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“Aquele (Jesus) que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir

todas as coisas. E ele mesmo deu uns PARA apóstolos, e outros PARA profetas, e outros PARA
evangelistas, e outros PARA pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos,
PARA a obra do ministério, PARA edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à
unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo...” Efésios 4.10-13

Queridos irmãos, que o amor de Cristo Jesus seja pleno em nossos corações!

Antes de tratar, especificamente, o assunto desta carta, quero informar que a mesma é
direcionada a todos os que foram/são/serão chamados, por Deus, para o exercício ministerial,
sejam pastores, apóstolos, bispos, presbíteros, reverendos, profetas, evangelistas, mestres,
doutores, missionários etc. O desejo do meu coração é falar, a cada um, pessoalmente, tudo o
que aqui está registrado, todavia, devido às geografias que nos separam (físicas e,
infelizmente, denominacionais) isso não será possível, com exceção aos que me são próximos
(e QUEIRAM me ouvir ou questionar). Além do que foi mencionado, quero dizer que, conforme
Hebreus 13.17, eu sou obediente e sujeito aos pastores que o Senhor colocou para cuidar de
minha vida e que respeito toda autoridade constituída por Deus, civis e religiosas (Romanos
13). Portanto, peço que não interpretem o conteúdo que será exposto como rebeldia,
agressão, insubmissão, desrespeito ou qualquer outra coisa que possa assemelhar-se a essas;
não ignore a minha pequenez e, com gesto de humildade por parte de vocês, leiam tudo até o
final e, depois, tire suas conclusões. Que o Espírito Santo de Deus nos dê discernimento para
compreendermos o Seu reino e separarmos aquilo que é do homem do que é Deus e, assim,
possamos, todos os dias, nos converter ao nosso SENHOR!

Mateus 23

1 ENTÃO falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos,


2 Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.
3 Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não
procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;
4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles,
porém, nem com o dedo querem movê-los;
5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e
alargam as franjas das suas vestes,
6 E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o
Cristo, e todos vós sois irmãos.
9 E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
10 Nem vos chameis guias, porque um só é o vosso GUIA, que é o Cristo.
11 O maior dentre vós será vosso servo.
12 E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será
exaltado.

