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Boletim Imposto de Renda n° 18 - Setembro/2019 - 2ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.

TRIBUTOS FEDERAIS

   
RETENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES - REGRAS GERAIS
Tomadores na Condição de Pessoa Jurídica de Direito Privado

ROTEIRO

1. INTRODUÇÃO
2. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR
    2.1. Serviços Sujeitos
3. BASE DE CÁLCULO
    3.1. Pagamento
4. DESTAQUE NO DOCUMENTO FISCAL
5. DISPENSA DA RETENÇÃO
    5.1. Operações envolvendo dispensa para tomadora de serviços
        5.1.1. R$ 10,00 x R$ 5.000,00
        5.1.2. Simples Nacional
        5.1.3. Benefício das Contribuições
6. RESPONSABILIDADE
7. TRATAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES RETIDAS
8. SIMULTANEIDADE DE SERVIÇOS - INDISSOCIÁVEIS
9. DARF E VENCIMENTO
10. FALTA DE RECOLHIMENTO
11. INFORME DE RENDIMENTOS
12. REFLEXO NAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
    12.1. DIRF
    12.2. EFD-Reinf
    12.3. DCTF

1. INTRODUÇÃO

Na presente matéria, será abordado os aspectos atinentes à retenção das contribuições para PIS/Pasep, COFINS e CSLL (CSRF),
nos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas de direito privado, pelas
prestações de serviços dispostas no artigo 30 da
Lei n° 10.833/2003, normatizada pela Instrução Normativa SRF n° 459/2004.

2. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR

Estão sujeitos às retenções das CSRF, os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito
privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação
de mão de obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais (Instrução Normativa SRF n°
459/2004, artigo 2°;
Lei n° 10.833/2003, artigo 30).

Os valores retidos das CSRF, serão considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em
relação às respectivas contribuições. Logo, os valores retidos poderão ser deduzidos, pelo contribuinte, das contribuições devidas
de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção.

Sendo assim, vale ressaltar que o fato gerador das CSRF é tão somente o pagamento (Instrução Normativa SRF n° 459/2004,
artigo 7°
§ 1°).

2.1. Serviços Sujeitos

Conforme o artigo 1° da
Instrução Normativa SRF n° 459/2004, estão sujeitos a retenção das CSRF os seguintes serviços:

a) limpeza, conservação ou zeladoria, compreendidos os serviços de varrição, lavagem, enceramento, desinfecção, higienização,
desentupimento, dedetização, desinsetização, imunização, desratização ou outros serviços destinados a manter a higiene, o
asseio ou a conservação de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações, dependências, logradouros, vias
públicas, pátios ou de áreas de uso comum;

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b) manutenção ou conservação de edificações, instalações, máquinas, veículos automotores, embarcações, aeronaves, aparelhos,
equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer bem, quando destinadas a mantê-los em condições eficientes de operação,
exceto se a manutenção for feita em caráter isolado, como um mero conserto de um bem defeituoso;

c) segurança e/ou vigilância entendidos como os serviços que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas ou
a preservação de valores e de bens patrimoniais, inclusive escolta de veículos de transporte de pessoas ou cargas;

d) locação de mão de obra;

e) assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, inclusive
quando prestados por empresa de factoring (Instrução Normativa SRF n° 459/2004, artigo 1°, § 9°);

f) serviços profissionais relacionados no § 1° do


artigo 714 do
Decreto n° 9.580/2018 (RIR/2018):

1 - Administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou fundos mútuos para aquisição de bens);

2 - Advocacia;

3 - Análise clínica laboratorial;

4 - Análises técnicas;

5 - Arquitetura;

6 - Assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de assistência técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de indústria
ou comércio explorado pelo prestador do serviço);

7 - Assistência social;

8 - Auditoria;

9 - Avaliação e perícia;

10 - Biologia e biomedicina;

11 - Cálculo em geral;

12 - Consultoria;

13 - Contabilidade;

14 - Desenho técnico;

15 - Economia;

16 - Elaboração de projetos;

17 - Engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas);

18 - Ensino e treinamento;

19 - Estatística;

20 - Fisioterapia;

21 - Fonoaudiologia;

22 - Geologia;

23 - Leilão;

24 - Medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação ou repouso sob
orientação médica, hospital e pronto-socorro);

25 - Nutricionismo e dietética;

26 - Odontologia;

27 - Organização de feiras de amostras, congressos, seminários, simpósios e congêneres;

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28 - Pesquisa em geral;

29 - Planejamento;

30 - Programação;

31 - Prótese;

32 - Psicologia e psicanálise;

33 - Química;

34 - Raio X e radioterapia;

35 - Relações públicas;

36 - Serviço de despachante;

37 - Terapêutica ocupacional;

38 - Tradução ou interpretação comercial;

39 - Urbanismo;

40 - Veterinária.

