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Dedicatória

Minha dedicatória vai a todos de forma geral. À igreja de Jesus Cristo na terra.
Em especial aos pastores, ministros, e líderes do presente século; que estão exercendo o
ministério pastoral, e cujo vida dedicam em prol do Reino de Deus, cuidando com
máximo zeloso rebanho que o Senhor lhes confiou aos cuidados de cada um.
Expresso meus sincero incentivos, que jamais deixem de exercer seu oficio na área
ministerial, por mais árduo quer seja. E quando chegar em vossas mãos esta pesquisa na
forma com ela foi elaborada, tenham suas mentes e corações iluminados por Deus e
assim sejam fortalecidos para prosseguir na missão de seu oficio sem se corromper, no
meio dos já corrompidos.

Finalizo esta dedicatória a todos que entendem a vida no oficio ministerial. Ser
pastor é saber envelhecer com dignidade, sem perder a jovialidade. É ser amigo dos
jovens e companheiro dos adultos. Ser pastor é saber contar cada dia do ministério
como uma pérola na coroa de sua história. Ser pastor é ser companhia desejada, querida,
esperada. É saber calar-se quando o silêncio for a frase mais contundente, e falar quando
todos estiverem quietos. Ser pastor é saber viver. Ser pastor é saber morrer.E quando
morrer, deixar em sua lápide dizeres indeléveis, que expressem na mente de suas
ovelhas o que Paulo quis dizer, quando estava para partir: "combati o bom combate,
terminei a carreira, guardei a fé". Isto e exercer oficio cujo legado as marcas da historia
jamais irão poder apagar
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Agradecimentos.

Primeiramente minha eterna gratidão a Deus, e a nosso Senhor Jesus Cristo, e ao


glorioso Espirito Santo, por ter me chamado ao nobre ministério e missão pastoral.E
com alegria no coração agradeço a todos meus familiares, de forma especial minha
querida mãe” Jurema V”. “De Moraes Correia” mesmo levando certo tempo para
entender, o propósito do Senhor em minha vida, ela sempre esteve orando e intercedo
por minha vida. A minha amada irmã Luciana Correa somente tenho que agradece-te
mana valeu pela força e conversas que sempre etmos e pela confiança.
Gratidão e o que vem ao meu coração, apesar de meu pai, não estar em nosso
meio, entendi sempre que foi pro por meio deles que Dedos me taxe a este mundo, para
cumprir seus propósitos.
Sem delongas quero agradecer a todas igreja do evangelho quadrangular, que
sempre considerei coo uma família, onde tive crescimento na fé cristã, no convivo com
pastores e irmãos tempo de ministério o tempo foi de grande valia para mim. No mais
gostaria de destacar alguns nomes dentre muitos. Missionaria Catarina que já partiu para
o Senhor, a amado irmão Joao seu esposa e todos familiares, foi em sua casa simples,
porém rica em gloria do Senhor, a toda os familiares seus presentes hoje.
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Aos ilustres pastores da 3ª I.E.Q. Prº Etelvino Miranda esposa Missionária


Emília Miranda, a todos familiares. Prº Francisco Amaral esposa Prª Lia. Juntamente
com pasto Etelvino realizar cerimonia batismal. Aos pastores André e Sonia que
estivemos juntos na 6ª I.E.Q. No Vitoria II.
Estendo mina gratidão à missionária Maria Luiza Acunha, e toda sua família,
juntamente com amada irmã Ângela Leo e familiares, que me apoiaram em momentos
difícil em enfrentei, além de intercederam e torcerem por esta conquista, não e somente
minha e vossa também minha cunhada Noemi Calo ego Correia não poderia jamais
deixa-la de honra-la em consideração e estima que tenho por toda força que tens dado
sempre.
Gratidão de forma especial ao casal de missionários Jose Lee e Missionaria Sara
Lee, que me receberam em sua casa como se fosse filho na fé, da forma com nós
encontramos eles são peça fundamental para estar realizando estes sonho que também
dedico os vossos filhos Calebe Lee, Felipe Lee, Cristina Lee. Hoje estou obtendo um
pouco mais de conhecimento, para assim poder ser um instrumento para o Reino de
Deus, no Brasil e fora daqui devo em muito a voz.
A família do irmão Renato, Vó Vanda que me recebeu em sua casa como sendo
um neto fora de tempo, como ela diz, neto de seu coração. Miriam Flávia esposo
Fernando, e filho Felipe cuja sua história soube, lutando desde pequeno para fazer sua
história no presente século.
Claro não poderia deixar de ser grato aos professores e toda direções desta casa.
Drº Prº André K Chung expos Ester, cujo tenho muita estima e apreço por vos e todos
familiares.
Prº Afonso, Prº Francisco Sivi, Prof.ª Marcia, Prª Cristiane, Prº Narcy,
PrºSiderio, Prº Marcos Souza, Prº Chull, Prº Abrão Mok, Prº Thiago Ciriaco, PºThiago,
Prº Josué, Prº Mayembe, Prº Paulo Hon, Prº Chug K Chung, Prº Roaldo Perreia, Prº
Saliun Riboli, Prª Jane Máximo, Missionária Perpetua, Prº Mario, ao casal de pastores
Mario e Prª Vera.
Por fim agradeço aos irmãos e pastores formandos(a) : Aldimar Peixoto, Laiane
Souza, Lucas Barbosa Brito, Marco Aurélio, Natanael Brito, em cada etapa vencida,
derrubamos gigantes, ultrapassamos os limites muitos deles pareciam invencíveis, mas
pela graça e bondade divina para com nós, podemos cada um com sua forma , seu jeito
expressar sua gratidão a Deus por tudo, finalizo agradecendo mais uma vez a diretoria
desta casa sempre empenhados em querer nosso melhor, nos motivando e orientando
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nosso preparo acadêmico e nos demais aspectos da vida , para que sejamos de fato
instrumento usado na obra de Deus obrigado a todos.
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Resumo

O trabalho pesquisado trás um breve relato sobre o ministério apostólico no


presente século 21. Por mais que tratar de assunto que gera polemica, e debates
teológico, ele e necessário ser averiguado a fundo, em seus pormenores, pois abemos
todos, que este assunto já foi definido ainda quando o ultimo dos apóstolos chamados
por Cristo Jesus deu o encerramento, da era apostólica.
Porem ao que podemos notar que a logo da historia, nesta era presente, muitos
terem reavivado tal oficio que já fora fundamentado através, de ninguém mais que os 12
chamados por Jesus Cristo, cujo Senhor mesmo foi que lhes chamou de seus apóstolos.
Doutro sim fiou em sua definição um fundamento estabelecido, com suas raízes
firmadas em bases solidas, e que não e mais necessita de alguém, ou de muitos outros
demais grupos, ou personagens, tomar fazer do oficio; algo que lhes traz benefícios e
méritos para si mesmos, e não enalteça ao Senhor Jesus Cristo.
Sendo no período em que a igreja de Cristo esta, a cada dia vem surgindo uma
crescente, onda ada redes e denominações apostólicas, cujo fins são nada mais que o
bem comum do mesmos. Portanto é que tais pessoas procurando sua promoção em meio
ao Reino de Deus visam cargos achando que a função do oficio apostolar lhes dará em
máximo, grau elevado para assim dominar uma classe de pessoas que estará sempre ao
seu comando e controle, sem poder questiona-los em momento algum.
Estes homens nunca andaram com Jesus, não viram o Cristo curando libertando
pessoas, como os 12 apóstolos viram, e andaram com Jesus sendo testemunhas oculares
de tudo o que o Senhor realizou enquanto andou na terra. Se caso tivessem algum deles
ter andando, como os 12, ou terem sido chamado pessoalmente pelo próprio Jesus
Cristo, então poderiam ser chamados de apóstolos neste presente século, como não
foram testemunhas oculares, nem viram os feito maravilhosa do senhor, nem tampouco,
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viram sua ascensão, tais homens não podem serão chamados de apóstolos, Ser
“apóstolo”, pois, no contexto da Igreja, era ter sido testemunha do ministério terreno de
Cristo, desde Seu batismo por João até a Sua ascensão aos céus e, ante este testemunho
do cumprimento das escrituras a respeito do Cristo, pregar o arrependimento e remissão
dos pecados em todas as nações, começando por Jerusalém, cuidando do ministério da
palavra e da oração (At.6:2, 4), completando a construção da estrutura da Igreja que
estava sendo edificada pelo Senhor Jesus (Mt.16:18) . Sabemos que o ministério
designado por Jesus Cristo foram 12 homens dos quais os enviou como sendo
representantes Dele. Para regiões de Jerusalém, Samaria e aos confins da terra. Quando,
porém ao que se pensa que tal ministério tenha sofrido hoje modificações por pessoas,
tendo aproveitado do oficio apostólico, para se auto promover, e viver as custas, de um
evangelho que ensinam dominando por meio de suas visões, condutas e regras impostas
por eles estipuladas.
Como se sabe sobre a onda do desenvolvimento neopentecostal tem crescido década
dia, não só no Brasil, esta mesma tem alavancado por certo numero de pastores, que estão
deixando de lado seu papel e função no Reino de Deus, muitos deles deixaram levar pelo
modismo apostólico atual. Ainda muitos por falta de conhecimento bíblico teológico, e
podemos dizer com firmeza que os todos eles se denominaram apóstolos, pela elevação de quer
comandar com autoritarismo.

01. Título do tema.


Ministério Apostólico.

De onde veio o conceito e o conteúdo do apostolado?  Quão extenso era o círculo


de apóstolos na época de Paulo? O que levou à limitação do círculo apostólico a Paulo e
aos doze somente? Onde encontramos o início da sucessão apostólica? “Apóstolo” é a
tradução da palavra grega Ànóotoàoç que significa “enviado
Este assunto de pesquisa foi dirigido pelo professor em sala de aula onde cada aluno
devia tratar sobre o tema que escolheu e assim elaborar seu trabalho de pesquisa, sendo
o tema que abordei e assunto que me chamou atenção e sobre o “ministério apostólico”
se existe ainda hoje.
Além de saber que, ministério apostólico cujo crescimento este vem de igrejas
neopentecostais; ou movimentos de restauração cujo objetivo por parte de seus líderes,
que se intitulam “apóstolos” tem levantado dúvidas quanto às bases bíblicas. Além de
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ter aceitação por tantas pessoas cujas muitas delas não são leigas. Porém este assunto
levanta polemica, tanto no meio acadêmico, como nos vínculos religiosos, sabendo que
o fim deste terminou nos dias do apostolo Paulo.Sabemos que o ministério designado
por Jesus Cristo foram 12 homens dos quais os enviou como sendo representantes Dele.

Para regiões de Jerusalém, Samaria e aos confins da terra. Quando, porém penso que tal
ministério tenha sofrido hoje modificações por pessoas, que tem muito aproveitado do
oficio apostólico, para se auto promover, e viver as custas, de um evangelho que
ensinam dominando por meio de suas visões, condutas e regras impostas por eles.
Augustus Nicodemos este autor e um dos mais bem proeminentes cujo tem tratado deste
tema, em minucias, e conceitos críticos bem adequados cuja base bíblica tem em suma.
Bom com surgimento de grupos apostólicos, que vem crescendo cada vez mais certas
correntes, cuja intenção realmente e manipular público em massa por meio da mídia,
principalmente, onde interesse pessoal priva seus membros e outras demais pessoas dos
diversos grupos e camadas sociais.
A reivindicação do moderno movimento neopentecostal de restauração
apostólica, chamada de “nova reforma apostólica”, todavia, não apela para este tipo de
sucessão. Os modernos apóstolos não se veem numa linhagem de descendência histórica
que tem sua origem grupo dos doze apóstolos quais ao próprio Jesus escolheu John R.
Cross diz que os 12 discípulos que seguiam Jesus.
Simão, a quem deu nome de Pedro; Tiago filho de Zebedeu, e João seu irmão, aos quais
deu o nome de Boanerges, que significa filhos do trovão; André, Filipe, Barlomeu,
Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o zelote; e Judas escariosas que o
traiu Marcos 3.7.8,13-19 Cf site.ie. Cross, j. R. (2009) Pág. 214

Em Ef. 4.11 diz: “E ele deu uns como apóstolos, e outros como
profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e
mestres”. De acordo com este versículo, Cristo deixou cinco
ministérios para a Igreja: Apostolado, Profético, Evangelístico,
Pastoral e Ensinamento. O apostolado é um ministério, não um
cargo. Um ministério depende de dom e não de eleições. O
apostolado não é um cargo a ser preenchido, mas um ministério a
ser desempenhado. Um ministério é uma vocação e o apostolado é
um dom. Rm 11.29 diz: “Pois os dons e a vocação de Deus são
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irrevogáveis”, ou seja, não revogável, não pode ser anulado. O


apostolado é um dom e vocação de Deus, que segundo Rm 11.29,
não podem ser anulados.
Era notável o que o primeiro aposto tolo fizeram, pela propagação do evangelho
na igreja do primeiro século. Levando-cada um dos tais de tal modo o mundo não ser
digno em tê-los pelos que pagaram o preço por amor ficando nos registros da historia,
sua biografia cujo finalmente, a teologia no decorrer dos anos se encorreou de estuda-
los com fundamentos centrados em Cristo.
E por fim podem os que se denominam apóstolos atuais quererem então por si mesmos,
se comparar com os que suportaram todos os tipos de dificuldades em prol do
evangelho, sem tomar para si, mesma autoridade que possuíam.

Bem este trabalho esta sendo realizado com objetivo nada mais que seja observado,
como viviam os primeiros apóstolos, e como vivem os atuais apóstolos.

Na pesquisa realizada está sendo usado o método argumentativo explicativo,


para deixar o leitor mais chegado da questão abordada que trata do ministério apostólico
no presente século 21.
O método argumentativo tem em que o autor Nicodemos questiona realmente a
fundo, com argumentos fundamentados na base bíblica que não existe mais ministério
apostólico no século vinte e um. Foi à ponte de pesquisa para fundamentar
coerentemente este estudo com bases bíblicas, assim refutamos fermente com requisitos
que nunca pediram seu valor, e dará ao leitor visão viam ampla e confiável também para
refutar, tais ministérios que ficou no passado, o que se segue, no entanto e que pode sim
ser entediada como, ministério e levar a palavra sendo enviados , como missionário
paras as nações neste sentido todos somos apóstolos de Cristo
Para o autor a explicação dar-se-á no fim da morte dos últimos apóstolos
Nicodemos diz que. Não consigo ver onde tem lugar para o nome de Peter Wagner,
Rony Chaves, Estevam Hernandes, René Terra Nova, Valnice Milhomens e Neuza
Itioka. Esta honra foi concedida aos doze, como apóstolos de Jesus Cristo. Nem o
apóstolo Paulo foi incluído neste rol, visto que foi um “nascido fora do tempo”, mesmo
sendo apóstolo como os doze.
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1.1. Conceito Apostólico de onde veio o conceito e o conteúdo do


apostolado? 
Como era fundamentada a pratica de vida dos primeiros apóstolos da igreja
primitiva.
Como se sabe que tratar deste assunto em si mesmo nos diz atuais, tem causado
muita, divergência ao só no meio cristão, mas também no meio do secularismo, porque
a igreja que antes era em tanto respeitada, por onde passava hoje ela tem sido
vilipendiada, considerando muita igreja que adotam este termo e o mesmo tem causado
conflitos além dogue sabe-se tal peso tem o termo com base nas escrituras onde se
encontra o fundamento, para afirmar que tal termo ainda tem valia, ou ela pode ser
refutada então vejamos os seguintes textos.

 Refere-se a Jesus como apóstolo. Efésios 04:11min. Deu uns


para apóstolos, e outros para profetas “1 Coríntios 12:28” E
a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em
segundo lugar profetas. ”Romanos “Saudai a Andrónico e
a Júnia os quais se distinguiram entre os apóstolos.”. Atos”.
Uns eram pelos judeus e outros pelos apóstolos.”

No texto de Hebreus o termo esta claramente referindo-se ao Senhor Jesus


Cristo.3: 1-10: 18 Jesus é Superior à Lei Mosaica. Tendo concluído que Jesus é superior
aos mediadores da lei mosaica isto é, anjos, 2: 2, o autor estabelece agora a
superioridade de Jesus ao próprio Moisés 3: 1-6, de Jesus ao sumo sacerdócio Acrônico
4: 14-7: 28, da nova aliança no sangue de Jesus com a antiga aliança (8: 1-13), e da

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1 7 Cf. Agnew, '"lhe NT Apostle-Concept,” 78 nl3. Contudo, veja uma excelente defesa da historicidade
d a passagem em Kirk, "Apostleship Since Rengstorf," 258-257. Ele argumenta, entre outras coisas, que
se a o rigem do conceito de apóstolo é em Paulo, por que ele tanto defende seu apostolado em 1 e 2
Coríntios e G álatas, quando a ideia de um apostolado oficial ainda não existia? (p. 260). Kevin Giles, de
maneira incon-gruente, diz acreditar nos relatos dos Evangelhos, mas conclui que os doze só foram
chamados de apóstolos d epois da ressurreição, cf Kevin Giles, "Apostles before and after Paul," em C
hurchman 99/3 (1985), p. 241- 2 56. Para outras defesas da historicidade da passagem, veja I. H.
Marshall, L uke: Historian and Theologian
( London: Exeter, 1970), 505; Andrew C. Clark, "Apostleship: Evidence from the New Testament and
Early C hristian Literature" em E vangelical Review of Theology, 13/4 (1989), 368-370.
1 8 Como, por exemplo, Theodore Kortwege, "Origin and Early History of the Apostolic Office", em A.
Hilhorst, ed., T he Apostolic Age in Patristic Thought (Boston: Brill, 2004), 1-10.
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morte de Jesus aos sacrifícios de Moisés 9: 1-10: 18). Esta exposição também leva a três
exortações prolongadas à perseverança cristã 3: 7-4: 13; 5: 11-6: 12; 10: 19-39.
8.2. Os apóstolos que andaram com Cristo?

1.2. Significado do termo Apóstolos.


O termo apóstolos vem da tradução da palavra grega αποστολοςapóstolos um
delegado, mensageiro, alguém “enviado”. Esse e sentido básico. A palavra era
conhecida antes de ser usada pelos autores do Novo Testamento, embora seu use fosse
raro. No mundo antigo a palavra “apóstolo” tinha a ver com expedições marítimas
especialmente as de natureza militar, conforme registradas nos escritos de vários autores
gregos da antiguidade. Nicodemos diz que tempos depois este termo foi adotado por
grupos expedicionários, que foi tomado pelo líder daquela a quem tinha liderança dentro
do grupo.
No mais podemos ver que o emprego e forma de ação estejam em ação ao
referir ao envio, todavia o termo naquele sentido não tinha peso de poder tanto quanto
em comparação sua ação tem no Novo Testamento. Pelo que alguém ser tomado e
comissionado para realizar uma missão especifica. Nos papiros daquela época, também
o conceito tem mesmo, sentido de envio expedicionário. Além do que os conceitos das
filosóficos da época usavam o emprego deste termo para referir-se e emprego.
Por certo ao que Augustus Nicodemos Lopes diz.
Apóstolo é uma pessoa que foi comissionada, isto é, enviada por
alguém. A palavra “apóstolo” traduz os gregos apóstolos, que
significa “mensageiro” ou “enviado”. Os gregos apóstolos deriva
Do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”, ou num
sentido mais específico, “enviar com propósito particular”. No uso
teológico, o termo grego apóstolos muitas vezes é utilizado para
designar mensageiros, mas com ênfase em quem o enviou. Sob
esse aspecto, o apóstolo representa aquele que o envia, e é
investido de autoridade para tal. Dessa forma ele representa
a personalidade e a influência de seu mandatário. À parte do
uso cristão, esse termo também é empregado no contexto
náutico.
De que maneira, então, as congregações locais poderiam saber qual era a
vontade de Deus? O Espírito compartilhava a verdade de Deus com os que possuíam o
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dom da profecia. Paulo sugere que o dom da profecia era associado à compreensão de
"todos os mistérios e toda a ciência" (1 Co 13:2)
Warren W. W Pág. 44 Wiersbe diz sobre este assunto seguinte!

