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Boletim Imposto de Renda nº 24 - Dezembro/2009 - 2ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

IRPJ

ADIÇÕES E EXCLUSÕES PARA O IRPJ


Exemplos de Adições e Exclusões Aplicadas ao Lucro Real

ROTEIRO

1. ADIÇÕES AO LUCRO LÍQUIDO


2. EXCLUSÕES DO LUCRO LÍQUIDO

1. ADIÇÕES AO LUCRO LÍQUIDO

Na determinação do lucro real deverão ser adicionados ao lucro líquido custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na
apuração do resultado que, de acordo com a legislação do Imposto de Renda, não sejam dedutíveis, tais como (art. 249, I e parágrafo único):

I - pagamentos efetuados a sociedade civil de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada, quando a beneficiária for
controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo
cônjuge ou parente de primeiro grau (pai/mãe, filho/a, sogro/a, genro ou nora arts. 333 e 334 do Código Civil) das referidas pessoas;

II - depreciação de bem que tenha sido objeto de depreciação acelerada a título de incentivo fiscal, contabilizada a partir do momento em que a soma da depreciação acumulada
normal, registrada na escrituração comercial, com a depreciação acumulada incentivada, registrada no LALUR, atingir a 100% (cem por cento) do custo de aquisição do bem;

III - perdas incorridas em operações financeiras iniciadas e encerradas no mesmo dia (day trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável, exceto as apuradas por
instituição financeira, sociedade de seguro, de previdência privada aberta e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora
de títulos e valores mobiliários e sociedade de arrendamento mercantil, em operações day trade realizadas nos mercados de renda fixa, de renda variável e de câmbio (art. 771
do RIR/99);

IV - Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL);

V - contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social,
instituídos em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica (observado o limite referido no número VI);

VI - parcela da soma das despesas com contribuições para entidades de previdência privada e com contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI)
(de que trata a Lei nº 9.477/97), cujo ônus seja da pessoa jurídica, que exceder ao limite de 20% (vinte por cento) do total dos salários dos empregados e da remuneração dos
dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano (art. 361, §§ 1º e 2º, do RIR/99);

VII - doações, exceto as efetuadas em favor de:

a) projetos de natureza cultural previamente aprovados pelo Ministério da Cultura com base no art. 26 da Lei nº 8.313/91, ou seja, projetos que dão direito a deduzir incentivo
fiscal (diretamente do Imposto de Renda devido) de valor até 40% (quarenta por cento) das doações e até 30% (trinta por cento) dos patrocínios (arts. 371 e 475 do RIR/99);

Nota: O valor das doações feitas em favor de projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura com base no art. 18 da Lei nº 8.313/91, com a redação dada pela Lei nº
9.874/99, ou seja, projetos que dão direito a deduzir incentivo fiscal (diretamente do imposto devido) de até 100% do valor das doações, não é dedutível como despesa
operacional e deverá, portanto, ser adicionado ao lucro líquido, para efeito de apuração do lucro real (art. 476, § 2º, do RIR/99).

b) instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa, até o limite de 1,5% (um e meio por cento) do lucro operacional da doadora e doações a entidades civis sem fins
lucrativos que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e de seus dependentes ou da comunidade em que atuem, até o limite de 2%
(dois por cento) do lucro operacional da doadora, desde que observados, além desses limites, os demais requisitos previstos no art. 365 do RIR/99;

Notas:

1) A parcela das doações referidas na letra “b”, que exceder os limites mencionados, deve ser adicionada ao lucro líquido.

2) As doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente podem ser deduzidas diretamente do Imposto de Renda devido (dentro do limite de 1% do imposto devido à
alíquota de 15%), mas não são dedutíveis como despesa operacional (art. 591 do RIR/99).

