboração com instituições de ensino superior e de pesquisa; VII – sustentabilidade do
processo inclusivo, mediante aprendizagem cooperativa em sala de aula, trabalho de equipe na
escola e constituição de redes de apoio, com a participação da família no processo educativo,
bem como de outros agentes e recursos da comunidade; VIII – temporalidade flexível do ano
letivo, para atender às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência mental
ou com graves deficiências múltiplas, de forma que possam concluir em 3 tempo maior o
currículo previsto para a série/etapa escolar, principalmente nos anos finais do ensino
fundamental, conforme estabelecido por normas dos sistemas de ensino, procurando-se evitar
grande defasagem idade/série; IX – atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas
habilidades/superdotação, o aprofundamento e enriquecimento de aspectos curriculares,
mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de recursos ou em outros
espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para conclusão, em menor tempo, da
série ou etapa escolar, nos termos do Artigo 24, V, “c”, da Lei 9.394/96.
Ajustes e Adaptações Básicas

As configurações a seguir são essenciais para ajudar as crianças com TDAH na


sala de aula:
1.  Reduzir as tarefas, torná-las mais curtas ou dividi-las em partes, etapas.
2.  Reduzir as tarefas escritas e de copiar.
3.  Facilitar alternativas distintas de avaliação: oral, com projetos especiais.
4.  Utilizar suportes complementares na classe como gravadores, calculadoras,
computadores, papel carbono, etc.
5.  Pôr notas das datas em que devem ser entregues as tarefas e trabalhos.
6.  Complementar, reforçar instruções verbais com informação visual.
7.  Dar cópias das notas básicas dos capítulos.
8.  Modificar, simplificar o texto do livro de exercícios.
9.  Ter em casa uma cópia do texto da escola.

Ajustes e intervenções específicas


No ambiente
1. Sentar-se na frente, perto do professor.
2. Sentá-lo longe das distrações.
3. Limitar as distrações visuais.
4. Reduzir o nível de ruído quando necessária concentração.
5. Fazer cartazes e guias para referência do aluno.

Organização
1. Escrever as tarefas no quadro e explicá-las oralmente.
2. Usar e seguir o calendário diariamente.
3. Clarificar as tarefas no final do dia.
4. Conferir com o professor ou parentes os
materiais necessários para levar para casa.
5. Dar-lhe materiais prontos para arquivar na pasta
6. Ter pastas, cadernos, etc.,com divisões e cores diferentes.
7. Ajudar a organizar a mesa e materiais.
8. Codificar os textos e livros por cor.
9. Colar uma lista na mesa de: “Coisas por fazer”.
10. Dividir tarefas longas.
11. Limitar a quantidade de materiais sobre a mesa da criança.
 
Comunicação e trabalho em equipe 
1. As comunicações diárias ou semanais devem ser assinadas
pelos pais com gráficos e guias especiais que indiquem o comportamento e se os
trabalhos estão completos.
2. Comunicação telefônica frequente com os pais (Lembre-se de compartilhar as
conquistas positivas e as preocupações).
3. Encontros mais frequentes com os pais para construir
uma equipe de trabalho com e para a criança.
4. Compartilhar com outro professor suas conquistas, atividades, disciplina,
trabalho em equipe.
5. Fazer com que o aluno saiba que estamos interessados em ajudá-lo, dialogar
sobre as suas necessidades e incentivar a comunicação aberta.
 
Gestão em sala de aula
1. Aumentar a estrutura e o monitoramento dos comportamentos concretos.
2. Definir com clareza as expectativas e as consequências (Verifique-
as frequentemente).
3. Ter proximidade física com o aluno, contato visual permanente.
4. Ensinar apenas quando haja silêncioe todos estejam atentos.
5. Elogiar comportamentos positivos.
6. Utilizar cartas de progresso, contratos para melhorar o comportamento.
7. Facilitar oportunidades de movimento e descansos frequentes.
8. Dar apoio extra durante as transições e mudanças do dia.
9. Permitir que o estudante participe da seleção das consequências e dos prêmios.
10. Utilizar períodos de reforço curtos com avaliação constante.
 
Ensino e avaliação
1. Dar tempo extra para processar informações (falar mais lentamente e dar mais
“tempo para que o aluno pense e responda”).
2. Aumentar a quantidade de exemplos, modelos, demonstrações e prática dirigida.
3. Dar muitas oportunidades para trabalhar com companheiros ou em grupo
pequeno.
4. Oferecer oportunidades para verbalizar na aula, para expressar-se sem temor
em um clima seguro sem temer o ridículo.
5. Analisar o progresso e reforçá-lo: tarefas, trabalho em classe, etc.
6. Utilizar técnicas multissensoriais.
7. Propor projetos que permitam a criatividade e expressão.
8. Permitir o uso de computadores, calculadoras, etc.
9. Ajustar-se às dificuldades envolvidas nos trabalhos escritos por meio de:
               a.      Mais tempo disponível para completar.
               b.      Respostas orais.
               c.      Ditar as respostas, para que alguém as copie.
               d.      Permitir que os pais assinem o trabalho depois de algum tempo.
10. Repetir as instruções dadas.
11. Destacar os pontos importantes do texto.
12. Facilitar-lhe com diagramas e resumos da lição.
13. Dar-lhe gravações com a leitura do texto.
14. Usar técnicas de perguntas variadas para dar mais oportunidades de resposta.
15. Fornecer guias simples, organizados, breves.
LEI Nº 1342/2015

EMENTA:

OBRIGA AS ESCOLAS PÚBLICAS


E PRIVADAS, NO AMBITO DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A
DISPONIBILIZAR CADEIRAS EM
LOCAIS DETERMINADOS AOS
PORTADORES DE TRANSTORNO
DE DEFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE – TDAH.