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Dentre esses seguidores autênticos, Jesus selecionou um grupo
pequeno de doze homens que passaram a ser chamados de
"apóstolos" - do termo grego apostello, que significa "ser enviado
numa comissão". Os gregos usavam essa designação para
representantes pessoais do rei, embaixadores que atuavam com a
autoridade do rei. Quem fazia pouco caso dos enviados do rei
corria o risco de ser julga-Os cristãos de hoje não obtêm o
conhecimento espiritual diretamente do Espírito Santo, mas sim
indiretamente, ao receber a instrução da Palavra por meio do
Espírito. Assim como o Ef 4:1-16. Os apóstolos e profetas
lançaram os alicerces para a Igreja, e os evangelistas edificaram
sobre esses fundamentos ao ganhar os perdidos para Cristo. Por
certo, na Igreja primitiva, cada cristão era uma testemunha (At
2:41-47; 11:19-21), como também devemos ser. Hoje, porém,
continuam existindo pessoas que possuem o dom de evangelizar. O
fato de um cristão não possuir esse dom não é desculpa para a
falta de interesse pela alma dos perdidos e pela negligência no
testemunho.
Os apóstolos, os profetas tiveram um ministério com premissa de fundamentar,
ou melhor lançar os alicerçares da Igreja primitiva sendo eles os fundadores e não são
necessários hoje (Ef 2:20). Pois bem ao que parece como sabemos os que se intitulam
apóstolos, hoje, podem ter a premissa, ou autoridade com créditos que tiveram os doze
apóstolos que Jesus Cristo escolheu? Se o que e de conhecimento Paulo apostolo fora de
tempo como ele mesmo disse, que os apóstolos 1 2 De acordo com Rengstorf (p.408),
2
9 Para uma posição similar, veja Agnew, "The NT Apostle-Concept,” 82,95.
2 0 Rengstorf, ÒTtóatOÀCx;, p. 414ss.
2 1 O próprio Rengstorf admite isto e fala em uma similaridade por analogia apenas. Cf. Agnew, "The NT
A postle-Concept," 81-82 e 94. Todavia, Giles parece ignorar os problemas relacionados com a datação
das f ontes e usa o conceito como se fosse comprovadamente contemporâneo de Jesus ("Apostles
before and after P aul," 242).
2 2 Cf. Schmithals, The Office of Apostle, 106, para uma relação dos pontos diferentes.
2 3 Rengstorf, à TtÓGTOÀoç, p. 419.
2 4 Apesar das diferenças entre os conceitos de s haliah e apóstolo é inegável o paralelo entre ambos,
que pode s er explicado por terem surgido do conceito de representação autorizada do AT, como
argumenta Agnew, " The NT Apostle-Concept," 91. Mas, veja B arrett,"Shaliah and Apostle,” 94, para
uma posição contrária
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também encontramos na LXX, Josefo e Filo o emprego desta palavra n o mesmo


sentido em que ela é usada no Novo Testamento. 1 3 Ibid., 409. 1 4 Barrett (“Shaliah
and Apostolo," 100ss) rejeita uma origem inteiramente grega ou gnóstica, mas sua
conclusão de que a origem está em Paulo e no ambiente helenista-judaico não traz
nenhuma evidência. 1 5 No relato paralelo de Marcos (3.14) alguns poucos manuscritos
inserem [oüç K CU (XTlOGTÓÀOUÇ (jbvópctosv] "aos quais também chamou de
apóstolos" após a frase “Então, designou doze." A NVI e a N TLH seguiram esta
variante: “Escolheu doze, designando-os apóstolos...” (Mc 3.14). Esta variante é omiti-
d a na grande maioria dos manuscritos e versões antigas e talvez seja a tentativa de um
escriba de harmonizar a introdução da lista de Marcos com a de Mateus e Lucas, onde
os doze são chamados de apóstolos. Marcos também os designa como apóstolos ao
narrar o retorno deles com o relatório da missão, Mc 6.30, a única vez e m que ele usa o
termo (cf. Lc 9.10). 1 6 Cf. Rengstorf, àitÓOTOÀOÇ, p. 428-429.

1.3. Quão extenso era o círculo de apóstolos na época de Paulo?


O significado de apóstolo na Bíblia
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A significação básica da palavra ἀπόστολος é “enviada”. Era uma palavra já
conhecida dos escritores do Novo Testamento, mas era de uso raro. Mesmo assim, era
um vocábulo já utilizado no idioma grego da antiguidade, mas nunca no sentido singular
e específico empregado por Jesus, no Novo Testamento. Podemos um esboço da
história da igreja, começando nos seus dias mais primitivos, em Jerusalém, até a
chegada de seu maior herói

3
2 1 O próprio Rengstorf admite isto e fala em uma similaridade por analogia apenas. Cf. Agnew, "The
NT A postle-Concept," 81-82 e 94. Todavia, Giles parece ignorar os problemas relacionados com a
datação das f ontes e usa o conceito como se fosse comprovadamente contemporâneo de Jesus
("Apostles before and after P aul," 242).
2 2 Cf. Schmithals, The Office of Apostle, 106, para uma relação dos pontos diferentes.
2 3 Rengstorf, à TtÓGTOÀoç, p. 419.
2 4 Apesar das diferenças entre os conceitos de s haliah e apóstolo é inegável o paralelo entre ambos,
que pode s er explicado por terem surgido do conceito de representação autorizada do AT, como
argumenta Agnew, " The NT Apostle-Concept," 91. Mas, veja B arrett,"Shaliah and Apostle,” 94, para
uma posição contrária.
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A Septuaginta utiliza os gregos apóstolos para traduzir o hebraico shalah e seus
termos derivados. Já no Novo Testamento, esse mesmo termo grego aparece mais de
oitenta vezes, principalmente nos escritos de Lucas e Paulo.
Isso significa que a palavra apóstolo é aplicada em diferentes contextos e propósitos. De
forma geral, pode-se dizer que ela é utilizada tanto num sentido mais amplo como num
sentido mais estrito. A palavra “apóstolo” também é aplicada ao próprio Senhor Jesus.
O objetivo é indicar que Ele é o enviado por Deus como Salvador de seu povo (Hebreus
3:1-6). Cristo foi enviado para testemunhar do Pai, para fazer as suas obras e a sua
vontade, e revelá-lo ao mundo (cf. João 3:34; 5:37-47; 6:38; 7:28,29; 8:42). Warren W.
Wiersbe Este termo também. Paulo não cita propriamente os dons, mas sim os quatro
grupos de pessoas que os possuem e que Deus colocou na igreja.

Apóstolos (v. 11a). Esse termo significa "alguém que foi enviado
com uma comissão". Jesus tinha muitos discípulos, mas escolheu
doze apóstolos (Mt 10:1-4). Um discípulo é um "seguidor" ou
"aprendiz", mas um apóstolo é um "representante nomeado por
Deus". Os apóstolos deveriam dar testemunho da ressurreição (At
1:15-22), de modo que precisavam ser homens que haviam visto o
Cristo ressurreto pessoalmente (1 Co 9:1, 2). Hoje em dia, não
existem mais apóstolos no sentido mais estrito do termo no Novo
Testamento. Esses homens ajudaram a lançar os alicerces da
Igreja, "o fundamento dos apóstolos e profetas" (Ef 2:20), e uma
vez que esses alicerces estavam prontos, os apóstolos deixaram de
ser necessários. Deus autenticou o ministério deles por meio de
milagres (Hb 2:1-4), de modo que não se deve esperar que esses
mesmos sinais sejam realizados hoje. É evidente que, em um
sentido mais amplo, todo cristão tem um ministério apostólico.
"Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio" (Jo 20:21).

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4 Cf. At 14.4; 14.14; Rm 1.1; 1.5; 11.13; ICo 1.1; 9.1; 2Co 1.1; G11.1; Ef 1.1; Cl 1.1; lTs 2.7; lTm 1.1; 2.7;
2Tm 1.1; 1.11; Tt 1.1
5 Cf. Jo 13.16; At 14.4; 14.14; 2Co 8.23; 11.5; 11.13; 12.11; Fp 2.25; lTs 2.7; Hb 3.1; lPe 1.1; 2Pe 1.1; A p
2.2; 18.20.
6 Cf Lc 11.45; Rm 16.7; ICo 4.9; 9.5; 12.28; 15.7; 15.9; G11.19; Ef 2.20; 3.5; 2Pe 3.2.
7 Cf. At 1.25; Rm 1.5; ICo 9.2; G1 2.8. Nestas ocorrências “apostolado" é usado com respeito aos Doze e
a Paulo somente.
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Com forme Augustus Nicodemos a pergunta que cabe e Existem apóstolos
hoje? Após um cuidadoso estudo, o Dr. Augustus Nicodemos investiga biblicamente o
papel, as marcas e os limites do ministério apostólico. Uma obra inédita e extremamente
urgente para a igreja de nossos dias.
“A questão do apostolado é da maior urgência”. Vemos o grande crescimento do
número de líderes no meio protestante evangélico que se apresentam como apóstolos de
Jesus Cristo, reivindicando autoridade e poder apostólicos. Todavia, somos convictos de
que não existem mais apóstolos como os doze apóstolos de Jesus Cristo e o apóstolo
Paulo! 
Este livro, tem como objetivo tem por visar a estrutura de base de lideres, com firme
contribuir para o surgimento de uma liderança sadia e bíblica na igreja evangélica
brasileira, que seja de acordo com os moldes da Palavra de Deus, composta de homens
desejosos de honrar a Deus e pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo para a salvação
de pecadores e edificação do seu povo, sem mutilar os ofícios bíblicos de liderança e,
como se vê em alguns casos, torná-los meio de promoção pessoal e lucro”.

1.4. O que levou à limitação do círculo apostólico a Paulo e aos doze


somente?
1.4.1. O significado mais amplo da palavra apóstolo

Alguns comentaristas não hesitam em dizer que Paulo alterou a linguagem para
servir ao seu propósito. Por exemplo, J. H. Houldenescreve: Não há necessidade alguma
de supor que a alteração não tenha sido um ato deliberado ’17 Outros pensam ter sido
“uma citação inexata, não intencional”. 18 Considerando o respeito que, segundo se
sabe. Paulo tinha para com as Escrituras, estas duas explicações parecem priori,
improváveis. Paulo diz especificamente em 1 Coríntios 12:4: “Ora, os dons são
diversos. É importante lembrar este fato, pois muitas pessoas hoje têm um conceito,
muito restrito dos charismatas. Por exemplo, algumas pessoas falam e escrevem sobre
os “nove dons do Espírito”, presumivelmente para formar um paralelo nítido, porém
com pouca profundidade, de conhecimento ao que refere-se, com os nove aspectos do
5
01:01 apóstolo. Alguém encomendou diretamente por Cristo como Seu mensageiro
autoritário (2 Coríntios. 01:01 nota). Paulo enfatiza a importância deste escritório em
outro lugar (cap. 9 ; 15:1-11 ; . 2 Cor 10-12 ; Gal 1. ). Alguns dos problemas na igreja
de Corinto desafios envolvidos para a autoridade de Paulo.
15

fruto do Espírito. A significação básica da palavra ἀπόστολος é “enviado”. Era uma


palavra já conhecida dos escritores do Novo Testamento, mas era de uso raro. Mesmo
assim, era um vocábulo já utilizado no idioma grego da antiguidade, mas nunca no
sentido singular e específico empregado por Jesus, no Novo Testamento. Este fato
sugere não apenas que nenhuma lista individual é completa em si mesma, como também
que até mesmo todas as cinco juntas não representam o universo de todos os dons.
Conforme Warren W. W Pg 45

Era preciso possuir determinadas qualificações para ser um


apóstolo de Jesus Cristo. O apóstolo deveria ter visto o Cristo
ressurreto (1 Co 9:1) e ter tido comunhão com ele (At 1:21, 22).
Também deveria ter sido escolhido pelo Senhor (Ef 4:11). Os
apóstolos lançaram os alicerces da Igreja (Ef 2:20) e, depois,
saíram de cena. Enquanto todos os cristãos são enviados para
representar o Rei (Jo 17:18; 20:21), nenhum cristão nos dias de
hoje pode se considerar, de fato, um apóstolo, pois nenhum de nós
viu o Cristo ressurreto (1 Pe 1:8). Porém este não pode ser o
significado neste trecho, pois neste sentido todos os cristãos seriam
apóstolos, ao passo que Paulo escreve que Cristo concedeu apenas
“uns” para serem apóstolos. Em segundo lugar, havia “apóstolos
das igrejas”,26 mensageiros enviados por uma igreja como
missionários ou com alguma outra incumbência. E, em terceiro
lugar, havia os “apóstolos de Cristo”, um grupo muito pequeno e
distintivo, que consistia nos doze (inclusive Matias, que substituiu
Judas), Paulo, Tiago, irmão do Senhor, e possivelmente um ou
dois mais. Foram pessoalmente escolhidos e autorizados por Jesus,
e tinham de ser testemunhas oculares do Senhor ressurreto.

Em 2014 o Drº Augusrtus Nicodemus Lopes delineou, na ponta de sua caneta a


com toda segurança, do qual ele tem uma preocupação, no entanto; como qualquer ser
humano que teme a Deus, e seu alto conhecimento acadêmico nada melhor alguém
como ele, para discorrer sobre tal assunto que e tão polemico em nossos dias. A igreja
de Cristo tem que se lembrar dos fatos históricos como a igreja vivia e como era a vida
dos apóstolos na verdade, em suma podemos sim concordar com as ideias defendidas
pelo pastor e professor Nicodemus. Ao que segue seu pensamento na verdade e para que
16

a igreja desperte para realidade, e não deixe ser manipulada por tais homens que tomam
o titulo apostólico. Sabemos todos que a tarefa e oficio que os apóstolos
desempenharam, nem mesmo eles tinham em mente tomar o titulo para atutorguir
autoridade para si mesmos, ou por fins de lucrar, mas sim eles desempenhavam o
trabalho e oficio apostólico com autoridade do nome de Jesus, era e continua sendo
autoridade suprema, e não no titulo que receberam que não tendo nenhuma das
qualificações dos apóstolos tinham. Cf a (Bíblia de missionária de estudos. Págs. 1223--
1224.).

O termo é usado como um título de um dos doze discípulos e


Paulo. Ele também é usado em um sentido mais amplo (Rom
16:07. ), enquanto em uso geral ou não-técnica que significa
"mensageiro" ou “representante" ( 8:23 ; . Fp 2:25 ).pela vontade
de Deus. É a escolha soberana de Deus que finalmente coloca as
pessoas em escritórios e ministérios da Igreja. O ofício apostólico
foi extraordinário e temporário, e não continuar quando não
havia testemunhas sobreviventes da. Ressurreição, e quando o
cânon das Escrituras estava completo. Os escritórios comuns
continuam a ser necessário, e são preenchidos por anciãos (Atos
20:28 ) e outros cujos dons equipá-los para ministérios ( 1
Coríntios. 0:07 , 11 , 28 ). As chamadas para os escritórios comuns
são confirmados pelo povo de Deus como as discerne da igreja que
recebeu os dons ia qualificação para o trabalho (Ef. 4:11).

Por mais a bíblia não mostra em lugar algum os doze apóstolos, nem mesmo
Paulo o que fora nascido fora de tempo, proclamando o Reino de Deus, realizando
curas, expulsando demônios, curando enfermos por meio do titulo que possuíam, mas
sempre era na autoridade do nome de Jesus Cristo; desta forma a igreja caminhava, e
construía historia que cujo haviam recebido o esboço, e sua missão era de proclamar
sempre, e usavam autoridade que receberam do Senhor, não mercantilizando o
evangelho que receberam de graça eles tinha que entregar cf. Mt 10.8. A ordem que os
apóstolos receberam do senhor Jesus que eles sair e pregar as boas novas do Reino.
Uma segunda definição terá com conforme (Dr. PE. Gilvan Leite de Araújo. pág. 32-32, i,
e. Warren W. W Pág. 45).
17

”Os apóstolos receberam poderes especiais e a autoridade de


Cristo para realizar milagres. Tais milagres faziam parte de suas
"credenciais" (At 2:43; 5:12; 2 Co 12:12; Hb 2:1-4). Curaram
enfermos (é importante observar que isso incluía todo tipo de
doença), purificaram leprosos, expulsaram demônios e até mesmo
ressuscitaram mortos. Esses quatro ministérios são paralelos aos
milagres realizados por Jesus em Mateus 8 e 9. Sem dúvida
alguma, os apóstolos representaram o Rei e ampliaram sua obra.”

“Usando a imagem do corpo para especificar que todos os


ministérios estão a serviço de um único corpo e nenhum membro é
superior ao outro, exceto Cristo que é a cabeça, Paulo desenvolve
uma hierarquia de serviço, segundo o grau de responsabilidade
exigida pelo ministério. Assim, nos. 27-28 nos é apresentado uma
lista de funções em ordem decrescente: “em primeiro lugar,
apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
doutores”... Vêm, a seguir, os dons dos milagres, das curas, da
assistência, do governo e o de falar diversas línguas. A
denominação de apóstolos só surgiu realmente mais tarde para
designar um membro da hierarquia missionária, o qual recebia
pela imposição das mãos os mesmos poderes que os presbíteros.
Sua função própria parece ser a de testemunharem por excelência
Jesus Cristo e sua ressurreição. Os Profetas têm a função de
ensinar em espírito, isto é, de falar sob a influência de Deus uma
língua inteligível aos homens para edificá-los, exortar, consolar e
revelar os mistérios. Os Doutores possuem o dom carismático da
ciência, isto é, são acreditados por uma virtude sobrenatural para
ensinar”.

O preparo e obediência dos apóstolos fazia com que aonde eles chegassem tal
autoridade era respeitada, pelo fato de algum representante do Reino celestial estar
presente, além disso, a ordem que era empírica dada por Jesus aos apóstolos, ela
continua sendo, no sentido de divulgar o Reino e não de autopromoção, como vemos
hoje por tais pessoas que se intitulam apóstolos por isso vale apenas lembrarmos que ao
longo a historia da igreja era plena de milagres, pelo papel desempenhado pelos
apóstolos, olhando para o contexto de At 8.18—20 Joao e Pedro estavam diante de algo
18

poderia gerar algum lucro quando receberam uma proposta de um mágico que viu os
milagres operados por meio dos apóstolos. Simão que era um feiticeiro magico
encantador, que enganava muitos, como muitos homens que tem tomado titulo
apostólico usam para enganar pessoas e viver à custos do tal titulo parecer possuir
alguma autoridade por causa do mesmo.

Chega dor no coração quando vemos pessoas com certo nível de conhecimento
sendo ludibriadas por tais negadores. Por certo o mesmo Jesus assemelhou os discípulos
aos profetas do AT semelhança dos profetas, sábios e escribas enviados por Deus ao
antigo Israel, seriam igualmente e enviados, rejeitados, perseguidos e mortos (Lc11. 49
com Mt 23.34).D esta forma, ele estabelece o paralelo entre os apóstolos e os profetas
como enviados de Deus ao seu povo.

Precisamos fazer como Pedro e Paulo fizeram, que disseram para Simão o
enganador pereça com tua prata e com teu ouro, devemos todos dizer por certo preção
com o título que vocês apóstolos ostentam, acham que são os donos da igreja. Os
apóstolos realizaram seu papel, com toda confiabilidade de acordo com a autoridade que
receberam, eles proclamaram as boas novas sem querem nada para eles mesmos de
acordo com At 18.1—3.Não podemos chamar de apóstolos, os que se intitulam,
respeitamos como eles como seres humanos, porem e lamentável, consentirmos com os
mesmo na forma como eles dizem seguir Jesus, Cristo amarem ao Senhor e querem
dominar, e controlar a igreja com uma autoridade que não lhes foi dada, nem mesmo os
tais andaram com Jesus, nem foram forjados na escola do deserto como os doze
apóstolos foram.

