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CURSO: CAPACITAÇÃO PARA O

REGIME ESPECIAL DE IMPORTAÇÃO


PARA COMERCIALIZAÇÃO (TTD 409,
410 E 411)

Instrutora: Tatiane Scremin


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CURSO: CAPACITAÇÃO PARA O REGIME ESPECIAL DE IMPORTAÇÃO
PARA COMERCIALIZAÇÃO (TTD 409, 410 E 411)

SUMÁRIO

1 – INFORMAÇÕES GERAIS
1.1 – Mercadoria Importada para Comercialização

2 – Remissão de créditos tributários (perdão), decorrentes das isenções,


dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais instituídos em
desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da
Constituição Federal – benefícios não autorizados pelo Confaz – Convênio
ICMS 190/17.

3 – DIFERIMENTO NA IMPORTAÇÃO
3.1 – Apresentação da Garantia
3.2 – Dispensa da Garantia
3.3 – Regularidade Fiscal
3.4 – Liberação da Mercadoria
3.5 – Informação na DI
3.6 – Informação na Nota Fiscal da Importação

4– DIFERIMENTO PARCIAL NA SAÍDA SUBSEQUENTE À IMPORTAÇÃO


4.1 - Diferimento Parcial nas Saídas Internas - Aplicação da Alíquota de 4%
4.2 - Diferimento Parcial nas Saídas Internas – Aplicação da Alíquota de 10%
4.2.1 – Estorno de Crédito
4.3 - Aplicação da Alíquota de 12% nas Saídas Internas
4.4 – Redução na Base de Cálculo
4.5 – Alíquota Integral
4.6 – Não Aplicabilidade do Diferimento Parcial (Operações Internas)
4.7 – Emissão de Nota Fiscal de Saída
4.8 – MVA Ajustada

5 – ALÍQUOTA INTERESTADUAL

6 – FORMAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO NA SAÍDA POR CONTA E ORDEM

7 – CRÉDITO PRESUMIDO
7.1 – Aplicação da Alíquota de 4%
7.2 – Aplicação da Alíquota menor de 12% e diferente de 10%
7.3 – Aplicação da Alíquota de 10%
7.4 – Aplicação da Alíquota de 12%
7.5 – Não Aplicabilidade da Carência de 36 Meses
7.6 – Redução de Base de Cálculo
7.7 – Estorno de Crédito
7.8 – Lançamento na DIME

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7.9 – Saída para Pessoa Física
7.10 – Saída para Pessoa Jurídica Não Contribuinte do ICMS
7.11 – Estorno do Crédito Presumido – Devolução de Mercadorias
7.12 – Vedação a Utilização do Crédito Presumido
7.13 – Prazo para Recolhimento do ICMS

8 – IMPORTAÇÃO POR PORTOS CATARINENSES


8.1 – Portos e Aeroportos de Outros Estados

9 – LIMITAÇÕES DO TTD
9.1 – Não Aplicabilidade do TTD
9.2 – Débitos Inscritos em Dívida Ativa

10 – RADAR

11 – RELATÓRIO MENSAL

12 – OUTRAS CONDIÇÕES DO TTD

13 – RECOLHIMENTO DOS FUNDOS


13.1 – Crédito dos Fundos
13.2– Suspensão do TTD
13.3 – Fundo da Infância e do Adolescente (FIA) e Fundo do Idoso

14 – REVOGAÇÃO DO TTD

15 – VIGÊNCIA DAS ALTERAÇÕES e TTD

16 – RECOLHIMENTO DO ICMS

17 – CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVO


17.1 – Condições para Enquadramento CDE

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CURSO: CAPACITAÇÃO PARA O REGIME ESPECIAL DE IMPORTAÇÃO
PARA COMERCIALIZAÇÃO (TTD 409, 410 E 411)

1 – INFORMAÇÕES GERAIS

Os benefícios fiscais relativos a operações com mercadorias importadas, foi


concedido visando incrementar investimentos, empregos e renda no Estado
relacionados, direta ou indiretamente, com a atividade portuária e aeroportuária.

Este tratamento tributário diferenciado somente é aplicável a mercadoria


importada pelo próprio estabelecimento.

ATENÇÃO (Lei nº 17.763/19):

Os tratamentos tributários diferenciados, mediante autorização da SEF, poderão


ser estendidos a:
I – empresa interdependente, assim entendida aquela que, por si, seus sócios
ou acionistas, seja titular de no mínimo 50% (cinquenta por cento) do capital da
outra; ou
II – outras empresas integrantes do grupo econômico do qual faça parte o
estabelecimento beneficiário.

Necessário Regime Especial, sendo que existem 3 modalidades do benefício. O


que muda é apenas as regras para apresentação ou não da garantia.

TTD 409 – possibilidade de dispensa da garantia.

Recolhimento da antecipação de 2,6% nos primeiros 36 meses e de 1% após 36


meses;

TTD 410 – Dispensa da garantia e da antecipação. Seria para empresas que já


utilizam o TTD a bastante tempo;

TTD 411 – Apresentação da garantia.

O pedido do Regime Especial será pela Internet, através do sistema SAT.

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Segundo informações da Fazenda, se a importadora possui o TTD 409, para não
ter que recolher antecipação e nem dar garantia, deve atender as seguintes
condições:

a) ser detentor do TTD 409 por no mínimo 24 meses;

b) ter faturamento decorrente de importações com o uso deste mesmo TTD no


valor médio anual de R$ 24.000.000,00;

c) não ser devedor da Fazenda estadual e não ter atrasado o ICMS no período.

Se a empresa quiser passar do TTD 409 para o 410 estando enquadrada nas
regras acima deverá solicitar o TTD 410 pelo sistema SAT.

1.2 – Mercadoria Importada para Comercialização

O benefício fiscal da importação poderá ser utilizado apenas pelo importador


detentor do regime especial e desde que a mercadoria seja destinada a
comercialização.

A saída da mercadoria pela Trading, através da operação por conta e ordem ou


por encomenda é considerado comercialização, para fins do regime especial.

Para fins deste tratamento tributário diferenciado, considera-se comercialização


a mercadoria destinada a outro estabelecimento da empresa importadora
situado em outra unidade da Federação (item 1.6 da Minuta).

Os benefícios fiscais não se aplicam na saída de produto resultante da


industrialização da mercadoria importada, exceto quando o processo de
industrialização desenvolvido neste Estado não alterar as características
originais do produto importado, e desde que o produto resultante mantenha-se
na mesma posição da NBM/SH – NCM.

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2 – Remissão de créditos tributários (perdão), decorrentes das isenções,
dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais instituídos em
desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da
Constituição Federal – benefícios não autorizados pelo Confaz – Convênio
ICMS 190/17.

Os benefícios fiscais constantes no TTD 409, 410 e 411 foram concedidos à


revelia da LC federal nº 24/1975.

Foi publicado no DOU do dia 18/12/2017 o Convênio ICMS nº 190/17 que


"aprova" os benefícios fiscais concedidos pelos Estados aos contribuintes, sem
aprovação do CONFAZ.

Este convênio dispõe sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou


não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais, relativos ao ICMS, instituídos, por legislação estadual ou
distrital publicada até 8 de agosto de 2017, em desacordo com o disposto na
alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal (regular a
forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados), bem como sobre
a reinstituição dessas isenções, incentivos e benefícios fiscais ou financeiro-
fiscais, observado o contido na Lei Complementar nº 160, de 7 de agosto de
2017, e neste convênio.

Para os efeitos deste convênio, as referências a “benefícios fiscais” consideram-


se relativas a “isenções, incentivos e benefícios fiscais ou financeiro-fiscais,
relativos ao ICMS.

Resumindo: os benefícios fiscais que foram concedidos à revelia da LC Federal


nº 24/75, desde que publicados até 8 de agosto de 2017 serão considerados
legais e as empresas não terão nenhum problema, podendo ser utilizados
normalmente.

O disposto neste convênio não se aplica aos benefícios fiscais instituídos por
legislação estadual, nos termos do art. 15 da Lei Complementar nº 24, de 7 de
janeiro de 1975, e pelo art. 4º do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967,
ambos com fundamento no art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias - ADCT da Constituição Federal.

Art. 15, LC 24/75 = O disposto nesta Lei não se aplica às indústrias instaladas
ou que vierem a instalar-se na Zona Franca de Manaus, sendo vedado às demais
Unidades da Federação determinar a exclusão de incentivo fiscal, prêmio ou
estimulo concedido pelo Estado do Amazonas.

Art. 4º, Decreto Lei 288/67 = Art 4º A exportação de mercadorias de origem


nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou
reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes
da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o
estrangeiro.

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Decreto nº 1.433/17 = Ratifica o Convênio ICMS nº 190, aprovado na 167ª
Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ),
realizada no dia 15 de dezembro de 2017, em Vitória/ES.

DECRETO Nº 1.555, DE 28 DE MARÇO DE 2018


DOE de 28.03.18
Publica relação de atos normativos vigentes em 8 de agosto de 2017, em
atendimento ao disposto no inciso I do caput do art. 3º da Lei
Complementar federal nº 160, de 2017, e no inciso I da Cláusula segunda
do Convênio ICMS nº 190, de 2017.

Fica publicada relação de atos normativos vigentes em 8 de agosto de 2017, em


atendimento ao disposto no inciso I do caput do art. 3º da Lei Complementar
federal nº 160, de 7 de agosto de 2017, e no inciso I da Cláusula segunda
do Convênio ICMS nº 190, de 15 de dezembro de 2017, conforme o Anexo Único
deste Decreto.

Fisco regulamentou o TTD 409, 410 e 411 no Anexo II, da Lei 17.763/19.

Nesta relação consta os benefícios da importação para comercialização no item


162 e 162.1.

Atendendo as regras, os Estados poderão manter ou prorrogar os benefícios,


sendo que as datas limites são as seguintes:

I - 31 de dezembro de 2032, quanto àqueles destinados ao fomento das


atividades agropecuária e industrial, inclusive agroindustrial, e ao investimento
em infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de
transporte urbano;

II - 31 de dezembro de 2025, quanto àqueles destinados à manutenção ou


ao incremento das atividades portuária e aeroportuária vinculadas ao
comércio internacional, incluída a operação subsequente à da importação,
praticada pelo contribuinte importador;

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III - 31 de dezembro de 2022, quanto àqueles destinados à manutenção ou ao
incremento das atividades comerciais, desde que o beneficiário seja o real
remetente da mercadoria;

IV - 31 de dezembro de 2020, quanto àqueles destinados às operações e


prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in
natura;

V - 31 de dezembro de 2018, quanto aos demais.

