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CURSO PREPARATÓRIO PARA O EXAME DE

QUALIFICAÇÃO TÉCNICA PARA AVALIAÇÃO DA


CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE AJUDANTES DE
DESPACHANTES ADUANEIROS – ADA

EDITAL ESAF Nº 59, DE 14 DE AGOSTO DE 2018


LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
Organização da Administração Aduaneira do Brasil

29. Com relação às atribuições e prerrogativas da autoridade aduaneira no exercício


de suas funções, assinale a opção incorreta.

a) Nas áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e de-
sembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira
tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.

b) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso aos locais onde
se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

c) O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o


comércio exterior.

d) Compete à administração aduaneira estabelecer critérios de distribuição, administrar e


controlar cotas tarifárias e não tarifárias de importação e exportação.

e) Para o desempenho de suas atribuições, a autoridade aduaneira poderá requisitar o apoio


de força pública federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário.

Base Legal: Decreto 6759, de 05 de fevereiro de 2009. Decreto 9.260, de 29 de dezem-


bro de 2017.

Resposta: D

Antes de analisar cada assertiva vou fazer alguns comentários. Mesmo que você tenha ex-
periência como Ajudante de Despachante o risco de errar a resposta por causa de alguma
pegadinha é enorme. Não tem outro jeito, terei de citar a base legal para que você tente
decorar alguma coisa.

Essa questão exigiu do candidato o conhecimento relativo às competências da autoridade


aduaneira brasileira. Alguns colegas que prestaram o exame perceberam que as competên-
cias mencionadas na assertiva D são da SECEX – Secretária de Comércio Exterior (subor-
dinada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) a qual tem como função
controlar as atividades administrativas do Comércio Exterior, portanto, nada tem a ver com
as atribuições e prerrogativas da autoridade aduaneira.

Vamos aos comentários. Note que a ESAF pede a assertiva incorreta.

a) Nas áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e de-
sembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira
tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.

Correto. Descrição consta no Art. 17 do Decreto 6.759/2009.

Art. 17. Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras
áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que
ali exerçam suas atribuições.
b) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso aos locais onde
se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

Correto. Descrição consta no inciso II do Art. 24, Decreto 6.759/2009. Aproveito e transcrevo
o parágrafo único do referido artigo.

Art. 24. No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso (Lei no 8.630, de 25
de fevereiro de 1993, art. 36, § 2o):

II - aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

Parágrafo único. Para o desempenho das atribuições referidas no caput, a autoridade aduaneira poderá
requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como o apoio de força pública federal, estadual ou
municipal, quando julgar necessário (Lei nº 8.630, de 1993, art. 36, § 2º).

c) O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o


comércio exterior.

Correto. Definição dada pelo Art. 15, também do Decreto 6.759/2009.

Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comér-
cio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro

d) Compete à administração aduaneira estabelecer critérios de distribuição, administrar e


controlar cotas tarifárias e não tarifárias de importação e exportação.

Errado. Não se trata de uma atividade aduaneira. Os auditores da Receita Federal não ad-
ministram estas cotas. Além do mais, o inciso XXIII do Art. 18 do Decreto 9.260, de 29 de
dezembro de 2017, determina que esta atividade é de competência da SECEX - Secretária
de Comércio Exterior.

Chamo a atenção que esse Decreto é datado de 29 de dezembro de 2017, isto é, posterior
a data de publicação do Edital do último, no DOU, em 27 de dezembro de 2016. Porém, o
Decreto que foi revogado (8.917, de 29 de novembro de 2016) expressava a mesma com-
petência na redação do seu artigo Art. 17, Inciso XXIII.

Decreto 8.917/2016 (revogado) Decreto 9.260/2017

Art. 17. À Secretaria de Comércio Exterior compete: Art. 18. À Secretaria de Comércio Exterior compete:

XXIII - estabelecer critérios de distribuição, adminis- XXIII - estabelecer critérios de distribuição, adminis-
trar e controlar cotas tarifárias e não tarifárias de im- trar e controlar cotas tarifárias e não tarifárias de im-
portação e exportação portação e exportação

Observe que no do Edital ESAF nº 124 de 2016 como no atual (59/2018), a ESAF cita os
Órgãos públicos intervenientes. Apesar de não ter relação direta com esta questão, preparei
um quadro resumido com os Ministérios (ou órgãos intervenientes) mais importantes e suas
respectivas secretárias, bem como suas áreas de competências. Incluí também a Camex e
o Banco Central.
ÒRGÃOS COMPETÊNCIA

Camex – Câmara de Comercio Exterior Política de Comércio Internacional

Ministério da Fazenda – Receita Federal do Brasil Fiscal

Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Administrativa


Serviços – SECEX (Secretaria do Comercio Exterior)

Banco Central do Brasil Cambial

Como disse, as atribuições do enunciado da assertiva D não têm nada a ver com autoridade
aduaneira, mas sim com um outro órgão público interveniente, no caso, a SECEX (Secretária
do Comércio Exterior).

Olha, como no Edital atual (59/2018) consta esse tópico (órgãos públicos intervenientes) e a
assertiva D fez referência a SECEX, aproveito para transcrever no quadro a seguir todas as
atribuições que constam no Decreto 9.260/2017 relativas à SECEX e seus cinco departa-
mentos: 1) Departamento de Operações de Comércio Exterior; 2) Departamento de Negoci-
ações Internacionais; 3) Departamento de Defesa Comercial; 4) Departamento de Estatística
e Apoio à Exportação e, 5) Departamento de Competitividade no Comércio Exterior.