Portanto gostaria de convidar vocês leitores, que conhecem a palavra, mergulharem,


nas páginas deste livro; para compreender um pouco mais sobre, a era apostólica, no
tempo passado, mas também observando que a historia da igreja de fato ela continua
sendo exercido em sua máxima autoridade sim, mas o que não podemos delegar nossas
vidas a homens que nunca tiveram historia com Jesus fisicamente como os 12 apóstolos
tinham, sendo que eles mesmos se empenharam para divulgar as boas novas e sofrer por
causa do Reino e nunca buscaram Status. Onde quem sempre apareceu na historia de
todos eles sempre foi Jesus Cristo, nunca eles mesmos.
19

Também se pode perceber na historia quando algum dentre eles ensinavam e


preparavam outros para a vida ministerial, faziam com proposito de quem ficasse seria
melhor do que eles foram caso do apostolo Paulo que treinou e liderou Timóteo, a quem
ele tinha como seu filho na fé não se vê o apostolo subjugando seu filho na fé, com seu

grau máximo de autoridade apostólica qual ele poderia. Cf. 1º Tm. 1.1-2. Paulo, apóstolo
6
de Jesus Cristo por ordem de Deus nosso Salvador e de Jesus Cristo nossa esperança a
Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e
de. Aparentemente, Paulo tinha estado fora da prisão por vários anos, e durante esse
tempo voltou a visitar muitas Igrejas na Ásia e Macedônia. John wacer diz que
aperfeiçoamento dos santos.

Por outro lado, no Novo Testamento, o profeta não aparece tanto.


Embora seja um dos cinco ministérios de Efésios 4.11, no registro
histórico da igreja primitiva, ele é um ministério menos destacado.
Há outro ministério que nem existia antes, e que agora de repente
aparece em todo o Novo Testamento como o ministério mais
importante. É o ministério do apóstolo, que ê também o tema
deste livro.

Quando ele e Timóteo retornaram ao Éfeso, acharam falso ensino difundido na


igreja. Paulo tinha advertido aos anciões em Éfeso para que estivessem alerta contra os
falsos mestres que indevidamente viriam logo depois ele. Cf; (At 20:17-31). Paulo
enviou ao Timóteo para que dirigisse a igreja no Éfeso enquanto ele se migrava a
Macedônia. De onde escreveu esta carta de e instruir Timóteo a enfrentar a difícil
situação da igreja em Éfeso. Tempos mais tarde, Paulo foi preso novamente e levado de
volta ao cárcere em Roma. Paulo se chama a si mesmo apóstolo, ou seja um que é
enviado. O foi enviado por Jesus Cristo para levar a mensagem de salvação aos gentios
(At 9:1-20). Como chegou Paulo a ser um apóstolo por "mandato de Deus"? Em At

6
5 Cf. Carson, N ew Bible Commentary, na Introdução.
6 Isto não quer dizer que os apóstolos de Jerusalém estariam de acordo com a atividade sectária
emercená-ria deles, em Corinto.
7 Para uma posição contrária, veja Clark, “Apostleship," 359-360 e Carson, N ew Bible Commentary,
Intro-d ução. Mesmo admitindo que os oponentes de Paulo eram judeus cristãos, Carson não acredita
que eram judaizantes, como aqueles que infestaram as igrejas da Galácia. Contudo, o contraste entre as
duas alianças no c apítulo 3 só faria sentido no contexto de uma mensagem judaizante dos oponentes
de Paulo.
8 Esta é, provavelmente, a razão pela qual Paulo toma várias precauções para evitar acusações de
apropriação i ndébita das ofertas que ele havería de levar a Jerusalém, cf. 2Co 8—9.
20

13:2, o Espírito Santo disse através dos profetas: "separem-me” Barnabé e Saulo
“Paulo” para a obra a que os chamei". Em Rm 16:25-26 e Tt 1:3.

Certo que Paulo recebeu a comissão diretamente de Deus. Paulo visitou pela
primeira vez Éfeso em sua segunda viagem missionária (At 18:19-21). Tempos depois,
em sua terceira viagem missionária, permaneceu ali por quase três anos (19; 20). Éfeso,
junto com Roma, Corinto, Antioquía e Alexandria, era uma das cidades maiores no
Império Romano. Era um centro para o comércio, a política, e as religiões da Ásia
Menor, e o lugar em que o templo dedicado à deusa Artemisa (Diana) estava localizado.
A igreja do Efeso provavelmente estava infestada da mesma heresia que estava
ameaçando à igreja no Colossos, o ensino que para ser aceito por Deus, uma pessoa
tinha que descobrir certo conhecimento escondido e tinha que adorar aos anjos (Col 2:8,
Col 2:18).

Pensando que isso lhes ajudaria em sua salvação, alguns efésios construíram
histórias sob os alicerceares do misticismo, conduzida das pela história e genealogias do
Antigo Testamento. Os falsos mestres estavam motivados por seus interesses próprios e
não pelos de Cristo da mesma forma como os tais apóstolos atuais estão dizendo hoje
estarem ensinando o povo de Deus. Enredaram à igreja em intermináveis e irrelevantes
disputas e submetendo a igreja nem em base ou fundamento de Cristo, mas em seus
conceitos, e com suas heresias tentam sublevar as bases do verdadeiro evangelho de
Cristo; cuja as bases eram e são solidas em si mesma, não em fundamentos de homens
como que querem lugar de destaque .

Ademais também poderíamos entrar em discussões sem valor e irrelevantes, mas


tais disputas rapidamente excluem a mensagem transformador de Cristo. Devemos nos
manter afastado de assuntos questões que nada contribuem para propagação do
evangelho nem dos argumentos teológicos sem sentido. Ao começo podem parecer
inocentes, mas têm a intenção de nos desviar da mensagem central do evangelho: a
pessoa e obra de Jesus Cristo. E eles consomem tempo que deveríamos usar para
anunciar o evangelho a outros. Você deveria apartar-se de tudo o que lhe impeça de
fazer a obra de Deus.
21

Há muitos apóstolos vivendo, como se fossem autoridades hoje que demandam


lealdade, muitos dos quais nos separariam de Cristo com tal de que os seguíssemos.
Embora aparentem conhecer a Bíblia, sua influência pode ser perigosamente sutil.
Como pode você reconhecer os ensinos falsos? (1) Promovem controvérsias em lugar de
ajudar às pessoas a vir ao Jesus (1.4). (2) Com frequência, são promovidas por aqueles
cuja motivação é fazer-se de um nome (1.7). (3) São contrárias à verdadeiro ensino das
Escrituras (1.6, 7; 4.1-3). Para proteger do engano dos falsos apóstolos, você deveria
saber o que a Bíblia ensina e manter-se firme em sua fé depositada só em Cristo.

Os falsos apóstolos estavam motivados por um espírito de curiosidade, e um desejo


de ganhar poder e prestígio. Ao reverso, os apóstolos cristãos genuínos estão motivados
por uma fé sincera e pelo desejo de fazer o certo. Pode ser excitante impressionar às
pessoas com nosso grande conhecimento mas, um grande prestígio apoiado na falsidade
é, como algo vazio inoperante, Cf a. (Bíblia de Estudos Genebra. P.).

Você me forçou. Paulo teve de "se gabar", sobre sua fraqueza


apostólica porque o Corintiano, que o conhecia bem, não tinha o
defendeu contra os falsos apóstolos, mas em vez disso tinha sido
seduzido (11:1-3) por inflado auto reivindicações e críticas falso de
Paulo.

Argumentar sobre detalhes da Bíblia pode nos conduzir por interessantes mas
irrelevantes rotas secundárias e nos fazer perder a verdadeira intenção do evangelho. Os
falsos mestres construíram vastos sistemas especulativos e logo argumentaram a
respeito de detalhes insignificantes de suas ideias imaginárias. Não devemos permitir
que nada nos afaste das boas novas do Jesus Cristo, o ponto principal das Sagradas
Escrituras. Precisamos saber o que a Bíblia diz, aplicá-la cada dia a nossas vidas e
ensiná-la a outros. Quando fizermos isto, estaremos em condições de avaliar tudo os
ensinos à luz da verdade central a respeito do Jesus. Não invista muito tempo em
detalhes superficiais das Escrituras ao grau que exclua o assunto principal do que Deus
lhe está ensinando. Paulo escreveu contra aqueles que estavam enredando-se em
especulações filosóficas apoiadas no Pentateuco . Os falsos mestres queriam ser
famosos como mestres da lei de Deus, mas eles nem sequer entendiam o propósito da
lei. A lei não tinha como objetivo dar aos crentes uma lista de mandamentos para cada
22

ocasião, a não ser mostrar aos não crentes seu pecado e conduzi-los a Deus. Para
maiores detalhes do que Paulo ensinou a respeito de nossa relação com a lei, vejamos
Rom 5:20-21; Rom 13:9-10; Gal 3:24-29.

Jesus Cristo nosso Senhor .Quando o apostolo esteve em Lista , o apostolo Paulo
conheceu Timóteo Cf. Vemos em At 16.1—5. Paulo se dirigiu a Derbe e a Listra.
Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia que se tornara
cristã e de pai grego. 16:2 Os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho de

Timóteo. 3 Paulo quis então que Timóteo partisse com ele. Tomou-o e o circuncidou,
por causa dos judeus que se encontravam nessas regiões, pois todos sabiam que o pai de
Timóteo era grego. Forma de entender a História é que quando os apóstolos originais
7
morreram, “deixaram um vazio de autoridade, que foi preenchido pelos homens
errados”, isto é, pelos bispos. Critica tanto o catolicismo quanto o protestantismo,
aquele por (investir autoridade absoluta em um só homem) e este por dar a cada
indivíduo o direito de dominar na igreja. Certamente podemos concordar com ele que
no curso da longa e acidentada história da igreja tem havido muitos abusos de
autoridade, mas ele perde na sua exposição às verdades vitalmente importantes: 1 de
que os apóstolos originais, como testemunhas oculares do Cristo histórico ressurreto,
obviamente não podem ter sucessor algum, e 2 de que a autoridade deles é conservada
hoje no Novo Testamento, que é, essencialmente, a sucessão apostólica.

Em 1Tm 1,18 e 4,14 fala-se de profecia em referência à missão confiada


por Deus a Timóteo. O Apocalipse de São João se apresenta como uma
revelação profética a toda a Igreja (Ap 1,1-2). Em At 11,28, Ágabo
anuncia uma eminente carestia durante o império de Cláudio César. A
Didaché (Did13[12]) fala das ofertas que são destinadas aos pobres
entregues à responsabilidade dos profetas. Na Didaché, os profetas
aparecem investidos de vários carismas, como o do ensinamento
(mestre), do culto e da caridade.

7
1 Cf."os doze" em Mt 20.17; 26.20; Mc 4.10; 6.7; 9.35; Lc 8.1; 9.12; Jo 6.67; At 6.2; ICo 15.5.
2 Existe muita discussão hoje, provocada pelo movimento chamado de "a nova perspectiva sobre
Paulo",se o judaísmo na época de Jesus era realmente uma religião legalista ou não. Krister Stendahl
lançou a famosa tese de que a interpretação tradicional de que os fariseus eram legalistas usa os óculos
de Lutero para interpretar Paulo; ver Krister Stendhal, P aul among Jews and Gentiles. (Augsburg:
Fortress Press, 1976), p. 78-96. Outros como Werner Kümmel, E.P. Sanders, James Dunn e N. T. Wright
têm d esenvolvido esta ideia mais recentemente.Para uma crítica penetrante das idéias da "nova
perspectiva"ver John M. Spy, “'Paul's Robust Conscience’ Re-examined" N ew Testament Studies 31:161-
23

Mas, uma vez que nos firmemos no ponto de que não há hoje apóstolos de Cristo
com uma autoridade comparável com a dos apóstolos Paulo, Pedro e João, é certamente
possível argumentar que ha pessoas com ministérios apostólicos de um tipo diferente,
inclusive a jurisdição episcopal, a obra missionária pioneira, a implantação de igrejas, a
liderança itinerante. No sentido mais amplo, o termo apóstolo simplesmente preserva o
significado primário de “enviado” ou “mensageiro”. Por exemplo: nesse sentido a
palavra apóstolo indica certas pessoas que foram designadas a representar, de alguma
forma, a causa de Cristo. É assim que Barnabé, Silas, Apolo, Timóteo, Epafrodito,
Andrônico e Júnias, por exemplo, são chamados de “apóstolos”.

1.5. Onde encontramos o início da sucessão apostólica? 


1.5.1. Os Doze Chamados

Os 12 apóstolos de Jesus foram homens escolhidos por Ele no início de seu


ministério para auxilia-lo. Esses homens foram treinados pessoalmente por Jesus. Por
isso eles também são chamados de “os doze discípulos”. Os 12 apóstolos eram pessoas
comuns, homens de profissões diferentes que tinham diversas falhas e fraquezas. Porém
eles foram capacitados de uma forma sobrenatural para realizarem a principal missão do
reino de Deus. Conforme Nicodemus Lopes diz. Pág. 42, i, e, Bíblia de Estudos
Genebra.

Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos,
e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos d os
filhos de Israel. Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, a o
sul, e três, a oeste. A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e
estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 2
1.12-14).

Conforme o Evangelho de Lucas, foi Jesus quem primeiro usou a palavra no


período do Novo Testamento, para com ela designar os doze discípulos que havia
escolhido: “E, quando amanheceu, Jesus chamou a si os seus discípulos e escolheu doze
dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos” (Lc6.13). Jesus tirou o termo
“apóstolo” e em que sentido ele ousou para nomear os doze que escolheu. O mais
24

provável é que encontremos a resposta nas escrituras do AT e no mundo do judaísmo


antigo.

8
A citação que o estudioso JOHN LIGHTFOOT D.D.i.e Augustus Nicodemos Lopes

“E quando ele chamou os doze discípulos. Quanto ao número de


12, correspondendo às tribos de Israel, ver Lucas 22:30,
Apocalipse 21:12,14. Estes eram chamados os doze apóstolos. Sob
o título que Moisés e Arão são marcados pela paraphrast Caldeu,
Jeremias 2:1: uma palavra que não apenas falam um mensageiro,
mas como um mensageiro, como representa a pessoa dele que lhe
envia. Para o " apóstolo "de qualquer um é como ele próprio de
quem é delegada”.

Para esses fins eram estes escolhidos 12, como os evangelistas relatam

“Que eles possam estar com ele, testemunhas oculares de suas


obras, e os alunos de sua doutrina. Para eles não presentemente se
agarrem a pregar, a partir do momento que eles eram discípulos
admitidos pela primeira vez, não, nem a partir do momento em
que foram escolhidos, mas eles estava um longo tempo aos pés de
seu Mestre, e embebidas de sua boca que a doutrina que foram
para pregar.
Agora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão,
chamado Pedro, e André, seu irmão, Tiago, filho de Zebedeu, e
João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o

8
P rophet in his Interpretation of the Old Testament in Romans 9-11” Th.D. Dissertation; Chicago:
Lutheran S chool of Theology, 1982, 45-46) por interpretar IPe 1.10-12 como se referindo aos profetas
cristãos e se c ontradizer logo em seguida na pág. 121.
3 8 Grudem, The Gift of Prophecy, 30; Kistemaker, 1 Corinthians, 516. Robertson (A. Robertson e
A.Plumm er, A Critical and Exegetical Commentary on the First Epistle of Saint Paul to the Corinthians .
ICC, eds. S. R. D river, et al [Edinburgh: T. & T. Clark, 1914], 327) observa: “O versículo reflete aconvicção
de um apóstolo q ue foi divinamente constituído”. Fee (Gordon D. Fee, T he First Epistle to the
Corinthians. NICNT, ed. F. F. B ruce [Grand Rapids: Eerdmans, 1987], 711) aplica aqui a implicação da
ordem da lista de ICo 12.28 em q ue Paulo coloca os apóstolos em primeiro lugar, e conclui que apesar
de também um profeta, Paulo é, antes d e tudo, um apóstolo.
3 9 "O que vos escrevo" se refere, provavelmente, às instruções de Paulo nos capítulos 11
14,cf.Robertson, C orinthians, 327; Grudem, T he Gift of Prophecy, 30-31; Sandnes, P aul, 99 n. 80. Sobre
a identidade dos “espirituais” de Corinto veja Augustus Nicodemus Lopes, “Os espirituais de Corinto",
em Fides Reformata, 3/1 ( 1998).
25

publicano, Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu:


Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu”.

Nesses casos, tais pessoas são denominadas como apóstolos porque elas eram
comissionadas e enviadas pela Igreja para desempenhar alguma tarefa na obra de Deus.
Muitas vezes essa tarefa era servir literalmente de mensageiros ou representantes da
liderança Cristã. Embora essas pessoas pudessem exercer diferentes ofícios no
ministério, elas não exerciam especificamente o ofício de apóstolo. Elas não receberam
a autoridade delegada pessoalmente do próprio Cristo, e nem cumpriam os requisitos
para ocupar o lugar de apóstolo. Portanto, em todos esses casos o significado da palavra
apóstolo indica simplesmente alguém que é comissionado e enviado. Em outras
palavras, nesses casos o termo “apóstolo” está designando uma função e não uma
posição Davidson diz como muitas pessoas tem tomado o título de apóstolos.

Poder sobre os espíritos imundos (1). Autoridade sobre os


demônios. Apóstolos (2). Gr. Apostolo. No original a palavra não
goza da significação especial que lhe foi dada no decorrer da
história cristã, mas apenas "missionários". Os doze, que são
chamados pelo termo mais comum de discípulos, no vers. 1, aqui
são denominados apóstolos em virtude da comissão especial que
lhes fora cometida. Podemos ver que os nomes dos doze são
agrupados aos pares, o que bem podia corresponder à
organização dada pela sua missão.

O primeiro, Simão (2). O nome de Pedro se encontra no primeiro


lugar em todas as quatro listas dos doze, (cfr. Mc 3.16; Lc 6.14; At
1.13). Nos Evangelhos e nos Atos ele é o mais destacado dos doze e
provavelmente era o líder natural entre eles. Não se segue, porém,
que sua liderança jamais tenha sido transmitida a seus sucessores.
Bartolomeu (3). Geralmente é considerado idêntico a Natanael, de
Jo 1.45-51. Lebeu, apelidado Tadeu (3). Os melhores textos citam
apenas "Tadeu". Lucas dá-lhe o nome Judas (Mt 6.16; At 1.13).
Simão Canaanita (3). Não quer dizer que habitava em Canaã.
Simão era outrora membro do partido nacionalista, cujos
membros se chamavam "zelotes" (hebraico quanta, daí o gr.
kananaios, "cananeu", termo mais exato). O partido tinha
26

resistido a Herodes, o Grande, e estava prestes a opor-se a


qualquer governo estrangeiro pela força das armas. Era como o
"Maquis". Judas Iscariotes (4). O nome Iscariotes pode significar
membro da tribo de Issacar ou habitante de Queriote (Js 15.25),
ou aquele que levava a bolsa (do aramaico secariota, "bolsa"), ou
aquele que foi estrangulado (do hebraico iscara, "
estrangulação"). A segunda hipótese é a mais provável.
9
Jesus chamou a seus discípulos. Não os pressionou, nem os forçou nem lhes
pediu que fossem voluntários. Ser chamado significa ser eleito para servir a Cristo em
uma forma especial. Se você o conhecer seriamente, não pode fazer outra coisa. Cristo
nos chama hoje. O não nos torce o braço nem nos obriga a atuar contra nossa vontade.
Podemos escolher nos unir ao ou ficar atrás. Cristo o está chamando a você para que o
siga. Responda a seu chamado?

1.6. Apóstolo é a tradução da palavra grega Ànóotoàoç que significa


“enviado”
1.7.1. O significado estrito da palavra apóstolo aos 12.