VIII - perdas apuradas em operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap, que excederem os ganhos auferidos em operações dessa mesma natureza, exceto
perdas incorridas em (art. 77, III, da Lei nº 8.981/95, art. 12 da Lei nº 9.249/95, e arts. 30, § 7º, e 32, § 6º, da IN SRF nº 123/99):

a) operações de cobertura (hedge); e

b) operações de renda variável realizadas em bolsa, no mercado de balcão organizado, autorizado pelo órgão competente, ou por fundos de investimento, para a carteira própria
de instituição financeira, sociedade de seguro, de previdência privada aberta e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade
distribuidora de títulos e valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil;

Nota: As alienações de participações societárias permanentes em sociedades coligadas ou controladas e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa
jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições não estão sujeitas às normas tributárias aplicáveis às operações financeiras de renda variável. Assim, às
perdas incorridas nessas alienações não se aplica a indedutibilidade referida no número VIII (art. 32, § 6º, da IN SRF nº 123/99).

IX - depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros, contraprestações de arrendamento mercantil e aluguel de bens, móveis ou imóveis,
não relacionados intrinsecamente com a produção ou com a comercialização dos bens e serviços (art. 13, II e III, da Lei nº 9.249/95);

X - resultado negativo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de investimentos relevantes (participações societárias) em sociedades coligadas ou controladas (art. 389 do
RIR/99);

XI - amortização de ágio pago na aquisição de participações societárias sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado na Parte “B” do LALUR
para ser computado no lucro real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou a liquidação do investimento (arts. 391 e 426 do RIR/99);

Nota: Na pessoa jurídica que absorveu, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, patrimônio de sociedade coligada ou controlada na qual tinha participação societária
adquirida com ágio ou deságio, a adição referida no número XI não se aplica, nos balanços correspondentes à apuração do lucro real levantados posteriormente a incorporação,
fusão ou cisão, à amortização do ágio cujo fundamento tenha sido o valor de rentabilidade da coligada ou controlada (com base em previsão dos resultados nos exercícios
futuros), até o limite máximo de um sessenta avos para cada mês do período de apuração (art. 386 do RIR/99).

XII - contrapartida da constituição ou reforço de qualquer provisão, com exceção das seguintes (arts. 335 a 339 do RIR/99):

a) para férias e 13º salário de empregados ;


b) para reservas técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a
elas aplicável;

XIII - multas:

a) por infrações fiscais, salvo as de natureza compensatória (multas de mora) e as impostas por infrações de que não resulte falta ou insuficiência de pagamento de tributo (art.
344, § 5º, do RIR/99);

a) por transgressões a normas de natureza não-tributária, tais como as previstas em leis administrativas (de trânsito, de vigilância sanitária, de controle de poluição ambiental, de
controle de pesos e medidas etc.), trabalhistas etc. (PN CST nº 61/79);

Com relação às multas, podemos resumir a dedutibilidade ou não das multas da seguinte forma:

XIV - tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, em virtude de (art. 344, § 1º, do RIR/99):

a) depósito do seu montante integral;

b) reclamações ou recursos em processo tributário administrativo; ou

c) concessão de medida liminar em mandado de segurança;

XV - prejuízo na alienação ou baixa de investimentos adquiridos mediante incentivo fiscal de dedução do Imposto de Renda (art. 429 do RIR/99;

XVI - remuneração indireta de administradores, diretores, gerentes e seus assessores (fringe benefits), quando não identificados e individualizados os beneficiários, bem como o
Imposto de Renda na fonte incidente sobre essa remuneração (art.358 , §3º, do RIR/99);

XVII - despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores, exceto quando enquadradas como remuneração indireta das pessoas referidas no número XVI, com a
identificação dos beneficiários (art. 249, parágrafo único, V, do RIR/99);

XVIII - gratificações e participações no resultado ou nos lucros atribuídas a dirigentes ou administradores e participações nos lucros atribuídas a partes beneficiárias emitidas
pela empresa (no caso de S/A) e a técnicos estrangeiros, domiciliados ou residentes no exterior, para a execução de serviços especializados, em caráter provisório (arts. 303 e
463 do RIR/99);