3 – DIFERIMENTO NA IMPORTAÇÃO

De acordo com o item 1.1 da Minuta, fica concedido diferimento do ICMS devido
por ocasião do desembaraço aduaneiro de mercadoria importada pelo próprio
estabelecimento, para fins de comercialização, para a etapa seguinte a da
entrada no estabelecimento importador.

Neste caso, o imposto devido subsumir-se-á na operação tributada subsequente


promovida pelo estabelecimento importador, observado o disposto nos §§ 2º, 4º
e 5º do art. 1º do Anexo 3 do RICMS/SC-01 - Regulamento do ICMS do Estado
de Santa Catarina, aprovado pelo Decreto nº 2.870, de 27/08/2001.

De acordo com o § 2°, do Art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, o contribuinte


substituto deverá recolher o imposto diferido:

I - quando não promover nova operação tributada ou a promover sob regime de


isenção ou não-incidência, salvo quanto às operações que destinem
mercadorias diretamente para o exterior do país;

II - proporcionalmente à parcela não-tributada, no caso de operação


subsequente beneficiada por redução da base de cálculo do imposto;

III - por ocasião da entrada ou recebimento da mercadoria, nas hipóteses


expressamente previstas neste Regulamento;

IV - se ocorrer qualquer evento que impossibilite a ocorrência do fato gerador do


imposto.

É vedado o destaque do imposto em documento fiscal correspondente à


operação abrangida por diferimento.

Nas operações praticadas pelo substituto, beneficiadas por isenção ou redução


de base de cálculo, com expressa manutenção de créditos, fica dispensado o
recolhimento do imposto diferido.

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Exemplo: Supondo a importação de um produto com alíquota interna de
17%, com ICMS diferido na importação. Este produto sofreu perda/roubo.

Antes de calcularmos o valor a ser recolhido, cabe lembrar que a base de cálculo
do ICMS na importação de mercadorias é a soma das seguintes parcelas
(RICMS-SC/01, Art. 9º, IV):

a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação;


b) o imposto de importação;
c) o imposto sobre produtos industrializados;
d) o imposto sobre operações de câmbio;
e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas devidas às
repartições alfandegárias (MP 108/02);
f) o montante do próprio imposto

Cálculo do ICMS a ser recolhido em decorrência de não ocorrer etapa


seguinte:

Valor do produto: R$ 3.000,00


II: R$ 100,00
IPI: R$ 200,00
Pis e Cofins: R$ 550,00
Taxas Aduaneiras: R$ 150,00
Valor total da importação sem ICMS: R$ 4.000,00

R$ 4.000,00/0,83 = R$ 4.819,28
R$ 4.819,28 x 17% = R$ 819,28 valor do ICMS a recolher

O recolhimento será através da guia DARE, com o código 1473, sendo o


recolhimento informado na DIME no Quadro 10. Como a DIME não aceita o
lançamento deste código sugiro o 1554.

Este valor será um custo para a empresa, não poderá ser recuperado/creditado.

3.1 – Apresentação da Garantia

De acordo com o Item 6.1 da Minuta, a utilização deste tratamento tributário


diferenciado está condicionada à apresentação de garantia, real ou fidejussória.

• garantias reais - aquelas em que o cumprimento de determinada obrigação


é garantido por meio de um bem móvel (ex: penhor), imóvel (ex: hipoteca);

• garantias fidejussórias - são aquelas prestadas por pessoas, e não por


bens. No caso de descumprimento de determinada obrigação, a satisfação
do débito será garantida por uma terceira pessoa, que não o devedor. As
modalidades de garantia pessoal são o aval e a fiança.

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3.2 – Dispensa da Garantia

Em substituição à exigência de garantia, fica o estabelecimento importador


autorizado a recolher, a cada desembaraço aduaneiro, a título de antecipação
do imposto devido pela saída subsequente da mercadoria, importância
equivalente aos seguintes percentuais, aplicados sobre a base de cálculo
definida no art. 9°, IV, do RICMS/SC-01, considerando-se, para efeitos da alínea
"f" do mencionado dispositivo, como incidente a alíquota de 4% (quatro por
cento) - Código de Receita 1759 (ICMS antecipado - regime especial de
diferimento na importação):

a) 2,6% (dois inteiros e seis décimos por cento), durante os primeiros 36 (trinta
e seis) meses de vigência deste tratamento tributário diferenciado; e

b) 1,0% (um por cento), após o transcurso do período indicado na alínea "a"
deste item.

A base para cálculo da antecipação será a soma das seguintes parcelas


(RICMS-SC/01, Art. 9º, IV):

a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação;


b) o imposto de importação;
c) o imposto sobre produtos industrializados;
d) o imposto sobre operações de câmbio;
e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas devidas às
repartições alfandegárias (MP 108/02);
f) o montante do próprio imposto (aqui deve-se dividir por 0,96).

Exemplo 1: cálculo da antecipação – primeiros 36 meses:

Valor do produto: R$ 3.000,00


II: R$ 100,00
IPI: R$ 200,00
Pis e Cofins: R$ 550,00
Taxas Aduaneiras: R$ 150,00
Valor total da importação sem ICMS: R$ 4.000,00

R$ 4.000,00/0,96 = R$ 4.166,67
R$ 4.166,67 x 2,6% = R$ 108,33 valor da antecipação

Exemplo 2: cálculo da antecipação – após 36 meses:


Valor do produto: R$ 3.000,00
II: R$ 100,00
IPI: R$ 200,00
Pis e Cofins: R$ 550,00
Taxas Aduaneiras: R$ 150,00
Valor total da importação sem ICMS: R$ 4.000,00

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R$ 4.000,00/0,96 = R$ 4.166,67
R$ 4.166,67 x 1% = R$ 41,67 valor da antecipação

No caso de operações de importação de aço, cobre, coque, alumínio e prata


(NCM 7106), o valor do recolhimento antecipado será de importância equivalente
a 0,6% (seis décimos por cento).

Exemplo 3: cálculo da antecipação – aço, cobre, coque, alumínio e prata


(NCM 7106):

Valor do produto: R$ 3.000,00


II: R$ 100,00
IPI: R$ 200,00
Pis e Cofins: R$ 550,00
Taxas Aduaneiras: R$ 150,00
Valor total da importação sem ICMS: R$ 4.000,00

R$ 4.000,00/0,96 = R$ 4.166,67
R$ 4.166,67 x 0,6% = R$ 25,00 valor da antecipação.

Enquanto a Receita Federal do Brasil não disponibilizar, nas informações das DI


- Declarações de Importação - remetidas à Secretaria de Estado da Fazenda,
campo próprio contendo o valor do AFRMM Adicional ao Frete para a Renovação
da Marinha Mercante, fica dispensada a sua inclusão na apuração da
antecipação.

O valor recolhido a título de antecipação, deverá ser lançado a crédito no Livro


de Registro de Apuração do ICMS e informado no DCIP, o qual será registrado
no Quadro 46 da DIME, para efeito de apuração do imposto devido no próprio
período de apuração em que efetuado referido recolhimento ou nos períodos
subsequentes.

Para fins da DIME: DCIP/outros créditos (Tipo 02)/Crédito Relativo ao


Pagamento do ICMS Antecipado (Código de Receita 1759) Relativo à Saída
Subsequente à Importação (item 84).

O STF decidiu que a competência para cobrar o ICMS-Importação é do Estado


onde está estabelecido o contribuinte que adquiriu a mercadoria no
exterior.

Não é onde está localizado o Porto.

Importação por encomenda = ICMS devido para o Estado da importadora.

Importação por conta e ordem = ICMS devido para o Estado onde está o
encomendante/cliente da importadora (Trading).
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3.3 – Regularidade Fiscal

O diferimento do ICMS devido por ocasião do desembaraço aduaneiro, terá sua


utilização condicionada à regularidade fiscal da empresa frente ao Estado,
regularidade esta aplicável, concomitantemente, a todos os seus
estabelecimentos.

3.4 – Liberação da Mercadoria

O Item 7.3 da Minuta, determina que para retirar a mercadoria do


Porto/Aeroporto sem o pagamento do ICMS, o estabelecimento importador
deverá obter a liberação da mercadoria por meio eletrônico, nos termos do art.
193, I ou seu § 6º, do Anexo 6 do RICMS/SC-01 ou, excepcionalmente, nas
Gerências Regionais da Fazenda Estadual, por ocasião da importação, mediante
visto prévio na GLME - Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem
Comprovação do Recolhimento do ICMS, na hipótese do art. 193, § 10 do Anexo
6 do RICMS/SC-01.

A GLME - Guia para Liberação de Mercadoria Estrangeira sem Comprovação do


Recolhimento do ICMS, o PLMI - Protocolo de Liberação de Mercadoria ou Bem
Importado e o Comprovante de Verificação Eletrônica do ICMS - Recintos de
Outras UFs, bem como os demais documentos relativos à importação, deverão
ser mantidos arquivados pelo prazo decadencial à disposição do Fisco Estadual.

3.5 – Informação na DI

O Item 7.5, da Minuta, determina que o campo destinado às informações


complementares da DI - Declaração de Importação, deverá, obrigatoriamente,
mencionar qual a destinação da mercadoria importada, a saber:

a) destinada à utilização como matéria-prima, material intermediário ou material


secundário em processo de industrialização em território catarinense; ou

b) destinada à comercialização.

3.6 – Informação na Nota Fiscal da Importação

De acordo com o Item 7.9 da Minuta em todos os documentos relativos à entrada


de mercadorias importadas no estabelecimento importador, emitidos com base
neste tratamento tributário diferenciado, deverá ser consignado o seguinte:
"ICMS diferido".
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Sugestão: Colocar o número do Regime Especial.

VAMOS PRATICAR?
EXERCÍCIO 1

1 – Utilizar o Documento de Importação 01/2020

Calcular o valor da antecipação do ICMS, considerando que a empresa tem o


TTD a pouco tempo (menos de 36 meses).
Mercadoria importada para revenda.
Não teve AFRMM
Considerar que o produto é de origem 6 (sem similar nacional)
Considerar produto com alíquota 0% de IPI
Após o cálculo, emitir a nota fiscal de entrada..