O sentido mais estrito da palavra “apóstolo” transmite principalmente a ideia de


posição. Nesse sentido, essa palavra refere-se exclusivamente ao grupo dos Doze e a
Paulo. Estes homens receberam do próprio Cristo a responsabilidade de lançar os
fundamentos de sua Igreja. Saiba também quem foram os doze discípulos de Jesus. Por
tanto, o apostolado é um ofício instituído por Cristo que teve papel essencial nos
primeiros anos da Igreja Cristã. Os apóstolos foram divinamente comissionados e
receberam a autoridade necessária para a realização de sua missão. A Bíblia inclusive

destaca os requisitos para esse apostolado. Cf, (Ellen G. White ,p 11.)

Foi na ordenação dos doze que se deram os primeiros passos na


organização da igreja que, depois da partida de Cristo devia levar

9
de Paulo que ao me nos sugir aqu e ele de veriatersido conta doentre os doz e. Ao contrário, Paulos
em prereconhece adiferença entre ele e os doze, cf. I C o 1 5. 1 - 9. Sobre oprocesso de escolha com
base em lançar sortes, pouca sinformações temos arespeito de como funcionava. Lucas pare
ceconsiderar que a escolhade Matias foil egítima, pois após dizer que ele foivota do para tomar lugar
comos donze apóstolos, em seguida se refere aos apóstolos comoos doze, isto é, Pedro e os onze,
cf.At2.14. Para a opinião de que Paulo, e não Matias, é o décimo segundo apóstolo, veja Abraham
Kuyper, The Work o f t he HolyS Sirit
27

avante Sua obra na Terra. A respeito dessa ordenação, diz o


relato: m12 Atos dos Apóstolos “E subiu ao monte, e chamou para
Si os que Ele quis; e vieram a Ele. E nomeou doze para que
estivessem com Ele e os mandasse a pregar”. Marcos 3:13, 14.
Consideremos a tocante cena

Nicodemus como, Pg 45 e demais outro escritores i.e. citam os 12.

Mateus 10.2-4 M arcos 3.16-19 L ucas 6.13-16 Atos 1.13,26 I S irmão


Pedro S irmão Pedro S irmão Pedro André, seu irmão Tiago de Zebedeu
A André, seu irmão João Tiago de Zebedeu João de Zebedeu Tiago T
iago J oão de Zebedeu A André J oão A André Filipe Bartolomeu Tomé
Mateus B Bartolomeu T iago de Alfeu T iago de Alfeu T iago de Alfeu
Tiago de Alfeu Tadeu Simão o Zelote S imão o Zelote S imão o Zelote S
imão o Zelote J udas de Tiago J udas de Tiago J udas Iscariotes J udas
Iscariotes Judas Iscariotes [ Matias]

Apóstolos Encontram-se em primeiro lugar nas listas (ICo 12.28; Ef 4.11). O


apostolado (Rm 1.5; ICo 9.2; G1 2.8) e distinguido de todos os outros dons e
ministérios, pois não pertence a capacitação continua e repetida da Igreja, mas possui
um caráter fundamental e definitivo (Ef 2.20). Os apóstolos, no sentido de 1 Coríntios
12.28; Efésios 4.11,60 são aqueles que contemplaram o próprio Cristo, as testemunhas
oculares do acontecimento redentor que está na fundação da Igreja, aqueles que foram
chamados pelo próprio Cristo para esse ministério especial. Segundo Prof. Dr. Pe. Gilvan
Leite de Araújo

Na concepção paulina, apóstolo é concebido aos moldes da


vocaçãoprofética no senso de anunciar a Nova Lei.Assim, ele foi
chamado diretamente por Deus (Rm 1,1; Gal 1,15) e se
autodenominará: «apóstolo (ou enviado) de Jesus Cristo».
Contudo, se na tradição paulina o título de apóstolo recebeu uma
conotação mais ampla, ela não deixa de lado a autoridade e a
legitimidade do grupo dos doze apóstolos, tanto que ele mesmo,
28

Paulo, recorre diversas vezes ao conselho dos 12 «a fim de não


correr, nem tercorrido em vão» (Gl 2,2).
10
Um apóstolo deveria ter sido testemunha ocular de todo o ministério terreno de
Cristo e de sua ressurreição; ter sido instruído diretamente por Ele, ter sido investido de
autoridade e poder especial para realizar milagres, prodígios e sinais que
testemunhavam a legitimidade do Evangelho que estava sendo anunciado; e ter recebido
a comissão para exercer o apostolado diretamente da parte de Deus (cf. Atos 1:15-26; 1
Coríntios 9:1,2; 15:7,8; 2 Coríntios 12:12; Gálatas 1). O livro de Feitos continua a
11
história que Lucas começou em seu Evangelho; abrangendo os trinta anos posteriores
à ascensão do Jesus. Neste curto período, a igreja se estabeleceu e o evangelho de
salvação se levou pelo mundo, inclusive à capital do Império Romano. Os pregadores,
gente comum com debilidades e limitações, foram revestidos de poder pelo Espírito
Santo para difundir as boas notícias ao "mundo inteiro" (17.6). Por Feitos aprendemos
sobre a natureza da Igreja e também a como reverter o mundo. Ainda diz Nicodemus
Lopes (2014 p 42).

Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze


anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze
tribos dos filhos de Israel. Três portas se achavam a leste, três, ao
norte, três, a o sul, e três, a oeste. A muralha da cidade tinha doze
fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro (Ap2 1.12-14).

O que era entendido por João um dos apostos tolos dando refecias aos 12
apóstolos descritos e De acordo com Gregory Beale, “a nomeação dos doze apóstolos
por Jesus representou não somente a reconstituição do novo Israel em torno de si
mesmo, o qual haveria de crescer exponencialmente, mas também a criação de um n
ovo povo para viver em uma nova criação. “que Tiago também se refere, ao mais que

10
O preparo dos doze
1 9 Para uma posição similar veja Agnew, "The NT Apostle-Concept,” 82,95.
11
É neste sentido que Tiago, o irmão de Jesus, se dirige às igrejas cristãs às quais escreve como “as doze
tribos q ue se encontram na dispersão” (Tg 1.1).
4 Gregory K. Beale, A New Testament Biblical Theology: the unfolding of the Old Testament in the New
(Grand R apids: Baker, 2011), p. 425,693.
29

Quem disse que aos discípulos que eles iriam receber poder do alto para poder
testemunhar, logo após que recebessem o Espirito do Alto, foi o próprio Jesus. Perceba
isso como aconteceu: a. receberam o Espírito Santo; b. deu-lhes poder; e c. foram
testemunhas com resultados extraordinários. Nós frequentemente tratamos de investir a
ordem e atestamos dependendo de nosso próprio poder e autoridade. Atestar não é
mostrar o que podemos fazer Por Deus, a não ser mostrar e dizer o que Deus tem feito
por nós.

Jesus instruiu a seus discípulos para que fossem testemunhas às pessoas de


todas as nações a respeito Do (Mat. 28:19-20). Mas lhes disse que deviam esperar antes
a vinda do Espírito Santo (Lc 24:49). Deus tem um trabalho importante que quer que
você faça em seu nome, mas deve desenvolvê-la pelo poder do Espírito Santo.
Frequentemente nós gostamos de cumprir com a tarefa, embora isto signifique ir diante
de Deus. Mas algumas vezes a espera é parte do plano de Deus. Está esperando e
escutando as instruções completas de Deus ou se antepor a seus planos? Necessitamos o
tempo e o poder de Deus para ser na verdade eficazes. Ellen G. White comenta p 12.

Os discípulos deviam sair como testemunhas de Cristo para


anunciar ao mundo o que dEle tinham visto e ouvido. Seu
cargo era o mais importante dos cargos a que já haviam
sido chamados seres humanos, apenas inferior ao do
próprio Cristo. Eles deviam ser colaboradores de Deus na
salvação dos homens. Como no Antigo Testamento os doze
patriarcas 12ocupavam o lugar de representantes de Israel,
assim os doze apóstolos representam a igreja evangélica.

O evangelho se expande, rapidamente, Jerusalém até a Judia e Samaria, e por último se


ofereceria aos gentios em outras partes da terra. O evangelho de Deus não chegou a seu
destino final se alguém em sua família, em seu centro de trabalho, sua faculdade não
ouviu a respeito do Jesus cristo. Assegure-se de contribuir, de algum jeito, ao círculo do
avanço da mensagem de amor de Deus. Cf D. L. Moody (2007 p 555)

12
1 0 Kuyper, T he Work of the Holy Spirit, 144.
1 A tradução “outros setenta” (ARA, NVI) pode causar confusão, pois dá a impressão que seria a
segunda vez que Jesus enviava setenta de seus discípulos em missão. Uma tradução correta e mais clara
seria "setenta outros” (veja NTLH). E, neste caso, Lucas provavelmente tem em mente os mensageiros
que Jesus havia enviado antes para preparar seu caminho a Jerusalém, cf. Lc 9:52.
30

Testemunhava destemidamente de Cristo e procurava falar sobre


questões espirituais para pelo menos uma pessoa por dia. "Como
vai sua alma hoje?", perguntava; ou "Você ama ao Senhor? Você
pertence a Jesus Cristo?". Alguns se ofendiam com sua
abordagem direta; mas não foram poucos os que se entregaram a
Cristo nessas ocasiões. "Quanto mais usamos os meios e as
oportunidades que temos", dizia Moody, "mais capacidade e
oportunidades teremos".

E também:Nós devemos estar preparados para esta vinda repentina do senhor


(1Tg 5:2), não parados "contemplando os céus", a não ser trabalhando com ardor em
difundir o evangelho de maneira que outros sejam capazes de receber as grandes
benções de Deus. Ddepois da ascensão de Cristo ao céu, os apóstolos retornaram
imediatamente a Jerusalém e se reuniram para orar. Jesus lhes disse que o Espírito Santo
viria sobre eles dentro de não muitos dias, de maneira que tinham que esperar em
oração. Quando você em frente uma tarefa difícil, uma decisão importante, um dilema
confuso, seu primeiro passo deve ser orar pelo poder e a direção do Espírito Santo. Não
se apresse no trabalho nem espere que saia como débito. De todos os modos, seu
primeiro passo deve ser orar a fim de que o poder do Espírito Santo lhe guie. Um
"zelote" possivelmente signifique qualquer ciumento da Lei judia. Talvez os zelotes
eram os de um partido político radical que trabalhou para derrocar ao governador
romano do Israel através da violência. Ao que diz Warren W. Wiersbe Comentário
Bíblico Expositivo Novo Testamento Volume I (2007 p 47

Apesar dos flagelos, da rejeição pela família, das perseguições nas


13
cidades e das acusações perante líderes, os servos devem
permanecer fiéis a seu Senhor. Seu testemunho será usado por
Deus para ganhar outras pessoas. Apocalipse 7:1-8 indica que 144
mil judeus levarão a Palavra de Deus pelo mundo afora durante a
14
tribulação, e cujo testemunho redundará na salvação de grandes
multidões para Cristo (Ap 7:9ss).

13
22 Depois, Paulo esteve outra vez em Jerusalém, mas encontrou apenas Tiago (irmão de Jesus) e os
presbíteros da igreja, cf. At 21.17-19.
23 Este é provavelmente o mesmo encontro que Paulo relata na carta aos Gálatas 2.1-10.
14
31

Os irmãos de Jesus estão agora com os discípulos. Durante a vida do Jesus, eles
não acreditaram que Jesus era o Messias (Jo 7:5), mas sua ressurreição pode convencê-
los. A aparição especial ao Tiago, um de seus irmãos, deveu ter tido um significado
especial que influiu em sua conversão (veja-se 1Co 15:7 Esta foi a primeira reunião de
negócios da igreja. O pequeno grupo de onze cresceu até converter-se em mais de cento
e vinte. O tema principal foi nomear a um novo discípulo ou apóstolo, como chamaram
os doze. Enquanto os apóstolos esperavam, faziam o que podiam: oravam, procuravam
a direção de Deus e se organizavam. Esperar a Deus para trabalhar não significa sentar-
se sem fazer nada. Devemos fazer o que pudermos, enquanto possamos, tomando
15
cuidado de não nos adiantar a Deus. Como pôde alguém estar diariamente com o Jesus
e trai-lo? Judas recebeu o mesmo chamado e ensinos como todos outros. Mas decidiu
rebelar as advertências de Cristo assim como também seus oferecimentos de
misericórdia. Endureceu seu coração e se uniu aos inimigos do Jesus em um complô
para trai-lo. Até o final não se arrependeu e, por último, se suicídiou. Apesar de que
Jesus predisse que isto aconteceria, essa foi a decisão do Judas. Quão privilegiados
estão perto da verdade, não estão necessariamente comprometidos a ela. Para saber mais
esclarecimento sobre do Judas, recorra ao texto Marcos 14. Mateus relata que Judas se
enforcou (Mat. 27:5), Feitos diz que caiu. A explicação tradicional é que quando Judas
se enforcou o ramo se rompeu, Judas se precipitou em terra e seu corpo se arrebentou.

15
Mateus diz “com os doze discípulos” (Mt 26.20) e Marcos com os doze" (Mc 14.17).
6 Clark corretamente adverte para não pensarmos que Lucas está dizendo que os doze são os
fundadores da n ova nação de Israel. A ideia não é d e fundação, mas de r estauração, cf. Clark,
“Apostleship," 371-372.
7 Alguns contestam a escolha de Matias por meio de sortes, argumentando que foi precipitação de
Pedro e demais apóstolos, pois o escolhido de Jesus era Paulo. Todavia, não há nada no livro de Atos e
nas cartas
d e Paulo que ao menos sugira que ele deveria ter sido contado entre os doze. Ao contrário, Paulo
sempre r econhece a diferença entre ele e os doze, cf. ICo 15.1-9. Sobre o processo de escolha com base
em lançar s ortes, poucas informações temos a respeito de como funcionava. Lucas parece considerar
que a escolha de Matias foi legítima, pois após dizer que ele foi votado para tomar lugar com os onze
apóstolos, em seguida s e refere aos apóstolos como os doze, isto é, Pedro e os onze, cf. At 2.14. Para a
opinião de que Paulo, e não Matias, é o décimo segundo apóstolo, veja Abraham Kuyper, T h e Work of
the Holy Spirit (New York: Funk 8 c Wagnalls, 1900), 162-163. Esta obra está publicada em português, A
Obra do Espírito Santo (São Paulo: C ultura Cristã, 2010).
8 Giles corretamente destaca este ponto, cf. “Apostles before and after Paul,” 244.
9 E possível que este apelido tenha a ver com o temperamento impulsivo e irascível dos dois irmãos,
confor-
m e se percebe do episódio em que queriam mandar fogo descer do céu para consumir os samaritanos
que não o s queria receber, cf. Lc 9.54, inspirados no episódio em que Elias faz descer fogo do céu para
consumir os enviados do rei, cf. 2rs 1.9-16.
32

Foram muitos os que seguiram a Jesus constantemente durante seu ministério na


terra. Os doze apóstolos formaram parte de seu círculo íntimo, mas outros tiveram igual
nível de amor e entrega. Os apóstolos tiveram que procurar um crente que ocupasse o
posto de Judas Iscariotes. Elaboraram plano específico para fazer a eleição. Para
escolherem quem sucederia, os apóstolos oraram pedindo a Deus que os guiasse neste
processo de seleção. Isto nos dá um bom exemplo de como atuar quando devemos
tomar decisões importantes. Determine um critério lógico apoiado na Bíblia, examine as
alternativas e ore pedindo sabedoria e guia em busca de uma decisão sábia.

Os discípulos chegaram a ser apóstolos?. Discípulo significa seguidor ou


aprendiz, e apóstolo significa mensageiro ou enviado. Estes homens têm agora uma
designação especial para divulgar as boas novas da morte e ressurreição do Jesus.
Começando com um breve resumo dos últimos dias do Jesus na terra com seus
discípulos, sua ascensão e Matias, que ocupou o lugar que deixou Judas Iscariotes,
Lucas aborda em seguida seu tema: a difusão do evangelho e o crescimento da igreja. O
Pentecostes pelo derramamento do Espírito Santo 2.1-13 e o discurso poderoso do
Pedro 2.14-42, foi o início. Logo a igreja de Jerusalém começou a crescer cada dia
mediante o testemunho corajoso de Pedro e João e o amor dos cristãos 2.43-4.37.

A igreja nascente não podia estar livre de problemas, ela, sofreu oposição
externa resultando na prisão, perseguição e morte, engano e queixa murmúrios. Aos
crentes judeus de fala grega os escolheram para ajudar na administração da igreja a fim
de liberar os apóstolos para pregar . Os primeiros diáconos escolhidos foram Estevan e
Felipe, deles Estevão foi o primeiro mártir da Igreja 5.1-8.3. Em lugar de barrar ao
cristianismo, a oposição e a perseguição serviram como promotores para sua difusão. Os
crentes levaram a mensagem por onde iam fugindo At.8.4. Muito em breve teve
convertidos em toda Samaria e inclusive em Etiópia At. 8.5-40.
33

16
Ademais, Lucas apresenta um jovem judeu, ciumento defensor da Lei, que
tenta liberar o judaísmo da heresia do Jesus. Mas no caminho a Damasco, ao tratar de
capturar aos crentes, Saulo se converte, confrontado pessoalmente pelo Cristo
ressuscitado 9.1-9. Mediante o ministério do Ananias e a recomendação do Barnabé,
Saulo (Paulo) foi bem recebido no companheirismo e enviado ao Tarso para sua
segurança 9.10-30.i.e. Enquanto isso, a igreja continuava prosperando em toda Judéia,
Galileia e Samaria. Lucas se refere a seu pregar e a como sanou a Nós na Lidia e ao
Dorcas no Jope 9.31-43. Enquanto esteve no Jope, Pedro entendeu através de uma visão
que ele podia levar o evangelho aos "imundos" gentios. Pedro assim o entendeu e
fielmente pregou ao Cornelio que se converteu, junto a sua família, em crente (capítulo
10). Esta foi uma notícia estremecedora para a igreja em Jerusalém, mas quando Pedro
narrou os fatos, glorificaram a Deus por seu plano de que todas as pessoas escutassem
as boas novas 11.1-18. Isto impulsionou à igreja a um círculo maior, a mensagem se
pregou aos gregos na Antioquia, onde Barnabé foi animar os crentes e achou ao Paulo
11.20-26. Para agradar aos líderes judeus, Herodes se uniu na perseguição da igreja em
Jerusalém, deu morte ao irmão do João e pôs na prisão ao Pedro. Entretanto, Deus
liberou o Pedro que caminhou desde sua prisão até uma reunião de oração na casa do
João Marcos onde se intercedia por ele capítulo 12. Aqui Lucas translada seu enfoque
ao ministério do Paulo. Enviado pela igreja da Antioquía para uma viagem missionária
13.1-3, Paulo e Barnabé levaram o evangelho ao Chipre e ao sul da Galácia com grande
êxito 13.4-14.28. devido a que a controvérsia judeu-gentil ainda ardia com lentidão e
com não poucos gentis respondendo a Cristo, ameaçou dividindo a igreja. De maneira
que se convocou um concílio em Jerusalém para estabelecer normas com relação aos
cristãos gentis à luz do Antigo Testamento e suas leis. Logo depois de ouvir ambas as

16
Cf. D. A. Carson, S hawing the Spirit (Grand Rapids: Baker Book House, 1987), 90.
2 6 Leon Morris, T he First Epistle of Paul to the Corinthians: An Introduction and Commentary. The
Tyndale N ew Testament Commentaries, ed. R. V. G. Tasker (London: Tyndale Press, 1958; reprint 1969),
207; F. F. Bruce, 1 and 2 Corinthians em New Century Bible Commentary, eds. Ronald E. Clements and
Matthew Black (London: Butler & Tanner Ltd., 1971), 142.
2 7 Simon Kistemaker, Exposition of the First Epistle to the Corinthians. New Testament Commentary
(Grand R apids: Baker, 1993), 285-86. Clark ("Apostleship," 347-348) apresenta vários argumentos que
mostram a paridade de Paulo e os Doze; veja também Hywel R. Jones, "Are There Apostles Today?” em
E vangelical Review o f Theology 9/2 (1985), 109-114, que argumenta muito bem a favor deste ponto.
34

partes, 17Judas meio irmão do Jesus e líder da igreja em Jerusalém resolveu o problema
e enviou mensageiros às igrejas para informar a decisão (15.1-31).

