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Saboneteira
Taxonomia e Nomenclatura
(1)
Foto 1
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Foto 3
Espécie: Quillaja brasiliensis Martius
Foto 4
Descrição
Forma biológica: árvore perenifólia. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 20
m de altura e 60 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na
idade adulta.
Folhas: são simples, alternas ou alternas espiraladas, Variação altitudinal: de 10 m, no Rio Grande do Sul, a
elípticas a lanceoladas, agudo-acuminadas, com margens 1.200 m de altitude, em Santa Catarina, sendo comum a
íntegras ou ligeiramente denteadas, coriáceas, lâmina do partir de 500 m.
limbo medindo de 3 a 10 cm de comprimento e até 3 cm
de largura, com nervuras amareladas, nervuras pouco
Distribuição geográfica: Quillaja brasiliensis ocorre de
visíveis na face adaxial e proeminentes na face abaxial,
forma natural no norte do Uruguai (LOMBARDO, 1964;
glabras em ambas as faces.
GRELA, 2003).
Vetor de polinização: essencialmente abelhas e outros Importância sociológica: trata-se de elemento andino, que
insetos pequenos. forma o início dos capões do planalto Sul-brasileiro,
principalmente em Santa Catarina, permanecendo com boa
Floração: de setembro a fevereiro, em Santa Catarina; de vitalidade até a formação de sub-bosques bastante densos
dezembro a março, no Paraná, e de janeiro a março, no Rio sob os pinheiros, quando gradativamente começa a ser
Grande do Sul. substituída por espécies mais exigentes quanto às condi-
ções ambientais (REITZ & KLEIN, 1996).
Frutificação: os frutos amadurecem de janeiro a abril, em
Santa Catarina, e de abril a junho, no Paraná e no Rio Essa espécie é freqüente também na vegetação secundária,
Grande do Sul. O processo reprodutivo inicia entre 5 e 10 em morros graníticos como na Região de Viamão, RS
anos de idade, em plantios. (KNOB, 1978), bem como nos capões do Planalto Sul-
brasileiro, onde às vezes, é abundante.
Dispersão de frutos e sementes: anemocórica, pelo vento.
Saboneteira 3
Biomas1 / Tipos de vegetação2 e Temperatura média do mês mais frio: 8,7 ºC (Urubici, SC)
Outras Formações Vegetacionais a 14,8 ºC (Osório, RS).
· Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Temperatura mínima absoluta: - 9,8ºC (Curitibanos, SC).
Caducifólia), na formação das Terras Baixas, em Santa Em alguns lugares do planalto sul-brasileiro, a temperatura
Maria, RS (TABARELLI, 1992), no sudoeste do Rio mínima absoluta pode chegar até – 17 ºC (GOLFARI,
Grande do Sul. 1971).
Outras formações vegetacionais Quillaja brasiliensis ocorre naturalmente nos mais variados
tipos de solos, desde rasos e litólicos, pedregosos,
· Ambiente fluvial ou ripário, no Rio Grande do Sul. rochosos ou semi-esgotados pela agricultura, até solos
aluviais ao longo de rios.
· Área do Sudeste ou Escudo Rio-Grandense (REITZ et al.,
Em solos com propriedades físicas adequadas, como de
1983), onde ocorre na vegetação, do tipo parque, em
boa fertilidade química, bem drenados e com textura areno-
Pelotas, RS (PEDRALLI, 1984).
argilosa a argilosa, seu crescimento é melhor.
Precipitação pluvial média anual: de 1.300 mm, em Santa Número de sementes por quilo: 170 mil (MATTEI, 1995).
Catarina e no Rio Grande do Sul, a 1.800 mm, no Rio
Tratamento pré-germinativo: não há necessidade.
Grande do Sul.
Longevidade e armazenamento: as sementes de sabonetei-
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuí-
ra mostram comportamento recalcitrante em relação ao
das, na Região Sul.
armazenamento. Sementes coletadas no início da
Deficiência hídrica: nula, na Região Sul (excluindo o sul do maturação ou quando os frutos estavam maduros e
Rio Grande do Sul). Pequena, no verão, no sul do Rio iniciando a deiscência, quando armazenadas em câmara fria
Grande do Sul. e seca (15 ºC e 40% de UR), perderam mais rapidamente
viabilidade, enquanto as sementes colhidas na fase final de
Temperatura média anual: 13,2 ºC (São Joaquim, SC) a disseminação mantiveram a viabilidade alta, por maior
20 ºC (São Borja, RS). espaço de tempo, tanto em ambiente quanto em câmara
(MATTEI, 1995).
1
IBGE. Mapa de biomas do Brasil: primeira aproximação. Rio de Janeiro, As sementes colhidas na fase final de disseminação podem
2004. 1 mapa; 110 cm x 92 cm. Escala 1:5.000.000. ser armazenadas em ambiente, até setembro, mas é
2
IBGE. Mapa de vegetação do Brasil. Rio de Janeiro, 2004. 1 mapa; 110 recomendável se fazer expurgo, pois ocorre alta
cm x 92 cm. Escala 1:5.000.000.
4 Saboneteira
infestação de pragas. Sementes armazenadas em sala, Tabela 1. Crescimento de Quillaja brasiliensis em experi-
apresentaram 18% de germinação aos 10 meses. mentos no Paraná.
em tubetes de polipropileno de tamanho médio. A (b) Abertura de faixas em capoeira alta e plantio em Grupos Anderson.
repicagem deverá ser efetuada três a cinco semanas após a (...) Dado desconhecido, apesar de o fenômeno existir.
germinação.
Quillija brasiliensis está na lista de plantas ameaçadas de · A anatomia da madeira dessa espécie, em seus aspectos
extinção no Paraná, na categoria vulnerável (PARANÁ, gerais, macroscópicos e microscópicos, pode ser encontra-
1995). da em Marchiori (1984).
Paisagístico: a saboneteira apresenta boas condições como CARVALHO, P. E. R. Competição entre espécies florestais
espécie ornamental, podendo ser usada na arborização de nativas em Irati-PR, cinco anos após o plantio. Boletim de
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Principais Pragas
FORMENTO, S.; SCHORN, L. A.; RAMOS, R. A. B.
As folhas são bastantes perfuradas por insetos, principal- Dinâmica estrutural arbórea de uma floresta ombrófila mista
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