A retenção caberá inclusive, quando prestados por cooperativas ou associações profissionais, aplicando-se, para fins das CSRF,
os mesmos critérios de interpretação adotados em atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)
para a retenção do imposto de renda (IRRF).

3. BASE DE CÁLCULO

A retenção das CSRF será determinada mediante a aplicação, sobre o montante a ser pago, o percentual de 4,65%,
correspondente à soma das seguintes alíquotas: 1% referente a CSLL; 3% referente à COFINS e 0,65% referente ao PIS/Pasep,
observando que:

a) a base de cálculo da retenção é o valor bruto do documento fiscal;

b) sobre qualquer forma de pagamento, inclusive os pagamentos antecipados por conta de prestação de serviços para entrega
futura;

c) no caso de pessoa jurídica beneficiária de isenção, na forma da legislação específica, de uma ou mais das contribuições
(PIS/Pasep, COFINS ou CSLL), a retenção dar-se-á mediante a aplicação da alíquota específica correspondente às contribuições
não alcançadas pela isenção. Para tanto o beneficiário deve comunicar no documento fiscal sua condição, inclusive a legislação
aplicável, sob pena de ter a retenção efetuada em sua totalidade.

3.1. Pagamento em Parcelas

No pagamento pelos serviços prestados, conforme página 273 do Guia Prático do EFD-Contribuições (versão 1.31), a respeito do
preenchimento do Registro F600 - Contribuições Retidas na Fonte (para o prestador), tem-se que a retenção ocorrerá no
pagamento efetuado pelas fontes pagadoras.

Do ponto de vista financeiro, a escrituração do Registro F600 corresponde tão somente à informação dos valores efetivamente
retidos na fonte, a título de PIS/Pasep e da COFINS, quando do pagamento pelas fontes pagadoras.

Desta forma, este registro não deve ser preenchido com base nos valores destacados em notas fiscais de vendas (visão
documental) e sim, com base nos valores efetivamente retidos pelas fontes pagadoras (visão financeira).

Em análise ao disposto no caput do artigo 31, da


Lei n° 10.833/2003, encontra-se que a retenção das CSRF será aplicada sobre o
montante a ser pago:

Art. 31. O valor da CSLL, da Cofins e da contribuição para o PIS/Pasep, de que trata o Art. 30, será determinado mediante
a aplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por
cento), correspondente à soma das alíquotas de 1% (um por cento), 3% (três por cento) e 0,65% (sessenta e cinco
centésimos por cento), respectivamente.

O disposto acima encontra-se normatizado no artigo 2°, da


Instrução Normativa SRF n° 459/2004, de modo a determinar que a
base de cálculo é o “valor bruto da nota ou documento fiscal”, sendo que este por sua vez é compreendido como o valor total a ser
cobrado pela prestação de serviços.

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Neste ponto surgem dúvidas sobre a aplicação das retenções quando o tomador efetua pagamentos parcelados, isto porque, a
base de cálculo é o bruto da nota, mas a ocorrência da retenção só se dá por ocasião dos pagamentos realizados.

Todavia, como corriqueiramente as retenções se aplicam de forma proporcional ao montante proporcional do serviço na parcela, e
levando em conta que o fisco não se posicionou a respeito das particularidades envolvendo este critério de apuração, considera-se
possível aplicar a alíquota de 4,65% sobre o pagamento a vista ou o pagamento das parcelas (segregadamente) de cada serviço
tomado.

Caso no mesmo dia sejam pagos mais de um montante ao mesmo prestador de serviços, é sugerida a análise quanto à soma
destes para fins de composição da base de cálculo e verificação da dispensa de retenção, por analogia às Soluções de Consulta
Cosit n° 142/2015 e n° 159/2016. Porém, se forem pagamentos em dias distintos, vale lembrar que não cabe soma em detrimento
da Lei n° 13.137/2015.

Destarte, em regra geral, ficará dispensado de retenção das CSRF sobre o pagamento efetuado em valor igual ou inferior à R$
215,05 (resultado obtido pela divisão do limite do DARF pela alíquota das CSRF: R$ 10,00 / 4,65% = R$ 215,05), tendo em vista
que o valor mínimo para se emitir um DARF é de R$ 10,00, nos termos do § 3° do
artigo 31 da
Lei n° 10.833/2003.

