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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Roteiro
1. Introdução
2. Royalties
3. Assistência Técnica/Administrativa
4. Dedutibilidade
4.1. Condições
4.1.1. Royalties
4.1.2. Assistência técnica/administrativa
4.2. Limites
4.2.1. Franquia
5. Não Dedutibilidade
6. Retenções De IRRF
6.1. Pagamentos efetuados a pessoas físicas
6.2. Pagamentos efetuados a pessoas jurídicas
6.3. Atraso no pagamento
7. Pagamento ao Exterior
7.1. Licença para comercialização de software
7.2. Licença de uso de imagens de satélite
7.3. Tributação favorecida
8. PIS-Importação e COFINS-Importação
9. CIDE
1. Introdução
Nesta matéria, será abordado sobre as despesas com pagamentos de royalties e assistência técnica, a viabilidade de utilização dessa despesa como dedutível, além de
informações em relação a retenção/tributação sobre tais valores para a pessoa jurídica.
2. Royalties
Royalties, são rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: (Lei n° 4.506/64, artigo 22 e Instrução Normativa RFB n°
1.455/2014, artigo 17, § 1°, inciso I)
d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra.
Cabe ressaltar que, de acordo com o artigo 23, § 2° da Lei n° 4.506/64, não será tratado como royalties, o pagamento do custo da máquina, equipamento ou instrumento
patenteado.
3. Assistência Técnica/Administrativa
Assistência técnica refere-se à execução de serviço que dependa de conhecimentos técnicos especializados ou que envolva assistência administrativa ou prestação de
consultoria, realizado por profissionais independentes ou com vínculo empregatício ou, ainda, decorrente de estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico.
(Instrução Normativa RFB n° 1.455/2014, artigo 17, § 1°, inciso II)
Podemos citar também, a assistência técnica como assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos,
desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido.
4. Dedutibilidade
O Regulamento do Imposto de Renda, Decreto n° 9.580/2018 (RIR/2018) e a Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, trazem a possibilidade do contribuinte tributado
pelo regime do lucro real, considerar como dedutíveis, as despesas com pagamentos de royalties ou assistência técnica, contudo o contribuinte deverá observar as
condições para esta dedutibilidade.
IRPJ
Boletim Imposto de Renda n° 05 - 1ª Quinzena. Publicado em: 09/03/2020
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
4.1. Condições
As despesas com royalties e com assistência técnica e administrativa serão dedutíveis nas seguintes situações:
4.1.1. Royalties
As despesas com royalties serão dedutíveis quando necessárias para que o contribuinte detenha a posse ou fruição do bem ou direito que produz o rendimento.
(RIR/2018, artigo 362 e Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, artigo 85)
b) corresponderem a serviços efetivamente prestados à empresa através de técnicos, desenhos ou instruções enviadas ao País, ou estudos técnicos realizados no
exterior por conta da empresa;
c) o montante anual dos pagamentos não exceder ao limite fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda, de conformidade com a legislação específica.
As despesas de assistência técnica ou administrativa, apenas poderão ser deduzidas nos cinco primeiros anos de funcionamento da empresa desde que demonstrada a
sua necessidade. Poderá este prazo ser prorrogado por mais cinco anos desde que autorizado pelo Conselho Monetário Nacional. (RIR/2018, artigo 364, § 1°)
4.2. Limites
Podem ser deduzidas como despesas operacionais, quando necessárias para que o contribuinte mantenha a posse, uso ou fruição do bem ou direito que produz o
rendimento.
Porém, a soma das quantias devidas a título de royalties pela exploração de patentes de invenção ou uso de marcas de indústria ou de comércio, e por assistência
técnica, científica, administrativa ou semelhante possui um limite de dedução de no máximo 5% da receita liquida. (RIR/2018, artigo 365 e Instrução Normativa RFB n°
1.700/2017, artigo 88)
Entretanto, essas importâncias pagas ou creditadas somente serão admitidas como dedutível a partir da averbação do respectivo ato ou contrato no INPI, obedecidos o
prazo e as condições da averbação e, ainda, as demais prescrições pertinentes, de acordo com a Lei n° 9.279/96. (RIR/2018, artigo 365, § 3° e Instrução Normativa RFB
n° 1.700/2017, artigo 88, § 2°)
4.2.1. Franquia
Em se tratando de pagamento de franquia, o que também pode ser entendido como royalties, o Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 02/2002, estabelece regras sobre a
dedutibilidade para as remunerações pagas por franqueado e franqueador.
