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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Faculdade de Direito
Disciplina: Direito Tributário II – 2019.2 - (10/10/2019)
Professor: Helcônio Almeida
Equipe: Jaqueline Braz, Jehnnifer Queiroz, Lucas Borges, Moisés Oliveira e
Paloma Teles.
Avaliação 2: Imposto de Importação (II) e Imposto de Exportação (IE)

1.Por quais outros nomes o imposto de importação é também vulgarmente


conhecido? E qual ente é competente para instituí-lo e qual é a
justificativa?

Resposta: “tarifa aduaneira”, “direitos de importação”, “tarifa das alfândegas”,


“direitos aduaneiros”, dentre outros. O II é da competência da União Federal e
isso se justifica porque trata-se de imposto com implicações no relacionamento
do País com o exterior (...). (MACHADO, pág. 308); CF/88, art. 153, I.

2.Qual é a função, ou a natureza, do imposto de importação e qual é a sua


importância para a economia do país?

Resposta: Sua função (natureza) é extrafiscal e é muito mais importante como


instrumento de proteção da indústria nacional do que como instrumento de
arrecadação de recursos financeiros para o Tesouro Público. (MACHADO, pág.
309).

3.A quais princípios o imposto de importação constitui exceção e por qual


motivo?

Resposta: Princípios da legalidade, anterioridade e noventena, devido à


natureza extrafiscal do imposto de controlar e proteger a economia nacional.
Desse modo, o Presidente da República pode alterar, majorando ou reduzindo a
alíquota dentro do estabelecido pela lei.

4.Qual é o aspecto material e espacial, ou seja, o fato gerador do imposto


de importação e quais as hipóteses (exceções) de não incidência?

Resposta: O núcleo do FG do II é a entrada de produtos estrangeiros no


território nacional (tendo o Brasil como destinatário final). Exceções (hipóteses
de não incidência): consignação; defeito; guerra ou calamidade; modificação na
sistemática; fato alheio à vontade; forma esporádica (exposições). Importante
frisar que não incide em produto estrangeiro que está de passagem no Brasil e
com destino em outro país. (Prof. Altair); CTN, art. 19; CF/88, art. 146, III, “a”; e
art. 150, III, “a” c/c art. 5º, XXXVI; Decreto-lei 37 (18.11.1966)

5.Quais são as espécies de alíquotas do imposto de importação e como se


expressam?

Resposta: A específica e a ad valorem. A primeira é expressa por uma quantia


determinada, em função da unidade de quantificação dos bens importados.
Assim, diz-se que o imposto corresponderá a tantos reais por cada metro, ou
quilo, ou outra unidade qualquer de medida do produto. A outra é a ad valorem,
indicada em porcentagem a ser calculada sobre o valor do bem. Esta última é a
mais utilizada. (MACHADO, pág. 312); CF/88, art. 153, parágrafo 1º; CTN, art.
21

A. A alteração das alíquotas do imposto de importação é um ato


discricionário ou um ato vinculado do Poder Executivo? Por quê?

Resposta: A alteração das alíquotas não é ato discricionário. Para ser válido, há
de ser fundamentado, com indicação expressa e específica do objetivo a ser
alcançado. Não basta a indicação genérica, dizendo-se que a alteração se faz
para ajustar o imposto aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
O objetivo a ser alcançado tem de ser indicado especificamente, pena de
invalidade do ato, que sem essa indicação específica se revela discricionária.
(MACHADO, pág. 312); CF/88, art. 153, parágrafo 1º; CTN, art. 21

6.Como ocorre a variação das alíquotas do imposto de importação?

Resposta: As alíquotas do II devem variar conforme a essencialidade do


produto, com o que se estará pondo em prática o princípio da capacidade
contributiva, ou, mais exatamente, capacidade econômica. Essas alíquotas são,
de um modo geral, bastante elevadas exatamente para dificultar a entrada do
produto no território nacional e dar, deste modo, melhores condições ao produto
nacional para competir no mercado. (MACHADO, pág. 312)

7.Como funciona a base de cálculo do imposto de importação?