4. DESTAQUE NO DOCUMENTO FISCAL

A empresa prestadora do serviço sujeita a retenção das CSRF, deverá informar no documento fiscal o valor correspondente à
retenção incidentes sobre a operação, de forma destacada no corpo do documento, sem efetuar a dedução do valor retido na fonte
do valor dos serviços prestados.

Como exemplo, a imagem abaixo demonstra o destaque do valor das retenções no documento fiscal.

Além do prestador do serviço informar no documento fiscal os valores a serem retidos pela fonte pagadora, deverá informar
também, as condições de isenção, não incidência, alíquota zero ou medida judicial, com o respectivo enquadramento legal para
não sofrer a retenção de todos os tributos conforme a natureza do serviço (Instrução Normativa SRF n° 459/2004, artigo 2°, §§ 1° a
3°).

5. DISPENSA DA RETENÇÃO

A retenção das CSRF não será exigida na hipótese de pagamentos efetuados a:


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a) empresas estrangeiras de transporte de valores;

b) pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, que deverão apresentar, a cada pagamento, à pessoa jurídica que efetuar a
retenção, declaração, em duas vias, assinadas pelo seu representante legal. A pessoa jurídica responsável pela retenção
arquivará a 1ª via da declaração, que ficará à disposição da RFB, devendo a 2ª via ser devolvida ao interessado, como recibo,
conforme Anexo I da
Instrução Normativa SRF n° 459/2004:

Ilmo. Sr.

(pessoa jurídica pagadora)

(Nome da empresa), com sede (endereço completo), inscrita no CNPJ sob o n°..... DECLARA à (nome da pessoa jurídica
pagadora), para fins de não incidência na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), e da Contribuição para o PIS/Pasep, a que se refere o Art. 30 da
Lei
n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que é regularmente inscrita no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), nos termos da
Lei n° 9.317, de 5 de
dezembro de 1996.

Para esse efeito, a declarante informa que:

I - preenche os seguintes requisitos:

a) conserva em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovam a
origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações
que venham a modificar sua situação patrimonial;

b) apresenta anualmente Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (Simples), em conformidade com o disposto em ato
da Secretaria da Receita Federal;

II - o signatário é representante legal desta empresa, assumindo o compromisso de informar à Secretaria da Receita
Federal e à pessoa jurídica pagadora, imediatamente, eventual desenquadramento da presente situação e está ciente de
que a falsidade na prestação destas informações, sem prejuízo do disposto no Art. 32 da
Lei n° 9.430, de 1996, sujeita-lo-
á, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na legislação criminal e
tributária, relativas à falsidade ideológica (Art. 299 do
Código Penal) e ao crime contra a ordem tributária (Art. 1° da
Lei n°
8.137, de 27 de dezembro de 1990).

Local e data......................................................

Assinatura do Responsável

Essa formalidade só é exigida para as contribuições sociais, e não para a retenção do IRRF. Para formalizar a dispensa da
retenção, a pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional discriminará no documento fiscal as bases que dispensam tal retenção.

A retenção da COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep não será exigida nos pagamentos:

a) a título de transporte internacional de valores efetuados por empresas nacionais;

b) aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-
registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei n° 9.432/97.

A retenção das CSLL não será exigida nos pagamentos efetuados às cooperativas, em relação aos atos cooperados. Essa
dispensa não se aplica às sociedades cooperativas de consumo de que trata o artigo 69 da
Lei n° 9.532/97.

5.1. Operações envolvendo dispensa para tomadora de serviços

Há dispensa para retenção das CSRF, conforme


artigo 30, § 2° da
Lei n° 10.833/2003, independe do destaque desta retenção na
nota emitida pelo prestador de serviço.

5.1.1. R$ 10,00 x R$ 5.000,00

Fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00, exceto na hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas
Federais (DARF) eletrônico efetuado por meio do Siafi (Lei n° 10.833/2003, artigo 31, § 3°).

Desde o dia 22.06.2015, fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00. Essa nova regra foi estabelecida pelo
artigo 24 da
Lei n° 13.137/2015. Até o dia 21.06.2015, havia a dispensa de retenção na fonte para os pagamentos aos prestadores
de serviços de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00, considerando o somatório dos pagamentos no mesmo mês à mesma pessoa
jurídica (Solução de Consulta Cosit n° 07/2013).