XIX - prejuízos e perdas em operações realizadas no exterior exceto prejuízo em operações a termo ou de futuro realizadas diretamente pela empresa brasileira em bolsas no
exterior, caracterizadas como de cobertura (hedge) (arts. 394, § 8º, e 396 do RIR/99);

XX - parcela do custo de bens, serviços e direitos adquiridos no exterior, de pessoas físicas ou jurídicas vinculadas à empresa adquirente ou residentes ou domiciliadas em país
que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a vinte por cento, que exceder o valor apurado de acordo com as regras de preços de transferência (arts. 241,
244 e 245 do RIR/99, com a alteração do art. 2º da Lei nº 9.959/2000);

XXI - parcela da depreciação ou amortização de bens e direitos adquiridos no exterior das pessoas referidas no número XX, calculada sobre a parcela do custo de aquisição dos
bens que exceder o valor determinado de acordo com as regras de preços de transferência (arts. 241, § 8º, e 245 do RIR/99);

XXII - parcela dos juros pagos às pessoas referidas no número XX, decorrentes de contrato de mútuo não registrado no Banco Central do Brasil, que exceder o valor calculado
com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de seis meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em
função do período a que se referirem os juros (arts. 243 a 245 do RIR/99);

Nota: Para efeito do limite de dedutibilidade, os juros referidos no número XXII serão calculados com base no valor da obrigação, expresso na moeda objeto do contrato e
convertido em reais pela taxa de câmbio divulgada, pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (art. 25, § 2º, da IN SRF nº 38/97).

XXIII - brindes;

XXIV - juros remuneratórios do capital próprio que excederem aos limites de dedutibilidade ou houverem sido contabilizados sem observância das condições pertinentes;

XXV - perdas decorrentes de créditos não liquidados que houverem sido computadas no resultado sem observância dos limites e das condições pertinentes;

XXVI - encargos financeiros incidentes sobre débitos vencidos e não pagos, incorridos a partir da data da citação inicial em ação de cobrança ajuizada pela empresa credora
(art. 342, § 3º, do RIR/99;

XXVII - resultado negativo apurado em sociedade em conta de participação (IN SRF nº 179/87);

XXVIII - prejuízo por desfalque, apropriação indébita ou furto, praticados por empregados ou terceiros, se não houver sido instaurado inquérito administrativo nos termos da
legislação trabalhista ou apresentada queixa perante a autoridade policial (art. 364 do RIR/99);

XXIX - juros pagos ou creditados, relativos a empréstimos:

a) no período de 1º.01 a 12.03.2000, incidentes sobre o valor equivalente aos lucros não disponibilizados por empresas (arts. 3º e 12 da Lei nº 9.959/2000):

a.1) coligadas ou controladas, domiciliadas no exterior, quando estas forem as beneficiárias do pagamento ou crédito;

a.2) controladas, domiciliadas no exterior, independentemente do beneficiário;

b) a partir de 13.03.2000, a empresa controlada ou coligada, independentemente do local de seu domicílio, incidentes sobre valor equivalente aos lucros não disponibilizados por
empresas controladas, domiciliadas no exterior (art. 35 da MP nº 2.037-24/2000);

XXX - amortização do valor, registrado em conta do ativo diferido, referente ao resultado negativo líquido decorrente do ajuste dos valores em reais de obrigações e créditos,
efetuado em virtude de variação nas taxas de câmbio ocorrida no primeiro trimestre do ano-calendário de 1999 (Lei nº 9.816/99);

XXXI - prejuízos havidos em virtude de alienação de ações, títulos ou quotas de capital, com deságio superior a dez por cento dos respectivos valores de aquisição, salvo se a
venda houver sido realizada em bolsa de valores, ou, onde esta não existir, tiver sido efetuada através de leilão público, com divulgação do respectivo edital, na forma da lei,
durante três dias no período de um mês (art. 393 do RIR/99), observando-se que:

a)essas normas não se aplicam às sociedades de investimentos fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil nem à alienação de participações societárias permanentes;

b) as perdas ocorridas em operações de renda variável submetem-se a regime próprio e, portanto , também não lhes são aplicáveis essas normas.