2 – Utilizar o Documento de Importação (DI) nº 02/2020

Calcular o valor da antecipação do ICMS, considerando que a empresa tem o


TTD a pouco tempo (menos de 36 meses).
Esta importação foi realizada por conta e ordem de terceiros.
O valor do AFRMM foi de R$ 1.582,02
Produto com origem 1
Considerar o IPI com alíquota de 12%
Após o cálculo, emitir a nota fiscal de entrada.

4– DIFERIMENTO PARCIAL NA SAÍDA SUBSEQUENTE À IMPORTAÇÃO

Este TTD permite a aplicação direta de 4%, 10% ou 12%, conforme o caso, nas
saídas internas.

4.1 - Diferimento Parcial nas Saídas Internas - Aplicação da Alíquota de 4%

A alínea “c” do Item 1.13 da Minuta, determina que ficam diferidas as parcelas
correspondentes aos seguintes percentuais do imposto relativo às operações
internas praticadas pelo estabelecimento importador:

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a) 84% (oitenta e quatro por cento), quando incidente a alíquota de 25% (vinte e
cinco por cento);

b) 76,47 % (setenta e seis inteiros e quarenta e sete centésimos por cento),


quando incidente a alíquota de 17% (dezessete por cento);

c) 66,66 % (sessenta e seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento),


quando incidente a alíquota de 12% (doze por cento).

A carga tributária efetiva será de 4%. 25 – 84% = 4%


17 – 76,47% = 4%
12 – 66,66% = 4%

Não se aplica a redução de base de cálculo estabelecida na legislação tributária


quando aplicada a alíquota de 4% de ICMS.

4.2 - Diferimento Parcial nas Saídas Internas – Aplicação da Alíquota de


10%

A alínea “b”, do Item 1.13 da Minuta, determina que ficam diferidas as parcelas
correspondentes aos seguintes percentuais do imposto relativo às operações
internas praticadas pelo estabelecimento importador:

a) 60% (sessenta por cento), quando incidente a alíquota de 25% (vinte e cinco
por cento);

b) 41,18 % (quarenta e um inteiros e dezoito centésimos por cento), quando


incidente a alíquota de 17% (dezessete por cento);

c) 16,66 % (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), quando


incidente a alíquota de 12% (doze por cento);

d) 16,66 % (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), quando


incidente a alíquota de 17% (dezessete por cento) e houver previsão na
legislação tributária de redução de base de cálculo de 29,41% (vinte e nove
inteiros e quarenta e um centésimos por cento), desprezando-se para efeitos de
enquadramento no disposto neste item a terceira casa após a vírgula do
percentual de redução previsto na legislação tributária, quando existir;

e) 16,66 % (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), quando


incidente a alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) e houver previsão na
legislação tributária de redução de base de cálculo de 52% (cinquenta e dois por
cento).

A carga tributária efetiva será de 10%.


25 – 60% = 10%
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17 – 41,18% = 10%
12 – 16,66% = 10%
Somente será permitida a aplicação da alíquota 10% (destaque de 10% na nota
fiscal de saída subsequente à importação), nas operações internas destinadas a
estabelecimentos industriais, com mercadorias a serem utilizadas pelo
destinatário como matéria-prima, material intermediário ou material secundário
em processo de industrialização.

A aplicação da alíquota de 10% tem como condição que o produto final


industrializado pelo destinatário NÃO se mantenha na mesma NCM dos insumos
adquiridos e utilizados em seu processo industrial.

4.2.1 – Estorno de Crédito

Na hipótese de saída interna de mercadoria importada do estabelecimento


beneficiário com tratamento tributário diferenciado previsto neste artigo,
acobertada por documento fiscal com destaque de imposto superior a 4% (quatro
por cento) da base de cálculo integral da operação própria, e incidindo quando
da saída da mercadoria do estabelecimento destinatário a alíquota de 4% (quatro
por cento), deverá este último estornar eventual saldo credor decorrente da
entrada da mercadoria em seu estabelecimento, saldo este que deverá ser
apurado levando-se em consideração apenas os valores de crédito e débito
correspondentes às respectivas operações de entrada e saída da mercadoria
importada, na forma prevista no termo de concessão do regime especial.

O disposto acima aplica-se inclusive no caso:

I – de a mercadoria importada compor, na condição de insumo ou componente,


produto industrializado, sobre cuja saída incida a alíquota de 4% (quatro por
cento);

II – de incidir a alíquota de 4% (quatro por cento) sobre a operação de saída


promovida por qualquer estabelecimento do mesmo titular ou de empresa
interdependente, situado neste Estado, que tenha recebido a mercadoria
importada ou o produto da qual esta faça parte;

III – operações com aço, alumínio, cobre, coque ou prata (NCM 7106).

Isto quer dizer que se o destinatário receber mercadoria com


alíquota superior a 4% e o produto final for destinado a outro
Estado com alíquota de 4% este destinatário deverá estornar o
crédito da apuração, caso ocorra saldo credor.

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Exemplo:

Entrada no valor de R$ 1.250,00 com 10% de ICMS = R$ 125,00 de crédito.

Saída para fora do Estado a 4% no valor de R$ 2.300,00 = R$ 92,00 de débito

Saldo credor a ser estornado: R$ 33,00 (R$ 125,00 - $ 92,00).

Nesta condição, o estorno de crédito deve ocorrer, inclusive no caso:

a) de a mercadoria importada vir a compor produto industrializado, sobre cuja


saída incidir a alíquota de 4%;

b) de incidir a alíquota de 4% sobre a operação de saída promovida por qualquer


estabelecimento do mesmo titular ou de empresa interdependente, situado no
Estado, que tenha recebido a mercadoria importada ou o produto do qual esta
faça parte.

Caberá ao estabelecimento importador informar ao destinatário situado


neste Estado sobre a obrigação de efetuar o estorno de crédito, observado
o seguinte:

a) a comunicação deverá ser enviada mediante carta registrada com AR - Aviso


de Recebimento, ou por meio eletrônico, hipótese em que é imprescindível a
confirmação de recebimento pelo destinatário, por ocasião da primeira saída
para o respectivo destinatário, em operação em que o importador tenha aplicado
alíquota superior a 4% de ICMS na nota fiscal;

b) o AR - Aviso de Recebimento, ou a comunicação feita por meio eletrônico e a


respectiva confirmação de recebimento, devem ser arquivados pelo
estabelecimento importador pelo prazo decadencial;

c) a comunicação deve conter, além da qualificação completa do


estabelecimento importador, o título (ou "Assunto", caso a comunicação seja
feita por meio eletrônico) e o texto indicado no Anexo 2 do Termo de Concessão;

d) sem prejuízo das disposições da legislação tributária relativas à sujeição


passiva e da observância dos demais itens deste tratamento tributário
diferenciado, caso a comunicação ao destinatário relativa à obrigação de estorno
de crédito não seja efetuada na forma prevista neste item, o estabelecimento
importador responderá pelo pagamento do imposto, e acréscimos legais, no
valor correspondente ao complemento devido, exceto se comprovar que o
destinatário efetuou o referido estorno.

4.3 - Aplicação da Alíquota de 12% nas Saídas Internas

16
A alínea “a” do Item 1.13 da Minuta determina que as mercadorias sujeitas, nas
operações interestaduais, a partir de 1º de janeiro de 2013, às alíquotas previstas
na Resolução nº 22, de 1989, do Senado Federal (12% ou 7%) terá aplicação de
diferimento parcial de:

a) 52% (cinquenta e dois por cento), quando incidente a alíquota de 25% (vinte
e cinco por cento);

b) 29,41 % (vinte e nove inteiros e quarenta e um centésimos por cento), quando


incidente a alíquota de 17% (dezessete por cento).

A carga tributária efetiva será de 12%.


25 – 52% = 12%
17 – 29,41% = 12%
4.4 – Redução na Base de Cálculo

O diferimento parcial previsto no TTD não se aplica caso o produto tenha


redução de base de cálculo do ICMS. Neste caso, aplica-se apenas a redução.

Porém, no caso do produto possuir redução de base de cálculo em que a carga


tributária efetiva fique em 12%, no caso da possibilidade de aplicação da alíquota
de 10% pode-se aplicar o diferimento correspondente a diferença dos 2%
(Minuta, Item 1.14).

Exemplo:

Supondo a base de cálculo integral no valor de R$ 120,00


Alíquota interna do produto: 17%
% de redução: 29,411%
BC reduzida: R$ 84,71 (R$ 120,00 – 29,411%)
ICMS da operação calculado apenas com o uso do % de redução: R$ 14,40
Parcela diferida do ICMS: R$ 2,40 (R$ 14,40 x 16,66%)
ICMS a ser destacado na NF: R$ 12,00 (R$ 14,40 – R$ 2,40)

Será o mesmo resultado de aplicar 10% sobre a Base de cálculo integral de R$


120,00, porém na nota fiscal deve aparecer a Base de cálculo reduzida de R$
84,71 e o valor do ICMS de R$ 12,00.

Diferimento parcial também se aplica às operações internas com aço,


alumínio, cobre, coque ou prata (NCM 7106) com destino a estabelecimento
industrial situado no Estado que submeta esses produtos a processo
industrial:

a) de purificação, concentração, condensação, fusão, extrusão, filamento ou


outro processo industrial de simples beneficiamento e desde que o produto
resultante venha a ser remetido pelo industrial catarinense a outra unidade da
Federação, para utilização em processo industrial final; ou
17
b) que os transforme em produto acabado para o uso do consumidor e desde
que o produto acabado venha a ser remetido a destinatário situado em outra
unidade da Federação.

4.5 – Alíquota Integral

Não poderá ser aplicado o diferimento parcial:

a) na saída destinada a pessoa física;


b) na saída destinada a pessoa jurídica não contribuinte do ICMS;
c) na saída destinada a empresa do Simples Nacional, quando não houver
tributação do ICMS ST.

Neste caso, deverá ser aplicada a alíquota interna do produto, que poderá ser
12%, 17% ou 25%, conforme o caso.

4.6 – Não Aplicabilidade do Diferimento Parcial (Operações Internas)

Segundo o Item 1.14, da Minuta, o diferimento parcial (alíquota interna de 4%,


10% e 12%) não se aplica:

a) à saída com destino a contribuinte enquadrado no Simples Nacional (Lei


Complementar federal nº 123, de 2006), exceto quando se tratar de operação
com mercadoria submetida ao regime de substituição tributária relativo às
operações subsequentes;

b) a saída interna destinada a pessoa física e jurídica não contribuinte do ICMS;

c) à saída a consumidor final, exceto quando se tratar de operação que destine


a contribuinte do ICMS mercadoria a ser integrada ao seu ativo permanente ou
para seu uso ou consumo.

