Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

SUL
FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO ECONÔMICO E DO
TRABALHO
DIR04012 – DIREITO TRIBUTÁRIO II – A – Turma B
IE – Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de
Produtos Nacionais ou Nacionalizados
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Base Constitucional e Legal
 a enumeração dos diplomas legais é meramente exemplificativa
 CF, art. 153, II, e § 1º
 CTN, art. 23/28
 DL 1.578/1977 – aplicação subsidiária da legislação do II – art. 8º
 DL 2.120/1984 – Tratamento relativo à bagagem
 DL 1.248/1972 – Lei 8.402/1992 – Empresas comerciais exportadoras – Trading
Companies
 DL 37/1966 – arts. 75/92 , 105, V e VI, 155 – art. 8º do DL 1.578/1977 – aplicação
subsidiária da legislação do II
 Lei 9.826/1999, art. 6º, caput – Lei 10.833/2003, art. 61, par. único – Mercadoria
Exportada que Permanece no País
 Lei 9.362/1996 – Setor Sucroalcooleiro
 DL 2.295/1986 – Isenção das Vendas de Café para o Exterior
 Decreto 4.543/2002 – Regulamento Aduaneiro Revogado
 Decreto 6.759/2009 – Regulamento Aduaneiro Vigente – RA – arts. 212/236
 Instrução Normativa RFB 1.288/2012 – Habilitação no Siscomex
 Instrução Normativa SRF 28/1994 – Despacho aduaneiro de exportação

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


2
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Competência, Princípios e Características
 competência da União – CF, art. 153, inciso II, § 1º, art. 150, § 1º, e art. 237

 Poder Executivo não é só a Presidência da República – ADPF 101


 Princípios
 Legalidade – CF, art. 153, § 1º - relativa, pois nas condições e
limites estabelecidos em lei, o Executivo pode alterar as alíquotas
 Anterioridade – CF, art. 150, § 1º - a anterioridade anual e a
anterioridade nonagesimal não se aplicam ao IE
 Características
 Natureza extrafiscal por excelência
 a receita destina-se a formação de reservas monetárias , a crédito do
BCB, e só pode ser aplicada na forma estabelecida pelo CMN – CTN,
art. 28; DL 1.578, art. 9º

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


3
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Fato gerador
 exportação de produtos nacionais ou nacionalizados – CF, art. 153, II
 saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados – CTN, art. 23 –
DL 1.578, art. 1º
 o FG ocorre no momento da expedição da guia de exportação – DL 1.578, art. 1º, § 1º
 registro informatizado no Siscomex é equiparado à Guia de Exportação – RE
235858 e RE 227106
 o FG ocorre na data de registro do RE no Siscomex – DL 1.578, art. 1º, § 1º - RA,
art. 213, par. único
 o registro de venda não se confunde com o registro de exportação – AI-AgR
578372 – divergência com o STJ – AgRg no AI 830231
 os produtos sujeitos ao imposto são relacionados pelo Poder Executivo – DL 1.578, art.
1º, § 2º
 as mercadorias são classificadas como:
 livres
 sujeitas a limitações ou procedimentos especiais
 suspensas
 proibidas