Na determinação do lucro real devem ser também adicionados ao lucro líquido os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não creditados ao resultado que,
de acordo com a legislação do Imposto de Renda, devem ser computados no lucro real (art. 249, II, do RIR/99), tais como:

I - parcela do saldo do lucro inflacionário a tributar (inclusive o saldo credor da correção monetária complementar pela diferença IPC/BTNF de 1990) realizada em 2000,
calculada proporcionalmente às baixas de ativos que ficaram sujeitos à correção monetária até 31.12.1995 ou pelo percentual mínimo obrigatório de 10% (prevalece o valor
maior), exceto no caso de ter havido opção pela realização antecipada para gozo de redução da alíquota do imposto; os percentuais de realização do lucro inflacionário (o
proporcional às baixas de ativos ou o mínimo obrigatório de 10%) aplicam-se sobre o saldo do lucro inflacionário a tributar existente em 31.12.1995 (arts. 447 a 449 do RIR/99 e
ADN nº 29/99);

II - reserva de reavaliação que deva ser computada na apuração do lucro real do ano de 2000, observando-se que:

a) no caso de reavaliação de bens que permaneceram no ativo da empresa, deve ser computada no lucro real a parcela da reserva equivalente ao montante do aumento do
valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado em 2000 em virtude de alienação sob qualquer forma ou mediante depreciação, amortização, exaustão ou baixa por
perecimento (art. 435 do RIR/99 e art. 4º da Lei nº 9.959/2000);

b) no caso de reavaliação de bens incorporados ao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital social ou de valores mobiliários emitidos por
companhia, a reserva de reavaliação respectiva deverá ser computada na determinação do lucro real (art. 439 do RIR/99 e art. 4º da Lei nº 9.959/2000):

b.1) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários, pelo montante realizado;

b.2) em cada período de apuração, em montante igual à parte de lucros, dividendos, juros ou participações recebidos, que corresponder à participação societária ou aos valores
mobiliários adquiridos com o aumento do valor dos bens reavaliados; ou

b.3) proporcionalmente ao valor realizado, no período de apuração em que a pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliados realizá-los mediante alienação,
depreciação, amortização, exaustão ou baixa por perecimento;

Nota: A adição da reserva de reavaliação, nas condições relacionadas nas letras “a” e “b”, se aplica se a reserva foi computada na determinação do lucro real de períodos de
apuração anteriores ao de 2000, em virtude de sua incorporação ao capital social .

III - parcela da reserva especial relativa à correção monetária facultativa de bens do ativo permanente (referida à data de 31.01.91) proporcional à realização em 2000, dos bens
que tenham sido objeto dessa correção, mediante alienação, depreciação, amortização, exaustão ou baixa a qualquer título (art. 460 do RIR/ 99) ;

IV - parcela do lucro decorrente de contratos com entidades governamentais que haja sido excluído do lucro real em período de apuração anterior, proporcional ao valor das
receitas desses contratos recebidas em 2000 (art. 409 do RIR/99);

V - lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas, que houverem sido disponibilizados em 2000 para a pessoa jurídica domiciliada no
Brasil, considerando-se disponibilizados os lucros (art. 394, §§ 2º a 4º, do RIR/99 e art. 3º da Lei nº 9.959/2000):

a) no caso de filial ou sucursal, na data do balanço no qual tiverem sido apurados; e

b) no caso de controlada ou coligada:

b.1) na data em que ocorrer pagamento ou crédito do lucro;

b.2) na hipótese de contratação de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada possuir lucros ou reservas de lucros;

b.3) na hipótese de adiantamento de recursos pela coligada ou controlada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo
superior ao ciclo de produção do bem ou serviço;

Notas:

1) Nas hipóteses referidas em “b.1” do número V, considera-se:

I - creditado o lucro , quando ocorrer a transferência do registro do seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da controlada ou coligada domicilia da no
exterior ;e

II - pago o lucro, quando ocorrer:

a) o crédito do valor em conta bancária, em favor da controlada ou coligada no Brasil;

b) a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária;

c) a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qualquer outra praça;

d) o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer praça, inclusive no aumento de capital da controlada ou coligada domiciliada no exterior.