Autor(es): Deputados NIVALDO MULIM, TIO CARLOS

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


RESOLVE:

Art. 1º As unidades escolares públicas e privadas, no âmbito do Estado do


Rio de Janeiro, ficam obrigadas a disponibilizar em suas salas de aula,
assentos na primeira fila aos alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade – TDAH assegurando seu posicionamento afastado de
janelas, cartazes e outros elementos, possíveis potenciais de distração.

Art. 2º Para o atendimento ao Art. 1º, será necessário a apresentação, por


parte dos pais ou responsável pelo aluno, de laudo neurológico
comprovante de TDAH.
Parágrafo único: É direito do aluno diagnosticado, por laudo emitido por
neurologista, à atividades e provas durante o ano letivo, em local
diferenciado e com maior tempo para a sua realização.

Art. 3º As escolas das redes pública e privada, deverão prever e prover na
organização de suas classes, flexibilizações e adaptações curriculares que
considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos,
metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de
avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais, em consonância com o projeto
pedagógico da escola, respeitada a frequência obrigatória.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.
Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 17 de dezembro de 2015.
IVALDO MULIM TIO CARLOS 
Deputado Estadual Deputado Estadual

JUSTIFICATIVA

A instituição escolar tem um papel fundamental na sociedade, pois busca


promover a formação e socialização dos alunos e por isso é de suma importância
garantir a inserção de todos os alunos, inclusive aqueles com TDAH. Dentre os
aspectos legais que buscam garantir e assegurar esta inserção de alunos com
necessidades educacionais especiais está a Lei de Diretrizes e Bases para a
Educação Nacional (LDB), lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que em seu
capítulo V trata e especifica o direito do aluno com necessidades educacionais
especiais e o dever da instituição escolar em assegurar a adequação no processo
de ensino.
Sabe-se que crianças com TDAH são capazes de aprender, mas tem dificuldades
de concentração na escola devido ao impacto que os sintomas têm sobre um
bom desempenho nas atividades. Assim compreende-se a importância de
adaptações e adequações das salas de aula, dos materiais didáticos (livros
mapas, computadores, jogos) além da postura do professor e de sua prática
pedagógica. Arrumar a sala de modo a haver bom acesso de todos, a disposição
do espaço, do tempo e dos móveis, deve ser uma preocupação para atender as
necessidades específicas desses alunos, de modo que favoreça, ao máximo, sua
participação total na dinâmica da aula.
Pode-se perceber que o desempenho escolar dos alunos com TDAH apresenta
uma estreita relação com as práticas de seus professores em sala de aula. Para
isso é necessária uma mudança de atitude e postura frente aos alunos além de
uma busca contínua por novas metodologias e técnicas de ensino que se
adeqúem ao aluno com TDAH.
Por isso é de fundamental importância que a escola esteja preparada para
receber estes alunos, uma vez que atualmente há uma luta para a inclusão de
alunos com necessidades especiais. É na escola, no convívio com os demais
colegas que os alunos aprenderão a lidar com regras e com estrutura da vida
social ao qual ela terá de enfrentar.

Lei Nº 7354 DE 14/07/2016

Institui, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, o Programa de diagnóstico e tratamento do


transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH e dá outras providências.

Autoria: Deputados WALDECK CARNEIRO e PAULO RAMOS

O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em conformidade com o


que dispõe o § 5º combinado com o § 7º do artigo 115 da Constituição Estadual, promulga a
Lei nº 7.354, de 14 de julho de 2016, oriunda do Projeto de Lei nº 418-A, de 2015.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Decreta:

Art. 1º Fica instituído, no Estado do Rio de Janeiro, o Programa de Diagnóstico e Tratamento


do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH.

Parágrafo único. O Programa incluirá Atendimento Escolar Especializado, em caráter


preventivo, que terá início na educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando os
serviços de educação especial aos educandos que, após diagnóstico médico, evidenciem a
necessidade de atendimento especial, conforme o Art. 23, inciso II, da Constituição Federal.