A ESAF pode perguntar qualquer coisa sobre qualquer Órgão Interveniente (CAMEX, SE-
CEX, MRE etc...), você não vai decorar tudo, mas se você lembrar de alguma coisa pode
acertar a questão. Nesse caso, o candidato que percebeu que a assertiva D era uma atribui-
ção da esfera administrativa acertou em cheio, mesmo que ele tenha ficado em dúvida entre
assertivas A e E, por exemplo, se ele tinha certeza da D, acertou!

Decreto 9.260, de 29 de dezembro de 2017 – Artigos 18 a 23


Art. 18. À Secretaria de Comércio Exterior compete:

I - formular propostas de políticas e programas de comércio exterior e estabelecer normas necessárias


à sua implementação;

II - propor medidas de políticas fiscal e cambial, de financiamento, de recuperação de créditos à ex-


portação, de seguro, de transportes e fretes e de promoção comercial;

III - planejar, orientar e supervisionar a execução de políticas e programas de operacionalização de


comércio exterior e estabelecer as normas necessárias à sua implementação, observadas as competências
de outros órgãos;

IV - propor diretrizes que articulem o emprego do instrumento aduaneiro com os objetivos gerais de
política de comércio exterior e propor alíquotas para o imposto de importação, suas alterações e seus regi-
mes de origem preferenciais e não preferenciais;

V - participar das negociações internacionais relacionadas ao comércio de bens, serviços, investimen-


tos, compras governamentais, regime de origem, barreiras técnicas, solução de controvérsias e outros temas
não tarifários nos âmbitos multilateral, plurilateral, regional e bilateral;

VI - implementar os mecanismos de defesa comercial;

VII - regulamentar os procedimentos relativos às investigações de defesa comercial;


VIII - decidir sobre a abertura de investigações e revisões relativas à aplicação de medidas antidum-
ping, compensatórias e de salvaguardas, inclusive preferenciais, previstas em acordos multilaterais, regio-
nais ou bilaterais e sobre a prorrogação do prazo da investigação e o seu encerramento sem a aplicação de
medidas;

IX - decidir sobre:

a) a abertura de investigação da existência de práticas elisivas que frustrem a cobrança de medi-


das antidumping e compensatórias; e

b) a prorrogação do prazo da investigação de que trata a alínea “a” e o seu encerramento sem exten-
são de medidas;

X - decidir sobre a aceitação de compromissos de preço previstos nos acordos multilaterais, regionais
ou bilaterais na área de defesa comercial;

XI - apoiar o exportador submetido a investigações de defesa comercial no exterior;

XII - orientar e articular-se com a indústria brasileira em relação a barreiras comerciais externas aos
produtos brasileiros e propor iniciativas facilitadoras e de convergência regulatória;

XIII - articular-se com outros órgãos da administração pública, entidades e organismos nacionais e
internacionais para promover a defesa da indústria brasileira;

XIV - administrar, controlar, desenvolver e normatizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior -


Siscomex, observadas as competências de outros órgãos;

XV - formular a política de informações de comércio exterior e implementar sistemática de tratamento


e divulgação dessas informações;

XVI - elaborar e divulgar as estatísticas de comércio exterior, inclusive a balança comercial brasileira,
observadas as competências de outros órgãos;

XVII - promover iniciativas destinadas à difusão da cultura exportadora e ações e projetos destinados
à promoção e ao desenvolvimento do comércio exterior;

XVIII - articular-se com órgãos, entidades e organismos nacionais e internacionais para a realização
de treinamentos, estudos, eventos e outras atividades destinadas ao desenvolvimento do comércio exterior;

XIX - propor medidas de aperfeiçoamento, simplificação e facilitação de comércio exterior e expedir


atos normativos para a sua execução;

XX - dirigir e orientar a execução do Programa de Desenvolvimento do Comércio Exterior e da Cultura


Exportadora;

XXI - assessorar a participação do Ministério no Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações


- Cofig e em outros colegiados pertinentes a créditos à exportação;

XXII - conceder o regime aduaneiro especial de drawback, nas modalidades de suspensão e isenção,
para proporcionar o aumento na competitividade internacional do produto brasileiro, respeitadas as compe-
tências da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda;

XXIII - estabelecer critérios de distribuição, administrar e controlar cotas tarifárias e não tarifárias de
importação e exportação;

XXIV - examinar e apurar a prática de ilícitos no comércio exterior e propor aplicação de penalidades;
e
XXV - exercer as atividades de Secretaria do Comitê Nacional de Facilitação do Comércio - Confac,
integrante da CAMEX.

Art. 19. Ao Departamento de Operações de Comércio Exterior compete:

I - desenvolver, executar e acompanhar políticas e programas de operacionalização do comércio ex-


terior;

II - acompanhar, participar de atividades e implementar ações de comércio exterior relacionadas a


acordos internacionais que envolvam setores específicos ou a comercialização de produtos, referentes à
área de atuação do Departamento;

III - desenvolver, executar, administrar e acompanhar mecanismos de operacionalização do comércio


exterior e seus sistemas operacionais;

IV - analisar e deliberar sobre:

a) licenças de importação, registros de exportação, registros de vendas, registros de operações de


crédito e atos concessórios de drawback nas operações que envolvam regimes aduaneiros especiais e atí-
picos;

b) drawback, nas modalidades de isenção e suspensão;

c) bens usados; e

d) similaridade e acordos de importação com a participação de empresas nacionais;

V - fiscalizar preços, pesos, medidas, classificação, qualidades e tipos, declarados nas operações de
exportação e importação, diretamente ou em articulação com outros órgãos da administração pública, ob-
servadas as competências das repartições aduaneiras;

VI - coordenar o desenvolvimento, a implementação e a administração de módulos operacionais do


Siscomex, no âmbito do Ministério, inclusive a gestão da atuação de usuários do Siscomex;

