Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.
TRIBUTOS FEDERAIS
AGÊNCIAS DE VIAGEM E TURISMO
Aspectos Tributários
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. PRESTADOR DE SERVIÇOS TURÍSTICOS
3. INTERMEDIAÇÃO
4. BASE DE CÁLCULO
5. TRIBUTAÇÃO
5.1. Tributação pelo Lucro Real
5.2. Tributação pelo Lucro presumido
5.3. Tributação pelo Simples Nacional
5.4. Tributação na Pessoa Física
6. RETENÇÃO DE IR
6.1. Retenção por Tomador Órgão Público do DF, Estadual e Municipal
6.2. Retenção por Tomador Órgão Público Federal
7. DCTF
8. DIRF
1. INTRODUÇÃO
Por meio da publicação do Decreto n° 84.934/80 foram estabelecidas e regulamentadas as atividades exercidas pelas
Agências de Viagens e Turismo.
Considera-se Agência de Turismo a pessoa jurídica que tenha por objetivo social, única e exclusivamente atividades relativas
ao turismo.
A prestação dos serviços turísticos bem como o funcionamento e suas atividades estão devidamente previstas no artigo 21 da
Lei n° 11.771/2008, considerando prestadores destes serviços, as sociedades empresárias e simples, os empresários
individuais e os serviços sociais autônomos que prestem serviços turísticos remunerados e que realizem as atividades
econômicas abaixo transcritas, relacionadas à cadeia produtiva do turismo:
a) meios de hospedagem;
b) agências de turismo;
c) transportadoras turísticas;
d) organizadoras de eventos;
e) parques temáticos;
f) acampamentos turísticos.
3. INTERMEDIAÇÃO
A intermediação de negócios faz parte das atividades de uma agência de viagem e turismo. Serão consideradas como
intermediação de uma agência de turismo a oferta, a reserva e a venda de um ou mais dos serviços turísticos fornecidos por
terceiros; como passagens, acomodações e outros serviços em meios de hospedagem e programas educacionais e de
aprimoramento profissional, bem como as atividades complementares, conforme descrito no artigo 27 da Lei n° 11.771/2008:
Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a atividade econômica de intermediação
remunerada entre fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou os fornece diretamente.
A referida atividade abrange serviços turísticos fornecidos por terceiros, como segue:
a) obtenção de passaportes, vistos ou demais documentos que venham a ser qualquer outro necessários para à realização
das viagens;
d) aluguel de veículos;
e) aquisição ou venda de ingressos para espetáculos que podem ser públicos, artísticos, esportivos, culturais e outras
manifestações;
j) acolhimento turístico, consistente na organização de visitas a museus, monumentos históricos e outros locais de interesse
turístico.
4. BASE DE CÁLCULO
Para fins de apuração dos impostos e contribuições no âmbito federal, a base de cálculo a ser considerada será a comissão
recebida dos fornecedores pelo serviço de intermediação ou o valor que agregar ao preço de custo desses fornecedores,
sendo permitido à agência de turismo proceder a cobrança de taxa referente a serviço do consumidor pelos serviços
prestados. Lei n° 11.771/2008, art. 27, § 2°
5. TRIBUTAÇÃO
As agências de viagem e turismo poderão, após se constituírem, optar pela forma de tributação que melhor convier, ou seja,
Lucro Real, Lucro Presumido, Simples Nacional ou ainda poderá a pessoa física exercer a referida atividade de maneira
autônoma. Segue abaixo orientações pertinentes:
De forma simples é possível definir Lucro real como sendo o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações.
Para tal apuração, serão aplicados os seguintes percentuais para IRPJ e CSLL:
Ao cálculo do IRPJ, aplicar-se-á o adicional de 10%, sobre parcela do lucro que ultrapassar o valor resultante da multiplicação
de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração, conforme previsto no artigo 29, § 1° da Instrução Normativa
RFB n° 1.700/2017.
No que tange a aplicação das alíquotas de PIS e COFINS, cabe dispensar especial atenção, visto que a atividade permanece
no regime cumulativo, por se enquadrar elencada no artigo 10, Inciso XXIV e artigo 15, Inciso V da Lei n° 10.833/2003:
Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes
aplicando as disposições dos arts. 1° a 8°:
(...)
XXIV - as receitas decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo.
(...)
Art. 15. Aplica-se à contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa de que trata a Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de
2002, o disposto:
(...)
V - nos incisos VI, IX a XXVII do caput e nos §§ 1° e 2° do art. 10 desta Lei;
(...)
A determinação do lucro presumido ocorrerá mediante aplicação dos percentuais de que tratam o caput e os §§ 1° e 2° do
artigo 33 da Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017 sobre a receita bruta definida pelo artigo 26, em cada período de apuração
trimestral, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos.