Art. 2º Entende-se por Atendimento Escolar Especializado o processo educacional definido por
proposta pedagógica, que assegure recursos e serviços educacionais especiais, visando
apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais
comuns, em consonância com a sintomatologia do distúrbio, de modo a proporcionar educação
escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem
necessidades especiais através de adequação curricular e um plano de estudo, em todas as
etapas do ensino fundamental e médio, garantindo, à pessoa portadora de TDAH, integração
no contexto socioeconômico e cultural, conforme o disposto nos artigos 1º inciso III e 206 inciso
I da Constituição Federal e nos artigos 5º e 15 do Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999,
da Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política Nacional para a Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 3º Educandos, que apresentem necessidade de intervenção terapêutica, deverão ser


submetidos a atendimento educacional especializado e serem encaminhados a uma das
unidades do Sistema Único de Saúde - SUS - para diagnóstico e tratamento, por uma equipe
multidisciplinar composta por, entre outros: educadores, psicólogos, especialistas em
psicopedagogia, médicos e fonoaudiólogos, que deverão acompanhar o aluno durante todo o
período do curso e incluindo recomendações clínicas e escolares, quando de sua transferência
para outra unidade de ensino, conforme o disposto no Art. 59 da Lei nº 9.394/1996 - Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - e no Art. 6º do Decreto 3.298 de 20 de dezembro de
1999, da Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 4º Os sistemas educacionais das redes pública e particular devem garantir, aos
educadores do ensino fundamental e médio, capacitação permanente orientada por
profissionais de saúde, contendo aspectos globais do TDAH, com ou sem hiperatividade, e
suas implicações, que possibilitem identificar possíveis alunos com o transtorno e consequente
auxílio no trabalho da equipe multidisciplinar, conforme o disposto no Art. 8º do Decreto 3.298,
de 20 de dezembro de 1999 da Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 5º Pais e responsáveis por alunos identificados como portadores do Transtorno do Déficit
de Atenção e Hiperatividade - TDAH deverão ser conscientizados sobre a sintomatologia do
distúrbio e orientados sobre o
ensino de técnicas específicas e como proceder para um melhor desenvolvimento global do
educando, conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente no seu Art. 129,
Inciso IV.

Art. 6º Os equipamentos de saúde pública estadual deverão disponibilizar medicamentos


associados ao tratamento do TDAH, conforme o disposto no Artigo 20 do Decreto 3.298, de 20
de dezembro de 1999 da Presidência da República, que institui as Diretrizes da Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

Art. 7º As despesas decorrentes da presente Lei correrão por conta de verbas próprias,
consignadas em orçamento, suplementadas quando necessárias.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 14 de julho de 2016.

Deputado JORGE PICCIANI


A Lei 9.394/96 reforça, nos artigos 58 e 59, a importância do atendimento educacional
a pessoas com necessidades especiais, ministrado preferencialmente em escolas regulares.
Estabelece, também, que sejam criados serviços de apoio especializado e assegurados currículos,
métodos e técnicas, recursos educativos e organizações específicas para atender às peculiaridades dos
alunos. Destaca, ainda, a necessidade de capacitar docentes para as Dificuldades de Aprendizagem

Nossa Constituição Federal em seu Artigo 205, pretende garantir educação para
todos, independentemente de suas especificidades.

O artigo 54, inciso III, do Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser aplicado às crianças
que apresentam TDAH e necessitam de uma educação especial.

Outro fator a ser observado, é se a escola ofereceu recuperações paralelas para a criança conseguir as
notas necessárias, antes da recuperação final. Isto também pode ser matéria a ser levantada em
eventual recurso a ser impetrado contra a diretoria de ensino, em caso de retenção.

A Resolução CNE/CEB Nº 02/2001 institui as Diretrizes


Nacionais para a educação de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na
Educação Básica, e considera educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o
processo educacional, apresentarem:

I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que


dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências.
É neste inciso e letra que compreendemos o grupo dos alunos que apresentam TDAH.

O artigo 8º desta Resolução prevê que as escolas da rede regular de ensino (tanto as
particulares quanto as públicas, leia-se) devem prever e prover na organização de suas classes
comuns:

III – flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado prático e instrumental dos


conteúdos básicos, metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de
avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades
educacionais especiais, em consonância com o projeto pedagógico – serviços de apoio pedagógico
especializado, realizado, nas classes comuns, mediante:

a) atuação colaborativa de professor especializado em educação especial.

Já o parágrafo primeiro do artigo 4º da Deliberação CEE/SP 05/00 estabelece


que :
Art. 4° – O atendimento educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais deve ser
feito nas classes comuns das escolas, em todos os níveis de ensino.
§ 1º. – Os currículos das classes do ensino comum devem considerar conteúdos que tenham
caráter básico, com significado prático e instrumental, metodologias de ensino e recursos didáticos
diferenciados e processos de avaliação que sejam adequados à promoção do desenvolvimento e
aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais.

Resumindo:
Os alunos com TDAH, Transtornos de Aprendizagem ou Deficiência têm
direito à educação especial e avaliações, provas e atividades diferenciadas,
durante o ano letivo. Caso estes direitos tenham sido desrespeitados e o
aluno for prejudicado em seu desempenho acadêmico, pode ter a decisão
de retenção de série revista e até mesmo anulada, mediante recurso. E,
antes de chegar a este ponto, exigir que ao aluno em questão seja oferecido
o atendimento educacional especializado que ele tem direito o da escola,
respeitada a frequência obrigatória;

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