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


4
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Fato gerador
 Devolução ou compensação do tributo mediante requerimento do contribuinte –
DL 1.578, art. 6º - Lei 9.430/1996, art. 74 – RA, art. 113
 Não-efetivação da exportação
 Devolução dos produtos exportados – DL 491/1969, art. 11
 a reimportação de produtos nacionais que retornem ao País nas
seguintes condições:
 enviado em consignação e não vendido nos prazos autorizados
 por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo ou
substituição
 por motivo de modificação na sistemática de importação por parte do
país produtor
 por motivo de guerra ou calamidade pública
 por quaisquer outros fatores alheios à vontade do exportador
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
5
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Fato gerador
 exportações diretas
 quando a própria empresa produtora ou industrial exporta o produto para
o exterior mediante emissão de nota fiscal diretamente ao destinatário no
exterior
 a própria empresa produtora ou industrial exportadora contrata a
exportação com o importador estrangeiro diretamente
 exportações indiretas
 a empresa industrial ou produtora emite nota fiscal destinada à empresa
compradora no Brasil, com fim específico de exportação, atuando a
compradora nacional como interveniente comercial, a qual emitirá nota
fiscal para o importador estrangeiro
 a exportação é indireta para o industrial ou produtor e direta para a
empresa comercial interveniente
 Mercadorias sujeitas ao imposto de exportação
 as normas relativas às mercadorias sujeitas ao IE estão no Anexo XVII da
Portaria Secex 23/2011 – art. 196
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
6
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Fato gerador
 Exportações
 Diretas – a própria empresa produtora ou industrial faz a exportação
 Indiretas
 Trading companies
 Empresa comercial que opera exclusivamente no comércio de exportação
 Empresa comercial com atividade mista – mercado interno e externo
 Estabelecimento industrial ou produtor que procede como empresa comercial
exportadora de produtos de terceiros
 Cooperativas
 Consórcio de exportadores
 Consórcio de fabricantes para fins de exportação
 Diferença entre trading company e empresa exclusivamente exportdora
 a empresa comercial exportadora comum é regida pela mesma legislação utilizada para a
abertura de qualquer empresa comercial ou industrial assumindo qualquer forma societária
 a Trading Company deve observar o DL 1.248/1972 e os requisitos da Portaria SECEX nº
23/2011, arts. 247 a 253, para a obtenção de Certificado de Registro Especial – v. slide
seguinte
Imposto sobre Exportação – IE
 Fato gerador
 fim específico de exportação caracteriza-se quando as mercadorias que forem
diretamente remetidas do estabelecimento do produtor-vendedor para – DL 1.578, art.
1º, par. único:
 embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora
 depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob
regime aduaneiro extraordinário de exportação, nas condições estabelecidas em
regulamento
 empresas comerciais exportadoras – trading companies – DL 1.248, arts. 1º e 2º - Portaria
SECEX nº 23/2011 – arts. 247/253
 requisitos mínimos da empresa comercial exportadora (trading):
 registro na SECEX e na RFB de acordo com as normas do MF
 constituição como sociedade por ações, devendo ser nominativas as ações
com direito a voto
 capital mínimo fixado pelo CMN
 o registro poderá ser cancelado, a qualquer tempo, nos casos:
 de inobservância das disposições deste DL ou de outras normas
complementares
 de práticas fraudulentas ou inidoneidade manifesta.
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
8
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Base de cálculo e alíquotas
 A base de cálculo do imposto é – CTN, art. 24:
 a unidade de medida adotada pela lei tributária quando a alíquota for específica
 o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da
exportação, em uma venda em condições de livre concorrência, quando a
alíquota seja ad valorem
 preço normal – considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da
saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a
operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos
correntes no mercado internacional, o custo do financiamento
 a lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço
excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos
limites por ela estabelecidos – escala móvel – efeitos extrafiscais – proteção
dos produtos nacionais no mercado externo – CTN, art. 25

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


9
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Base de cálculo e alíquotas
 a base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria,
ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado
internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da
CAMEX - Câmara de Comércio Exterior – DL 1.578, art. 2º
 o preço à vista FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal
 será utilizada a taxa de câmbio para a moeda indicada no RE, disponível no Sistema
de Informações do BCB (SISBACEN), transação PTAX800, opção 5, relativa ao dia útil
imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador do imposto – item 4 da
Circular Bacen 2767/1997
 embora o CTN (art. 26) autorize o Executivo, nas condições e nos limites estabelecidos em
lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política
cambial e do comércio exterior, a CF só permite alteração das alíquotas – art. 153, § 1º
 a alíquota básica é de 30% não podendo ser elevada mais de cinco vezes de modo que a
alíquota máxima é 150% – DL 1.578, art. 3º - RA, art. 215
 150% – cigarros – Dec. 2.876/1998, art. 1º
 150% – armas e munições – Resolução Camex 17/2001 , art. 1º
 a Camex pode alterar as alíquotas – o Executivo não é só a Presidência – RE
570680