VII - elaborar estudos que compreendam:

a) avaliações setoriais de comércio exterior e sua interdependência com o comércio interno;

b) a criação e o aperfeiçoamento de sistemas de padronização, classificação e fiscalização dos pro-


dutos exportáveis;

c) a evolução da comercialização de produtos e mercados estratégicos para o comércio exterior bra-


sileiro com base em parâmetros de competitividade setorial e disponibilidades mundiais; e

d) sugestões a respeito de aperfeiçoamentos da legislação de comércio exterior;

VIII - participar de reuniões em órgãos colegiados em assuntos técnicos setoriais de comércio exterior
e de eventos nacionais e internacionais relacionados ao comércio exterior brasileiro; e

IX - coordenar, em conjunto com o Departamento de Competitividade no Comércio Exterior, as ativi-


dades do Ministério no âmbito do Portal Único de Comércio Exterior relativas ao planejamento, ao desenvol-
vimento e à implementação de seus sistemas de tecnologia da informação e procedimentos operacionais.

Art. 20. Ao Departamento de Negociações Internacionais compete:

I - participar das negociações de tratados internacionais de comércio de bens e serviços, em coorde-


nação com outros órgãos da administração pública, nos âmbitos multilateral, plurilateral, regional e bilateral;
II - promover estudos e iniciativas destinados ao apoio, à informação e à orientação da participação
brasileira em negociações internacionais relativas ao comércio exterior;

III - desenvolver atividades relacionadas com o comércio exterior e participar das negociações junto a
organismos internacionais;

IV - coordenar, no âmbito da Secretaria, os trabalhos de preparação da participação brasileira nas


negociações tarifárias e não tarifárias em acordos internacionais e opinar sobre a extensão e a retirada de
concessões;

V - participar e apoiar as negociações internacionais relacionadas ao comércio de bens, serviços,


investimentos, às compras governamentais, ao regime de origem, às barreiras técnicas, à solução de con-
trovérsias e a outros temas não tarifários nos âmbitos multilateral, plurilateral, regional e bilateral;

VI - coordenar a participação do País nas negociações internacionais referentes a regimes de origem


preferenciais e a procedimentos relacionados a eles;

VII - acompanhar a participação do País nas negociações do Comitê Técnico de Regras de Origem
da Organização Mundial das Aduanas e no Comitê de Regras de Origem da Organização Mundial do Co-
mércio;

VIII - administrar, no País, o Sistema Geral de Preferências, o Sistema Global de Preferências Comer-
ciais e os regulamentos de origem dos acordos comerciais firmados pela República Federativa do Brasil e
dos sistemas preferenciais autônomos concedidos ao País;

IX - coordenar, internamente, os Comitês Técnicos no 1 - de Tarifas, Nomenclatura e Classificação de


Mercadorias e no 3 - de Normas e Disciplinas Comerciais da Comissão de Comércio do Mercosul;

X - estudar e propor alterações na Tarifa Externa Comum e na Nomenclatura Comum do Mercosul;

XI - articular-se com órgãos e entidades públicas e privadas, com vistas a compatibilizar as negocia-
ções internacionais para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro;

XII - apoiar a indústria brasileira em relação às barreiras comerciais externas aos produtos brasileiros
e às iniciativas facilitadoras e de convergência regulatória;

XIII - fazer o levantamento das restrições às exportações brasileiras e das recomendações para seu
tratamento no nível externo e interno; e

XIV - coordenar, no âmbito da Secretaria, a preparação de subsídios para o Mecanismo de Revisão


de Política Comercial Brasileira da Organização Mundial do Comércio.

Art. 21. Ao Departamento de Defesa Comercial compete:

I - examinar a procedência e o mérito de petições de abertura de investigações e revisões de dum-


ping, de subsídios e de salvaguardas, inclusive as preferenciais, previstas em acordos multilaterais, plurila-
terais, regionais ou bilaterais, com vistas à defesa da produção doméstica;

II - propor a abertura e conduzir as investigações e as revisões, mediante processo administrativo,


sobre a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, inclusive as preferenciais,
previstas em acordos multilaterais, plurilaterais, regionais ou bilaterais;

III - propor a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, inclusive as


preferenciais, previstas em acordos multilaterais, plurilaterais, regionais e bilaterais;

IV - examinar a conveniência e o mérito de propostas de compromissos de preço previstos nos acordos


multilaterais, plurilaterais, regionais ou bilaterais;
V - examinar a procedência e o mérito de petições, propor a abertura e conduzir investigação sobre a
existência de práticas elisivas que frustrem a cobrança de medidas antidumping e compensatórias;

VI - propor a extensão a terceiros países e a partes, peças e componentes dos produtos objeto de
medidas antidumping e compensatórias vigentes;

VII - propor a regulamentação dos procedimentos relativos às investigações de defesa comercial;

VIII - elaborar as notificações sobre medidas de defesa comercial previstas em acordos internacionais;

IX - acompanhar as negociações internacionais referentes a acordos multilaterais, plurilaterais, regio-


nais e bilaterais pertinentes à aplicação de medidas de defesa comercial e formular propostas a respeito,
com vistas a subsidiar a definição da posição brasileira;

X - participar das consultas e das negociações internacionais relativas à defesa comercial;

XI - acompanhar e participar dos procedimentos de solução de controvérsias referentes a medidas de


defesa comercial, no âmbito multilateral, plurilateral, regional e bilateral, e formular propostas a respeito, com
vistas a subsidiar a definição de proposta brasileira;

XII - acompanhar as investigações de defesa comercial abertas por terceiros países contra as expor-
tações brasileiras e prestar assistência à defesa do exportador, em articulação com outros órgãos e entida-
des públicas e privadas;

XIII - elaborar material técnico para orientação e divulgação dos mecanismos de defesa comercial;

XIV - examinar a procedência e o mérito de petições de redeterminação das medidas de defesa co-
mercial, propor a abertura e conduzir os procedimentos para alterar a forma de aplicação ou o montante da
medida de defesa comercial;

XV - examinar a procedência e o mérito de petições de análise de escopo das medidas de defesa


comercial, propor a abertura e conduzir os procedimentos para determinar se um produto está sujeito a
medidas de defesa comercial; e

XVI - examinar a procedência e o mérito de petições de revisão administrativa, propor a abertura e


conduzir os procedimentos, para determinar a eventual restituição de valores recolhidos em montante supe-
rior ao determinado para o período da revisão.