Portanto, deve ser observado que, a partir da nova regra de retenção, a dispensa deve ser analisada sobre o valor calculado das
CSRF.

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Observa-se, todavia, que o recolhimento das retenções deverá obrigatoriamente ser centralizado na matriz, como também a
entrega à RFB da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF).

5.1.2. Simples Nacional

A pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional na condição de tomadora de serviços está dispensado de efetuar a retenção das
CSRF (Lei n° 10.833/2003, artigo 30, § 2°).

5.1.3. Benefício das Contribuições

Em se tratando de prestação de serviços de pessoa jurídica de direito privado a outra pessoa jurídica de direito privado, nos
serviços mencionados na Instrução Normativa n° 459/2004, no caso de pessoa jurídica sujeita a totalidade das retenções, o
recolhimento deve ser feito por meio de DARF, utilizando-se o código de receita 5952 (Instrução Normativa SRF n° 459/2004;
Instrução Normativa SRF n° 82/96).

- 5952 - Retenção de Contribuições sobre Pagamentos de Pessoa Jurídica a Pessoa Jurídica de Direito Privado -
CSLL/COFINS/PIS

Quando a pessoa jurídica prestadora do serviço for beneficiária de isenção ou dispensa em relação a uma ou mais das
contribuições, seja PIS/Pasep, COFINS ou CSLL, o recolhimento será feito separadamente para cada contribuição, utilizando os
seguintes códigos de DARF:

- 5987, no caso de CSLL;

- 5960, no caso de COFINS;

- 5979, no caso de Contribuição para o PIS/Pasep.

6. RESPONSABILIDADE

A indicação da obrigatoriedade do recolhimento da retenção das CSRF pela fonte pagadora está prevista no artigo 35 da
Lei n°
10.833/2003.

7. TRATAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES RETIDAS

Em relação à compensação, a mesma deverá ocorrer no mês em que ocorre o fato gerador.

De acordo com o artigo 7° da


Instrução Normativa RFB n° 459/2004, os valores retidos na forma do artigo 2° serão considerados
como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições.

Já o § 1° do
artigo 7° da mesma Instrução Normativa diz que os valores retidos poderão ser deduzidos, pelo contribuinte, das
contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção.

Desta forma, as retenções devem ser consideradas como antecipação e serem compensadas no mês em que ocorrer a retenção,
pelo fato gerador.

8. SIMULTANEIDADE DE SERVIÇOS - INDISSOCIÁVEIS

Para as atividades listadas no Parecer Normativo CST n° 08/86, a hipótese de incidência somente ocorre relativamente aos
serviços isoladamente prestados na área das profissões arroladas. Assim, não será exigida a retenção do imposto quando o
serviço contratado englobar, cumulativamente, várias etapas indissociáveis dentro do objetivo pactuado, como é o caso, por
exemplo, de um único contrato que, sequencialmente, abranja estudos preliminares, elaboração de projeto, execução e
acompanhamento do trabalho.

Desta forma, a Solução de Consulta n° 6.032/2015, da 6ª Região Fiscal (IR,


CSLL e PIS/COFINS), traz como exemplo que não
estão sujeitos à retenção do IRRF e das CSRF, previstas no artigo 714 do RIR/2018 e no
artigo 30 da
Lei n° 10.833/2003, os
pagamentos pela prestação conjunta de serviços de engenharia de projeto e comissionamento, se indissociáveis e decorrentes de
único contrato. Entretanto, as retenções devem ser realizadas quando o pagamento por essa prestação for feito pela administração
pública federal direta e indireta, nas hipóteses do artigo 64 da
Lei n° 9.430/96, e do artigo 34 da
Lei n° 10.833/2003.

9. DARF E VENCIMENTO

No caso de pessoa jurídica sujeita a totalidade das retenções, o recolhimento deve ser feito por meio de DARF, utilizando-se o
código de receita 5952.

Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional pela pessoa jurídica que efetuar a retenção ou, de forma
centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o último dia útil do segundo decêndio de mês subsequente àquele
mês em que tiver ocorrido o pagamento.

10. FALTA DE RECOLHIMENTO

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Caso a fonte pagadora efetue a retenção das contribuições sociais no pagamento ao beneficiário, porém não recolha o valor
devido à RFB, a fonte pagadora, responsável pelo imposto, enquadra-se no crime de apropriação indébita prevista no artigo 11 da
Lei n° 4.357/64.