Esta remuneração será dedutível da base de cálculo do imposto de renda, aplicando-se, cumulativamente, os limites percentuais previstos nas Portarias específicas do
Ministro da Fazenda, para cada tipo de royalties contratados.
5. Não Dedutibilidade
Em alguns casos a despesa com royalties não poderá ser considerada como dedutível, vejamos: (Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, artigo 86)
a) quando os royalties forem pagos a sócios, pessoas físicas ou jurídicas, ou dirigentes de empresas, e a seus parentes ou dependentes;
b) quando as importâncias forem pagas a terceiros para adquirir os direitos de uso de um bem ou direito e os pagamentos para extensão ou modificação do contrato,
quando aplicação de capital amortizável durante o prazo do contrato;
c) no caso de royalties pagos pelo uso de patentes de invenção, processos e fórmulas de fabricação, ou pelo uso de marcas de indústria ou de comércio, não serão
dedutíveis quando pagos pela filial no Brasil de empresa com sede no exterior, em benefício de sua matriz; e também se pagos pela sociedade com sede no Brasil a
pessoa com domicílio no exterior que mantenha, direta ou indiretamente, controle do seu capital com direito a voto.
d) o pagamento de royalties pelo uso de patentes de invenção, processos e fórmulas de fabricação pagos ou creditados a beneficiário domiciliado no exterior que não
sejam objeto de contrato registrado no Banco Central do Brasil ou se montantes excedam aos limites periodicamente fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda para
cada grupo de atividades ou produtos.
e) o pagamento de royalties pelo uso de marcas de indústria e comércio pagos ou creditados a beneficiário domiciliado no exterior quando não seja o contrato
registrado no Banco Central do Brasil ou montantes excedam aos limites periodicamente fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda para cada grupo de atividades ou
produtos.
6. Retenções De IRRF
Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas as pessoas físicas ou jurídicas, terão o seguinte tratamento:
IRPJ
Boletim Imposto de Renda n° 05 - 1ª Quinzena. Publicado em: 09/03/2020
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Desta forma, a pessoa jurídica que os receber, irá tributar em sua apuração de acordo com o seu regime tributário. Em se tratando de uma pessoa jurídica com a
atividade operacional de Gestão de ativos intangíveis não financeiros, a receita auferida será uma receita operacional dela e tributada como tal.
7. Pagamento ao Exterior
As importâncias pagas, remetidas, creditadas, empregadas ou entregues a residentes ou domiciliados no exterior, por fonte localizada no Brasil, a título de pagamento
de royalties para exploração de patentes de invenção, modelos, desenhos industriais, uso de marcas ou propagandas; remuneração de serviços técnicos, de assistência
técnica, de assistência administrativa e semelhantes, sejam pessoas jurídicas ou físicas ficam sujeitas à incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) do
valor bruto dos rendimentos. (RIR/2018, artigos 765 e 767; Medida Provisória n° 2.159-70/2001, artigo 3°; Portaria MF n° 181/89)
O código de recolhimento será o 0422, o regime de tributação será exclusivo/definitivo, ou seja, não poderá ser restituído, na data do fato gerador, sendo o responsável
pelo recolhimento a fonte pagadora.
8. PIS-Importação e COFINS-Importação
Não haverá incidência do PIS-Importação e da COFINS-Importação sobre o valor pago a título de royalties, por simples licença ou uso de marca, ou seja, sem que haja
prestação de serviços vinculada a essa cessão de direitos, conforme previsto na Soluções de Consulta Cosit n° 381/2017, n° 74/2019, n° 146/2019 e n° 99.004/2019.
Contudo o contrato deve discriminar os valores dos royalties, dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. Neste caso, a contribuição sobre a
importação incidirá penas sobre os valores dos serviços conexos contratados.
Porém, se o contrato não for suficientemente claro para individualizar estes componentes, o valor total deverá ser considerado referente a serviços e sofrer a incidência
da mencionada contribuição. (Lei n° 10.865/2004, artigo 1°, § 1° e artigo 3°, inciso II)
9. CIDE
Os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração, previstos
nos respectivos contratos, que tenham por objeto o fornecimento de tecnologia, a prestação de assistência técnica, serviços técnicos e de assistência administrativa e
semelhantes; cessão e licença de uso de marcas, ou cessão e licença de exploração de patentes possuem a incidência da CIDE-Remessas, na alíquota de 10%. (Lei n°
10.168/2000, artigo 2°, § 3°)
Contudo a Cide-Remessas não incidirá sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo
quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Lei n° 10.168/2000, artigo 2°, § 1°-A)
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
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