No caso da letra “c” acima, o adquirente deverá recolher a parcela do ICMS


anteriormente diferido, pois não promoverá nova etapa de circulação, já que é
consumidor final.

Exemplo:

Supondo a aquisição para consumo final de importadora detentora do TTD,


sendo aplicado o diferimento parcial (alíquota de 4%). Caso a alíquota integral
do produto seja 17%, a diferença a recolher será de 13%.

18
Supondo que o valor da compra seja de R$ 500,00 com 4% de ICMS. O valor do
ICMS destacado na nota fiscal foi de R$ 20,00.

R$ 500,00 x 13% = R$ 65,00 diferença a recolher pelo adquirente.

Ainda em relação ao recolhimento do ICMS anteriormente diferido, na hipótese


de operação interna, praticada pelo estabelecimento importador, que destine a
contribuinte do ICMS mercadoria a ser integrada ao seu ativo permanente ou
para seu uso ou consumo, o imposto devido pelo destinatário em razão do
diferimento parcial (Minuta, Item 1.21):

a) poderá ser compensado, no mesmo período de apuração, com créditos


registrados na conta gráfica do destinatário; e

b) deverá ser apurado considerando eventual redução de base de cálculo


prevista na legislação tributária, ainda que por força do disposto na alínea "b" do
item 1.7 tenha sido vedada ao estabelecimento importador a utilização da
redução da base de cálculo.

Exemplo:

Supondo que o valor da compra seja de R$ 500,00 com 4% de ICMS. O valor do


ICMS destacado na nota fiscal foi de R$ 20,00.

Supondo ainda que este produto consta na legislação com alíquota interna de
17% e com redução de base de cálculo em 58,823%.

O cálculo do ICMS se não houvesse o diferimento parcial seria da seguinte


forma:

R$ 500,00 – 58,823% = R$ 205,88


R$ 205,88 x 17% = R$ 35,00

R$ 35,00 – R$ 20,00 = R$ 15,00 valor da diferença a ser recolhida.

O cálculo também poderá ser da seguinte forma:

Carga tributária efetiva: 7%


Alíquota aplicada na NF: 4%

R$ 500,00 x 3% = R$ 15,00 valor da diferença a ser recolhida.

O diferimento parcial na saída também não se aplica quando a operação


for contemplada:

a) com isenção; ou
19
b) com diferimento previsto na legislação tributária ou no tratamento tributário
diferenciado concedido ao destinatário.

4.7 – Emissão de Nota Fiscal de Saída

O Item 7.6, da Minuta, determina que o estabelecimento importador deverá


observar, na emissão dos documentos fiscais de saída das mercadorias
importadas, o CST - Código de Situação Tributária adequado a cada caso,
conforme estabelecido no Convênio s/nº, de 15/12/1970, e no Ajuste SINIEF
20/2012.

Desta forma, na emissão da nota fiscal de saída com diferimento parcial


(aplicação interna de 4%, 10% ou 12% quando resultante de diferimento) será
utilizado o CST 51.

Em Dados Adicionais deverá ser informado: “Diferimento parcial do ICMS”.

Sugestão: Informar o nº do Regime Especial nº.

A alíquota quando aplicado o diferimento parcial será diretamente na nota fiscal,


como 4%, 10% ou 12%.

4.8 – MVA Ajustada - Operações Internas:

Quando a operação entre substituto e substituído for abrangida por diferimento


parcial, com base em Tratamento Tributário Diferenciado (TTD) concedido ao
contribuinte substituto, a margem de valor agregado deverá ser ajustada
segundo a fórmula “MVA ajustada = [(1+ MVA-ST original) x (1 - ALQ efetiva) /
(1- ALQ intra)] -1”, em que (RICMS-SC/01, Anexo 3, Art. 13, § 4º):
I – “MVA-ST original” é a margem de valor agregado para o produto;
II – “ALQ efetiva” é o coeficiente correspondente à alíquota efetiva aplicável à
operação quando considerado o diferimento parcial; e
III – “ALQ intra” é o coeficiente correspondente:
a) à alíquota interna aplicável sobre a operação do substituto; ou
b) na hipótese de a operação substituída ser contemplada com redução de base
de cálculo, ao percentual de carga tributária efetiva.

Exemplo: Supondo a saída de produto pelo importador que possui o TTD 409
em que foi aplicado o diferimento parcial em que a carga tributária efetiva é de
4% e a alíquota interna do produto é de 12%. A MVA do produto é de 35%.

MVA ajustada = [(1+ MVA-ST original) x (1 - ALQ efetiva) / (1- ALQ intra)] -1
MVA ajustada = [(1+ 0,35) x (1 – 0,04) / (1 – 0,12)} – 1
MVA ajustada = [1,35 x 0,96 / 0,88] – 1

20
MVA ajustada = [1,35 x 1,090909090] -1
MVA ajustada = 47,27%

Portanto, no cálculo do ICMS ST ao invés de utilizar a MVA original de 35% será


utilizada a MVA ajustada de 47,27%.

5 – ALÍQUOTA INTERESTADUAL

Nas operações interestaduais saindo de SC, será aplicada a alíquota de:

a) 12% quando o destinatário estiver estabelecido nos Estados do RS, PR, MG,
SP e RJ;

b) 7% quando o destinatário estiver estabelecido nos demais Estados e DF;

c) 4% quando o produto for importado ou produzido no Brasil com Conteúdo de


Importação superior a 40%, independentemente do Estado de destino.

Caso o produto importado esteja relacionado na lista CAMEX (sem similar no


país) será aplicada a alíquota citada nas letras “a” e “b” acima.

6 – FORMAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO NA SAÍDA POR CONTA E ORDEM

De acordo com o Item 1.15 da Minuta, tratando-se de importação por conta e


ordem de terceiros, o imposto incidente sobre a operação de saída da
mercadoria com destino ao adquirente será calculado tendo como base de
cálculo o valor da mercadoria importada, tal como definido no Art. 9º, IV, “a”, do
RICMS-SC/01 (valor da mercadoria), acrescido dos seguintes valores:

a) parcelas indicadas nas alíneas “b” (II), “d” (Imposto sobre Operações de
Câmbio) e “e” (quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas
devidas às repartições alfandegárias), do Inciso IV, do Art. 9º, do RICMS-SC/01;

b) demais importâncias debitadas ou cobradas do adquirente, inclusive a título


de comissão;

c) montante do IPI destacado no respectivo documento fiscal de saída, exceto


quando a operação estiver enquadrada na hipótese prevista no Art. 23, I, do
RICMS-SC/01;

d) montante do próprio imposto devido na respectiva operação de saída, já


considerados os efeitos do diferimento parcial, quando for o caso.

Serviço (comissão) cobrado pela Trading:

21
Para formação da base de cálculo do ICMS, considera-se já incluída na base de
cálculo do ICMS a parcela do valor constante da nota fiscal de serviço (ISS),
emitida em conformidade com o que dispõe legislação de competência da
Receita Federal do Brasil (IN SRF nº 247/02, art. 87, V), igual ou inferior ao
montante do crédito presumido apropriável à operação nos termos deste
tratamento tributário diferenciado, observado o seguinte:

a) a parcela do valor da nota fiscal de serviço (ISS) que ultrapassar o valor do


crédito presumido apropriável à operação conforme previsto neste tratamento
tributário diferenciado deverá ser computada à base de cálculo do ICMS, nos
termos da alínea "b" do item 1.15 (demais importâncias pagas/debitadas); e

b) aplica-se o estabelecido neste item às operações realizadas desde o início de


vigência do tratamento tributário diferenciado concedido à empresa, não
implicando o previsto nesta alínea restituição ou compensação de importâncias
já recolhidas.

Neste caso, relativamente à parcela da nota fiscal de serviço de valor igual ou


inferior ao montante do crédito presumido apropriável à operação nos termos
deste tratamento tributário diferenciado, tem caráter facultativo, podendo a
empresa, a seu critério, incluir referido valor na base de cálculo do ICMS,
aplicando-se o previsto neste item inclusive às operações efetuadas a partir do
início de vigência do tratamento tributário diferenciado concedido à empresa,
desde que referida inclusão tenha ocorrido quando da realização da operação.

Resumindo: Em relação à comissão, no caso de o importador possuir o TTD 409,


410 ou 411, somente deverá compor a base de cálculo do ICMS o valor que o
importador cobre do destinatário que seja maior do que o valor do crédito
presumido utilizado.

Exemplo: se o valor do crédito presumido for de R$ 100,00 e o importador cobrou


R$ 110,00 de comissão, o valor que comporá a base de cálculo do ICMS na
saída será de R$ 10,00.

VAMOS PRATICAR?
EXERCÍCIO 2

Exercício 2:

22
1 - Emitir a nota fiscal de revenda, considerando que o valor da revenda (sem o
ICMS) foi de R$ 33.770,19
Vale lembrar que o produto não tem similar nacional (12%)
Considerar que a revenda foi dentro do Estado para consumidor final,
contribuinte do ICMS
Vendido todos os produtos
Considerar os dados do Exercício 1, item 1 (DI 01/2020).

2 - Emitir a nota fiscal de saída por conta e ordem de terceiros, considerando


que o valor da comissão é de R$ 3.800,00 (não considerar aqui os efeitos do
crédito presumido).
Atenção: Observar o item 1.15 da Minuta que consta no Anexo 4 do Módulo 3
Considerar saída dentro do Estado
Destinatário não é consumidor final
Destinatário é de apuração normal do ICMS
Considerar os dados do Exercício 1, item 2 (DI 02/2020).

7 – CRÉDITO PRESUMIDO

7.1 – Aplicação da Alíquota de 4%

De acordo com o Item 1.2 da Minuta, quando aplicada na nota fiscal a alíquota
de 4%, fica concedido crédito presumido, por ocasião da saída subsequente à
entrada da mercadoria importada pelo próprio estabelecimento, para fins de
comercialização, de modo a resultar em uma tributação do ICMS equivalente a:

a) 0,6% (seis décimos por cento) da base de cálculo integral relativa à operação
própria com aço, alumínio, cobre, coque ou prata (NCM 7106);

b) 2,6% nos demais casos não compreendidos na letra “a” acima, durante os
primeiros 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento tributário
diferenciado; e

c) 1% nos demais casos não compreendidos na letra “a” acima, após 36 (trinta
e seis) meses de vigência do tratamento tributário diferenciado.