Também haverá a aplicação do adicional de 10% de imposto de renda sobre a parcela do lucro presumido que ultrapassar o
valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração. Instrução Normativa RFB n°
1.700/2017, art. 29, § 1° e 221
A base de cálculo a ser considerada será apenas o resultado da operação, ou seja, o valor recebido a título de comissão ou
adicional.
A Receita Federal do Brasil externou o seguinte entendimento a respeito Solução de Consulta n° 298, de 31 de outubro de 2008
da 9ª Região Fiscal:
Os rendimentos auferidos pela pessoa física que exercer a atividade de maneira autônoma serão tributados por meio de carnê
leão mensal (quando recebidos de outra pessoa física), mediante aplicação da tabela progressiva, nos termos do artigo 118 do
Decreto n° 9.580/2018 (RIR/2018). Os rendimentos poderão ser lançados em livro caixa.
Quando da prestação de serviço a uma pessoa jurídica, a retenção ocorrerá diretamente na fonte.
O imposto incidente sobre os referidos rendimentos será retido por ocasião de cada pagamento no mês.
Ocorrendo mais de um pagamento no mês, pela mesma fonte pagadora, os rendimentos serão somados para fins de
aplicação das alíquotas da tabela progressiva. Decreto n° 9.580/2018, art. 733, §§ 1° e 2°
6. RETENÇÃO DE IR
Os serviços de intermediação, prestados entre pessoas jurídicas está sujeita a retenção de 1,5% de IR, conforme dispõe
o artigo 718 do Decreto n° 9.580/2018.
A retenção do IRRF, no caso de serviços de venda de passagem, excursão e viagem, será efetuada pela própria agência, ou
seja, fará a auto-retenção sendo este recolhido pela mesma, conforme previsto no artigo 1° alínea “d”, da Instrução Normativa
SRF n° 153/87.
Esta retenção aplica-se inclusive quando o tomador do serviço for uma pessoa jurídica tributada na forma do Simples Nacional,
visto que não há previsão legal de dispensa.
Havendo repasse de parte da comissão relativa à determinada operação, o recolhimento será efetuado pelo valor líquido
recebido pela pessoa jurídica, assim considerada a diferença entre o valor das comissões recebidas e o das repassadas a
outra(s) pessoa(s) jurídica(s).
Quando o prestador de serviços for pessoa jurídica tributada na forma do Simples Nacional, está dispensada de sofrer
retenção na fonte, face ao disposto no artigo 1° da Instrução Normativa RFB n° 765/2007.
Não haverá retenção das contribuições sociais (PIS, COFINS e CSLL) visto que não há previsão legal para tal procedimento.
Esta retenção será feita sobre o total a pagar a cada empresa prestadora do serviço e, quando for o caso, à Empresa de Infra-
Estrutura Aeroportuária (Infraero), face ao disposto no artigo 11 da Instrução Normativa SRF n° 475/2004.
Relativo a retenção na fonte das contribuições sociais (PIS, COFINS e CSLL), ocorrerão quando o tomador do serviço possuir
convênio estabelecido na Portaria SRF n° 1.454/2004.
A retenção efetuada quando o tomador de serviço for um órgão público federal, ocorrerá mediante valor recebido a título da
venda de passagens aéreas e rodoviárias, despesas de hospedagem, aluguel de veículos e prestação de serviços afins sob
alíquotas diferenciadas.
A retenção será feita sobre o total a pagar a cada empresa prestadora do serviço e, quando for o caso, do operador
aeroportuário, sobre o valor referente à tarifa de embarque, e da agência de viagem, sobre os valores cobrados a título de
comissão pela intermediação da comercialização do bilhete de passagem ou pela prestação do serviço de agenciamento de
viagens na venda de passagens aos órgãos e entidades públicas, conforme previsto no artigo 12 da Instrução Normativa RFB
n° 1.234/2012.
7. DCTF
As informações pertinentes ao IR que foi retido na auto-retenção da agência de viagem e turismo deverá ser declarado em sua
Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), nos termos da Instrução Normativa RFB n° 1.599/2015.
8. DIRF
É de responsabilidade da empresa contratante prestar as informações em DIRF relativos aos serviços por ela prestados.
As informações prestadas pela agência de viagem e turismo deverão ser discriminadas na Declaração de Imposto de Renda
na Fonte DIRF Anual da empresa contratante.
As pessoas jurídicas que tenham recebido importâncias a título de comissões ficam responsáveis por fornecer às pessoas
jurídicas que as tenham efetuado pagamentos, até 31 de janeiro de cada ano, documento que comprove o valor recebido bem
como do respectivo imposto sobre a renda recolhido, relativos ao ano-calendário anterior, conforme previsto no artigo 16 da
Instrução Normativa RFB n° 1.836, De 03 De Outubro de 2018 (relativa ao ano-calendário de 2018 e a situações especiais
ocorridas em 2019).