Amados, 1% (ou até menos – são apenas dados meus dentre os que conheço) dos ministros de
Deus, no Brasil, tem compreendido e vivido essa palavra, mas por que os 99% não vivem esse
trecho de Mateus 23?
Primeiramente, não é minha função aqui ensinar, até porque acredito que a maioria a quem
remeto esse documento tem um conhecimento teológico muito superior ao meu, alguns até
professores de seminário e faculdade teológica; meu objetivo, aqui, é provocar uma reflexão
acerca dos títulos eclesiásticos, que é diferente das funções para as quais o Senhor nos
chamou, como forma de tratamento. Vamos observar algumas lições do texto bíblico acima.
Logo de início, vemos que Jesus está falando à multidão (os fariseus e escribas estavam no
meio dela) e aos seus discípulos; o que poderia acontecer se essa palavra fosse dirigida
somente aos discípulos e em particular? Responderei mais adiante essa questão. Então, Jesus
começa a falar sobre algumas atitudes dos fariseus e escribas, dentre as quais buscar para si
uma posição de honra, de profeta (Moisés) e, como vemos nos versículos seguintes, queriam
ser superiores aos outros, além de impor sobre os judeus uma lei dura e severa que nem eles
mesmos conseguiam cumprir. O que, de fato, quero chamar a atenção vem a partir do vs.5
onde vejo que não é diferente dos dias atuais. Hoje, será que nós, assim como os fariseus e os
escribas, fazemos obras com o objetivo se sermos vistos pelos homens e amamos os primeiros
lugares onde nos fazemos presentes (nos templos, festas, e qualquer lugar que somos
convidados)? Nós gostamos de ser chamados de pastor fulano, bispo beltrano ou apóstolo
sicrano (já tem até paipóstolo – papapóstolo – e pai espiritual)? Gostamos ou não? Somos
diferentes dos fariseus? Bem, no vs.8 em diante, Jesus nos deixa uma lição que também é
aplicada a nós, mas muitos nem atentam para isso ou não querem (preferem satisfazer o ego –
Hum! Como é bom!). Alguns títulos mudaram de nomes, mas o princípio ensinado por Cristo é
o mesmo para os nossos dias. Ele diz (aos discípulos e à multidão – vs.1, e hoje para nós) para
não querermos ser chamados Rabi (no nosso contexto, pastor ou qualquer outro título),
porque um só é o nosso Mestre, e todos nós somos irmãos. Aí está um dos princípios que nos
rege: TODOS SOMOS IRMÃOS. O título (pastor, presbítero, bispo etc.) dá a impressão (e para
alguns é mais que isso) que somos superiores aos demais membros, devido à posição que
ocupamos. Veremos em alguns textos lá na frente, que os discípulos entenderam e
obedeceram essa palavra. No vs.9, a mesma coisa. Ninguém, sobre a terra, devemos chamar
de nosso pai (papa, padre, paipóstolo, pai espiritual), porque um só é nosso PAI, o qual está
nos céus. Somos todos irmãos e filhos do PAI. Não seremos chamados guias, porque um só é o
nosso GUIA (Cristo). O interessante (e curioso) é que no vs.8 Ele recomenda não sermos
chamados; no vs.9 que não devemos chamar; e no vs.10 que não devemos NOS chamar (uns
aos outros). De acordo com o primeiro caso, devemos rejeitar quando a Igreja nos trata pelo
título; no segundo, que não devemos chamar ninguém; e no terceiro, que nós mesmos não
devemos, entre nós (líderes), nos tratar desse modo. O ‘não querer ser chamado’ deve partir
de nós, como exemplo a ser dado. Essa foi a palavra direcionada aos discípulos. Como Ele
também falou à multidão, estava ensinando à mesma que ‘não chamasse’ ninguém assim
(Jesus sabia que iria aos céus e deixaria os seus discípulos no seu lugar); penso que se Ele
falasse essa mensagem somente aos discípulos, um deles pudesse ser tentado, no início da
igreja primitiva, a querer ser chamado mestre ou qualquer outro título; mas aí a multidão tinha
ouvido Jesus dar a ordem e a mesma poderia dizer para um deles: - Olha, Jesus disse que não
era para chamar você de mestre, pois só um é o Mestre, que é o Cristo. Quando Ele pronuncia
‘nem vos chameis’, já deixa claro para que nenhum dos doze discípulos quisesse ser melhor
que o outro (principalmente quando Ele não mais estivesse aqui), inclusive, isso é ratificado
nos vs. 11 e 12: “O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será
humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.” E aí, meus queridos irmãos, por
que será que nós não temos seguido esses ensinamentos? Percebo, através do texto de
Mateus 23, que toda essa “onda de titulação” já existia no farisaísmo, depois retornou com a
Igreja Católica, dizendo ter sido Pedro o primeiro papa (vindo outros depois dele até o atual,
Bento XVI, com a necessidade de ter um pai terreno, já que o do céu parece ser insuficiente),
bispos, cardeais, arcebispos, padres etc; com a reforma protestante, trocaram os nomes para
pastores, diáconos, presbíteros e outros, além de descentralizar o poder, pois como a ICAR
tinha (e tem) o poder nas mãos do papa, os reformadores se dividiram e cada qual teve seu
próprio rebanho, com seus dogmas e doutrinas próprios, sem necessidade de um poder
centralizador. Hoje, os neopentencostais usam pastores e também trouxeram de volta os
bispos, papa (paipóstolos) e até mesmo apóstolos.