Primeiros 36 meses: CP de 1,4%


Alíquota de 4% Após 36 meses: CP de 3%
aço, cobre, coque, alumínio e prata (NCM 7106): CP
de 3,4% independente do tempo

Exemplo:

23
Valor da venda: R$ 800,00
Alíquota Aplicada: 4%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 32,00
Valor ICMS a pagar: R$ 20,80 (R$ 800,00 x 2,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 11,20 (R$ 32,00 – R$ 20,80)

Para fins do cálculo do valor a ser efetivamente recolhido deverá ser considerado
a base de cálculo integral, sem aplicação de qualquer redução prevista na
legislação tributária.

7.2 – Aplicação da Alíquota menor de 12% e diferente de 10%

De acordo com o Item 1.2 da Minuta, quando aplicada na nota fiscal a alíquota
ou carga tributária efetiva menor que 12%, porém diferente de 10%, fica
concedido crédito presumido, por ocasião da saída subsequente à entrada da
mercadoria importada pelo próprio estabelecimento, para fins de
comercialização, de modo a resultar em uma tributação do ICMS equivalente a:

a) 4,6% durante os primeiros 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento


tributário diferenciado; e

b) 3,6% após 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento tributário


diferenciado.

Obs: Será pago efetivamente 4,6 % (quatro inteiros e seis décimos por cento),
nas operações interestaduais sujeitas a alíquota menor que 12% (doze por
cento) ou, quando se tratar de operação interna com utilização de redução de
base de cálculo prevista na legislação tributária, o imposto destacado
corresponda à aplicação de percentual de alíquota efetiva inferior a 12% (doze
por cento) da base de cálculo integral.

Primeiros 36 meses: CP de 2,4%


Alíquota de 7% (geralmente) Após 36 meses: CP de 3,4%

Exemplo:

Valor da venda: R$ 800,00


Alíquota Aplicada: 7%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 56,00
Valor ICMS a pagar: R$ 36,80 (R$ 800,00 x 4,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 19,20 (R$ 56,00 – R$ 36,80)

24
Para fins do cálculo do valor a ser efetivamente recolhido deverá ser considerado
a base de cálculo integral, sem aplicação de qualquer redução prevista na
legislação tributária.

Exemplo – operação interna:

Valor da venda: R$ 800,00


Alíquota Aplicada: 12%
Redução na BC do ICMS em 41,667%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 56,00 (R$ 800,00 – 41,667% = BC x 12%)
Valor ICMS a pagar: R$ 36,80 (R$ 800,00 x 4,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 19,20 (R$ 56,00 – R$ 36,80)

7.3 – Aplicação da Alíquota de 10%

De acordo com o Item 1.2 da Minuta, quando aplicada na nota fiscal a alíquota
de 10%, fica concedido crédito presumido, por ocasião da saída subsequente à
entrada da mercadoria importada pelo próprio estabelecimento, para fins de
comercialização, de modo a resultar em uma tributação do ICMS equivalente a:

b) 7,6% durante os primeiros 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento


tributário diferenciado; e

c) 3,6% após 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento tributário


diferenciado.

Primeiros 36 meses: CP de 2,4%


Alíquota de 10% Após 36 meses: CP de 6,4%

Para fins do cálculo do valor a ser efetivamente recolhido deverá ser considerado
a base de cálculo integral, sem aplicação de qualquer redução prevista na
legislação tributária.

Exemplo:

Valor da venda: R$ 800,00


Alíquota Aplicada: 10%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 80,00
Valor ICMS a pagar: R$ 60,80 (R$ 800,00 x 7,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 19,20 (R$ 80,00 – R$ 60,80)

25
7.4 – Aplicação da Alíquota de 12%

De acordo com o Item 1.2 da Minuta, quando aplicada na nota fiscal a alíquota
de 12% (produtos Camex), fica concedido crédito presumido, por ocasião da
saída subsequente à entrada da mercadoria importada pelo próprio
estabelecimento, para fins de comercialização, de modo a resultar em uma
tributação do ICMS equivalente a:

b) 7,6% durante os primeiros 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento


tributário diferenciado; e

c) 3,6% após 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento tributário


diferenciado.

Primeiros 36 meses: CP de 4,4%


Alíquota de 12% Após 36 meses: CP de 8,4%

Porém, caso o importador esteja utilizando o benefício a mais de 36 meses,


opcionalmente ao pagamento efetivo de 3,6% este importador poderá pagar
efetivamente 2,1%. O pagamento efetivo de 2,1% somente poderá ocorrer em
relação aos produtos relacionados na lista CAMEX (produto sem similar
nacional).

Esta opção de pagar efetivamente 2,1% aplica-se:

a) nas operações interestaduais destinadas a contribuintes do ICMS;

b) nas operações internas destinadas a contribuintes do ICMS de apuração


normal, desde que a saída subsequente da mercadoria, ou do produto do qual
faça parte, promovida pelo contribuinte do ICMS que receber a mercadoria
importada de estabelecimento importador, seja destinada a contribuinte do ICMS
estabelecido em outro Estado.

Para fins do cálculo do valor a ser efetivamente recolhido deverá ser considerado
a base de cálculo integral, sem aplicação de qualquer redução prevista na
legislação tributária.

De acordo com o Item 1.16 da Minuta, no caso do importador optar em destacar


12% nas operações internas (produto CAMEX) e recolher efetivamente 2,1% de
ICMS, fica obrigado, o contribuinte que receber a mercadoria importada do
estabelecimento importador a recolher, a título de complemento de ICMS,
montante equivalente a 1,5% de ICMS da base de cálculo integral relativa a
entrada em seu estabelecimento da respectiva mercadoria importada, facultada
ao contribuinte sujeito ao regime normal de apuração lançar a débito o valor
devido diretamente na escrita fiscal.
26
A obrigatoriedade de recolhimento de 1,5% de ICMS será apenas se o
destinatário que receber mercadoria promover saída subsequente da
mercadoria, ou do produto, do qual faça parte:

a) destinada a consumidor final não contribuinte do ICMS, estabelecido em SC;

b) destinada a consumidor final não contribuinte do ICMS, estabelecido em outro


Estado;

c) contribuinte do ICMS, estabelecido em SC.

Caberá ao estabelecimento importador informar ao destinatário situado neste


Estado sobre a obrigação de recolher o complemento de 1,5% de ICMS,
observado o seguinte:

a) a comunicação deverá ser enviada mediante carta registrada com AR - Aviso


de Recebimento, ou por meio eletrônico, hipótese em que é imprescindível a
confirmação de recebimento pelo destinatário, por ocasião da primeira saída
para o respectivo destinatário, em operação em que o importador tenha recolhido
efetivamente 2,1% de ICMS;

b) o AR - Aviso de Recebimento, ou a comunicação feita por meio eletrônico e a


respectiva confirmação de recebimento, devem ser arquivados pelo
estabelecimento importador pelo prazo decadencial;

c) a comunicação deve conter, além da qualificação completa do


estabelecimento importador, o título (ou "Assunto", caso a comunicação seja
feita por meio eletrônico) e o texto indicado no Anexo 1 do Termo de Concessão;

d) sem prejuízo das disposições da legislação tributária relativas à sujeição


passiva e da observância dos demais itens deste tratamento tributário
diferenciado, caso a comunicação ao destinatário relativa à obrigação de
recolhimento do complemento de 1,5% não seja efetuada na forma prevista
neste item, o estabelecimento importador responderá pelo pagamento do
imposto, e acréscimos legais, no valor correspondente ao complemento devido,
exceto se comprovar que o destinatário efetuou o referido complemento.

7.5 – Não Aplicabilidade da Carência de 36 Meses

Não se aplica a carência de 36 meses na hipótese de o estabelecimento


beneficiário:

I – realizar operações de saída subsequente de mercadoria importada com o


TTD, em montante igual ou superior a R$ 100.000.000,00 por ano; ou

II – instalar, expandir ou manter, neste Estado, centro de distribuição ou unidade


fabril.

27
Na hipótese do inciso I acima, o interessado deverá apresentar termo de
compromisso de faturamento firmado por sócio da empresa ou seu
representante legal, comprometendo-se a cumprir a exigência prevista no citado
inciso, sendo que, em caso de descumprimento do compromisso assumido,
deverá ser complementado o recolhimento do imposto, com acréscimos legais.

O Decreto 1.123/21 determina que para fins do conceito de Centro de


Distribuição deve ser observado o seguinte:

I – o centro de distribuição deverá apresentar faturamento anual referente às


saídas subsequentes de produtos importados ao abrigo deste TTD de, no
mínimo, R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), a contar do mês
subsequente ao do enquadramento na condição prevista no inciso II do § 3º
deste artigo; e

II – a concessão do benefício fica condicionada:

a) à geração e à manutenção de, no mínimo, 5 (cinco) empregos diretos no


centro de distribuição; e

b) à manutenção do centro de distribuição no Estado de Santa Catarina por, no


mínimo, 36 (trinta e seis) meses, a contar do enquadramento na condição
prevista no inciso II do § 3º deste artigo.

7.6 – Redução de Base de Cálculo

Na hipótese de a operação própria subsequente à entrada da mercadoria no


estabelecimento importador ser contemplada com redução da base de cálculo
prevista na legislação tributária a utilização do crédito presumido não poderá
resultar carga tributária final incidente sobre a operação menor que aquela
apurada sem aplicação da redução da base de cálculo prevista na legislação
tributária (Minuta, Item 1.7).

7.7 – Estorno de Crédito

O Item 1.3, da Minuta, determina que fica facultado ao estabelecimento


importador, em substituição à apropriação de crédito presumido relativo à saída
subsequente à entrada da mercadoria importada pelo próprio estabelecimento,
o lançamento de estorno de débito, observadas todas as disposições deste
tratamento tributário diferenciado que fazem referência a crédito presumido.

Isto quer dizer, que ao invés de fazer o lançamento a crédito como “CRÉDITO
PRESUMIDO” a empresa poderá fazer o lançamento a crédito como “ESTORNO
DE DÉBITO”.

28
7.8 – Lançamento na DIME

De acordo com o Item 1.22, da Minuta, o crédito presumido, ou o estorno de


débito quando utilizada a faculdade de que trata o item 1.3, da Minuta (subitem
7.6 da Minuta) deverá ser lançado no Livro de Registro de Apuração do ICMS e
informado no DCIP - Demonstrativo de Crédito Informado Previamente -
específico, o qual será registrado no Quadro 46 da DIME.