2) Nas hipóteses referidas em b.2 e b.3 do número V (art. 3º da Lei nº 9.959/2000):

I - será considerado lucro disponibilizado o valor mutuado ou adiantado, limitado ao montante dos lucros e reservas de lucros passíveis de distribuição, proporcional à
participação societária da empresa no País na data da disponibilização;

II - considerar-se-á disponibilizado o lucro:

a) na hipótese b.2, na data da contratação da operação de mútuo, relativamente a lucros já apurados pela controlada ou coligada ou, na data da apuração do lucro, na coligada
ou controlada, relativamente a operações de mútuo anteriormente contratadas;

b) na hipótese b.3, em 31 de dezembro do ano-calendário em que tenha sido encerrado o ciclo de produção sem que haja ocorrido a liquidação do adiantamento.

VI - parcela da receita de exportações realizadas em 2000, contratadas com pessoas vinculadas ou domiciliadas em país que não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima
inferior a vinte por cento, determinada segundo as normas sobre preços de transferência, que exceder o valor apropriado na escrituração da empresa no Brasil (arts. 240, § 7º,
244 e 245 do RIR/99) ;

VII - diferença de receita financeira de mútuo contratado com as pessoas referidas no número VI, no caso de contrato não registrado no Banco Central do

Brasil, correspondente à parcela do valor calculado com base na taxa Libor para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de seis meses, acrescida de
três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, que exceder o valor registrado na escrituração da empresa no
Brasil (arts. 243 a 245 do RIR/99);

Nota: Para efeito de apuração da diferença referida no número VII, os juros serão calculados com base no valor do direito, expresso na moeda objeto do contrato e convertido
em reais pela taxa de câmbio divulgada, pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (art. 25, § 2º, da IN SRF nº 38/97).
VIII - parcela do ganho de capital auferido na alienação de bens do ativo permanente (venda a longo prazo), realizada em período de apuração anterior, cuja tributação foi
diferida nas condições referidas no número VIII do subitem 2.2.1, proporcional à parcela do preço da alienação recebida em 2000 (art. 421 do RIR/99 );

IX - valor excluído do lucro líquido e registrado na Parte “B” do LALUR em período de apuração anterior, relativo à amortização de deságio obtido na aquisição de participações
societárias permanentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, que tenham sido alienadas ou liquidadas em 2000 (arts. 391 e 426 do RIR/99);

X - encargos financeiros excluídos do lucro líquido na determinação do lucro real de período de apuração anterior (na hipótese referida no número VII do subitem 2.2.1), que,
para os fins legais, tenham se tornado disponíveis para a empresa credora ou cuja perda tenha sido reconhecida em 2000 (art. 342, § 2º, do RIR/99).

2. EXCLUSÕES DO LUCRO LÍQUIDO

Na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido os rendimentos, as receitas, os resultados e quaisquer outros valores computados a crédito de conta de
resultado que, de acordo com a legislação do Imposto de Renda, não são computados no lucro real (art. 250, II, do RIR/99), tais como:

I - resultado positivo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de participações societárias em sociedades coligadas ou controladas, caracterizadas como investimento
relevante (art. 389 do RIR/99);

II - amortização de deságio obtido na aquisição de participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado em conta de
controle na Parte “B” do LALUR para ser computado no lucro real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou a baixa do investimento (art. 391 do RIR/99);

III - lucros e dividendos recebidos de participações societárias não sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial (arts. 379, § 1º, e 383 do RIR/99);