A fonte pagadora deverá efetuar o recolhimento correspondente a retenção, bem como a multa de ofício e os juros de mora.

Cabe ressaltar que, o contribuinte deverá oferecer o rendimento à tributação, cabendo a compensação das contribuições retidas
pela fonte pagadora.

11. INFORME DE RENDIMENTOS

As pessoas jurídicas que efetuarem a retenção deverão fornecer à pessoa jurídica beneficiária do pagamento comprovante anual
da retenção, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, conforme modelo constante no Anexo II da
Instrução Normativa
SRF n° 459/2004. O comprovante pode ser disponibilizado pela Internet, através do endereço eletrônico do beneficiário do
pagamento.

12. REFLEXO NAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Em regra geral, as empresas deverão seguir o cronograma de entrega das obrigações acessórias dispostas para o regime de
tributação adotado. De forma simplificada, destacamos o preenchimento das mais relevantes. Contudo, caberá à pessoa jurídica
analisar se está obrigado às demais obrigações.

12.1. DIRF

A Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (DIRF) é amparada por uma Instrução Normativa, ou seja, para a DIRF
temos uma Instrução Normativa atualizada a cada ano. Referente ao ano-calendário de 2018 e situações especiais ocorridas, em
2019 será a Instrução Normativa RFB n° 1.836/2018.

Estão obrigadas a apresentar a DIRF as pessoas jurídicas e físicas, que tenham realizado o pagamento ou crédito de rendimentos
sobre o qual tenha incidido IRRF, ainda que em um único mês do ano-calendário, por si ou como representantes de terceiros
(Instrução Normativa RFB n° 1.836/2018, artigo 2°, inciso I).

Referente as CSRF há particularidades, pois a obrigatoriedade somente recai sobre as pessoas jurídicas que tenham efetuado a
retenção das contribuições sobre pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas, nos termos do § 3° do
artigo 3° da
Lei n°
10.485/2002, e dos
artigos 30, 33 e 34 da
Lei n° 10.833/2003, ainda que a retenção tenha ocorrido em apenas único mês do ano-
calendário (Instrução Normativa RFB n° 1.836/2018, artigo 2°, § 4°).

12.2. EFD-Reinf

A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf) é uma obrigação acessória vinculada ao
ambiente SPED, e está sendo construída em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,

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Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social). A EFD-Reinf conterá informações anteriormente enviadas por meio da DIRF e da GFIP,
além das informações acerca da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), que hoje são prestadas pelos
contribuintes na EFD-Contribuições.

O evento inicial da EFD-Reinf que faria a coleta das informações relacionadas às Retenções na Fonte, seria denominado "R-2070 -
Retenções na Fonte - IR, CSLL, COFINS, PIS/Pasep", que teria o período inicial da sua obrigatoriedade em maio de 2018, porém
sofreu alterações, e o período previsto para o início de sua exigibilidade foi prorrogado para o final do segundo semestre/2018, o
que novamente foi definido em um novo ato publicado.

A informação foi divulgada no dia 11.03.2019, por meio do


Ato Declaratório Executivo COFIS n° 10/2019, que altera o leiaute da
obrigação, as mudanças terão efeitos após o dia 01 de janeiro do próximo ano (2020). Os antigos eventos relacionados aos
tributos federais, R-2070, agora irão compor os eventos da série 4000 (R-4010 - Retenções na Fonte - Pessoa Física; R-4020 -
Retenções na Fonte - Pessoa Jurídica; R-4040 - Retenções na Fonte - Beneficiários não identificados; R-4080 - Retenção no
Recebimento (registro divulgado na Minuta do Leiaute v2.1 e no Perguntas e Respostas do Portal Sped); R-4098 - Reabertura dos
Eventos Periódicos - Série R-4000; R-4099 - Fechamento dos Eventos Periódicos Série R-4000).

Vale lembrar que deve fazer a entrega da EFD-Reinf, as empresas ou pessoas físicas que creditaram rendimentos ou efetuaram
retenções de impostos de terceiros resultantes de uma prestação de serviços.

12.3. DCTF

A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) tem como função a informação dos débitos próprios apurados
pelas pessoas jurídicas ativas ou pela responsabilidade de reter e recolher, sendo disposta na Instrução Normativa RFB n°
1.599/2015.

Dessa forma, seu preenchimento deverá ser realizado pelas pessoas jurídicas que realizarem a retenção e o recolhimento das
contribuições.

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA


Autor: Equipe Técnica Econet Editora

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artigo 184 do Código Penal.
 

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