Art. 22. Ao Departamento de Estatística e Apoio à Exportação compete:

I - propor, assessorar e acompanhar o planejamento, a formulação e a execução das políticas e dos


programas de comércio exterior, além de monitorar e avaliar seus resultados;

II - planejar, coordenar e implementar ações e programas que visem ao desenvolvimento do comércio


exterior brasileiro e da cultura exportadora, em articulação com órgãos e entidades públicas ou privadas,
nacionais e internacionais, e propor a celebração de convênios, acordos ou ajustes semelhantes para a sua
implementação;

III - planejar e executar programas de capacitação em comércio exterior;

IV - elaborar e editar o material técnico para orientação da atividade de comércio exterior;

V - manter e coordenar rede nacional de agentes de comércio exterior;

VI - participar de fóruns e comitês a fim de acompanhar os assuntos relacionados à metodologia de


produção e à análise das estatísticas de comércio exterior;
VII - coletar, analisar, sistematizar e disseminar dados e informações estatísticas de comércio exterior;

VIII - elaborar e divulgar a balança comercial brasileira;

IX - elaborar estudos, indicadores, publicações e informações sobre produtos, setores e mercados


estratégicos para o comércio exterior brasileiro;

X - gerenciar sistemas de consultas, análise e divulgação de dados de comércio exterior;

XI - manter, desenvolver e gerenciar o Sistema de Análise de Informações de Comércio Exterior;

XII - propor a articulação com órgãos e entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, para
a realização de treinamentos, estudos, eventos e outras atividades destinadas ao desenvolvimento do co-
mércio exterior;

XIII - realizar e manter serviço de solução de dúvidas e atender a pedidos de informação relativos ao
comércio exterior brasileiro, em parceria com outros órgãos intervenientes no comércio exterior; e

XIV - manter e gerenciar, em parceria com outros órgãos, ferramenta eletrônica de divulgação de
informações sobre o comércio exterior brasileiro.

Art. 23. Ao Departamento de Competitividade no Comércio Exterior compete:

I - estabelecer normas e procedimentos necessários à implementação de políticas e programas de


operacionalização do comércio exterior;

II - coordenar, no âmbito do Ministério, ações referentes ao Acordo sobre Facilitação de Comércio da


Organização Mundial do Comércio e representar o Ministério em negociações internacionais e eventos rela-
cionados à facilitação de comércio;

III - coordenar, no âmbito do Ministério, ações referentes ao Acordo sobre Procedimentos de Licenci-
amento de Importação junto à Organização Mundial do Comércio;

IV - exercer, no âmbito da Secretaria de Comércio Exterior, as atividades de secretaria do Confac;

V - preparar estudos, formular propostas, planejar ações e elaborar e integrar projetos destinados à
melhoria da eficiência do ambiente regulatório, de sistemas operacionais e dos processos logísticos, infor-
máticos e de controles governamentais relativos a operações de comércio exterior;

VI - articular-se com os órgãos anuentes no comércio exterior, respeitadas as competências de cada


um, com vistas à harmonização e à operacionalização de procedimentos de licenciamento e de outras exi-
gências administrativas requeridas para a concretização de importações e exportações;

VII - coordenar, em conjunto com o Departamento de Operações de Comércio Exterior, as atividades


do Ministério no âmbito do Portal Único de Comércio Exterior;

VIII - propor o aperfeiçoamento da legislação de comércio exterior;

IX - opinar sobre normas pertinentes a aspectos comerciais para o Programa de Financiamento às


Exportações - Proex;

X - acompanhar as diretrizes para a política de crédito e financiamento às exportações, especialmente


do Proex e do Seguro de Crédito à Exportação;

XI - assessorar a Secretaria de Comércio Exterior quanto à participação do Ministério no Cofig e em


outros colegiados pertinentes a créditos à exportação;
XII - administrar o benefício fiscal de redução a zero da alíquota do Imposto sobre a Renda e Proventos
de Qualquer Natureza no pagamento de despesas com promoção comercial, comissionamento e logística
de produtos brasileiros no exterior;

XIII - desenvolver, administrar e aperfeiçoar o Sistema de Registro de Informações de Promoção;

XIV - planejar ações orientadas para a logística de comércio exterior;

XV - formular propostas para aumentar a competitividade internacional do produto brasileiro, especi-


almente de âmbito burocrático, tributário, financeiro e logístico;

XVI - atuar, no âmbito de competência do Ministério, em cooperação com outros países e organismos
internacionais na promoção, no desenvolvimento e na implementação de medidas de facilitação de comércio
em âmbito multilateral, plurilateral, regional ou bilateral; e

XVII - manter e atualizar o Registro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exte-


rior e administrar, no âmbito de competências da referida Secretaria, o Registro de Empresas Comerciais
Exportadoras constituídas nos termos de legislação específica.

e) Para o desempenho de suas atribuições, a autoridade aduaneira poderá requisitar o apoio


de força pública federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário.

Correto. Novamente transcrevo o Art. 24, acrescido do seu parágrafo único.

Art. 24. No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso (Lei no 8.630, de 25
de fevereiro de 1993, art. 36, § 2o):

Parágrafo único. Para o desempenho das atribuições referidas no caput, a autoridade aduaneira poderá
requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como o apoio de força pública federal, estadual ou
municipal, quando julgar necessário (Lei nº 8.630, de 1993, art. 36, § 2º).