Depois do concílio, Paulo e Silas pregaram na Antioquía. Logo saíram com


rumo a Síria e Cilicia, enquanto que Barnabé e Marcos navegaram para o Chipre 15.36-
41. Nesta segunda viagem missionária, Paulo e Silas passaram pela Macedônia e Acaia
estabelecendo Igreja em Filipos, Tesalónica, Berea, Corinto e Efeso, antes de retornar a
Antioquía 16.1-18.21. Lucas também se refere ao ministério do Apotolos 18.24-28. Na
terceira viagem missionário Paulo e seus companheiros atracaram a Galácia, Frigia,
Macedônia e Acaia, animando e ensinando a. Enquanto esteve em Jerusalém, uma turfa
furiosa acossou ao Paulo no templo e o puseram sob custódia e amparo do tribuno
romano 21.17-22.29.

Agora vemos o Paulo como prisioneiro e em processo ante o concílio judeu


23.1-9, o governador Félix 23.23-24.27, Festo e Agripa 25.1-26.32. Em cada caso,
Paulo atesta com firmeza e claridade de sua fé no Senhor. Devido a que apelou ao
César, enviaram-no a Roma para o processo final de seu caso. Mas no caminho, uma
tormenta destruiu a nave e os tripulantes e prisioneiros deveram nadar para chegar à
borda. Até nestas circunstâncias, Paulo pregou de sua fé 27.28.11. Ao final, a viagem
continuou e Paulo chegou a Roma onde viveu em uma casa alugada e sob custódia,
enquanto aguardava o julgamento 28.11-31. Lucas finaliza Feitos em forma abrupta,
com as estimulantes palavras de que Paulo tinha a liberdade em seu cativeiro de falar
tanto com visitantes como a seu guarda "pregando o reino de Deus e ensinando sobre o
Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento" 28.31. O papel singular dos
apóstolos dentro da história da igreja pode ser percebido na referência acerca da nova
Jerusalém no livro do Apocalipse, onde é dito que a cidade santa possui em seus
fundamentos os nomes dos apóstolos Apocalipse 21:14.

17
Paulo é que ele não considerava as obras da lei como contrárias à justificação pela fé, desde que o
judeu cristão a s praticasse, não como obras meritórias, mas como expressões raciais de sua fé.
Justificado pela fé somente, Paulo se sentia livre para ser um judeu praticante e tomar parte nos
cerimoniais judaicos como emblemas e marcadores da identidade da sua raça. E da mesma forma se
sentia livre para abrir mão deles, quando se t ornavam um obstáculo ao seu ministério entre os gentios.
Sobre Paulo e as obras da lei veja Lopes, "A Nova P respectiva sobre Paulo," 83-94 e toda a bibliografia
sobre o assunto citada ali.
35

1.8. O NASCIMENTO DA IGREJA At 1.1-5.42


Os quarenta dias e depois (At 1.1-26)

18
Nos primeiros cinco capítulos temos uma série de cenas, ou retratos em miniatura,
da primitiva comunidade cristã de Jerusalém. Começa o livro no ponto em que o
19
Evangelho de Lucas terminou, com o Senhor ressuscitado aparecendo aos discípulos, a
intervalos, durante quarenta dias, ordenando-lhes que esperem em Jerusalém até que
recebam poder celestial, para depois agirem como suas testemunhas naquela cidade, na
Judéia e Samaria, até aos confins da terra. Já se tem dito que esta indicação geográfica
tríplice (At 1.8) constitui-se uma espécie de índice do Esboço de Atos, visto ser essa a
ordem em que Lucas descreve a propagação do Evangelho. As palavras de Cristo Sereis
minhas testemunhas são dignas de nota por serem citadas de Is43.10. A inferência é que
essas palavras do grande profeta do Velho Testamento se cumprem nos discípulos de
Jesus; eles formam o remanescente do antigo Israel e o núcleo do novo. As referencias
citadas por Nicodemus Lopes(2014 p 35).

Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na


sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então,
lhe derramo livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o
lugar onde estava e escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim,
pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para
proclamar libertação aos cativos. Então, passou Jesus a dizer-lhes:
Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir (Lc 4.16-21; Is
61.1-3).

18
ARA e ARC trazem “sentença" e NVI e NTLH trazem "setenta e dois” discípulos. O testemunho
manuscrito lógico está dividido. Ainda que fosse "setenta e dois" permanece o simbolismo do número.
Os anciãos de I srael também eram contados, às vezes, como setenta ou setenta e dois, cf. Robertson, W
ord Pictures, Lc 10.1.
Tratou-se de uma visão e não de uma aparição de Cristo, pois João nos informa que ele "se achou em
espírito" (Ap 1.10), designação comum nos profetas para indicar o estado de êxtase em que o profeta

19
É preciso observar que a declaração de Jesus de que "todos os Profetas e a Lei profetizaram até João"
( Mt 11.13) significa o encerramento do ministério dos profetas do Antigo Testamento, mas não o
término d a revelação que começou a ser dada através deles. Os apóstolos do Novo Testamento - e não
os profetas do N ovo Testamento - foram os canais pelos quais esta revelação continuou a ser dada. É
neste sentido que os c consideramos como sucessores dos profetas de Israel.
36

20
Vem depois a narrativa da ascensão, após o que os discípulos em número de
120, aguardam em Jerusalém o cumprimento da promessa do Espírito, e nesse ínterim
preenchem a vaga deixada no colégio dos doze com a deserão de Judas, cuja queda eles
vêem predita no Velho Testamento (cfr. Mt 27.9 e seg.; Jo 17.12). O primeiro livro (At
1.1), isto é, o terceiro Evangelho, também endereçado a Teófilo (Lc 1.3). Quem era esse
Teófilo não podemos dizer ao certo, senão que parece ter sido um cidadão romano de
categoria eqüestre, e possivelmente exercia cargo administrativo, como sugere o título
"excelentíssimo" (Lc 1.3). Tudo quanto Jesus começou tanto a fazer como a ensinar .

a. Visto como o assunto do terceiro Evangelho é sumariado assim, a inferência é


que este novo volume vai tratar do que Jesus continuou a fazer e a ensinar após Sua
ascensão-pelo Seu Espírito em Seus seguidores. Sendo visto por eles por espaço de
quarenta dias

B. Percebe-se em seu cronograma temporal, do calendário cristão o dia da


ascensão cai no quadragésimo dia depois da páscoa. Contudo a exaltação de Jesus à
direita de Deus, que é o fato comemorado realmente no dia da ascensão, não esperou,
para consumar-se, esse quadragésimo dia após Seu triunfo sobre a morte.

c. Na primitiva pregação apostólica a ressurreição e a ascensão, as quais em


conjunto constituem a exaltação de Cristo são encaradas como um movimento contínuo.
O quadragésimo dia apenas marcou a última vez que Ele desapareceu da vista dos
discípulos, depois de uma aparição como ressuscitado: a série de visitas freqüentes, se
bem que intermitentes, chegava agora ao fim com uma cena que os convenceu da glória
celestial do seu Mestre. Não devemos imaginar que os intervalos entre essas aparições
Ele os passou limitado a alguma condição terrena. As coisas concernentes ao reino de
Deus .

20
Paulo se refere uma vez à aparição como “a visão celestial" (At 26.19), mas aqui o sentido não é de
uma e experiência subjetiva, como um êxtase. Paulo quer dizer apenas que ele viu a manifestação de
Jesus vindo d os céus.
4 Samuel Waldron, T o Be Continued? (Amityville, NY: Calvary, 2007), 27. Cf. ainda posição idêntica de
Wayne G rudem, já que ninguém hoje pode preencher esta qualificação de ter visto o Cristo ressurreto
com seus pró-
p rios olhos, não há mais apóstolos hoje" ( Systematic Theology [Grand Rapids: Zondervan, 1994], 911).
5 "Discrepâncias aparentes como estas, nas diferentes narrativas da mesma cena no mesmo livro de
Atos, nos d ão forte confimação tanto dos fatos em si como do livro que os registra” (Jamieson, C
ommentary, At 9.7
37

c. Esta curta declaração foi desenvolvida pelos gnósticos de modo a representar


Jesus a transmitir doutrina esotérica, qual a que as escolas deles mantinham.

Todavia "o reino de Deus concebe-se que é vindo nos eventos da vida, morte e
ressurreição de Jesus; proclamar tais fatos, em seu devido lugar ou ambiente, é
proclamar o Evangelho do Reino de Deus" (C. H. Dodd). Não há dúvida que a relação
que a paixão e a vitória de Jesus tinham com a mensagem do reino foi agora patenteada
aos discípulos. Vós sereis batizados com o Espírito Santo (5). Cf. a pregação de João
Batista em Mc 1.8. Assim virá (11). Possivelmente com referência particular à nuvem
(9); cfr. Lc 21.27 (Mc 13.26); Mc 14.62. A lista dos apóstolos no vers. 13 concorda com
a de Lc 6.14 e segs., variando algo na ordem, e omitido aqui o nome de Judas Iscariotes.
At-1.18. Ora, este homem (18). Os vers. 18 e 19 devem ser considerados como um
parêntese de Lucas, não como parte das palavras de Pedro aos seus condiscípulos.
Precipitando-se (18), ou "intumescendo-se". Campo de Sangue (19). Cfr. Mt 27.8. At-
1.20 As citações do vers. 20 são feitas dos Sl 69.25; Sl 109.8. Começando no batismo
de João. (22). Este período é o do ministério público de Jesus, abrangido pela pregação
apostólica (cfr. At 10.37) e pelo Evangelho de Marcos. Ao que relata quanto a isso
Nicodemus diz (2014 p 66.).

Ele apareceu a Chefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por
mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria
sobrevive até a gora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto
por Tiago, mais tarde e, por todos os apóstolos e, afinal, depois de
todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de
tempo (ICo 15.5-8)

É importante notar que ele coloca a aparição de Jesus a ele em pé de igualda de


com as aparições a Pedro, aos dos e, aos quinhentos irmãos, Tiago e “todos os
apóstolos” esquisitos o faz apóstolo tanto como os doze. A qualificação principal é que
o move os apóstolos seja, entre os doze, testemunha. da sua ressurreição (22). José,
chamado Barsabás (23). A seu respeito Pápias relata, louvando-se na autoridade das
filhas de Filipe, que ele, bebendo veneno de cobra nada sofreu (cfr. Mc 16.18). Matias
(23). Não há mais notícia dele a que se deva atenção. Lançaram em sortes (26). Seleção
deliberada e oração tiveram seu lugar nessa nomeação tanto quanto o sorteio. Esta era
uma instituição sagrada no antigo Israel um meio muito em voga de se descobrir com
38

certeza a vontade divina (cfr. Pv 16.33) sendo de fato o princípio de decisão aplicado no
caso do Urim e Tumim. Esta é a primeira e última ocasião do emprego do sorteio pelos
apóstolos; pertence-o que é bem digno de nota-ao período entre a ascensão e o
Pentecostes; Jesus se ausentara e o Espírito Santo ainda não tinha vindo. Contudo se há
melhores meios de se designarem homens competentes para as responsabilidades
eclesiásticas há também os piores. Foi contado com os onze apóstolos (26). A ideia de
que Paulo fora divinamente indicado para ser o décimo segundo, e de que os apóstolos
previram erradamente o plano de Deus, mostra uma má compreensão do caráter único
do apostolado de Paulo.

Isso significa que eles foram escolhidos pelo próprio Cristo para anunciar e
lançar o fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua Igreja (Efésios 2:20; Apocalipse
18:20). Por esse motivo eles aparecem encabeçando a lista das dádivas de Cristo para a
Igreja (Efésios 4:11). Cf. O dicionário teologia diz que: Exercício do ministério
profético, cuja principal prerrogativa é apresentar a vontade e o conhecimento de Deus
aos homens. Neste mister, os profetas bíblicos tinham a prerrogativa de mestres
infalíveis da Palavra de Deus.

21
A função profética de Cristo teve início com o seu batismo no rio Jordão. Já
ungido pelo Espírito Santo, saiu a proclamar as verdades do Reino de Deus, a libertar os
cativos de Satanás e a realizar sinais e maravilhas. Tais realizações credenciavam-no
como o Profeta anunciado por Moisés (Dt 18). Hoje, esta função é exercida pelos que,
segundo Efésios 4.11, detém o ministério profético, e pelos que são agraciado com o
carisma da profecia (1 Co 12 ; 13).Quando a Igreja proclama o Evangelho exerce, de
certa forma, a função profética. Visto que o cânon sagrado já está completo, os profetas
desta dispensação não possuem mais as prerrogativas dos mensageiros de Deus do
Antigo e do Novo Testamento. Nenhum profeta, hoje, tem autoridade para contestar as
Sagradas Escrituras. Caso o façam, hão de ser considerados anátemas (GL 1.8).

1.9. Existem apóstolos na atualidade?

21
Barrett, C orinthians, 293.
3 3 Clark,"Apostleship," 366. Por "Restauracionista" ele se refere ao moderno movimento que busca
restaurar o ministério apostólico nas igrejas hoje.
39

22
Os falsos apóstolos seguem semeando mentiras. Não poucos distorcem a
verdade, outros a diluem, e outros simplesmente a eliminam dizendo que a verdade de
Deus já não se aplica mais. Mas não importa quantos sigam essas mentiras, a sólida
verdade de Deus nunca muda, nem jamais se abala e nunca se debilita. Quando
seguimos a verdade de Deus, Ele jamais nos deixara. Em uma analise a situação sobre a
existência de apóstolos hoje diz Nicodemus (2014 p331)

Sim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos


santos, e sois da família de Deus, e edificados sobre o fundamento
dos os apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular; n o qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para
santuário dedicado a o Senhor, no qual também vós juntamente
estais sendo edificados p ara habitação de Deus no Espírito (Ef
2.19-22).

Paulo não estava falando da igreja sita na cidade de Éfeso, mas da igreja
universal de Cristo. Não precisamos de apóstolos modernos para “lançar os
fundamentos” de igrejas locais, pois o fundamento da igreja local é o mesmo da
universal, que é a doutrina apostólica sobre a pedra, Cristo, sobre a qual todo o edifício
espiritual se ergue e se edifica.

Um fundamento é lançado no início de uma obra. Portanto, isto “decisiva-


mente limita o apostolado aos estágios iniciais da história da igreja”. Aqui Paulo insiste
ante o Timóteo para que seja a classe de pessoa que Cristo possa usar para seus mais
nobres propósitos. Não se de acordo com menos que com o melhor de Deus. Deixe que
Deus o use como um instrumento de sua vontade.

22
Esta noção do fundamento apostólico da igreja remonta às palavras de Jesus a Pedro em MT 16.18 e
estão refletidas em AP 21.14, conforme já vimos. Cf. Lincoln, E poesias. "Fundamento" em Ef 2.20 não se
refere à s pessoas dos apóstolos e profetas, mas à sua pregação (Sandnes, P aul, 2 27-29). Uma vez
lançado o fundam entoo, cessou a tarefa apostólica dos Doze e de Paulo, cf. F. David Fadel, “Chen Will
the Gift of Prophecy C esse:’", em Biblioteca Sacra, 150, (April-June 1993), p.188.
É preciso observar que a declaração de Jesus de que "todos os Profetas e a Lei profetizaram até João"
(Mt 11.13) significa o encerramento do ministério dos profetas do Antigo Testamento, mas não o
término d a revelação que começou a ser dada através deles. Os apóstolos do Novo Testamento - e não
os profetas do N ovo Testamento - foram os canais pelos quais esta revelação continuou a ser dada. É
neste sentido que os c onsideramos como sucessores dos profetas de Israel.
40

Às vezes escapar é considerado uma covardia. Mas as pessoas soube sabem que
frequentemente afastar-se fisicamente da tentação é o ato de valentia maior. Ao Timóteo
lhe advertiu que fugisse de qualquer coisa que produzira maus pensamentos (1Ti 6:11).
Tem tentações recorrentes difíceis de resistir? Fuja de qualquer situação que estimule
seus desejos de pecar. Saber quando afastar-se é tão importante na batalha espiritual
como saber quando e como brigar (veja-se também 1Tm 6:11).

Com seu ensino, Timóteo ajudava a aqueles que estavam confundidos a respeito
da verdade. A advertência do Paulo ao Timóteo, e a todos os que ensinam a verdade de
Deus é ser amável e gentil, paciente e cortês ao explicar a verdade. O bom ensino nunca
provoca lutas ou argumentos néscios. Seja que você ensine na Escola Dominical, guie
um estudo bíblico ou pregue na igreja, recorde escutar as perguntas que lhe exponham e
as trate em forma respeitosa, evitando discussões sem sentido. Se o fizer assim, a gente
23
que lhe opõe estará melhor disposta para ouvir o que você tenha que dizer e talvez
troquem sua atitude

Então sob esse aspecto, como mediadores de Cristo e responsáveis por anunciar
o Evangelho, todo cristão é um mensageiro enviado para proclamar as boas novas da
salvação e representar a causa de Cristo diante do mundo. Como a palavra “mensageiro”
traduz o termo apóstolo, então neste sentido, e apenas neste, sim, existem apóstolos
hoje. Esses apóstolos são todos os cristãos verdadeiros.

Por outro lado, apóstolos que exercem o ministério e o ofício apostólico sob os
quais repousam a liderança da Igreja de Cristo na terra, não mais existem.
Definitivamente Paulo de Tarso foi o último deles. Paulo, nome romano de Saulo,
nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar
insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era uma
cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora
tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita
circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos
11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6).

23
C. K. Barrett, A Commentary on the First Epistle to the Corinthians em Black’s New Testament
Commentari es (London: Adam ÔC Charles Black, 1968), 294; veja também Clark, “Apostleship352;
Jones, "Are There A postles Today'5”, 111.
4 TDNT, êoxotrOÇ.
41

A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate


entre os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em
Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que
Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância
longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém
como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há
pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo.

Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se
com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei,
Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele também
falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei e
mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gálatas 1:14; Filipenses
3:5,6). Considerando todos estes aspectos, pode-se afirmar que sua família possuía
alguns recursos e desfrutava de posição proeminente na sociedade.

O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser
cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que
sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois
terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao
certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e
abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28). Outras conseguiam tal
cidadania ao prestar algum relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia
alguns privilégios, dentre os quais podemos citar: A garantia do julgamento perante
César, se exigido, nos casos de acusação. Imunidade legal dos açoites antes da
condenação. Não poderia ser submetida à crucificação, a pior forma de pena de morte
da época.

1.9 Paulo de Tarso, o perseguidor.

24
O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado,
suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 07:58). Defesa e morte
24
Tratou-se de uma visão e não de uma aparição de Cristo, pois João nos informa que ele "se achou em
espírito" (Ap 1.10), designação comum nos profetas para indicar o estado de êxtase em que o profeta
entrava para t er as visões, cf. Ez 2.2; 3.12; etc.
42

de Estêvão (At 7.1-8.1) Preso e interrogado pelo Sinédrio, Supremo Tribunal da nação
judaica, presidido naqueles dias pelo Sumo Sacerdote, Estêvão expôs o seu caso sob a
forma de uma resenha histórica, como era costume entre os judeus. Os dois principais
temas de seu discurso são, primeiro, que a nação, a partir dos dias de Abraão, nunca se
preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel, por conseguinte, servia
mais de santuário do que um edifício permanente.