Irmãos amados, vamos lembrar que a Igreja primitiva agiu de forma diferente. Ela obedeceu os
ensinamentos de Jesus (Mateus 23). Antes de vermos como era o trato entre os apóstolos e a
Igreja, quero comentar sobre o que Paulo diz para os irmãos que viviam em Corinto (I Cor
12.27,28) e em Éfeso (Efésios 4.10-13), cujo texto está na primeira página, antes da minha
saudação. Paulo diz que o Senhor deu uns PARA..., e outros PARA..., e outros PARA..., e outros
PARA...etc. O ‘PARA’ não é ‘DE’. O Senhor não chamou um DE..., e outro DE... etc. O que eu
quero dizer com isso é que fomos chamados PARA uma FUNÇÃO ministerial e não para
recebermos o título, inerente a função a qual cada um foi chamado, como forma de
tratamento. Isso os fariseus e os escribas faziam; nós temos de ser diferentes, COMO Jesus
ensinou. Acredito que, além de toda a influência herdada da ICAR e dos Reformadores (sobre
essa questão), nós estamos trazendo para a Igreja os mesmos conceitos que são usados no
secularismo, onde os que exercem determinadas profissões ‘nobres’, de destaque, com status,
são chamados de doutores (e outras formas) para se diferenciar dos restantes. Lá fora sim,
mas na Igreja precisa mudar, pois aqui somos todos irmãos. Conforme a Palavra, somos dignos
de honra (dupla, por sinal), conduzimos um rebanho e prestaremos contas a Deus de cada vida
a nós confiada, mas isso não representa que somos melhores ou piores que os demais, porém,
que temos uma tremenda responsabilidade (não status). Somos chamados para servir e não
para sermos servidos. Alguns líderes, infelizmente, agem como reis, em que seus súditos lhe
servem, veneram e até adoram. Os mesmos vivem como sacerdotes, como no Antigo
Testamento, e recebem todos os tipos de honra, inclusive financeira, como as tais primícias
(3% do salário) colocadas diretamente nas mãos do pastor-presidente, bispo ou apóstolo,
enquanto a maioria das suas ovelhas padece necessidade (poderia citar vários exemplos de
pessoas que conheço e vivem nessa situação, mas serei ético em não citar nomes). Não foi isso
que Cristo nos ensinou. Desses, se não se arrependerem, Deus os julgará severamente.

Paulo e Timóteo, quando escrevem aos irmãos filipenses (2.3), nos ensinam que não devemos
fazer nada por contenda ou por VANGLÓRIA, mas por HUMILDADE e que cada um CONSIDERE
OS OUTROS SUPERIORES a si mesmo. E nós, com os nossos títulos, será que não buscamos um
‘pouquinho’ de glória, honra e até mesmo nos consideramos superiores aos demais
irmãozinhos?! Perguntar não ofende!