30. Analise as assertivas a seguir relativas aos portos secos e, ao final, assinale a
opção correta.

I. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas opera-
ções de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de baga-
gem, sob controle aduaneiro.

II. Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de exporta-
ção ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais.

III. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro,


bem como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de con-
cessão, de permissão ou de licença.

IV. Quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente
à União, será adotado o regime de concessão precedido da execução de obra pública.
V. A licença para exploração de porto seco será concedida a estabelecimento de pessoa
jurídica constituída no País, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regulari-
dade fiscal e que, entre outras condições, possua patrimônio líquido igual ou superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais).

a) Todas as assertivas estão corretas.


b) Somente as assertivas I, III e V estão corretas.
c) Somente as assertivas I e II estão corretas.
d) Somente as assertivas I, II e IV estão corretas.
e) Somente as assertivas II, IV e V estão corretas

Base Legal: Decreto 6759/2009 de 05 de fevereiro de 2009. Medida Provisória nº 612,


de 04 de abril de 2013. Instrução Normativa RFB 1208, de 04 de novembro de 2011.

Resposta: D

Algumas observações antes de analisar cada assertiva. A questão trata dos Portos Secos,
que são recintos alfandegados situados em Zona Secundaria do território aduaneiro, con-
forme redação do Art. 3º, Inciso II do Decreto 6759/2009. Note ainda que o Decreto
6759/2009, de acordo com o disposto no Art. 11º, parágrafo 1º, proíbe a instalação de Portos
Secos em Zona Primária.

Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território nacional.

Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange
(Decreto-Lei no 37, de 18 de novembro de 1966, art. 33, caput):

I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local:

a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;

b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e

II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas
territoriais e o espaço aéreo.

O quadro a seguir sintetiza essa divisão entre Zona Primária e Zona Secundária:

O território aduaneiro compreende todo o território nacional e abrange:


Zona Primária Zona Secundária
constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela que compreende a parte restante do território
autoridade aduaneira local: aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o
espaço aéreo.
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descon-
tínua, nos portos alfandegados;

b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

c) a área terrestre, que compreende os pontos de


fronteira alfandegados
Feito essa breve introdução, vamos a análise de cada assertiva.

I. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas opera-
ções de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de baga-
gem, sob controle aduaneiro.

Correto. Exatamente de acordo com a redação do Art. 11 do Decreto 6759/2009.

Art. 11. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações e
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle adu-
aneiro.

II. Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de exporta-
ção ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais.

Correto. Confere com a redação do parágrafo 2º do Art. 11 do mesmo Decreto.

Art. 11. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle adu-
aneiro.

§ 2o Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de exportação ou am-
bas, tendo em vista as necessidades e condições locais.

III. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro,


bem como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de con-
cessão, de permissão ou de licença.

Errado. Veja a redação dada pelo Art. 12 do Decreto 6759/2009, combinada com o Art. 3º da
Instrução Normativa RFB 1208, de 04 de novembro de 2011. A regra geral é o regime de
concessão ou de permissão. Todavia, de acordo com o disposto no parágrafo único do Art.
12 do Decreto, será adotado o regime de concessão, caso o imóvel pertença à União, mas
somente para os casos de execução das operações e a prestação dos serviços. Não há
nenhuma indicação na redação desses artigos sobre a licença.

Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro, bem
como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de concessão ou de
permissão (Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, art. 1o, inciso VI).

Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos serviços referidos no caput serão
efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto
seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão
precedida da execução de obra pública.

Ficou confuso? Elaborei o quadro a seguir que combina a regulamentação do Decreto


6759/2009 com a redação da Instrução Normativa RFB 1208/2011.
Decreto 6759/2009 - Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob
controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao re-
gime de concessão ou de permissão.

Regime de Concessão Regime de Permissão

Operações de movimentação e armazenagem, Execução das operações e a prestação dos serviços

Execução das operações e a prestação dos serviços,


quando instalados em imóvel da união, desde que prece-
dida da execução de obra pública

Veja a seguir a redação do Art. 3º da Instrução Normativa RFB 1208, de 04 de novembro de


2011, que estabelece os termos e condições para instalação e funcionamento de portos se-
cos. Notou como confere exatamente com o disposto pelo Art. 12 e parágrafo único do De-
creto?

Art. 3º A prestação de serviços desenvolvidos em porto seco sujeita-se ao regime de permissão, salvo
quando o imóvel pertencer à União, caso em que será adotado o regime de concessão, precedido da
execução de obra pública.

IV. Quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente
à União, será adotado o regime de concessão precedido da execução de obra pública.

Correto. Me empolguei e antecipei esta afirmação na assertiva anterior. Redação dada pelo
artigo Art. 3º da Instrução Normativa RFB 1208, de 04 de novembro de 2011, combinada
com a redação do Art. 12 e parágrafo único do Decreto 6759/2009.

Art. 3º A prestação de serviços desenvolvidos em porto seco sujeita-se ao regime de permissão, salvo
quando o imóvel pertencer à União, caso em que será adotado o regime de concessão, precedido da
execução de obra pública

V. A licença para exploração de porto seco será concedida a estabelecimento de pessoa


jurídica constituída no País, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regulari-
dade fiscal e que, entre outras condições, possua patrimônio líquido igual ou superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Errado. Eu entendo que a ESAF quis confundir a legislação que regulamenta a instalação de
Portos Secos com a do CLIA - Centro Logístico e Industrial Aduaneiro. Houve muita confusão
e polêmica nessa história à época. Vamos por partes:

1) O CLIA - Centro Logístico e Industrial Aduaneiro foi incluído pela Medida Provisória
612/2013 que dispunha sobre a reestruturação do modelo jurídico de organização dos
recintos aduaneiros de zona secundária, entre outros assuntos. A seguir, reproduzi
um quadro apenas com os artigos necessários (1º ao 5º da MP 612/2013) para justi-
ficar a resposta dessa assertiva.
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 612, DE 4 DE ABRIL DE 2013

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição,


adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º A movimentação e a armazenagem de mercadorias importadas ou despachadas para expor-


tação e a prestação de serviços conexos serão feitas sob controle aduaneiro, em locais e recintos alfande-
gados.