E segundo, que a nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra


Deus e se opusera aos Seus mensageiros, numa série de atos que culminara em eles
matarem "o Justo". Dificilmente se podia imaginar houvesse uma linha de argumentos
menos adequados a apaziguar aqueles juízes. Após urna ou duas interrupções de ira, que
Estêvão enfrentou com verdadeiro gênio profético, foi impedido de terminar seu
discurso; lançaram-no fora do edifício e apedrejaram-no. Se sua morte foi um simples
ato de linchamento legal ou um excesso de jurisdição da parte do Sinédrio, não está
bastante claro.

Provavelmente tanto foi uma coisa como outra. Se bem que a ratificação do
Procurador fosse tecnicamente necessária para a execução, ele no momento estava em
Cesária, sua residência costumeira. Califas e Pilatos certo que se entendiam
mutuamente, em virtude do que se confiava que este último fechasse os olhos quando
isso convinha. (Era caso excepcionalíssimo um governador romano deixar o mesmo
Sumo Sacerdote no exercício da função durante todo o período de sua Procuradoria,
como Pilatos fez com Caifás). Então lhe perguntou o sumo sacerdote 1, funcionando
como presidente do tribunal.

Quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã (2). Harã fora uma
florescente cidade na primeira metade do segundo milênio A. C., época a que pertenceu
Abraão. De acordo com o Texto Recebido de Gn 11.31, 12.5, foi depois da chegada de
Abraão a Harã que as palavras citadas aqui no vers. 3 lhe foram ditas. Porém Filo e
Josefo concordam com Estevão que Abraão recebeu uma comunicação divina antes de
se dirigir a Harã (cfr. Gn 15.7, Ne 9.7). Mas prometeu. (5). Cfr. Gn 17.8. E falou Deus
assim. (6). É citação de Gn 15.13 e seg. Quatrocentos anos (6). A exegese rabínica
contava quatrocentos anos do nascimento de Isaque ao êxodo. E me servirão neste lugar
(7). Estas palavras vêm de Êx 3.12, onde são proferidas a Moisés e onde o lugar referido
43

é Horebe. O entrelaçamento de passagens separadas é característica do discurso de


Estêvão, aqui resumido. Então lhe deu a aliança da circuncisão (8); cfr. Gn 17.10, 21.4.
"Assim, embora ainda não houvesse um lugar sagrado, todas as condições essenciais à
religião de Israel foram cumpridas". At-7.9 Os patriarcas, invejosos de José, venderam-
no para o Egito (9). A narrativa, a começar daqui até ao vers. 34, consiste em grande
parte, numa miscelânea de passagens tiradas de Gn 37; Êx 3. Setenta e cinco pessoas
(14). O Texto Hebraico Recebido, de Gn 46.27, Êx 1.5, Dt 10.22 dá setenta pessoas,
inclusive Jacó e seus dois filhos; o número setenta e cinco vem dos LXX de Gn 46.27 e
Êx 1.5; omite Jacó e José, porém conta nove filhos deste último. E foram transportados
para Siquém (16). Jacó foi sepultado na caverna de Macpela em Hebrom (Gn 49.29 e
segs.); José foi sepultado em Siquém (Js 24.32). No sepulcro que Abraão ali comprara a
dinheiro os filhos de Emor (16). Abraão comprara a caverna de Macpela, em Hebrom,
aos heteus (Gn 23.16); Jacó comprou a terra em Siquém, que deu a José (e onde este foi
sepultado), os filhos de Hemor (Js 24.32). Não somente passagens separadas (ver o vers.
7), como incidentes distintos são entrelaçados no resumo que Lucas apresenta do
discurso de Estêvão. At-7.18

Até que se levantou ali outro rei que não conhecia a José 18; provavelmente é
referência a fundação da 19 a Dinastia (cerca de 1320 A. C.). Era mui formoso 20; lit.
"formoso aos olhos de Deus" como vem na Arão. A filha de Faraó o recolheu (21); isto
é, adotou-o. Eusébio chama-a Merris; Cf, filha de Ramessés II e de uma princesa hetéia.
Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios 22. Estêvão é mais moderado que a
generalidade dos escritores heleno-judaicos, que apresentam Moisés como fundador de
toda a ciência e cultura e até de toda a civilização do Egito. Era poderoso em palavras e
obras (22). Moisés, em Êx 4.10, negou que fosse eloqüente, mas a referência aqui pode
ser a palavras escritas. Josefo (Ant. 2.10) refere uma lenda das proezas guerreiras de
Moisés.

Quando completou quarenta anos (23). Êx 2.11 diz simplesmente "sendo Moisés
já homem". Cuidava que seus irmãos entenderiam. (25). Esta explicação do seu ato não
consta no Velho Testamento. Filo, como Estêvão, considera a defesa dos israelitas por
parte de Moisés, neste ponto de sua carreira, como habilidade política decisiva. E note-
se aqui o paralelo: Moisés apresentou-se como mensageiro de paz e livramento, mas foi
rejeitado; Jesus, no devido tempo, foi tratado do mesmo modo. Nasceram-lhe dois filhos
44

(29); isto é, Gérson e Eliézer (Êx 2.22, 18.3-4). Apareceu-lhe no deserto do monte Sinai
um anjo (30). Estêvão frisa que Deus não está preso a uma cidade ou país; apareceu a
Abraão na Mesopotâmia, e no deserto a Moisés, na terra em que este era peregrino (29).
Este anjo é o mensageiro da Presença divina, que fala como Deus (32). A este... enviou
Deus como chefe e libertador (35). O rejeitado é o salvador designado por Deus; é isto o
que se vê nos casos de José, Moisés e Jesus. Pela mão (35), isto é, com a assistência
(ARA). At-7.37

Deus vos suscitará um profeta 37. Esta citação de Dt 18.15 ver At 3.22, ajuda
ainda a estabelecer paralelo entre Moisés e Cristo. É este quem esteve na congregação
no deserto 38. Provavelmente é alusão da 18.16 (seguindo imediatamente as palavras
citadas no verso anterior), onde se faz menção do "povo reunido em assembleia heb.
qahal, LXX ekklesia em Horebe. Como Moisés esteve com a antiga ekklesia, assim
Cristo está com a nova ekklesia, sendo porém está ainda uma igreja peregrina, "a
congregação no deserto". Com o anjo que lhe falava 38. Em Êx 32.34 Deus diz a
Moisés, "o meu anjo irá adiante de ti"; mais tarde, porém, por insistência de Moisés, Ele
faz uma promessa mais pessoal, "Minha presença (isto é, "Eu mesmo", autos nos LXX,
irá contigo" (Êx 33.14). Em Jubileus At 1.27, 2.1, entretanto, um anjo fala com Moisés
no Sinai (ver o vers. 53, abaixo). Naqueles dias fizeram um bezerro (41). Ver Êx 32,
onde vem narrado este incidente. At-7.42

Mas Deus se afastou e os entregou ao culto da milícia celestial (42). Esta


declaração aparentemente não se baseia em a narrativa das peregrinações no deserto,
como vem no Velho Testamento, mas parece ser uma inferência da passagem de Am
5.25-27, citada nos vers. 42,43. No Texto Recebido, hebraico, de Amós, o povo de
Israel é avisado que o rei assírio o desterrará para "além de Damasco", e que eles
levarão para lá os utensílios da idolatria, em virtude da qual essa calamidade está prestes
a vir sobre eles. Nos LXX (citação aqui com variantes), essa idolatrai-o culto da milícia
celestial, especialmente do planeta Saturno-é datada do período do deserto. Porventura
me oferecestes no deserto? (42). A construção grega faz esperar resposta negativa. Não
foi a Jeová, mas às deidades astrais do paganismo que eles adoraram. O tabernáculo de
Moleque (43). Em contraste com o tabernáculo do testemunho (44). O hebraico
significa "Sakkut vosso rei", sendo Sakkut um nome acadiano do deus do planeta
Saturno. A estrela do vosso deus Renfã (43). Uma versão de Amós tem "Chiun", forma
45

de Kaiuanu, nome assírio de Saturno; nos LXX (citados aqui) o nome assírio é
substituído por outro egípcio do mesmo deus planetário, aqui representado por Renfá.
Para além da Babilônia (43). Estêvão tem o cativeiro babilônico em mente, como era
natural a quem falava em Jerusalém, e por isso diz "para além da Babilônia", em lugar
de "para além de Damasco", como diz Amós, referindo-se ao princípio do cativeiro
assírio. At-7.44 O tabernáculo do testemunho (44), assim chamado porque encerrava o
"testemunho" que Deus dera a Israel, consistindo nas tábuas da Lei-vindo dai chamar-se
a arca, que as abrigava, "arca do testemunho" (por ex. Êx 25.22).

Segundo o modelo que tinha visto (44); citado de Êx 25.40 (cfr. o


desenvolvimento desta ideia em Hb 9.1 e segs.). Levaram-no com Josué (45) (cfr. Hb
4.8). Até aos dias de Davi (45). O processo do desalojamento dos cananeus, começado
sob Josué, só se completou no tempo de Davi; além disso, e mais especialmente,
gerações sucessivas foram passando a tenda uma a outra, até ao reinado de Davi (2Sm
7.6; cfr. 1Cr 17.5). At-7.46 Pediu para achar tabernáculo para o Deus de Jacó (46). Cfr.
Sl 132.5. Algumas excelentes autoridades em crítica textual têm aqui "a casa de Jacó",
porém esta lição fica em rude conexão com o vers. 47, Mas foi Salomão quem lhe
edificou a casa. A ênfase é dada a casa -casa fixa, distinta de tenda móvel. Estêvão
considera a construção do templo um passo atrás, e rebate a ideia de Deus morar numa
casa, citando Is 66.1-2 (49-50). De outras divindades podia-se conceber tal coisa, porém
não do Altíssimo (48). Este ataque inequívoco ao centro acariciadíssimo da religião
nacional causou provavelmente uma explosão de ira, que deu lugar à invectiva do vers.
51. At-7.51

Homens de dura cerviz. (51). A linguagem desta denúncia é vazada no Velho


Testamento; cfr. Êx 33.5, Lv 26.41; Dt 10.16, Is 63.10, Jr 4.4, 6.10, 9.26, Ez 44.7. Eles
mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo (52). Cfr. a acusação de
nosso Senhor em Mt 23.29-37 e a inferência de Suas palavras em Mc 12.2-8; Lc 13.33-
34. Vós que recebestes a lei por ministério de anjos (53). Quanto à mediação da lei
pelos anjos, cfr. Gl 3.19; Hb 2.2. A ideia não consta no Velho Testamento, mas se
encontra em Jubileus 1.29, Testamento de Dn 6.2, Josefo (Ant. 15.5-3) e Filo (Sobre
Sonhos, 1.141 e segs.). At-7.54
46

Ouvindo eles isto.(54). Interromperam o discurso; ouviram mais do que


desejavam. Jesus que estava (de pé) à direita de Deus (55). Não devemos insistir aqui na
ideia de Jesus estar de pé, contrariamente à menção mais regular de se achar Ele sentado
à direita de Deus. Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus
(56). Este é o único lugar do Novo Testamento, fora dos Evangelhos, onde ocorre o
título "Filho do homem" (a expressão em Ap 1.13; Ap 14.14 é diferente). Muitos
membros do Sinédrio devem ter lembrado as palavras do próprio Jesus (Mc 14.62), que
arrancaram deles o veredicto de blasfêmia. As testemunhas deixaram suas vestes aos
pés de um jovem, chamado Saulo (58). Era dever das testemunhas lançar as primeiras
pedras. A menção de Saulo sugere que lhe tocou alguma responsabilidade no ato, o que
se confirma em At 8.1. Senhor, não lhes imputes este pecado (60). Contraste-se a oração
de Zacarias, morrendo em situação semelhante (2Cr 24.22). E Saulo consentia na sua
morte (At 8.1). Isto pode significar, porém não necessariamente, que ele era membro do
Sinédrio. Cfr. At 22.20; At 26.10.

Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição
importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as
perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele dava o
seu voto a favor da morte dos cristãos At 26:10.

10. DISCURSO DE PAULO PERANTE AGRIPA (At 26.1-23)

Paulo procedeu à apresentação do seu caso sem relutância, saudando o auditório


de pessoas distintas e congratulando-se pela excelente oportunidade de fazer conhecida
a mensagem cuja proclamação era a razão de ser de sua vida. Este discurso de Paulo
bem que se pode chamar Apologia Pro Vita Sua. Temos aí, pela terceira vez, a história
de sua conversão, contada agora e pela segunda vez por ele mesmo. As diferenças
notadas entre a narrativa aqui e aquela apresentada aos amotinados de Jerusalém, no
cap. 22, são acima de tudo diferenças de ênfase; em cada ocasião ele sublinhou aqueles
aspectos da história que provavelmente interessariam a um ou a outro auditório. O
presente discurso pode ser dividido em exórdio (2,3); sua posição de fariseu no tocante
à esperança de Israel, a qual envolve a fé na ressurreição (4-8); a narrativa do seu zelo
perseguidor (9-11); a visão celestial (12-18); sua vida de obediência a essa visão
(19,20); sua prisão (21); a substância de sua pregação (22,23). O estilo grego do original
47

é de uma beleza incomum, como convinha ao seleto auditório. Por certo quanto ao que
diz Nicodemus (2014 p 64) O que convinha que ele passasse no caminho.

As perseguições de Saulo de Tarso, o fariseu zeloso, contra os


cristãos (At 9.1; 9.13-14; 22.4; 22.19; 26.9-11; cf. ainda 8.3). A
aprovação que ele dava quando eram mortos (At 22.20; cf. ainda
7.58; 8.1).A obtenção de cartas de autorização das autoridades
judaicas para procurar nas sinagogas de todas as cidades, prender
e trazer Jerusalém os judeus que houvessem aderido ao
“Caminho”, para serem punidos (At 9.1-2; 22.5).A viagem a
Damasco com este propósito (At 9.2; 22.5-6; 26.12).O
aparecimento súbito (ao meio dia, perto de Damasco) da luz
intensa que o cegou e o derrubou com seus companheiros (At 9.3-
4; 22.6-7; 26.13-14). Paulo J££ 63 A voz do céu e o diálogo que se
seguiu em que Jesus se apresenta e o instrui a entrar em Damasco
em busca de Ananias (At 9.4-9; 2 2.7-11; 26.13-18). Jesus instruiu
Ananias sobre Saulo (At 9.10). O encontro de Saulo com Ananias
(At 9.17-19; 22.12-16). O seu comissionamento para levar o nome
de Jesus ao gentio. (At 9.15-16; 22.14-15; 22.21; 26.16-18). O
relato de como ele, em seguida, obedeceu ao que Jesus lhe havia
ordenado (At 9.20-25; 22.17; 26.19-23).

Paulo, estendendo a mão; isto é, num gesto de saudação. Perante ti é expressão


enfática. Nossa religião; gr. threskeia, isto é, "culto", "ritual" (referência às
manifestações externas da religião); é palavra diferente daquela usada por Festo em At
25.19 deisidaimonia. A promessa que por Deus foi feita a nossos pais. Paulo tem em
mente a promessa feita em particular a Abraão, Isaque e Jacó, de uma bênção de âmbito
mundial a vir através da progênie desses patriarcas. Esta promessa foi cumprida em
Jesus e especialmente por Sua ressurreição. As nossas doze tribos (7). cfr. Tg 1.1. Paulo
nada sabe da ficção de dez tribos "perdidas". É no tocante a esta esperança... que eu sou
acusado pelos judeus (7). Elimine-se aí o artigo "os" e leia-se " acusado por judeus",
dando-se ênfase à palavra judeus. Era absurdo que eles, de todos os povos,
hostilizassem uma pessoa que anunciava aquilo de que dependia o cumprimento da
esperança dos seus maiores. Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os
mortos? (8). Não há qualquer justificação textual para se colocar este verso entre os
48

vers. 22 e 23, como fazem Nestle e Moffatt. Entre vós é outra vez enfático: "entre vós
judeus". A esperança de Israel estava vinculada à ressurreição de Cristo.

Quando os matavam (10). Como no caso de Estêvão (At 8.1). Obrigando -os.
(11); melhor, "procurava compeli-los." (tal é a força do imperfeito grego). A blasfemar
(11); a dizer "Jesus é anátema" (1Co 12.3), ou outra coisa do mesmo sentido. Cidades
estranhas (11); isto é, cidades fora da Palestina, como Damasco. Caindo todos nós por
terra (14). Nas outras versões do incidente apenas se diz que Paulo caiu. Em língua
hebraica (14); isto é, em aramaico, sua língua materna. Dura coisa recalcitrares contra
os aguilhões (14). A figura é a de um boi resistindo ao ferrão o que só lhe causa maior
sofrimento. A expressão é proverbial e pode encontrar equivalentes em diversos países.
Essas palavras lançam considerável luz na situação mental de Paulo, especialmente
(sem dúvida) depois do apedrejamento de Estêvão. Os vers. 16-18 sintetizam as
comunicações que Paulo recebeu do Senhor no caminho de Damasco, por intermédio de
Ananias na casa de Judas, e mais tarde no templo de Jerusalém. A quem refute a ideia
para diz tratar de da visão de Paulo como uma simples visão não qualifica ninguém ao
oficio apostolo note citação Samuel Waldron nos explica 2014 p 65.

Visões sonhos mesmo se reais se genuínos não qualificam alguém a


ser um Apóstolo de Cristo. A Bíblia a enfatiza claramente
distinção entre o olho interno e o olho externo e conecta revelação
a o olho externo, como uma marca de distinção superior. As
reivindicações modernas deterem veste Jesus em sonhos e visões
não qualificam ninguém a reivindicar esta característica
indispensável de um Apóstolo de Cristo.

25
Firma-te sobre os teus pés (16). Cfr. Ez 2.1, onde a comissão recebida pelo
profeta contém tais palavras. Ezequiel também caiu por terra quando teve as primeiras
"visões de Deus". Tanto das coisas em que me viste. (16); melhor, "das visões que de
mim tiveste e ainda terás". Livrando-te. (17). Cfr. Jr 1.8, onde Jeremias ouve palavras
semelhantes ao receber sua comissão profética. Para lhes abrir os olhos (18). Cfr. Is

25
Tratou-se de uma visão e não de uma aparição de Cristo, pois João nos informa que ele "se achou em
espí-
rito" (Ap 1.10), designação comum nos profetas para indicar o estado de êxtase em que o profeta
entrava para t er as visões, cf. Ez 2.2; 3.12; etc.
49

42.7. Paulo é chamado para continuar a missão do Servo obediente, inaugurada por seu
Senhor (cfr. At 13.47).

As palavras restantes deste verso são caracteristicamente paulinas e podem ser


postas em paralelo com bastantes passagens de suas epístolas. Obras dignas de
arrependimento (20); isto é, obras que mostrem ser verdadeiro o arrependimento deles.
Cfr. Mt 3.8; Lc 3.8. Que o Cristo devia padecer, e, sendo o primeiro da ressurreição dos
mortos (23). Este verso parece consistir de títulos de uma coletânea de "testemunhos"
messiânicos: "Deverá o Messias sofrer? Será Ele o primeiro, pela ressurreição dos
mortos, a anunciar a luz ao povo (judeu) e aos gentios?" Com estes títulos, Lucas
sintetiza os argumentos extraídos do Velho Testamento, com os quais Paulo procurou
influir no ânimo de Agripa, demonstrando a verdade do seu evangelho. At-26.24 5.
Fexto e Agripa, Berenice concluíram sob o apostolo Paulo Cf (At 26.24-32).