Podemos ver claramente, nos livros do Novo Testamento, que os discípulos e demais cristãos
entenderam essa questão e obedeceram, deixando-nos exemplo, apesar da maioria da
liderança cristã atual menosprezar (ou não entendeu).
No Livro dos Atos dos apóstolos (e no evangelho que também escreveu), Lucas em nenhum
momento da sua narração coloca para Pedro, João, e demais servos de Cristo, chamados para
o apostolado, um título eclesiásticos; apenas cita os seus nomes. O mesmo acontece com os
autores dos demais evangelhos. Em momento algum os discípulos de Cristo recebem titulação
de suas funções ministeriais. No capítulo 16 da carta de Paulo aos Romanos, observamos
algumas formas de tratamento usadas por ele em relação aos cristãos (apenas o nome da
pessoa; irmão; amado; e quando de alguma função, essa vem depois do nome e com vírgula).
Paulo, falando sobre os apóstolos (e outros ministros de Cristo), cita-os apenas pelo nome,
sem colocar nenhum título antes: (I Cor 1.12; 3.4,5,6,22) Apolo, Cefas; (I Cor 4.6) Apolo; (I Cor
15.5-7) Cefas, Tiago; (Ef 6.21; Cl 4.7) Tíquico; (Fp 1.1; Cl 1.1; I Ts 1.1; 3.2; II Ts 1.1) Timóteo e
Silvano; (Cl 1.7) Epafras; (Tito 3.13) Zenas e Apolo; (Fm 1) Timóteo, Filemom. Agora, vamos ver
a prova que Pedro realmente aprendeu e obedeceu ao que Jesus ensinou (Mt 23) através da
maneira como ele faz uma citação sobre Paulo (II Pe 3.15): “E tende por salvação a
longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu,
segundo a sabedoria que lhe foi dada.” Pedro não disse: “...o nosso amado apóstolo Paulo vos
escreveu...” Ele também obedeceu em não ser chamado de apóstolo como forma de
tratamento (I Pe 1.1 e II Pe 1.1): “PEDRO, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos
no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.”; “SIMÃO Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo,
aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo.” Pedro reconhece seu ministério como uma função e o coloca após o seu nome e
seguido de uma vírgula. Ele não escreveu: “Apóstolo PEDRO...” como, hoje, os pastores, bispos
e apóstolos fazem (títulos e mais títulos). Judas também fez o mesmo (Jd 1.1): “JUDAS, servo
de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por
Jesus Cristo.” Por que Judas não colocou um títulos antes do nome dele?! O mesmo exemplo
segue com João (Apocalipse 1.1-9): “...a João seu servo. João, às sete igrejas...Eu, João, que
também sou vosso irmão, e companheiro na aflição...” Em momento algum João usou
qualquer tipo de título eclesiástico. Tiago também caminha pela mesma linha do ensinamento
de Jesus (Tg 1.1): “TIAGO, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam
dispersas, saúde.” Há alguma titulação antes do nome de Tiago? Paulo, o apóstolo que mais
deixou registros escritos, em nenhuma das suas cartas colocou “Apóstolo Paulo”, e sim “Paulo”
ou, quando colocava sua função, essa era posta depois do nome seguida de uma vírgula, a
exemplo de “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo...” (Romanos 1.1): “PAULO, servo de Jesus Cristo,
chamado PARA apóstolo, separado PARA o evangelho de Deus.” (I Cor 1.1,12,13): “PAULO
(chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus)...Eu sou de Paulo... Está Cristo
dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (I Cor
3.4,5,22): “...Eu sou de Paulo... Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais
crestes, e conforme o que o SENHOR deu a cada um? ... Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas...” (I
Cor 16.21): “Saudação da minha própria mão, de Paulo.” (II Cor 1.1): “Paulo, apóstolo de Jesus
Cristo, pela vontade de Deus...” (II Cor 10.1): “Além disto, eu, Paulo, vos rogo...” (Gl 1.1):
“Paulo, apóstolo...” (Ef 1.1): “PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos
santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus.” (Ef 3.1): “Por esta causa eu, Paulo, sou o
prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios.” (Fp 1.1): “PAULO e Timóteo, servos de Jesus
Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos.” (Cl
1.1): “PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo.” (Cl 4.18):
“Saudação de minha mão, de Paulo. Lembrai-vos das minhas prisões. A graça seja convosco.
Amém.” (I Tess 1.1; II Tess 1.1): “PAULO, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses...” (II
Tess 3.17): “Saudação da minha própria mão, de mim, Paulo, que é o sinal em todas as
epístolas; assim escrevo.” (I Tm 1.1): “PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de
Deus, nosso Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa.” (II Tm 1.1): “PAULO,
apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo
Jesus.” (Tito 1.1): “PAULO, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos
de Deus...” (Fm 1.1,9,19): “PAULO, prisioneiro de Jesus Cristo... Todavia peço-te antes por
amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro de Jesus Cristo... Eu,
Paulo, de minha própria mão o escrevi...” Poderia, ainda citar os vários versículos em Atos, mas
acredito que os que selecionei já são suficiente.