Crédito presumido = DCIP/Outros Créditos/ Crédito presumido na saída


subsequente de mercadorias em operações alcançadas pelos TTDs dos
benefícios 409, 410 ou 411 (item 106).

Estorno de Débito = DCIP/Estorno de Débito/ Estorno de débito na saída


subsequente de mercadorias em operações alcançadas pelos TTDs dos
benefícios 409, 410 ou 411 (item 16).

Os códigos acima devem ser utilizados a partir da apuração de junho de 2018.

7.9 – Saída para Pessoa Física

Fica vedada a aplicação de crédito presumido nas operações internas


destinando mercadorias importadas à pessoa física (mudança a partir de
01.06.2018).

Não será permitido o uso de crédito presumido nas saídas internas de produtos
importados, com ou sem similar nacional, destinado à PESSOA FISICA. Nessas
operações aplica-se à alíquota interna para a mercadoria importada, com
RECOLHIMENTO INTEGRAL do ICMS devido na operação.

7.10 – Saída para Pessoa Jurídica Não Contribuinte do ICMS

De acordo com o Item 1.2 da Minuta, quando aplicada na saída interna a alíquota
integral nas saídas para empresas não contribuintes do ICMS, fica concedido
crédito presumido, por ocasião da saída subsequente à entrada da mercadoria
importada pelo próprio estabelecimento, para fins de comercialização, de modo
a resultar em uma tributação do ICMS equivalente a:

b) 7,6% durante os primeiros 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento


tributário diferenciado; e

c) 3,6% após 36 (trinta e seis) meses de vigência do tratamento tributário


diferenciado.

29
QUADRO COMPARATIVO APÓS 36 MESES – OPERAÇÃO INTERNA

Valor da Alíquota Valor % Valor do Valor do


Operação aplicada ICMS Pagamento ICMS a Crédito
NF destacado efetivo Recolher Presumido
NF
120,00 4% 4,80 1% 1,20 3,60
120,00 10% 12,00 3,6% 4,32 7,68
120,00 12% 14,40 3,6% 4,32 10,08
120,00 12% 14,40 2,1% 2,52 11,88

7.11 – Estorno do Crédito Presumido – Devolução de Mercadorias

Segundo o Item 1.20, da Minuta, o estabelecimento importador deverá estornar,


no Livro de Registro de Apuração do ICMS, o crédito presumido que for
apropriado por ocasião da saída de mercadorias, nos casos de desfazimento da
venda ou no recebimento de mercadorias em devolução, devendo ser registrado
o valor do estorno na DIME - Declaração de Informações do ICMS e Movimento
Econômico - correspondente ao período de referência em que ocorrer o
desfazimento ou a devolução, no Item 060 (Outros Estornos de Crédito) do
Quadro 04 (Resumo da Apuração dos Débitos).

Exemplo:

Saída (venda) no valor de R$ 1.200,00


Alíquota aplicada: 4%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 48,00
Pagamento efetivo: R$ 31,20 (R$ 1.200,00 x 2,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 16,80

Apuração:
Valor
Valor do Débito 48,00
Valor do Crédito 16,80
Saldo Devedor 31,20

Supondo que houve devolução total das mercadorias:

Entrada (devolução) no valor de R$ 1.200,00


Alíquota aplicada: 4%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 48,00 crédito

Apuração:
Débito

30
Estorno do Crédito 16,80
(débito)
Valor do Crédito 48,00
Saldo Credor 31,20

7.12 – Vedação a Utilização do Crédito Presumido

De acordo com o Item 2.5 da Minuta, não poderá ser utilizado crédito presumido
que resulta em alíquota efetiva de 2,6% (primeiros 36 meses) e 1% (após 36
meses) nas saídas internas, quando o destinatário:

a) for detentor de tratamento tributário diferenciado com previsão de diferimento


nas saídas internas a ele destinada;

b) utilizar crédito presumido previsto no Art. 15, XXXIX do Anexo 2, do RICMS-


SC/01 (crédito presumido nas saídas de artigos têxteis, de vestuário, de artefatos
de couro e seus acessórios, promovida pelo estabelecimento industrial que os
tenha produzido).

Resumindo:

Se o destinatário utiliza o benefício dos artigos têxteis previsto no Inciso XXXIX,


do Anexo 2, do RICMS-SC/01 destaca 4% e recolhe 4%. Também poderá
destacar 10% e recolher 7,6% (primeiros 36 meses) e 3,6% (após 36 meses).

Se o destinatário utiliza o benefício dos artigos têxteis previstos no Inciso IX, do


Art. 21, do Anexo 2, do RICMS-SC/01 poderá destacar 4% e recolher 2,6%
(primeiros 36 meses) e 1% (após 36 meses) ou ainda poderá destacar 10% e
recolher 7,6% (primeiros 36 meses) e 3,6% (após 36 meses).

31
TTD 409

OPERAÇÕES INTERNAS

DESTINATÁRIO AlÍQUOTA SAÍDA % RECOLHIMENTO EFETIVO FUNDOS RECOLHIMENTO TOTAL Observação


PRIMEIROS 36 MESES APÓS 36 MESES
Pessoa Física 12%, 17% ou 25% 12%, 17% ou 25% 12%, 17% ou 25% 0,00% 12%, 17% ou 25%
Pessoa Jurídica não contribuinte 12%, 17% ou 25% 7,60% 3,60% 0,40% 8% ou 4%
Pessoa Jurídica contribuinte normal (revenda) 4% 2,60% 1% 0,40% 3% ou 1,4%
PJ Contribuinte normal consumo final 4% 2,60% 1% 0,40% 3% ou 1,4% 1
PJ contribuinte SN Produto sem ST 12%, 17% ou 25% 7,60% 3,6% 0,40% 8% ou 4%
PJ contribuinte SN Produto com ST 4% 2,60% 1% 0,40% 3% ou 1,4%
PJ Contribuinte normal lista Camex 12% 7,60% 3,6% 0,40% 8% ou 4%
PJ Contribuinte normal lista Camex (opcional) 12% 7,60% 2,1% 0,40% 8% ou 2,5% 2e 3
Industrial normal - produto Matéria-prima 10% 7,60% 3,6% 0,40% 8% ou 4% 4

1 - Destinatário deve recolher diferencial de Alíquotas


2 - A tributação efetiva de 2,1% de ICMS é opcional e aplica-se apenas quando o destinatário for
contribuinte normal que vai enviar para contribuinte do outro Estado (origem 6) - após 36 meses
3 - Destinatário deve recolher 1,5% ( saída interna ou interestadual não contribuinte)
4 - Destinatário deve estornar o crédito, se for o caso

OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

DESTINATÁRIO AlÍQUOTA SAÍDA % RECOLHIMENTO EFETIVO FUNDOS RECOLHIMENTO TOTAL


PRIMEIROS 36 MESES APÓS 36 MESES
Qualquer destinatário 4% 2,60% 1% 0,40% 3% ou 1,4%
PJ não contribuinte e PF - lista Camex 7% 4,60% 3,60% 0,40% 5% ou 4%
PJ não contribuinte e PF - lista Camex 12% 7,60% 3,60% 0,40% 8% ou 4%
PJ contribuinte do ICMS - lista Camex 7% 4,60% 2,10% 0,40% 5% ou 2,50%
PJ contribuinte do ICMS - lista Camex 12% 7,60% 2,10% 0,40% 8% ou 2,5%

A tributação efetiva de 2,1% de ICMS é opcional e aplica-se apenas quando o destinatário for contribuinte - após 36 meses

7.13 – Prazo para Recolhimento do ICMS

De acordo com o § 8º, da Lei nº 17.763/19 em substituição aos créditos


presumidos, observado o disposto na regulamentação desta Lei, poderá ser
concedido ao estabelecimento beneficiário prazo de até 24 (vinte e quatro)
meses para recolhimento do imposto referente à operação subsequente à
entrada da mercadoria importada.

VAMOS PRATICAR?
EXERCÍCIO 3

32
1 - Calcular o valor do crédito presumido e o valor do ICMS a pagar, lembrando
que esta empresa está utilizando o benefício a menos de 36 meses.
Considerar exercício 2, item 1 (DI 01/2020)

2 - Calcular o valor do crédito presumido e o valor do ICMS a pagar, lembrando


que esta empresa está utilizando o benefício a menos de 36 meses.
Considerar exercício 2, item 2 (DI 02/2020)

8 – IMPORTAÇÃO POR PORTOS CATARINENSES

De acordo com o Item 1.8, da Minuta, o tratamento tributário diferenciado


somente é aplicável a mercadoria importada pelo próprio estabelecimento, por
intermédio de portos, aeroportos ou pontos de fronteira alfandegados, situados
neste Estado.

Este tratamento tributário diferenciado aplica-se também:

a) na hipótese de importação de mercadoria originária de países membros ou


associados ao Mercosul, cuja entrada ocorra em outra unidade da Federação,
desde que realizada exclusivamente por via terrestre;

33
Lei nº 17.762/19 Art. 7 º = Os benefícios fiscais concedidos a produto ou
mercadoria oriunda de Países membros ou associados ao Mercado Comum do
Sul (MERCOSUL), cuja entrada no País se dê por via terrestre, no prazo de 1
(um) ano da edição desta Lei (08.08.2022 – Prorrogado pelo Decreto 1.364/21),
terão seu benefício condicionado à entrada e desembaraço da mercadoria em
portos secos ou zonas alfandegadas situados no Estado de Santa Catarina.
Esta condição não se aplica quando a mercadoria ou produto for originário do
Uruguai.

b) no caso de desembarque de mercadoria em aeroportos internacionais


localizados em outras unidades da Federação, desde que o desembaraço
aduaneiro ocorra em recinto alfandegado localizado em território catarinense,
enquanto os aeroportos do Estado não receberem diretamente do exterior voos
internacionais de carga (Portaria SEF nº 090, de 13/05/2010).

Para efeitos da alínea "a" acima, deve-se considerar como originária dos países
indicados no referido item, a mercadoria que os tenha como "país de origem",
nos termos do art. 9º do Decreto-Lei nº 37, de 1966.

Nestas hipóteses o estabelecimento importador fica dispensado da contratação


de serviços de comissário de despacho aduaneiro de SC, sempre que este
procedimento for operacionalmente inviável.