Prosseguindo Paulo nesse diapasão, Festo, que em vão procurara acompanhar a


linha de seu argumento, interpôs a observação interjectiva de que o muito saber havia-
lhe tirado o juízo. Paulo defendeu-se de pronto da insinuação de insanidade mental,
assegurando a Festo que Agripa, se quisesse, poderia dar testemunho da veracidade de
suas palavras, uma vez que o assunto de sua pregação era também o assunto das
profecias do Velho Testamento, e o próprio Agripa cria nos profetas. Seu direto apelo
ao rei colocou este num dilema. Ele acompanhara a alocução de Paulo com bastante
interesse, mas não queria sequer parecer que concordava com o orador, para não perder
o prestígio perante Festo e os outros. Por outra parte não queria incompatibilizar-se com
os judeus por parecer que não cria nos profetas. Assim desdenhou o apelo do apóstolo.
Os membros do tribunal levantaram-se e Festo, Agripa e Berenice, conferenciando entre
si, concordaram que, de qualquer modo, Paulo não merecia a morte, nem prisão, e
poderia ser solto naquele instante mesmo, caso não houvesse apelado para César.

26
As muitas letras te fazem delirar (24). Festo ficou completamente desorientado
e só pôde concluir que Paulo, embora extremamente culto, fora levado pelo seu saber a
26
Paulo se refere uma vez à aparição como “a visão celestial" (At 26.19), mas aqui o sentido não é de
uma experiência subjetiva, como um êxtase. Paulo quer dizer apenas que ele viu a manifestação de
Jesus vindo d os céus.
4 Samuel Waldron, T o Be Continued? (Amityville, NY: Calvary, 2007), 27. Cf. ainda posição idêntica de
Wayne G rudem, já que ninguém hoje pode preencher esta qualificação de ter visto o Cristo ressurreto
com seus propósitos.
“p rios olhos, não há mais apóstolos hoje” (Systematic Theology [Grand Rapids: Zondervan, 1994], 911).
50

transpor a tênue linha que faz separação entre a erudição e a insânia. "Muita gente
educada sustenta hoje o mesmo parecer a respeito da escatologia, mas a história levanta-
se contra essas pessoas e contra Festo, provando que, seja verdadeira ou falsa a
esperança escatológica, o certo é que esta não é prova de insanidade mental" (Lake and
Cadbury). Nada se passou aí, nalgum recanto (26); frase proverbial conhecida.

Os primitivos pregadores cristãos insistiam sempre que os fundamentos


históricos do seu evangelho eram assunto do conhecimento público (cfr. At 2.22). Bem
sei que acreditas (27). A inferência é que todo aquele que conhece e aceita a verdade
dos escritos proféticos, como Paulo está persuadido ser o caso de Agripa, deve
inevitavelmente concordar com as conclusões a que Paulo chegou. Entretanto Agripa
não se deixa levar a um apoio aparente do caso de Paulo, nem se permite o repúdio da fé
nos profetas.

Por isso diz, "Em suma, você procura persuadir-me a fazer o papel de cristão"
-este é o verdadeiro sentido de suas palavras no vers. 28. Paulo replica (29): "A suma
disto é, oxalá tu e todos os que estão aqui fossem tais qual eu sou, exceto estas cadeias"
(mostrando a mão agrilhoada). Este homem nada tem feito passível de morte ou de
prisão (31). Lucas sublinha outra vez este testemunho oficial da índole do Cristianismo
e de seus pregoeiros, de respeito à lei. Este homem bem podia ser solto, se não tivesse
apelado para César (32). Mas, uma vez feita a apelação, esta havia de prosseguir, de
acordo com a lei. Não precisamos, como fez J. V. Bartlet, sentir uma nota sinistra nesta
cláusula condicional "se não tivesse apelado

O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do


Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou
cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso
para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher
(Atos 9:2). 9:19b-22.

Sendo portador de uma comissão da parte do Sinédrio, Paulo deveria pregar nas
sinagogas de Damasco, e foi isso mesmo que ele fez, utilizando as sinagogas como as

5 "Discrepâncias aparentes como estas, nas diferentes narrativas da mesma cena no mesmo livro de
Atos, nos d ão forte confimação tanto dos fatos em si como do livro que os registra” (Jamieson, C
ommentary, At 9.7).
51

haveria de utilizar em suas viagens posteriores, como ponto de pregação evangelística


(cp. 13:5; 14ss.; 14:1; 16:13; 17:ls., 10; 18:4, 19; 19:8; 28:17, veja a nota sobre 13:14).
A mensagem desse fariseu pegou seus ouvintes de surpresa (v. 21), visto que ele
pregava a respeito de Jesus, não contra Jesus, declarando ser este o Filho de Deus (v.
20). Para os ouvidos judaicos, esta frase podia significar várias coisas, mas o mais
importante nesse aspecto é que era o título do rei (p.e., 2 Samuel 7:14; Salmo 2:2 e
89:27, 29) e, por extensão, o título do rei escatológico, o Messias (Enoque 105:2; 4
Esdras 7:28, 29; 13:32, 37, 52; 14:9). Era pelo menos nesse sentido que Paulo chamava
a Jesus de Filho de Deus (veja o v. 22 e a nota sobre 11:20), mas à vista de sua recente
experiência, é possível que Paulo não estivesse longe do uso cristão distintivo que
revela a natureza divina de Jesus.

Só Paulo emprega esse título em Atos (13:33), não sendo mero acidente que tal
título tenha tão grande importância nas suas cartas (p.e., Romanos 8:3; Gálatas 4:4;
Colossenses 1:15-20) e apareça em seu próprio relato de seu chamado para ser apóstolo
(Romanos 1:1-4; Gálatas 1:16). Com respeito a isto é também digno de nota que o
verbo perseguia (v. 21, gr. porthein) não se encontra em nenhuma outra passagem no
Novo Testamento, exceto em Gálatas 1:13 e 23, com referência à mesma questão
mencionada neste versículo. Observe-se de novo a descrição dos cristãos como "os que
invocavam este nome" (veja a disc. sobre o v. 14).

A referência no v. 22 não diz respeito à pregação de Paulo (como afirma GNB),


mas ao próprio Paulo que se esforçava muito mais. Ele se interessava cada vez mais
pela sua nova vida (note-se o tempo imperfeito; cp. Salmo 84:7). Sua pregação e o
efeito que exercia sobre os ouvintes estão descritos na última metade do versículo.

O verbo grego (lit., "colocar juntos", "comparar") que ECA traduz por "provar",
sugere que a pregação de Paulo consistia principalmente de comparações que ele fazia
entre o Antigo Testamento e os eventos da vida de Jesus, a fim de comprovar ser ele o
Messias (quanto a outra observação relacionada à técnica de Paulo em pregar, veja a
disc. sobre 17:3). Isto sugere que Paulo estava familiarizado com a vida de Jesus. De
modo algum é este fato algo que nos surpreende. Até mesmo quando era um
perseguidor da igreja, Paulo teria sabido muita coisa a respeito do Senhor mediante
controvérsias e inquéritos judiciais, se é que já não tivesse agora informações de
52

primeiríssima mão. E a partir de sua conversão, talvez Paulo tivesse estado sob a
instrução de Ananias e outros Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gálatas
1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e preservando a pureza da
Lei.

11. A conversão de Paulo de Tarso

As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas


epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que
algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para
aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa
para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1, 2; 22:4; 26:10,11).

A Conversão de Saulo. 9:1-31. A narrativa da conversão de Saulo foi inserida na


história da expansão do Evangelho na Palestina. O registro do ministério de Pedro, que
atravessou a Samaria pregando o Evangelho (8:25), resume-se em 9:32. Conforme o
Evangelho avançava na direção do mundo gentio, Deus preparava um vaso escolhido
para ser o principal instrumento nessa missão. Por isso Lucas interrompe a sua narrativa
para contar a conversão de Saulo, e também para explicar o fim da perseguição à igreja.
A conversão de Saulo também está relatada em 22:4-16 e 26:12-18. Embora Saulo
nascesse e fosse criado na cidade gentia de Tarso, na Cilícia (22:3), estudou em
Jerusalém aos pés de Gamaliel, um dos notáveis rabinos judeus daquele tempo (5:34 e
segs.). Era considerado um aluno brilhante (Gl. 1:14) e um zeloso fariseu (Fl. 3:5).
Agora Saulo executou o papel do mais zeloso representante dos judeus na perseguição à
igreja. A violência de sua perseguição está descrita em Atos 26:10, 11. Seu alvo era
compelir os cristãos a negar a sua fé sob pena de prisão e até mesmo morte. Não
sabemos até onde era comum o martírio nessa perseguição. O sumo sacerdote,
presidente do Sinédrio, tinha os judeus de toda a Palestina sob a sua jurisdição. Saulo
obteve do sacerdote cartas de extradição para as sinagogas de Damasco a fim de trazer
de volta a Jerusalém, em cadeias, qualquer cristão que para lá tivesse fugido. Havia uma
comunidade judia em Damasco de cerca de dez a dezoito mil pessoas. Caminho. Uma
palavra usada para descrever a fé cristã (19:9, 23; 22:4; 24:14, 22).
53

O jato de luz apareceu a Saulo perto do meio-dia (22:6; 26:13), mas a luz era
mais forte do que a luz do sol. A voz que vinha do meio da luz falou a Saulo em
hebraico, ou aramaico (26:14). Embora a maioria dos judeus da Dispersão falasse o
grego, os pais de Saulo falavam o aramaico e ensinaram-lhe essa língua (Fl. 3:5). Essa
era a língua usada nas escolas rabínicas de Jerusalém. A voz informou Saulo que ao
perseguir os cristãos ele perseguia a Cristo. A princípio Saulo não entendeu o
significado dessa experiência. Pediu que a voz se identificasse. Senhor no grego
significa, muitas vezes, pessoa de respeito (16:30; 25:26); mas aqui indica uma resposta
reverente e respeitosa. A voz identificou-se como a do Jesus glorificado. As palavras
Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões, conforme está na ERC, não se encontram
nesta passagem nos textos gregos mais antigos, mas foram aqui introduzidas de 26:14.

Saulo estava na companhia de uma caravana. A declaração deste versículo


dizendo que os homens ouviram uma voz mas não viram ninguém parece contradizer
22:9 e 26:14, onde se diz que eles ouviram a voz. Há duas possíveis soluções para este
problema. A construção do grego em 9:7 é diferente da construção de 22:9. A primeira
declaração pode significar que eles ouviram um som e o outro versículo que eles não
entenderam o que dizia. Uma segunda possibilidade é que 9:7 se refere à voz de Saulo
falando à luz; os homens ouviram a voz de Saulo, mas não ouviram a voz que da luz
falava a Saulo (22:9).

A experiência diz Nicodemus que Paulo teve do Senhor diz Nicodemus Lopes
(2014p 65) Paulo estar em pé de igualdade com os demais apóstolos, além dos mais de
quinhentos que viram o Senhor.

Ele apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais
de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria
sobrevive até a gora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto
por Tiago, mais tarde e, por todos os apóstolos e, afinal, depois de
todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de
tempo (Ico 15.5-8).
54

27
Nada sabemos sobre Ananias exceto o que nos conta esta passagem. O versículo 13
indica que talvez ele residisse em Damasco e não sendo refugiado de

Jerusalém. Não sabemos como o Evangelho chegou a Damasco nem como


Ananias se converteu. O livro de Atos não nos dá uma história completa da igreja
primitiva, mas relaciona apenas os acontecimentos mais importantes do seu
crescimento. À rua que se chama Direita passava pelo centro de Damasco e ainda existe
hoje em dia. Chegou a Damasco notícia da destruição feita por Saulo contra os cristãos
em Jerusalém. Santos. Palavra comumente usada no N.T. em relação aos crentes. O
sofrimento no serviço de Cristo não deve ser encarado como exceção mas como coisa
normal.

A obediência de Ananias foi imediata e completa. A recepção do Espírito Santo


por meio da imposição das mãos de Ananias foi uma experiência excepcional e não
coisa normal (cons. 8:17). Com a palavra irmão, Ananias deu as boas-vindas a Saulo
recebendo-o na comunidade cristã. substância escamosa caiu dos olhos de Saulo, ele
recobrou a vista imediatamente e foi batizado. Os alguns dias que Saulo passou em
Damasco é um período de tempo muito indefinido. Imediatamente após a visão de
Cristo, Saulo foi para à Arábia onde ficou por dois ou três anos (Gl. 1:15 e segs.).

O curto ministério em Damasco pode ter acontecido antes ou depois da


temporada de Saulo na Arábia. Havia numerosas sinagogas em Damasco, e neles Saulo
proclamou a Jesus como o Filho de Deus. Esta é a primeira vez que esta frase ocorre no
livro de Atos. Pode designar o rei messiânico como objeto do favor de Deus (lI Sm.
7:14; SI. 2:7). Este uso messiânico da frase Filho de Deus foi ilustrada pela pergunta do
sumo sacerdote a Jesus (Mc. 14:61). Provavelmente, aqui, o termo tem o significado

27
A situação linguística da Palestina no século I tem sido motivo de debate entre os estudiosos,
especialmente.
t e sobre a prevalência do aramaico ou hebraico como língua comum dos judeus naquela época.
Entendemos q UE as evidências favorecem o aramaico. Cf. “Aramaico” em Allen C. Myers, T he
Eerdmans Bible Dictionary
(Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1987). Veja mais detalhes do debate em Robert H. Gundry, “The
linguagem milieu of first century palestine" em J ournal of Biblical Literature, 83/4 (1964), 404ss.
7 Tem sido argumentado que os quinhentos irmãos que viram Jesus depois na ressurreição teriam sido c
onsiderados apóstolos. Jamieson, por exemplo, sugere que Andrônico e Júnias (Rm 16.7) estavam entre
e stes 500 irmãos e por isto eram apóstolos ( C ommentary , in loco). Todavia, ter testemunhado uma
aparição d o Cristo ressurreto não os constituía, por si só, apóstolos. Faltava-lhes outros requisitos que
aparecem nos E vangelhos e nos relatos de Atos, além do comissionamento direto do Senhor aos doze e
Paulo
55

messiânico, pois Atos 9:22 diz que a pregação de Saulo provava que Jesus era o
Messias (que aquele era o Cristo). A transformação de Saulo deixou seus ouvintes
muito admirados. Demonstrando. Literalmente, juntando; isto é, juntando as profecias
do V.T. com seu cumprimento para mostrar que Jesus era o Messias (o Cristo).

Tendo Saulo recebido a instrução de um rabi e conseqüentemente conhecendo


bem o V.T., isto era-lhe agora muito útil. Os muitos dias incluíam de dois a três anos
depois da conversão de Saulo (Gl. 1:18). "Três anos" na computação judia podia se
referir a um período de mais de dois anos completos. Comparando este versículo com II
Co. 11:32 vemos que os judeus fizeram uma conspiração com o representante do Rei
Aretas da Arábia. Talvez o reino nabaetano de Aretas se estendesse até Damasco,
incluindo esta; mas é mais aceitável que Aretas tivesse um representante na pessoa de
um etnarca governando sobre os muitos nabaetanos que moravam em Damasco. Quando
o ministério de Saulo em Damasco provocou a animosidade das autoridades tanto
nabateanas quanto judias, estas juntaram suas forças para vigiar os portões num esforço
de prendê-lo quando deixasse a cidade. Um dos cristãos possuía uma casa construída
sobre a muralha de Damasco. Saulo foi baixado num grande cesto trançado que foi
passado através de uma janela, e assim ele escapou à conspiração. Quando Saulo
retornou a Jerusalém, não pôde reunir-se novamente aos seus antigos companheiros
judeus; e os poucos cristãos que permaneceram na cidade (8:1) suspeitavam que a sua
profissão de fé não passasse de mera fachada para melhor perseguir a igreja. Barnabé já
conhecia Saulo ou então era homem de grande discernimento, pois reconheceu a
sinceridade de Saulo e o apresentou aos apóstolos. Os únicos apóstolos em Jerusalém
nessa ocasião eram Pedro e Tiago, o irmão do Senhor (Gl. 1:18, 19). Tiago fora incluído
no círculo apostólico. Santo passou a se ocupar agora do ministério do Evangelho em
Jerusalém. Seu ministério anda não se estendia além da capital da Judéia (Gl. 1:22-24).
Em primeiro lugar ele se dirigiu aos judeus que falavam o grego ou helenistas o mesmo
grupo a quem Estêvão testemunhara antes (Atos 6:9). Os helenistas tentaram matar
Saulo como antes o fizeram com Estêvão.

Saulo escapou com vida apenas por causa da ajuda de seus irmãos cristãos, que o
levaram ao porto da Cesaréia, de onde ele navegou para Tarso, sua cidade natal, na
Cilícia. Agora perdemos Saulo de vista até 11:25; mas sem dúvida esteve ocupado em
Tarso pregando o Evangelho, embora não haja registro desse ministério.
56

A seguir Lucas descreve o crescimento, tanto numérico quanto espiritual, da


igreja, em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. O plural (ERC), igrejas, não é correto. A
Igreja é uma só, embora haja muitas igrejas locais. Essa é a primeira referência às
igrejas da Galiléia. Não sabemos quando ou como foram organizadas que se sabe
realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com o
intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado
aconteceu algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas
no curso da História. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco,
subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz
que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?E ele disse: Quem és Senhor? E disse
o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os
aguilhões.E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o
Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Atos 9:3-
6) Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso
como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo
transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz,
mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a
Pessoa de Cristo. Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras.
Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a
legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1;
15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um doze
discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância
da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente.

Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível


notar: Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do
apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo:
“Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu
novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20). De perseguidor o pregador do
Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do apóstolo Paulo fica evidente na
mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é realmente
impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo lugar em que pretendia
prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1, dois). Mudança de vida total: antes da
conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de Jesus. Ele até acreditava que ao
57

perseguir seus seguidores como um animal selvagem, tentando força-los a blasfemar


contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-11; um Coríntios 12:3). É
certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não
era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro,
rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar
ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.

12. O início do ministério do apóstolo Paulo

28
Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou a Damasco e
recebeu a visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi
ali, naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística. Não há
informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que o
apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na
Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). Falta de Contato Anterior com os Apóstolos em
Jerusalém. 1:18-24. Para se dizer a verdade, não foi uma ausência completa, como
Paulo francamente admite, mas os contatos foram breves, pessoais e quase acidentais.
Quanto desses três anos pertencem à Arábia e quantos a Damasco não sabemos, mas o
intervalo fortalece a alegação de Paulo. Se ele não tivesse recebido o Evangelho em sua
conversão, não leda esperado tanto tempo para ser informado sobre ele.

Para avistar-me com Cefas. O verbo avistar (no grego) está em contraste
deliberado com consultei (1:16), pois este último dá a entender uma consulta com a
intenção de ser esclarecido sobre algum assunto, enquanto que aquele se refere a travar
conhecimento com uma pessoa ou coisa. Às vezes tem sido usado em relação à urna
28
A ARC traduziu Kcd oí ayioi Kaí oí àiróoTOÀoi Kaí oi Ttpocpfjxcíi (Ap 18.20) como “santos apóstolos e
profetas" mas a repetição do KCU oi estabelece uma distinção entre santos e apóstolos, “santos” sendo
uma r eferência aos mártires cristãos
Esta noção do fundamento apostólico da igreja remonta às palavras de Jesus a Pedro em Mt 16.18 e
estão r efletidas em Ap 21.14, conforme já vimos. Cf. Lincoln, E phesians. "Fundamento" em Ef 2.20 não
se refere à s pessoas dos apóstolos e profetas, mas à sua pregação (Sandnes, P aul , 2 27-29). Uma vez
lançado o funda-
m ento, cessou a tarefa apostólica dos Doze e de Paulo, cf. F. David Famell, “When Will the Gift of
Prophecy C ease:’", em Bibliotheca Sacra, 150, (April-June 1993), p.188.
Depois" (4 vezes em lCo 15.5-7) é a tradução de ETtEixcc ou £ÍTCC,‘um ponto no tempo seguindo outro
p onto” (Louw & Nida).
1 8 Kistemaker (1 C orinthians, 533) concorda que em lCo 15.7 “todos os apóstolos" significa os doze (v.
5), m as a expressão pode ser mais ampla, mesmo se Tiago, que não fazia parte dos doze, não for
incluído (cf. H erman Ridderbos, P aul: An Outline of His Theology [Grand Rapids: Eerdmans, 1975], 449,
n. 61). Nesta
58

excursão para ver os pontos turísticos de uma localidade. A visita foi breve (quinze
dias).Paulo não se avistou com outro apóstolo além de Tiago, o irmão do Senhor. Este é
o Tiago que se tomou o líder da igreja de Jerusalém (cons. Atos 12:17). O apóstolo
declara-se desejoso de jurar que está dizendo a verdade. Nenhum judeu teria coragem de
fazê-lo se estivesse para dizer uma mentira, pois seria o equivalente a convidar Deus a
derramar a Sua ira sobre ele.