IV - parcela do lucro de empreitada ou fornecimento de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle, empresa pública,
sociedade de economia mista ou sua subsidiária, proporcional ao valor das receitas desses contratos computadas no resultado e não recebidas até 31.12.2000, observadas as
condições pertinentes (art. 409 do RIR/99);

V - resultado positivo das atividades econômicas de proveito comum, sem fins lucrativos, realizadas pelas sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação
específica, exceto cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores (associados ou não), não se aplicando essa exceção
às cooperativas mistas (arts. 182 a 184 do RIR/99 e ADN COSIT nº 4/99);

VI - perdas em operações nos mercados de renda variável e de swap que tenham sido adicionadas ao lucro líquido de período de apuração anterior, por terem excedido aos
ganhos auferidos em operações da mesma natureza, até o limite da diferença positiva entre ganhos e perdas decorrentes de operações dessas mesmas espécies, computados
no resultado de 2000 (art. 250, parágrafo único, “e”, do RIR/99);

VII - encargos financeiros incidentes sobre créditos vencidos e não recebidos, auferidos após decorridos dois meses do vencimento do crédito, desde que observadas as
condições pertinentes (art. 342 do RIR/99);

VIII - ganho de capital auferido na alienação de bens do ativo permanente realizada em 2000 (venda a longo prazo), cujo preço deva ser recebido, no todo ou em parte, após o
término do ano-calendário subseqüente ao da contratação, se houver opção pelo diferimento da tributação (art. 421 do RIR/99

Na determinação do lucro real podem ser excluídos os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação do Imposto de Renda e que, pela sua natureza, não tenham sido
computados na apuração do resultado (art. 250, I, do RIR/99), tais como:

I - depreciação acelerada incentivada (art. 313, § 1º, do RIR/99);

II - encargos financeiros adicionados ao lucro líquido na determinação do lucro real de período de apuração anterior, na hipótese referida no número XXVI do subitem 1.1, caso o
débito tenha sido liquidado em 2000 (art. 342, § 4º, do RIR/99);

III - valores aplicados em 2000 na aquisição primária de Certificados de Investimento em projetos de produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras, previamente
aprovados pelo Ministério da Cultura, desde que os Certificados de Investimento tenham sido emitidos e colocados no mercado com observância das normas estabelecidas pela
CVM (art. 372 do RIR/99); contabilmente, esses valores devem ser registrados em conta do ativo permanente, subgrupo investimentos;

IV - valor adicionado ao lucro líquido e registrado na Parte “B” do LALUR em período de apuração anterior, relativo à amortização de ágio pago na aquisição de participações
societárias permanentes avaliadas pela equivalência patrimonial, que tenham sido alienadas ou liquidadas em 2000 (art. 391, parágrafo único, do RIR/99);

V - provisões indedutíveis adicionadas ao lucro líquido, na determinação do lucro real de período de apuração anterior que, em 2000, tenham sido utilizadas para absorver
despesas dedutíveis realizadas, ou tenham sido revertidas a crédito de conta de resultado (art. 247, § 2º, do RIR/99 e “Perguntas e Respostas IRPJ 2000”, da SRF, questão
391);

VI - valor controlado na Parte “B” do LALUR, corrigido monetariamente até 31.12.1995, relativo a tributos e contribuições adicionados ao lucro real dos anos-calendário de 1993
e 1994 que tenham sido pagos em 2000 (art. 7º, § 1º, da Lei nº 8.541/92).

Nota: As adições e as exclusões relativas a valores registrados na Parte “B” do LALUR até 31.12.95 serão computadas pelo valor corrigido até essa data, com base no valor da
UFIR de 1º.01.96, de R$ 0,8287 (art. 6º da Lei nº 9.249/95 e Portaria MF nº 312/95).

De 1º.01.96 em diante, em face da extinção da correção monetária do balanço, não se corrigem mais os valores a serem excluídos ou adicionados ao lucro líquido, nem mesmo
os originados de período de apuração encerrado antes dessa data.

Fundamentos Legais: Citados no texto

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA


Autor: Julio Cesar Heyda - Consultoria Federal

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