ATENÇÃO (Lei nº 17.763/19):

O diferimento na importação aplica-se também à importação de mercadoria não


originária de países membros ou associados ao MERCOSUL, desde que:

1. expressamente autorizado pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF); e


2. o desembaraço da mercadoria ocorra neste Estado.

8.1 – Portos e Aeroportos de Outros Estados

Para fruição do diferimento na importação (com ou sem apresentação de


garantia) a importação deverá ocorrer pelo próprio detentor do regime especial
e ainda deverá ocorrer por intermédio de portos, aeroportos ou pontos de
fronteiras alfandegados situados em SC.

Porém, segundo o Item 1.11, da Minuta, o diferimento na importação, desde que


previamente autorizado pela Secretaria de Estado da Fazenda, poderá também
ser aplicado no caso de utilização de portos ou aeroportos situados em outras
unidades da Federação em decorrência de limitações físicas de desembarque
de mercadorias ou, ainda, em casos fortuitos alheios à vontade do importador,
desde que o desembaraço seja efetuado no Estado (art. 33 da Lei nº 14.967, de
2009).

34
Sem prejuízo da exceção acima e desde que o desembaraço aduaneiro seja
realizado no Estado (SC), fica autorizada a aplicação deste tratamento tributário
diferenciado às importações realizadas por intermédio de portos, aeroportos ou
pontos de fronteira alfandegados localizados em outras unidades da Federação,
até o limite de 2% (dois por cento) do valor aduaneiro total das importações
realizadas pelo estabelecimento importador a cada ano-calendário,
consideradas para fins de aplicação do limite somente as importações
alcançadas pelo benefício de que trata este tratamento tributário diferenciado,
prevalecendo o limite previsto na legislação tributária, caso mais benéfico (art.
15 da Lei nº 15.510, de 2011).

9 – LIMITAÇÕES DO TTD

O Item 2.1, da Minuta, determina que o crédito presumido:

a) será utilizado em substituição a qualquer outro crédito relativo à mercadoria


importada ou ao seu transporte;

b) não é cumulativo com qualquer outro crédito presumido previsto na legislação


tributária;

c) não poderá ser compensado com o ICMS devido na condição de substituto


tributário relativo às operações subsequentes;

d) não se aplica nas saídas internas em transferência para outro estabelecimento


do mesmo titular;

e) não se aplica nas saídas internas destinando mercadorias importadas a


consumidor final, pessoa física (vedação a partir de 01.06.2018).

9.1 – Não Aplicabilidade do TTD

Este tratamento tributário diferenciado não será aplicado em relação às


operações com (Minuta, Item 2.2):

a) mercadorias relacionadas ou que vierem a ser relacionadas no Decreto nº


2.128, de 20/02/2009, ou em legislação superveniente; e

b) bens e mercadorias usados, nos termos da Lei nº 14.605, de 2008, ou em


legislação superveniente.

9.2 – Débitos Inscritos em Dívida Ativa

35
De acordo com o Item 2.3, da Minuta, fica vedada a apropriação do crédito
presumido na hipótese de a empresa possuir débito para com a Fazenda
Estadual inscrito em dívida ativa, salvo se o débito estiver:

a) garantido na forma da lei;

b) parcelado e sem nenhuma parcela em atraso.

Cabe ressaltar que o crédito presumido poderá voltar a ser utilizado a partir do
primeiro dia subsequente àquele em que o débito tiver sido regularizado, vedada,
entretanto, a utilização de qualquer valor relativo às operações de saída
praticadas no período em que o contribuinte esteve impedido de utilizar o
benefício.

10 – RADAR

De acordo com o Item 7.1, da Minuta, a utilização deste tratamento tributário


diferenciado fica condicionada a que o estabelecimento importador possua
habilitação no Sistema de Rastreamento da Atuação dos Intervenientes
Aduaneiros Radar.

11 – RELATÓRIO MENSAL

Fica o estabelecimento importador obrigado a elaborar, preferencialmente sob a


forma de planilha eletrônica, até o 10º (décimo) dia do mês subsequente, e
manter à disposição do Fisco Estadual pelo prazo decadencial, relatório mensal
correspondente (Minuta, Item 7.7):

a) a todas as operações de entrada e de saída praticadas com a utilização deste


tratamento tributário diferenciado;

b) ao cálculo do crédito presumido apropriado;

c) complemento do valor de 1,5% a ser recolhido pelo destinatário, quando


houver;

d) ao estorno do crédito quando importador aplicar 10% e o destinatário remeter


a mercadoria para outro Estado a 4% (recolhimento feito pelo destinatário),
quando houver;

e) ao recolhimento dos Fundos;

f) ao estorno por ocasião da devolução da venda (saída), quando houver;

g) ao crédito dos fundos no caso de devolução da venda (saída), quando houver.


36
Este relatório deve apresentar as informações de maneira analítica, de forma a
permitir:

a) a demonstração objetiva da devida correlação entre os documentos fiscais


de entrada e de saída e as respectivas DIs;

b) a identificação dos documentos fiscais de saída cuja base de cálculo integral


fora considerada para fins de:
1. apuração do crédito presumido apropriado, apresentando separadamente as
saídas conforme o respectivo percentual de tributação efetiva aplicado, bem
como a respectiva memória de cálculo;
2. apuração da contribuição aos Fundos, bem como a respectiva memória de
cálculo;

c) a identificação dos documentos fiscais de saída objeto de desfazimento de


venda ou devolução e dos respectivos documentos fiscais de devolução
recebidos, bem como a memória de cálculo do estorno de crédito presumido,
quando houver;

d) a demonstração do cálculo do credito referente ao estorno dos fundos em


decorrência da devolução, quando houver.

12 – OUTRAS CONDIÇÕES DO TTD

A fruição deste tratamento tributário diferenciado está condicionada (Minuta


TTD, Item 7.10):

a) ao cumprimento das obrigações tributárias acessórias previstas na legislação,


em especial as que regem a regularidade na entrega de informações de natureza
cadastral e econômico-fiscais; e

b) à regularidade na emissão dos documentos fiscais e na respectiva


escrituração dos livros fiscais, bem como à sua guarda.

A utilização deste tratamento tributário diferenciado está condicionada também


ao compromisso do estabelecimento importador de:

a) utilizar, preferencialmente, serviços de operadores logísticos


(armazenagem, manuseio, movimentação e distribuição) estabelecidos no
Estado, devidamente habilitados pelos órgãos anuentes; e

b) contratar:
1. preferencialmente, a prestação de serviço de transporte rodoviário de
cargas com empresa transportadora estabelecida no Estado; e
2. serviço de comissária de despacho aduaneiro estabelecido no Estado; e
37
c) investir na manutenção ou expansão de empreendimentos relacionados,
direta ou indiretamente, à atividade de comércio exterior, ainda que por meio de
geração de renda decorrente da locação de bens de terceiros situados no
Estado.

13 – RECOLHIMENTO DOS FUNDOS

De acordo com o Item 8.3, da Minuta, a utilização deste tratamento tributário


diferenciado está condicionada ao compromisso do estabelecimento importador
de contribuir mensalmente para os seguintes Fundos:

a) Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior


no Estado de Santa Catarina, instituído pela Lei Complementar nº 407, de 2008,
em montante equivalente a 2,0% (dois por cento) do valor mensal do crédito
presumido decorrente da aplicação deste tratamento tributário diferenciado; e

Exemplo:

Valor da venda: R$ 800,00


Alíquota Aplicada: 4%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 32,00
Valor ICMS a pagar: R$ 20,80 (R$ 800,00 x 2,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 11,20 (R$ 32,00 – R$ 20,80)

Fundo Educação Superior: R$ 0,22 (R$ 11,20 x 2%)

b) Fundo de Desenvolvimento Social - FUNDOSOCIAL, instituído pela Lei nº


13.334, de 2005, em montante equivalente ao que resultar da aplicação da
seguinte fórmula: [(0,4% x BC) - F], observados os itens 1 e 2 deste item:
1. BC = valor da base de cálculo integral utilizado para fins de apuração do
imposto relativo às saídas subsequentes da mercadoria importada, alcançadas
por este tratamento tributário diferenciado; e
2. F = valor da contribuição referente ao mesmo mês para o Fundo de Apoio à
Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior no Estado de Santa
Catarina, a que se refere a alínea "a" deste item.

Exemplo:

Valor da venda: R$ 800,00


Alíquota Aplicada: 4%
Valor do ICMS destacado na NF: R$ 32,00
Valor ICMS a pagar: R$ 20,80 (R$ 800,00 x 2,6%)
Valor do crédito presumido: R$ 11,20 (R$ 32,00 – R$ 20,80)

Fundosocial = [(0,4% x BC) - F]


Fundosocial = [(0,004 x R$ 800,00) – R$ 0,22

38
Fundosocial = R$ 3,20 – R$ 0,22
Fundosocial = R$ 2,98

As contribuições (Fundo Educação Superior e Fundosocial) observarão o


seguinte:

a) serão recolhidas em nome do estabelecimento importador através de DARE-


SC - Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - sob os seguintes
Códigos de Receita:

1. 7137 (Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação


Superior no Estado de Santa Catarina), Classe de Vencimento 12017 -
Utilização de benefício na importação - TTDs 409, 410 ou 411); e

2. 3662 (FUNDOSOCIAL - Doações Vinculadas a TTD), Classe de Vencimento


12017 - Utilização de benefício na importação - TTDs 409, 410 ou 411).

O recolhimento aos Fundos tem as seguintes regras:

a) não poderá ser compensado com o ICMS devido pelo estabelecimento


importador em relação a suas operações próprias ou na condição de substituto
tributário relativo às operações subsequentes, observado o disposto nos itens
8.9 e 8.10 da Minuta (crédito pela devolução);

b) não serão objeto de restituição, mesmo nos casos de desfazimento da venda


ou no recebimento de mercadorias em devolução, hipótese em que se observará
o disposto nos itens 8.9 e 8.10 da Minuta.

13.1 – Crédito dos Fundos

Na hipótese de devolução ou desfazimento da venda, o valor dos Fundos


relativamente a venda desfeita ou devolvida poderá ser lançado a crédito. O
crédito será apropriado por DCIP e lançado no Quadro 46 da DIME.