29
A profunda solenidade das declarações de Paulo é a medida da desconfiança
que os judaizantes semearam nos corações dos seus convertidos. O próximo passo de
Paulo, levado pela oposição à sua pregação em Jerusalém (Atos 9:29, 30), foi à Síria e
Cilícia. Obviamente ele não teve nessas áreas remotas nenhuma oportunidade de receber
alguma instrução dos apóstolos. Provavelmente o apóstolo mencionou as igrejas da
Judéia a fim de fortalecer seu argumento.

É provável que a maioria dos apóstolos se encontrassem nos distritos adjacentes


durante esse período, portanto a falta de contato de Paulo com as igrejas da Judéia
significava falta de contato com os apóstolos que ali serviam. Os Doze não
supervisionavam o trabalho na Síria; Barnabé foi enviado para lá (Atos 11:22-26).
Durante os anos em que Paulo serviu nessa região, onde ele fora educado, esteve
inteiramente independente dos outros apóstolos. Seu outro propósito de mencionar as
igrejas da Judéia foi o de sublinhar a grandeza da mudança que sua conversão operou
nele.

Ele agora anunciava a fé que outrora procurava destruir. A mudança significou


paz para os crentes da Palestina (Atos 9:31). . O Ministério de Pedro na Palestina e os
Primeiros Gentios Convertidos. 9:32-11:18. A narrativa de Lucas neste ponto retorna à
história da expansão do Evangelho através da Judéia pelo ministério de Pedro. Pedro foi
mencionado pela última vez em 8:25, quando, na companhia de João, voltou de Samaria
a Jerusalém. Agora somos informados que Pedro envolveu-se em um ministério
29
mesma linha vai Clark, “Apostleship,” 361-363, que autores renomados como F. F. Bruce, Murphy-
O'Connor a nd F. Godet como apoio.
1 9 Um bom exemplo é Andrew Wilson, “Apostle Apollos?" em Journal of Evangelical Theological
Society, 56/2 ( 2013), 325-336.
Bruce, 1 a nd 2 Corinthians, 45.
2 1 Veja uma análise mais profunda desta passagem em Augustus Nicodemus Lopes, U ma Igreja
Complicada
( São Paulo: Cultura Cristã, 2011), capítulo 12.
59

itinerante através da Judéia, pregando aos cristãos que foram espalhados pelas diversas
cidades. Seria muito interessante termos um registro completo do ministério de Pedro.
Em Lida, encontrou um grupo de cristãos que provavelmente fugiram para lá na
dispersão causada pela perseguição em Jerusalém. Filipe já tinha evangelizado essa
região (8:40). Aqui Pedro curou o paralítico Enéias. A história da cura de Enéias
espalhou-se por toda a cidade de Lida e através da planície de Sarona, que ficava junto
ao mar, resultando na conversão de muita gente.

Esta área era parcialmente habitada pelos gentios; Lucas está acompanhando o
desenvolvimento da igreja desde a comunidade judia em Jerusalém até os convertidos
gentios. Jope. Uma cidade costeira, cerca de dez milhas a noroeste de Lida. Tabita. Uma
palavra aramaica que quer dizer gazela. Dorcas. A mesma palavra no grego. Era muito
amada pelos cristãos por causa de suas boas obras e atos de caridade. As leis
cerimoniais judias da purificação exigiam lavarem o morto. Era colocado em um
cenáculo antes do sepultamento. Viúvas, que se encontravam entre as pessoas mais
necessitadas do mundo antigo, foram objeto particular da caridade de Tabita.
Provavelmente estavam usando as roupas feitas por Dorcas para elas.

Os judeus consideravam imundo o negócio de curtir peles, uma vez que envolvia
o manejamento de corpos mortos. É significativo que Pedro, bom judeu que era, ficasse
hospedado com um homem ocupado em tal ofício. A Bíblia não esclarece o que ele fez
ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo
Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que
ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios 11:32,33). Para Mody. A
defesa de Paulo baseia-se em sua vida e obra (2Co 11.16-12.11)

Passa agora o apóstolo a defender-se narrando outra vez as agruras pelas quais
passou. Reconhece que o que vai fazer não é segundo o Senhor (17). Nisto, não vai de
encontro a qualquer coisa fundamental, porém apenas não está de acordo com o
procedimento costumeiro dos cristãos, os quais não andam se gabando. De boa mente
tolerais os insensatos (19). Possivelmente o apóstolo, com delicadeza, está sendo irônico
neste versículo. Gente superior pode usar de um pouco de condescendência com os de
baixa classe! Mas, diz ele no vers. 20, estais vendo o que esses falsos apóstolos vos
fazem com o vosso consentimento. Paulo está sugerindo, outra vez com ironia, que ele
60

não ousara avançar tanto, e que os tais lançavam-lhe em rosto tamanha fraqueza. Então,
prossegue comparando suas próprias qualificações, como apóstolo, com as dos outros
mestres deles, ao narrar de novo suas experiências como ministro de Cristo. Da
narrativa apresentada nos Atos colhemos bastante informação que nos possibilita
identificar alguns dos incidentes referidos nos vers. 23-27. 2Co-11.23.Como fora de
mim (23). O apóstolo considera esta espécie de argumento como tolice, inconveniente
para um cristão; mas forçam-no a isto.

30
A preocupação com todas as igrejas (28). Os labores estupendos de Paulo por
Cristo estão indicados nesta frase. Era um obreiro infatigável, tanto fisicamente (viajava
sempre) como mentalmente (escreveu numerosas epístolas) e espiritualmente. Seu
exemplo é um estímulo para todos quantos empreendem trabalho missionário. Nos vers.
32 e 33, alude à sua fuga emocionante de Damasco, narrada em At 9.24-25. O apóstolo
menciona Aretas (32) por nome. Este seria Aretas IV, rei dos Árabes Nabateus. É o
único lugar onde se diz que ele também dominava sobre Damasco. A história secular
não regista este fato. Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse
tempo havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos
discípulos, porém estavam todos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a
apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito
rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo.

Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada
pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou
somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos
22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os
demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da
Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as boas-novas sobre Paulo. E
não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; mas somente
tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía.
(Gálatas 1:22,23)

30
Veja Clark, “Apostleship," 357, que também argumenta em favor desta posição.
2 3 Cf. G. Bornkamm, p UGtqpiOV, e m TDNT, 4:821. Cf. também as observações de Brown (Raymond B
rown, T he Semitic Background of the Term “Mystery” in the New Testament. FBBS, 21, ed. J. Reumann
[Phil adelphia: Fortress Press, 1968], 44): "O que é de particular interesse aqui [ICo 4.1] é que Deus
designou os a póstolos como oikonomoi [despenseiros] dos mistérios de Deus”.
61

13. O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia

Logo depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele
passou um período de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam
conhecidos como o sendo o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é
provável que ele tenha fundado algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que
as igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse
mesmo período. É certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava
desempenhando, solicitou a presença do apóstolo em Antioquia na posição de um
obreiro auxiliar. O objetivo era que Paulo o ajudasse numa promissora missão
evangelística entre os gentios.

Após cerca de um ano, ocorreu um período de grande fome. Então os crentes de


Antioquia providenciaram contribuições para servir de auxilio aos cristãos da Judéia.
Essas contribuições foram levadas por Paulo e Silas. Havendo completado sua missão,
Paulo e Silas regressaram a Antioquia. Esse período em Antioquia foi essencial no
ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão de levar o Evangelho aos gentios
começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo
orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara. Só
então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo. E, servindo eles ao
Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os
despediram. (Atos 13:2,3)

14. As viagens missionárias do apóstolo Paulo

31
O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de
dez anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império
31
Cf. Robertson, W ord Pictures, At 21.18; Polhill, A cts, 446.
1 4 "Quando Paulo deu, pela primeira vez, o relato do seu ministério bem sucedido no concilio de
Jerusalém, e ncontrou o silêncio como resposta. Mas, agora, seu relatório foi recebido com maior
entusiasmo" (Polhill, A cts, 446).
1 5 A orientação dos presbíteros de Jerusalém para que Paulo participasse no voto dos quatro crentes
judeus, b em como a concordância de Paulo em submeter-se ao ritual, tem provocado intensas
discussões entre estu-diosos. Robertson ( Word Pictures, At 21.26) corretamente observa que o alvo de
Paulo era desfazer as calúnias l evantadas contra ele pelos judaizantes. Veja ainda os comentários úteis
de Polhill, Acfs, 448. Já Lange, argumen-t a que o texto não está dizendo com certeza que Paulo fez o
voto e todo o ritual, cf. Lange, A cts, 390.
62

Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave,


isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu
planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do
Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de uma nova comunidade
local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais.

A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da


seguinte forma: Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem
se propagasse nas regiões circunvizinhas. Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar
judeus e prosélitos gentios. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova
dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação. Ele percebia as
características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais
particularidades em sua mensagem evangélica. Ele mantinha o contato com as
comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por meio da repetição de visitas
e envio de cartas e mensageiros de sua confiança. Ele estava atento às desigualdades
presentes na sociedade de sua época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios
e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais
pobres.

Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer


uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho
dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de
edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último,
presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse
estabelecida

15. Primeira viagem missionária

32
A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28).
Não se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que
ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um
lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios.

32
Thomas R. Schreiner, 1, 2 Peter, Jude, vol. 37, Th e New American Commentary (Nashville: Broadman
& H olman Publishers, 2003), 231.
63

Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província


romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e
Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários
principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou
para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.

16. Segunda viagem missionária

A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O


propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as
cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto,
ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé
decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado de Silvano. A
data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Ao que sabe-se sobre
relatos de algumas destas viagens com forme Nicodemus Lopes diz (2014 p 164).

Enquanto os apóstolos estavam constantemente visitando as


igrejas em pessoa ou por delegados, pastores regulares seriam
menos necessários. Mas, quando alguns apóstolos foram
removidos por diversas Cada pedaço da evidência mostra que os
presbíteros estavam espalhados excedendo pelas igrejas cristãs.
Eles são mencionados por diferentes autores: Lucas, Paulo, Pedro
e Tiago. Eles se encontram espalhados por um a região extensa do
mundo Greco romano, de Jerusalém na Palestina, até a inteireza
da Ásia Menor e Creta.

Essa segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira,


estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e
as cidades visitadas foram: Filipos, Tesalónica, Berea, Atenas e Corinto. O apóstolo
Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o
Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele
enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as
Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir
prometeu retornar em outra ocasião (Atos 18:20,21).
64

17. Terceira viagem missionária

33
A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16.
Essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia
e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o
apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos
19:8-10; 20:3).

É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia,
tenha sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira
Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita à cidade de Corinto, regressando logo
depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1 Coríntios. Quando deixou Éfeso,
Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda
Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez em
Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos
Romanos (cf. Romanos 15:22-25).

O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O


Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período
apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar
de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número
de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão
certamente foi o apóstolo Paulo.

18. Viagens Missionárias de Paulo de Tarso

34
O debate do apóstolo Paulo com Pedro Em um determinado momento, devido
ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes
judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios
deveriam observar a Lei Mosaica. Eles queriam que os crentes gentios se enquadrassem
nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só assim

33
Thomas R. Schreiner, 1, 2 Peter, Jude, vol. 37, Th e New American Commentary (Nashville: Broadman
& H olman Publishers, 2003), 231.
34
John Calvin and William Pringle, C ommentaries on the Epistles of Paul the Apostle to the Philippians ,
C olos sians, and Thessalonians (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2010), 23.
65

poderia haver igualdade na comunidade cristão apóstolo Paulo identificou esse


movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça.

Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação. Diante dessas
circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14). Pedro
havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos
cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a
escrever uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com
grande ênfase o tema da salvação pela graça mediante a fé.

Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja.
Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma
conferência com os apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma
geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os
costumes judaicos.

19. Prisões e morte do apóstolo Paulo.

35
Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o apóstolo Paulo
sofreu. Essa discussão de dá, principalmente pelo fato de o livro de Atos não descrever
toda a história do apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi preso
algumas vezes por um período muito curto de tempo, como por exemplo, em Filipos
(Atos 16:23). Ao falar sobre suas próprias prisões, o apóstolo Paulo escreve o seguinte:
São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito
mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas
vezes. (2 Coríntios 11:23)

Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi
preso em Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido
35
Oosterzee, 1 & 2 Timothy, 53.
5 Eusébio d iz na sua História Eclesiástica (3.11) que Timóteo, bispo de Éfeso, morreu martirizado ali.
6 Seria pretensão tentar esgotar aqui os argumentos contra e a favor da sucessão apostólica por meio
de bispos, uma discussão que dura desde o tempo da Reforma até nossos dias, e que tem gerado uma
vasta literatura. Meu alvo é apenas mostrar os argumentos de ambos os lados e porque eu creio que os
argumentos c ontra a sucessão apostólica por meio de bispos são mais convincentes.
7 Como defende Jamieson, C ommentary, na Introdução às Pastorais.
8 Citado por Oosterzee, 1 & 2 Timothy, 11.
66

para Cesareia. Nessa cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na
prisão por dois anos (Atos 23-26). Festo sucessor de Felix, sinalizou que poderia
entregar Paulo aos judeus, para que por eles ele fosse julgado. Como Paulo sabia que o
resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua pessoa, então na qualidade
de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e
Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível
tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.
Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele
passou dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para
ensinar sobre o Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a
história descrita no livro de Atos dos Apóstolos.

O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros de


outras fontes. Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo
Testamento sobre a biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas
epístolas parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em
Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele
teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a Espanha.

O martírio em Roma. Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Dessa


última vez ele acabou executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2
Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as Epístolas Pastorais documentam situações não
historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 100 D.C.) e o cânon Moratório
(cerca de 170 D.C.) testificam sobre uma viagem do apóstolo Paulo a Espanha.

A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada
de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais
defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse: Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual
o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os
que amarem a sua vinda. (2 Timóteo 4:7,8)

20. Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo


67

36
Romanos I Coríntios II Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses I
Tessalonicenses II Tessalonicenses I Timóteo II Timóteo Tito Filémon Embora Paulo
não tenha pertencido ao grupo original dos Doze, ele também foi comissionado pelo
próprio Cristo ressurreto, visto que o encontro pessoal com Cristo era a qualificação
elementar para o apostolado (1 Coríntios 9:1; 15:8). Mas em nenhum momento ele
tentou se incluir nesse grupo. Ao contrário disto, ele próprio admitiu ser um abortivo,
isto é, um escolhido fora do tempo (1 Coríntios 15:8). Então isso significa que não é
possível que existam apóstolos na atualidade nesse sentido mais estrito da palavra. Se
Paulo diz ter sido o último dos apóstolos, e alguém hoje advoga ser um apóstolo
legítimo, então alguém está mentindo, ou Paulo, ou o apóstolo moderno.
Particularmente prefiro acreditar em Paulo. Além disso, como já foi dito, o apostolado
tinha um propósito fundamental.

Considerações Finais

Para edificarmos uma igreja autêntica, temos que nos levantar acima da pregação
da igreja, e pregar o reino, que é a pessoa gloriosa e o domínio do Rei. É a sua Glória
que devemos buscar, não a nossa, como todo venho apostólico outra vez. Assim como a
Igreja Primitiva, a igreja apostólica dos últimos dias pode esperar que a pior perseguição
viesse daqueles que clamam ser cristãos, os quais clamarão o mais veementemente
possível que os preletores da verdade. O bom tem sido sempre o pior inimigo do ótimo,
e aqueles que se contentam com uma coisa boa ficarão muito ofendidos quando vier
algo melhor. Este perseguição ajuda a separar o joio do trigo.

Isso significa que seu papel serviu apenas ao período de fundação da Igreja
Cristã. Essa verdade exclui completamente a possibilidade de haver apóstolos
36
A. E Walls, "Apostle," em Wood, N ew Bible Dictionary, 59-60. Para uma discussão da importância da o
rigem apostólica de um livro ou tradição oral para o reconhecimento do cânon, veja Riemer Roukema,
"La t radition apostolique et le canon du Nouveau Testament," em A. Hilhorst, ed., T he Apostolic Age in
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3 Oscar Cullmann, E arly Christian Worship (Westminster Press: Philadelphia, 1953), 24.
4 Grant I. Lovejoy, Biblical Hermeneutics: A Comprehensive Introduction to Interpreting Scripture (B&H
Publishing Group, 2002), 333
68

modernos. Para que houvesse um apóstolo legitimo hoje, a Igreja Cristã precisaria ter
sido um fracasso, e uma nova Igreja precisaria ser estabelecida, para que esses novos
apóstolos pudessem lançar novamente o fundamento dessa Igreja. É verdade que alguns
círculos do cristianismo defendem a contemporaneidade dos apóstolos, ou pelo menos a
transmissão de sua autoridade e função. Guardemos os nossos corações, humilhando-
nos com a realidade de quão longe estamos da estatura bíblica da Igreja. Temos que nos
levantar acima dos nossos próprios pequenos ministérios se vamos fazer parte da
edificação da Igreja verdadeira.

Algumas pessoas até alegam que a autoridade desses apóstolos está relacionada
aos seus dons e carismas. Por mais esses tipos de pensamentos não possuem qualquer
fundamentação bíblica. Até mesmo os legítimos apóstolos não tinham autoridade em si
mesma. Toda autoridade que possuíam derivava inteiramente daquele que os enviou (cf.
Mateus 10:1-40; João 20:21; Romanos 1:1; 2 Coríntios 10:13). Como já foi dito, o
apostolado foi um ofício de alicerce, e a própria existência da Igreja hoje, proclamando
o Evangelho e esperando o retorno do Senhor, prova que não há mais a necessidades de
apóstolos além dos originais. O ofício apostólico nunca precisou de uma suposta
renovação, pois o testemunho dos apóstolos genuinamente comissionados por Cristo
permanece vivo até hoje. Esse testemunho não se gastou, e está preservado de maneira
acessível nas páginas do Novo Testamento.8.3.Papel que desempenhavam os Apóstolos
69

SUMARIO.
70

01. Título do tema........................................................................................................1

1.2. Conceito Apostólico de onde veio o conceito e o conteúdo do

apostolado? ...........................................................................................2

13. O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia..................................3

14. As viagens missionárias do apóstolo Paulo..........................................4

1.3.1. O significado de apóstolo na Bíblia..................................................5

1.4.1. O significado mais amplo da palavra apóstolo...............................6

1.5.1. Os Doze Chamados............................................................................7

1.7.1. O significado estrito da palavra apóstolo aos 12............................8

1.8. O NASCIMENTO DA IGREJA At 1.1-5.42......................................9

1.9. Existem apóstolos na atualidade? ....................................................10

10. Paulo de Tarso, o perseguidor..........................................................11

11. DISCURSO DE PAULO PERANTE AGRIPA (At 26.1-23)..........12

11. A conversão de Paulo de Tarso..........................................................13

12. O início do ministério do apóstolo Paulo...........................................14

O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia.....................................15

As viagens missionárias do apóstolo Paulo.............................................16


71

15. Primeira viagem missionária..............................................................17

16. Segunda viagem missionária..............................................................18

17. Terceira viagem missionária..............................................................19

18. Viagens Missionárias de Paulo de Tarso...........................................20

19. Prisões e morte do apóstolo Paulo......................................................21

20. Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo...............................................22

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