Resposta: unidade de medida adotada (específica); preço normal (ad valorem);


e preço de arrematação. Nos termos do CTN, quando a alíquota for específica,
a base de cálculo é a unidade de medida adotada pela lei para o caso. Quando
a alíquota for ad valorem, a base de cálculo é o preço normal que o produto, ou
seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no
País. E, finalmente, tratando-se de produto apreendido ou abandonado, levado
a leilão, a base de cálculo é o preço da arrematação. (MACHADO, págs. 312
313); CTN, art. 20, I, II e III; Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio/GATT, art.
VII (art. 2º do Decreto-lei 37 de 18.111966, com redação que lhe deu o Decreto
2.472 de 1.9.1988)

8.Além do imposto de importação, quais outros impostos também incidem


sobre os produtos estrangeiros que ingressam no país?

Resposta: IPI, ICMS, PIS, COFINS (pesquise para saber se existem outros e
como eles funcionam ao lado do II)

9.A respeito do aspecto temporal do imposto de importação, quando ocorre


a entrada do produto estrangeiro no país? Qual é a diferença entre a
entrada jurídica e a entrada física?
Resposta: no momento do despacho (desembaraço) aduaneiro, quando ocorre
a entrada jurídica em território nacional para efeitos fiscais. A entrada física,
como o próprio nome já diz, é quando o produto ingressa fisicamente no país.

10.Quem é o contribuinte do imposto de importação? Quais os sujeitos


(ativo e passivo) dessa relação tributária?

Resposta: O sujeito ativo é a União e o sujeito passivo é o contribuinte. O


contribuinte do imposto de importação é o importador ou quem a ele a lei
equiparar. Tratando-se de produtos apreendidos ou abandonados, contribuinte
será o arrematante deste. É também o destinatário postal. Há também a figura
do responsável tributário, que não é o contribuinte, mas pode responder por este
a depender da situação. O transportador e o depositário são exemplos de
responsável tributário.

B. Como é feito o lançamento do imposto de importação?

Resposta: o lançamento do II, via de regra, ocorre por homologação. Entretanto,


excepcionalmente, pode ocorrer por declaração (MACHADO, pág. 314)
Obs.: os lançamentos, em outros impostos, podem ocorrer de ofício, por
declaração ou por homologação.

11. Sobre o imposto de exportação, de quem é a competência? Qual é a sua


natureza, ou seja, função?

Resposta: Compete à União. Sua função é extrafiscal (mesma resposta do II –


questões 1.b e 2)

12. Quando ocorre o fato gerador do imposto de exportação?

Resposta: quando da saída, do território nacional, de produto nacional ou


nacionalizado indicado em lista aprovada pelo Poder Executivo. Se o produto
que sai do território nacional não consta da lista, o caso é de não incidência
tributária. (MACHADO, pág. 315); ver a lista mencionada (Decreto-lei
1.578/1977, art. 1º e seu parágrafo 3º).

13. Quais as espécies de alíquotas e como se relacionam com a base de


cálculo do imposto de exportação?

Resposta: ver as respostas das questões 5 e 7. (MACHADO, págs. 316 e 317)

14.Sobre os sujeitos da relação tributária do imposto de exportação, quem


são e quem é o contribuinte?

Resposta: o sujeito ativo é a União e o sujeito passivo é o contribuinte. Este é o


exportador ou a quem a lei equiparar.

15.Como se dá o lançamento do imposto de exportação?

Resposta: por homologação.


C. O que é SISCOMEX? Qual é o seu histórico e os seus objetivos? Como
ocorre o acesso, a operação neste sistema? Quais documentos são
emitidos por ele?