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


10
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Sujeitos passivos
 contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar – CTN,
art. 27
 contribuinte é o exportador, assim considerado qualquer pessoa que
promova a saída do produto do território nacional – DL 1.578, art. 5º - RA,
art. 217
 Figuras Exonerativas
 Isenção
 do café – DL 2.295/1986, art. 1º - RA, art. 218
 do excedente de açúcar, álcool, mel rico e mel residual – Lei
9.362/1996, arts. 1º/5º - RA, arts. 219/223
 da bagagem do viajante destinado ao exterior – Dec. 6.870/2009 – RA,
arts. 224/226
 dos bens levados para o exterior no comércio característico das cidades
de fronteira – DL 2.120/1984, art. 1º, § 2º, ‘b’ – RA, art. 227

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


11
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Figuras Exonerativas
 benefícios fiscais – empresas comerciais exportadoras – DL 1.248, art. 1º - Lei
8.402/1992, art. 1º:
 drawback – isenção, suspensão e restituição – DL 37, art. 78 - no caso de
suspensão não pode cobrar o IE na exportação – REsp 237607
 manutenção e utilização do crédito do IPI da MP, PI e ME utilizados na
industrialização de produtos exportados – DL 491/1969, art. 5º
 crédito do IPI incidente sobre bens de fabricação nacional, adquiridos no
mercado interno e exportados – DL 1.894/1981, art. 1º, I
 isenção e redução do II e do IPI – benefícios subjetivos (União, partidos,
instituições científicas) e objetivas (livros, amostras, bagagens) – Lei
8.032/1990, art. 2º, I e II, "a" a "f", "h" e "j", e art. 3º
 isenção e redução do II, em decorrência de acordos internacionais firmados
pelo Brasil
 isenção do IPI na aquisição de produto nacional por Lojas Francas, com a
respectiva manutenção e utilização do crédito dos insumos da sua
industrialização – DL 1.455/1976, art. 15, § 3º
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
12
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Figuras Exonerativas
 benefícios fiscais – empresas comerciais exportadoras – DL 1.248, art. 1º - Lei 8.402/1992,
art. 1º:
 isenção do IPI sobre aeronaves militares e suas partes e peças, sobre material bélico
das Forças Armadas, vendidos à União – Lei 5.330/1967, art. 1º
 isenção do IRF sobre remessas de juros devidos por financiamentos à exportação – DL
815/1969, art. 1º – DL 2.303/1986, art. 11 (os DLs foram revogados pela Lei
9.430/1996)
 isenção do IOF sobre financiamentos realizados mediante emissão de "warrant" de
mercadorias depositadas para exportação em entrepostos aduaneiros – DL
1.269/1973, art. 1º
 isenção do IOF sobre financiamentos realizados por cédula e nota de crédito à
exportação – Lei 6.313/1975, art. 2º
 isenção do IOF sobre câmbio realizado para o pagamento de bens importados – DL
2.434/1988, art. 6º
 não incidência da FINSOCIAL sobre as exportações – DL 1.940/1982, art. 1º, § 3º;
 isenção do IPI para as embarcações com manutenção e utilização do crédito relativo
aos insumos da sua industrialização – DL 2.433/1988, art. 17, § 2º
 entreposto aduaneiro na exportação – suspensão e incentivos à exportação – DL
1.455/1976, art. 10
Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano
13
acassiano@terra.com.br
Imposto sobre Exportação – IE
 Lançamento e cobrança
 embora alguns sustentem que o lançamento seria por declaração
(CTN, art. 147), o fato é que o lançamento é por homologação – CTN,
art. 150
 é exigido que o exportador apresente o comprovante de
pagamento (Darf) juntamente com os documentos que instruem
o despacho – Portaria MF 674/1994, art. 3º
 é vedado o embarque ou a transposição de fronteira da
mercadoria sem que o IE tenha sido pago –
 o prazo para pagamento do imposto é de quinze (15) dias
contados da data do registro da DE – Portaria MF 674/1994, art.

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


14
acassiano@terra.com.br
Bibliografia Específica:
HILÚ NETO, Miguel. Imposto sobre
Importações e Imposto sobre Exportações.
São Paulo: Quarter Latin, 2003.
FOLLONI, André Parmo. Tributação sobre o
Comercio Exterior. São Paulo: Dialética,
2005.

Prof. Adão Sergio do Nascimento Cassiano


15
acassiano@terra.com.br

Você também pode gostar