13.2– Suspensão do TTD

De acordo com o Item 8.5, da Minuta, o TTD terá seus efeitos automaticamente
suspensos, sem necessidade de prévia notificação da Secretaria de Estado da
Fazenda, na hipótese do não recolhimento dos Fundos até o 20º (vigésimo) dia
do mês subsequente à apropriação do crédito presumido ou estorno de crédito
e realização das saídas subsequentes, observado o seguinte:

a) a suspensão prevalecerá até a data em que regularizada a situação;

b) na hipótese de recolhimento da contribuição acrescida de juros e multa


aplicáveis aos tributos estaduais (art. 69 da Lei n° 5.983, de 1981 e art. 53 da Lei
39
nº 10.297, de 1996), fica restabelecida, com efeitos retroativos desde o início da
suspensão, a aplicação do tratamento tributário diferenciado, observado o
disposto na legislação tributária.

13.3 – Fundo da Infância e do Adolescente (FIA) e Fundo do Idoso

O Art. 12, da Lei 17.878/19 e Decreto nº 623/20, determina que as pessoas


jurídicas de direito privado que obtiverem benefícios fiscais ou financeiro-fiscais
relativos ao ICMS, mediante concessão de tratamento tributário diferenciado,
contribuirão com o Fundo para a Infância e Adolescência do Estado de Santa
Catarina (FIA), o Fundo Estadual do Idoso (FEI-SC) ou fundos equivalentes
instituídos por Municípios catarinenses, na forma do art. 260 da Lei federal nº
8.069, de 13 de julho de 1990, e do art. 3º da Lei federal nº 12.213, de 20 de
janeiro de 2010.

Aplica-se as contribuições aos benefícios fiscais que forem reinstituídos na


forma prevista da Lei Complementar federal nº 160, de 7 de agosto de 2017.

§ 2º As contribuições:

I – corresponderão a 2% (dois por cento) do valor do Imposto sobre a Renda das


Pessoas Jurídicas (IRPJ) devido, sendo 1% (um por cento) destinado ao FIA e
1% (um por cento) ao FEI-SC ou a fundos equivalentes instituídos por Municípios
catarinenses;

II – deverão ser apurados no mesmo período de apuração do IRPJ que serviu


de base do cálculo de que trata o inciso I deste parágrafo, em conformidade ao
cronograma de apuração ao final do trimestre e/ou do ano, nos termos do
regulamento; e

III – serão obrigatórias apenas para empresas que optarem pela apuração do
IRPJ com base no lucro real.

A não realização da contribuição prevista neste artigo implica a suspensão do


tratamento tributário diferenciado concedido a partir da data em que ela deveria
ter sido realizada. A regularização da contribuição antes do início de qualquer
medida de fiscalização reestabelecerá a aplicação do tratamento tributário
diferenciado com efeitos retroativos, desde o início da suspensão.

Vencimentos:

Trimestral: até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre a que se


refere a apuração do IRPJ;

Anual: ainda que submetidas ao regime de pagamento mensal por estimativa,


até o último dia útil do mês de março do ano subsequente ao do ano a que se
refere a apuração do IRPJ.

40
A PJ que faz apuração anual do IRPJ, deverá escolher se pagará o FIA e o FEI
de forma anual ou mensal por estimativa. Se escolher pagar mensalmente
deverá providenciar, para fins do disposto neste artigo, quando do respectivo
ajuste, a suplementação de sua contribuição referente à diferença a maior
verificada entre o lucro real e o estimado, quando for o caso. Será considerado
mera liberalidade por parte do doador o fato de a contribuição ocorrer em
percentual superior aos 2% sobre o IRPJ.

Na hipótese de empresa pertencente ao mesmo titular estabelecida em mais de


uma unidade da Federação, o valor da contribuição poderá ser reduzido na
mesma proporção resultante, considerando o período de apuração do IRPJ
utilizado como base de cálculo das contribuições, entre o valor total das saídas
com mercadorias realizadas pelos estabelecimentos da empresa situados em
outras unidades da Federação e o valor total das saídas com mercadorias
realizadas pelo conjunto de estabelecimentos da empresa estabelecidos no País
no mesmo período, desconsideradas as saídas de mercadorias:

I – para industrialização sob encomenda do remetente;

II – para reparo ou conserto; e

III – em transferência interna para estabelecimentos da mesma empresa.

VAMOS PRATICAR?
EXERCÍCIO 4

1 – Calcular o Fundosocial e o Fundo Estadual da Educação Superior.


Considerar os dados dos Exercícios 2 e 3, item 1.

41
2 - Calcular o Fundosocial e o Fundo Estadual da Educação Superior.
Considerar os dados dos Exercícios 2 e 3, item 2.

14 – REVOGAÇÃO DO TTD

Será revogado o presente tratamento tributário diferenciado, caso o


estabelecimento importador (Minuta TTD, Item 8.11):

a) não realize desembaraço de mercadoria nos 6 (seis) meses subsequentes à


sua concessão; ou

b) proceda a alteração de seu quadro societário antes de decorridos 12 (doze)


meses de sua concessão, exceto se apresentadas as devidas justificativas para
a alteração, as quais serão analisadas pela Secretaria de Estado da Fazenda, e
se, da referida análise, ficar evidenciado que a alteração não implica efeitos
negativos para a economia catarinense ou para a arrecadação estadual.

15 – VIGÊNCIA DAS ALTERAÇÕES e TTD

O disposto neste tratamento tributário diferenciado aplica-se às mercadorias


existentes no estoque do estabelecimento importador na data anterior ao início
de sua vigência, desde que as mesmas tenham sido importadas para
comercialização em conformidade com as disposições de tratamento tributário
diferenciado concedido ao estabelecimento importador, vigente na referida data
(Item 3.1 da Minuta).

42
Salvo disposições em contrário, este TTD tem vigência por prazo indeterminado,
nos termos do Art. 3º do Anexo 6 do RICMS-SC/01, sujeitando-se a legislação
vigente, observando ainda, o disposto nos Arts. 1º, § 4º, I e 8º, do mesmo Anexo
do RICMS-SC/01.

16 – RECOLHIMENTO DO ICMS

Segundo o Item 8.1 da Minuta o imposto devido deverá ser apurado e recolhido
na forma e no prazo previstos nos Arts. 53, caput e 60 do RICMS-SC/01.

17 – CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVO

Nas operações destinadas a Centro de Distribuição Exclusivo, fica autorizado a


aplicação de diferimento parcial na emissão da nota fiscal de saída pela
importadora, em que resulte efetivamente 10% de ICMS (aplica-se direto 10%
na nota fiscal).

Neste caso, a importadora poderá apropriar-se de crédito presumido em que seja


recolhido efetivamente 1% de ICMS + 0,4% de Fundos.

Considera-se Centro de Distribuição Exclusivo aquele que atenda as seguintes


condições:

a) o CD exclusivo deve constar no regime especial da importadora;

b) O CD destine, no mínimo, 80% (oitenta por cento) do valor total das saídas
mensais a pessoa física ou jurídica localizada em outra unidade da Federação,
podendo o percentual previsto neste inciso ser majorado em até 100% (cem por
cento), atendidas as condições estabelecidas no regime especial.

Caso o Centro de Distribuição realize operações internas, este deverá estornar


em sua conta gráfica do ICMS montante equivalente à multiplicação da base de
cálculo integral relativa à entrada em seu estabelecimento de mercadoria
importada pelo que resultar da diferença entre o percentual de 3,6% e o
percentual de tributação efetiva aplicado sobre a respectiva operação de
entrada.

Exemplo:

Nota Fiscal emitida pela Trading ao CD exclusivo


Valor da operação: R$ 10.000,00
ICMS destacado: R$ 1.000,00 (R$ 10.000,00 x 10%)
43
ICMS efetivamente pago: R$ 100,00 (R$ 10.000,00 x 1%)

CD vendeu dentro de SC:

R$ 10.000,00 x 2,6% = R$ 260,00

3,6% - 1% = 2,6%

O valor a ser estornado pelo CD é de $ 260,00

Cabe lembrar que como o CDE receberá a 10% e remeterá para outro Estado a
4% deverá estornar o crédito, caso este seja superior ao débito (regra geral).

17.1 – Condições para Enquadramento CDE

A Sef de SC exigirá as seguintes condições para enquadrar uma empresa como


CDE:

a) A empresa que se pretende enquadrar como CDE deverá ter uma filial em
Santa Catarina (SC), devidamente inscrita no Cadastro de Contribuintes de SC.

b) A empresa deve apresentar documento que comprove características em


concreto de trata-se de um CDE. Explica-se, pode alugar um galpão amplo; não
pode, porém, empregar uma diminuta sala comercial.

c) A empresa que busca enquadramento como CDE não pode ter operado
previamente com tradings catarinenses ou ser cliente da própria trading que
pretende enquadrá-la.

d) A trading que visa enquadrar o cliente como CDE deverá solicitar alteração do
Regime Especial (TTD 409, 410 ou 411), selecionando o campo que mencione
“outras alterações” no SAT e, após, encaminhar a documentação de praxe,
inclusive o protocolo do pedido, devidamente assinado, mencionando o Pedido
de Enquadramento de CDE, na justificativa ( informar razão social, CNPJ e
Inscrição Estadual do futuro cliente que pretende enquadrar como CDE).

e) Em particular, este pleito deve ser endereçado exclusivamente ao


GESCOMEX na 1ª Gerência Regional da Fazenda Estadual em Florianópolis,
aos cuidados de Lenai Michels, Coordenadora do Grupo.

f) o objetivo dos CDEs foi trazer negócios/importações que estavam sendo feitas
por outros Estados para Santa Catarina. Logo, não serão enquadradas
empresas catarinenses, mesmo que nunca tenha operado com trading ou
realizado importações próprias porque essas empresas são aptas a obter os eu
próprio TTD e se preferirem operar com tradings o farão nas regras normais.

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g) O CD deverá ter promovido operações de importação por outra unidade da
federação em valor aproximado de R$ 20 milhões no ano imediatamente anterior
ao da solicitação de inclusão e estar com o benefício a mais de 36 meses.

VAMOS PRATICAR?
EXERCÍCIO 5

Preencher os quadros 09 e 14 da DIME.


Preencher os Registros E110 e 1900 da EFD.
Considerar que além das operações beneficiadas pelo TTD a empresa também
teve as seguintes operações não beneficiadas pelo TTD.

Venda no valor de R$ 52.100,00 a 12% de ICMS = Valor do ICMS: R$ 6.252,00


Venda no valor de R$ 35.700,00 x 17% de ICMS = Valor do ICMS: R$ 6.069,00
Os créditos referente as operações não aparadas pelo TTD é de R$ 4.200,00

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