P.S. Lembrei que até mesmo os profetas do Antigo Testamento (Moisés, Josué, Elias, Jeremias,
Isaías etc.) não são mencionados, nas Escrituras, com o títuto “profeta” antes do nome (Ou
alguém já viu escrito: “E disse o profeta Moisés ao povo”? Sobre os profetas eu não pesquisei,
mas se existir algum, gostaria de saber.

Finalmente, queridos, percorri o Novo Testamento inteiro e não encontrei nada que
fundamentasse todo esse festival de títulos (ainda que alguns não participem dessa festa, mas,
por tradição, aceitaram sem problema algum, afinal é confortável ao ego – não vamos mudar o
que já existe há séculos, não é? Será?!). Por que esse tratamento se tornou algo comum na
nossa cultura religiosa (ou mesmo conveniente) devemos continuar assim ao invés de
obedecermos ao que o Pastor de nossas almas ensinou? Aqueles que conviveram com Jesus,
andaram lado a lado com Ele, sofreram e morreram por causa do Seu Evangelho, não se
aproveitaram da posição que ocupavam para serem honrados por títulos e formas de
tratamento, por que então nós, que mal temos vivido pra Ele (e ainda somos capazes de dizer
que morreríamos por Cristo), temos a soberba (sei que há exceções, mas são raras) de
aceitarmos ser chamados de pastores, bispos, apóstolos etc., ao invés de sermos chamados
simplesmente pelo nosso nome ou como irmão? Somos nós melhores que os santos apóstolos
para recebermos uma honra que não nos pertence? Como disse no início dessa carta, meu
objetivo é provocar em vocês a observância dessa palavra, principalmente em Mateus 23, para
que venhamos obedecer em TUDO naquilo que Cristo nos deixou como ensinamentos. Criar
argumentos para defender a nossa posição, principalmente se for contra o que a Bíblia diz, é
brincar com Deus. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará.” (Gl 6.7)

Quem crer nessa Palavra, que a pratique. Se quisermos ver conversões na Igreja, a conversão
precisa começar em nós. Sejamos os primeiros a dar bons exemplos, para que através deles,
outros sejam edificados.

Desde que o Espírito Santo ministrou em meu coração esse assunto, tenho buscado obedecer
e, como até já conversei com um dos pastores que o Senhor pôs para me edificar na Sua
Palavra, trato a todos (líderes) como irmãos (os mais íntimos apenas pelo primeiro nome);
continuo respeitando todas as autoridades e não é a forma de tratar (título) que irá mudar o
meu respeito e admiração por aqueles que foram chamados por Deus para servir. Haverá o
tempo em que eu serei ordenado ao ministério e eu não serei chamado por nenhum título, a
não ser ‘irmão Moisés’ ou tão somente ‘Moisés’. Não estou sujeito à tradição humana (nem
me renderei a ela; pouco – ou nada – me importa as convenções, conselhos etc.), mas sou
submisso à Palavra de Deus. Por enquanto, continuarei vivendo e andando no Espírito,
obedecendo ao Pai e cumprindo às ordens de Cristo, pregando, evangelizando e cuidando de
todos aqueles que o Senhor tem colocado diante de mim para que nenhum deles se perca.

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos


discursos.” Tiago 1.22

Saudações em Cristo,

Moisés Oliveira.

Junho 2010, Salvador, Bahia.

moises_ufba@yahoo.com.br

(71) 9282-7787 / 9917-3596 / 8892-6607

(No mesmo espírito de humildade que vocês leram esse texto até o final, me disponho para
ler qualquer carta que me for enviada, concordando ou não, com o que foi aqui exposto. Estou
aberto para ouvir e dialogar, pois tenho plena consciência que não sou dono da verdade e que
a Igreja cresce em unidade edificando-nos uns aos outros. Perdão se cometi erros teológicos,
contudo, eu acredito que o conteúdo da mensagem não foi alterado por possíveis falhas
históricas, teológicas e/ou filosóficas.)

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