Art. 2º O despacho aduaneiro de bens procedentes do exterior ou a ele destinados, inclusive de baga-
gem de viajantes e de remessas postais ou encomendas internacionais, a armazenagem desses bens, e a
realização de atividades conexas à sua movimentação e guarda sob controle aduaneiro serão realizados em
locais e recintos alfandegados.

§ 1º A Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda poderá alfandegar:

I - portos e aeroportos, e neles, alfandegar:

a) instalações portuárias, terminais de uso privado, estações de transbordo de cargas, instalações


portuárias públicas de pequeno porte e de turismo, e instalações aeroportuárias;

b) instalações portuárias de uso exclusivo, misto ou de turismo com autorizações ou contratos funda-
dos na Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012, ou na legislação anterior, vigentes e reconhe-
cidos pela legislação que dispõe sobre a exploração de portos e instalações portuárias; e

c) silos ou tanques para armazenamento de produtos a granel localizados em áreas contíguas a porto
organizado ou instalações portuárias ligados a estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares instalados
em caráter permanente;

II - fronteiras terrestres, sob responsabilidade das pessoas jurídicas:

a) arrendatárias de imóveis pertencentes à União; e

b) concessionárias ou permissionárias dos serviços de transporte ferroviário internacional, ou qualquer


empresa autorizada a prestar esses serviços, nos termos da legislação específica, nos respectivos recintos
ferroviários de fronteira;

III - recintos de permissões ou concessões outorgadas com fundamento no inciso VI do caput do art.
1º da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995;

IV - recintos de estabelecimento empresarial licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos ter-
mos desta Medida Provisória;

V - bases militares;

VI - recintos de exposições, feiras, congressos, apresentações artísticas, torneios esportivos e asse-


melhados, sob a responsabilidade da pessoa jurídica promotora do evento;

VII - lojas francas e seus depósitos em zona primária, sob a responsabilidade da respectiva empresa
exploradora;

VIII - recintos para movimentação e armazenagem de remessas postais internacionais;

IX - recintos de movimentação e armazenagem de remessas expressas, sob a responsabilidade de


empresa de transporte expresso internacional;
X - recintos para quarentena de animais sob responsabilidade de órgão subordinado ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e

XI - Zonas de Processamento de Exportação - ZPE, ressalvada a hipótese de dispensa na forma do


parágrafo único do art. 4º da Lei nº 11.508, de 20 de julho de 2007.

§ 2º O recinto de estabelecimento empresarial referido no inciso IV do § 1º denomina-se Centro Lo-


gístico e Industrial Aduaneiro - CLIA.

§ 3º O alfandegamento de terminais de carga localizados em aeroporto não depende de seu alfande-


gamento.

§ 4º A Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda poderá admitir, em caráter


excepcional, o despacho aduaneiro e as respectivas movimentações e armazenagem de bens em recintos
não alfandegados, para atender a situações eventuais ou solucionar questões relativas a operações que não
possam ser executadas nos locais ou recintos alfandegados por razões técnicas, ouvidos os demais órgãos
e agências da administração pública federal, quando for o caso.

§ 5º Ato do Ministro de Estado da Fazenda poderá estabelecer a obrigação de alfandegamento de


recintos de lojas francas e de seus depósitos localizados fora da zona primária.

Art. 3º A empresa responsável por local ou recinto alfandegado deverá, na qualidade de depositária,
nos termos do art. 32 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, prestar garantia à União, no valor
de dois por cento do valor médio mensal, apurado no semestre civil anterior, das mercadorias importadas
entradas no recinto alfandegado, excluídas:

I - as desembaraçadas em trânsito aduaneiro até o quinto dia seguinte ao de sua entrada no recinto;
e

II - as depositadas nos recintos relacionados nos incisos V, VI, VIII, IX, X e XI do § 1º do art. 2º, e nos
recintos referidos no § 5º do art. 2º.

§ 1º Para efeito de cálculo do valor das mercadorias a que se refere o caput, será considerado o valor
consignado no conhecimento de carga ou em outro documento estabelecido pela Secretaria da Receita Fe-
deral do Brasil do Ministério da Fazenda.

§ 2º Para iniciar a atividade, a empresa responsável deverá prestar garantia no valor de R$


2.000.000,00 (dois milhões de reais), sob a forma de depósito em dinheiro ou fiança bancária, até o décimo
dia útil seguinte ao da publicação do ato de alfandegamento, podendo ser deduzido o valor da garantia o
valor do patrimônio líquido da empresa, apurado no balanço de 31 de dezembro do ano imediatamente an-
terior ou, no caso de início de atividade, no balanço de abertura.

§ 3º A garantia deverá ser prestada na forma e com a dedução previstas no § 2º até o décimo dia útil
seguinte ao de cada semestre civil encerrado.

§ 4º O disposto neste artigo não se aplica a empresas controladas pela União.

Art. 4º Na hipótese de cancelamento do alfandegamento do local ou recinto, de transferência de sua


administração para outra pessoa jurídica ou de revogação do ato que outorgou a licença, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda terá o prazo de cento e oitenta dias, contado da data de
publicação do respectivo ato, para liberação de eventual saldo da garantia de que trata o art. 3º, mediante
comprovação do cumprimento das exigências relativas a obrigações tributárias ou penalidades impostas.