Resposta: SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior. Sistema


informatizado de registro, acompanhamento e controle computadorizado de
informações. É um instrumento que integra as atividades de registro,
acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um
fluxo único, computadorizado, de informações, cujo processamento é efetuado
exclusiva e obrigatoriamente pelo sistema.

a) Criado através do Decreto 660 de 25.09.1992;


b) Implantado nas exportações em 04.01.1993;
c) Implantado nas importações em 01.01.1997;
d) Integra o país num sistema de comércio exterior, de alta confiabilidade,
operando através da rede SERPRO;
e) A empresa precisa cadastrar-se na Receita Federal (RADAR) e obter uma
“senha”, a qual permitirá proceder os registros na exportação.

Objetivos do SISCOMEX:

1) Simplificar e padronizar as operações de comércio exterior, com redução


da carga tributária;
2) Agilizar ao máximo as operações de embarque de mercadorias
destinadas à exportação;
3) Reduzir ao mínimo o tempo de liberação das mercadorias importadas;
4) Dispor de controles automáticos e unificados, por meios de recursos
eletrônicos;
5) Gerar estatísticas confiáveis e tempestivas;
6) Inibir tentativas de fraudes;
7) Ampliar atendimento em todo o país;
8) Motivar novas empresas a participarem do comércio exterior.

Acesso/operação (SISCOMEX)

O exportador/importador deve avaliar:


• As vantagens de operar com terminal próprio; ou
• Utilizar terminais de terceiros como: bancos*, corretoras de câmbio* e
despachantes aduaneiros, que operarem em favor da empresa precisam
estar devidamente credenciados pela mesma junto à Receita Federal.
*operam o sistema através do SISBACEN.

Documentos emitidos no SISCOMEX:

RE – Registro de Exportação
RV – Registro de Venda
RC – Registro de Operação de Crédito
DDE – Declaração de Despacho de Exportação
REFERÊNCIAS:

AMBRÓSIO, Rogério. Comex Logis. Administração e Comércio Exterior.


SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior. Acesso disponível em
09 de outubro de 2019: < https://www.youtube.com/watch?v=1_smO8eXCs0>.
BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei N.º 5.172 de 25 de outubro de 1966.
Acesso disponível em 09 de outubro de 2019:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso disponível
em 09 de outubro de 2019:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 38ª ed. rev. e atual.
São Paulo: Malheiros, 2017.
ROCHA, Altair Altoff da. Aprenda Direito. Direito Tributário. Imposto de
Importação – primeira parte. Acesso disponível em 09 de outubro de 2019:
<https://www.youtube.com/watch?v=z8aBbTAcjJc&list=PLynwtFV7vWxxMIW4sMJK3j7TiqLW
BQXRZ&index=1>.

ROCHA, Altair Altoff da. Aprenda Direito. Direito Tributário. Imposto de


Importação – segunda parte. Acesso disponível em 09 de outubro de 2019: <
https://www.youtube.com/watch?v=f15odm4NnRY&list=PLynwtFV7vWxxMIW4sMJK3j7TiqLW
BQXRZ&index=2>.

ROCHA, Altair Altoff da. Aprenda Direito. Direito Tributário. Imposto de


Exportação – primeira parte. Acesso disponível em 09 de outubro de 2019: <
https://www.youtube.com/watch?v=eG_cTt0WEw8&list=PLynwtFV7vWxxMIW4sMJK3j7TiqL
WBQXRZ&index=3>.

ROCHA, Altair Altoff da. Aprenda Direito. Direito Tributário. Imposto de


Exportação – segunda parte. Acesso disponível em 09 de outubro de 2019:
<https://www.youtube.com/watch?v=Hi-
U1yvq0k&list=PLynwtFV7vWxxMIW4sMJK3j7TiqLWBQXRZ&index=4>.

SABBAG, Eduardo. Saberes do Direito. Direito Tributário I. Editora Saraiva. São


Paulo, 2012.
SEVILHA JÚNIOR, Vicente. Sevilha Contabilidade. O que é SISCOMEX?
Acesso disponível em 09 de outubro de 2019:
< https://www.youtube.com/watch?v=1gAHYPD5NcU>.

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