Parágrafo único. O curso do prazo previsto no caput será interrompido pela interposição de recurso
administrativo ou ação judicial que suspenda a exigibilidade de obrigações ou penalidades pecuniárias, até
o seu trânsito em julgado.
Art. 5º A licença para exploração de Centro Logístico e Industrial Aduaneiro será concedida a estabe-
lecimento de pessoa jurídica constituída no País, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regu-
laridade fiscal e atenda aos requisitos técnicos e operacionais para alfandegamento estabelecidos pela Se-
cretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, na forma da Lei nº 12.350, de 20 de dezembro
de 2010, e satisfaça também às seguintes condições:

I - seja proprietária, titular do domínio útil ou, comprovadamente, detenha a posse direta do imóvel
onde funcionará o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro;

II - possua patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); e

III - apresente anteprojeto ou projeto do Centro Logístico e Industrial Aduaneiro previamente aprovado
pela autoridade municipal, quando situado em área urbana, e pelo órgão responsável pelo meio ambiente,
na forma das legislações específicas.

§ 1º A licença referida no caput será concedida somente a estabelecimento localizado em Município


ou Região Metropolitana onde haja unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Fazenda.

§ 2º Para a aferição do valor do patrimônio líquido a que se refere o inciso II do caput, deverá ser
apresentado demonstrativo contábil relativo a 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao do pedido
ou de balanço de abertura, no caso de início de atividade.

§ 3º O Centro Logístico e Industrial Aduaneiro deverá manter, enquanto perdurar o licenciamento, o


atendimento às condições previstas neste artigo.

§ 4º Não será concedida a licença de que trata o caput:

I - para o estabelecimento de pessoa jurídica que tenha sido punida, nos últimos cinco anos, com o
cancelamento da referida licença, por meio de processo administrativo ou judicial; ou

II - a pessoa jurídica que tenha em seu quadro societário ou de dirigentes pessoa com condenação
definitiva por crime de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção, contrabando, descaminho ou falsi-
ficação de documentos.

§ 5º A restrição prevista no inciso I do § 4º estende-se ao estabelecimento que tiver em seu quadro


societário, ou como dirigente, pessoa física ou jurídica com participação societária em estabelecimento pu-
nido, nos últimos cinco anos, com o cancelamento da licença referida no caput.

Desses artigos que inclui no quadro destaco os seguintes: Artigo 2, Parágrafo 1º, Inciso IV e
Parágrafo 2º, combinados com o artigo 5º e seu parágrafo 2º.

De forma resumida, a redação combinada desses fragmentos da aludida MP é:

O despacho aduaneiro de bens procedentes do exterior ou a ele destinados, inclusive de


bagagem de viajantes e de remessas postais ou encomendas internacionais, a armazena-
gem desses bens, e a realização de atividades conexas à sua movimentação e guarda sob
controle aduaneiro serão realizados em locais e recintos alfandegados. A Secretaria da Re-
ceita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda poderá alfandegar, entre outros, recintos de
estabelecimento empresarial licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos termos
desta Medida Provisória. Denomina-se o recinto de estabelecimento empresarial como Cen-
tro Logístico e Industrial Aduaneiro - CLIA. A licença para exploração desse Centro Logístico
e Industrial Aduaneiro será concedida a estabelecimento de pessoa jurídica constituída no
País, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regularidade fiscal e atenda aos
requisitos técnicos e operacionais para alfandegamento estabelecidos pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, e, entre outras condições, possua patri-
mônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

2) A seguir elaborei um outro quadro relacionando os dois primeiros artigos da Portaria RFB
711/2013 que regulamenta a MP 612/2013. Note no Art. 2º, Inciso II, a mesma exigência
prevista no Art. 5º, parágrafo 2º, da MP 612/2013, isto é, a do estabelecimento interes-
sado em explorar o CLIA provar patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais).

CLIA - Centro Logístico e Industrial Aduaneiro.

Portaria RFB 711, de 06 de junho de 2013 - Dispõe sobre a formalização e o processamento dos re-
querimentos de licença e de transferência para o regime de exploração de Centro Logístico e Indus-
trial Aduaneiro.

Art. 1º A exploração de Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA) depende de prévio licenciamento
concedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Parágrafo único. A formalização e o processamento dos requerimentos de licença e de transferência para o


regime de exploração de CLIA devem ser executados conforme o disposto nesta Portaria.

Art. 2º Poderá ser licenciado a explorar CLIA o estabelecimento de pessoa jurídica constituída no País, que
explore serviços de armazéns gerais, demonstre regularidade fiscal, atenda aos requisitos técnicos e opera-
cionais para alfandegamento estabelecidos pela RFB na forma da Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de
2010, e satisfaça também às seguintes condições:

I - seja proprietária, titular do domínio útil ou, comprovadamente, detenha a posse direta do imóvel onde
funcionará o CLIA;

II - possua patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); e

3) Enfim, acho que até esse ponto dá para entender que a exigência de patrimônio lí-
quido igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) somente é para os
interessados em explorar de Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA), e não tem
nada a ver com a exploração de Portos Secos, o que nos confirma porque a assertiva
V está errada.

4) Só mais uma coisa. Note que o parágrafo único da Portaria 711/2013 admite, além da
licença, a transferência para o regime de exploração de CLIA. Nesse sentido, trans-
crevo na integra a matéria da Receita Federal publicada em 13 de agosto de 20131
sobre a discussão da conversão (transferência) de Portos Secos em Centros Logísti-
cos e Industriais Aduaneiros.

1 Esclarecimentos sobre a conversão de Portos Secos em Centros Logísticos e Industriais


Aduaneiros (CLIAS). Disponível em <
http://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2013/agosto/conversao-de-portos-secos-em-centros-
logisticos-e-industriais-aduaneiros>. Acesso em: 25 mar. 2018.
Nota à imprensa
Esclarecimentos sobre a conversão de Portos Secos em Centros Logísticos e Industriais
Aduaneiros (CLIAS)

Em relação à matéria “Receita usa janela de MP para autorizar 15 portos secos a operar”, publicada no jornal
Folha de S. Paulo de hoje (13/08), cabe esclarecer:

1. A Medida Provisória nº 612, de 2 de abril de 2013 estabeleceu uma oportunidade à iniciativa privada de
peticionar, com base em Lei, a autorização de instalação de novos Centros Logísticos e Industriais Adu-
aneiros (CLIAS) sob o regime de licenciamento ou de transformação de recintos já alfandegados sob o
modelo de Porto Seco para o modelo de CLIA. Por meio desse modelo, estabelecimentos de pessoas
jurídicas recebem a concessão ou permissão para movimentar e armazenar cargas sob controle adua-
neiro após a conclusão de processo licitatório, desde que atendidas condições como requisitos de se-
gurança e de controle exigidos por Lei.
2.
3. Durante a vigência da Medida Provisória, até sua expiração em 4 de agosto último, foram protocolizados
na Receita Federal em todo o País 53 pedidos de abertura de CLIAS, sendo 25 petições de conversão
de Portos Secos já alfandegados e 28 de instalação de novos centros. Todos esses pedidos foram re-
cepcionados, sendo obedecidos todos os ritos e prazos de cada uma das etapas necessárias à análise
dos pleitos.

4. Tendo sido atendidos todos requisitos exigidos pela lei, coube à Receita reconhecer o direito do interes-
sado e devidamente formalizá-lo em ato normativo. Durante a vigência da MP, foi concluída a análise de
21 pleitos, que culminaram com a conversão de 18 estabelecimentos de Portos Secos e o indeferimento
de 3 pedidos. Não foram, portanto, analisados os 28 pedidos de instalação de novos centros, nem 4 dos
pedidos de conversão de portos secos já existentes. Com a expiração da Medida Provisória, e até que
haja a edição de decreto legislativo ou que esteja conclusa a análise jurídica quanto aos efeitos decor-
rentes da perda de eficácia da MP, a avaliação dos demais pedidos protocolizados foi suspensa.

5) Bom, para encerrar, note que MP 612/2013 teve seu prazo de vigência encerrado no
dia 1º de agosto de 2013.

ATO DECLARATÓRIO DO PRESIDENTE DA MESA


DO CONGRESSO NACIONAL Nº 49, DE 2013

O PRESIDENTE DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL, nos termos do parágrafo único do art.


14 da Resolução nº 1, de 2002-CN, faz saber que a Medida Provisória nº 612, de 4 de abril de
2013, que "Reestrutura o modelo jurídico de organização dos recintos aduaneiros de zona secundá-
ria, altera a Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, e a Medida Provisória nº 601, de 28 de dezembro
de 2012; reduz a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre
as indenizações a que se refere a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013; altera a Lei nº 12.715, de
17 de setembro de 2012, para dispor sobre multa pecuniária pelo descumprimento do Programa de
Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores -
INOVAR-AUTO; e dá outras providências", teve seu prazo de vigência encerrado no dia 1º de agosto
do corrente ano.

Congresso Nacional, em 6 de agosto de 2013

Senador RENAN CALHEIROS


Presidente da Mesa do Congresso Nacional
31. A importação de mercadoria pode estar sujeita a licenciamento, na forma da legis-
lação específica. Assinale a opção que relacione corretamente órgãos anuentes a cujo
controle a mercadoria importada pode estar sujeita.

a) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Departamento de Polícia Rodoviária


Federal (PRF); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Ministério da Ciência, Tec-


nologia, Inovação e Comunicações (MCTIC); Ministério dos Transportes, Portos e Aviação
Civil (MT).

c) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e


dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes (ICMBio).

d) Departamento de Polícia Federal (DPF); Departamento Nacional de Produção Mineral


(DNPM); Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

e) Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); Instituto Nacional de Metrologia, Quali-


dade e Tecnologia (Inmetro); Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Resposta: D

Essa foi uma das poucas questões que não citei a base legal. Eu sugiro que você acesse o
site da Invest&Export Brasil - Guia do Comércio Exterior e Investimento <www.investex-
portbrasil.gov.br>, para ter acesso a lista de órgãos. Veja a seguir:

- Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL


- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA
- Agência Nacional do Cinema - ANCINE
- Comando do Exército - COMEXE
- Departamento de Operações de Comércio Exterior - DECEX
- Departamento de Polícia Federal - DPF
- Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
- Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBC
- Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
- Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT
- Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

Vamos ver as assertivas, uma a uma:


a) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Departamento de Polícia Rodoviária
Federal (PRF); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O examinador coloca esta pegadinha na letra A para derrubar todo mundo, o Departamento
de Polícia Rodoviária Federal não faz parte da lista de órgãos anuentes.

b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Ministério da Ciência, Tec-


nologia, Inovação e Comunicações (MCTIC); Ministério dos Transportes, Portos e Aviação
Civil (MT).

Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil não faz parte da lista de órgãos anuentes.

c) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e


dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes (ICMBio).

Instituto Chico Mendes não faz parte da lista de órgãos anuentes.


d) Departamento de Polícia Federal (DPF); Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM); Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Todos os órgãos anuentes listados nessa assertiva correspondem ao publicado no site da


Invest & Export Brasil.

e) Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); Instituto Nacional de Metrologia, Quali-


dade e Tecnologia (Inmetro); Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é uma autarquia federal ligada ao Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Até aqui tudo bem, o que não tem nada
a ver é o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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